Liandan

  • Finalizada
  • Kiia
  • Capitulos 12
  • Gêneros Ação

Tempo estimado de leitura: 4 horas

    16
    Capítulos:

    Capítulo 1

    Prólogo

    Álcool, Drogas, Linguagem Imprópria, Mutilação, Nudez, Violência

    Liandan

    ?Um ser como eu, que já nasceu com o destino traçado não tem o direito de sequer reclamar. Nunca me deram a chance de fugir deste destino cativo. Tudo sempre me levou a fazer o que fiz. Até mesmo meus filhos foram arrancados de mim, e como se não bastasse retiraram suas vidas por pecados que eu cometi. Ou faleceram em batalha, mas novamente sob meu nome a matança foi realizada. Se me arrependo do que fiz? Se eu faria tudo diferente? Certamente a resposta é não.?

    ?Nunca irei arrepender-me de sequer uma espada levantada em meu nome. Nasci apenas com um propósito, e não estarei em paz até finalmente cumprir este objetivo. Mesmo que eu tenha que sacrificar meus filhos, minha família, meus ideais. Farei de tudo para derrotar o maldito que arrancou o sopro da vida de meu frágil corpo mortal. Irei espalhar o meu nome, a minha palavra por esse mísero universo, assim diz o fogo, assim diz a mentira, assim digo eu, Loki, o inicio do fim, e o fim de um novo começo.?

    18 anos atrás, Fim dos tempos.

    O Inverno dos invernos, assim como era chamado, finalmente havia chegado. Ambos os lados já estavam prontos para a grande batalha que viria a seguir. Finalmente a decisão e como prova disto, Odin, o deus da guerra enfim iria acabar com os injustos. Estava iniciado o fim dos tempos, o Ragnarok começava.

    Os lobos, Skoll e Hati finalmente haviam alcançado suas presas. Um enorme eclipse acontecia pela ausência do sol e da lua. A serpente Jormungand, contorcia-se no interior da terra causando assustadores terremotos. Houve por fim o som da trompa Gjall de Heimdall iniciando o começo do fim do mundo. Todos os deuses marcharam para a planície Vigrid. Com todos finalmente preparados, a batalha do fim do mundo teve início.

    O temido lobo, Fenrir finalmente se via livre de suas amarras e agora corria livremente na direção do campo de batalha. Cada qual com seu oponente, e assim houve a guerra.

    Gigantes contra deuses, filhos de Loki, filhos de Odin, não importava quem de fato você era, pois todos participavam. E em um lugar afastado dos demais, a batalha do deus do fogo e da mentira ocorria. Loki finalmente enfrentava seu lado oposto, Heimdall.

    Um trocar de laminas violento ocorria, e era possível ouvir o tilintar dos metais se chocando em qualquer parte do mundo. A essa altura, não tinha mais volta, o próprio Odin já estava morto assim como seu precioso filho Thor, Fenrir e Jormungand cuidaram disto. Faltava tão pouco para Loki finalmente realizar seu objetivo, ele estava cego pela ganância.

    Um golpe mortal, um último ataque de espadas significaria o fim para um deles. Ambos os deuses estavam exaustos. Mas o orgulho, o ódio que um tinha pelo outro os motivava a permanecer de pé.

    - Basta de tanta tolice! ? grunhiu Heimdall arfando. A espada repousada no chão servia de apoio.

    - Concordo contigo, irmão. ? pronunciou Loki em mesmo estado físico. ? Está mais do que na hora de darmos um ponto final a essa história. ? completou o deus.

    As espadas foram erguidas de forma ameaçadora, os dois deuses se encararam dispostos a acabar com aquilo, um observava o outro esperando o próximo movimento do adversário, porém nem um deles atrevia-se a avançar, e de repente o uivo selvagem de ambos fugiu de suas gargantas, com o impulso eles correram um ao encontro do outro, as espadas miravam o coração, seria um golpe fatal, do qual apenas um seria o vitorioso, se é que existe vitória na morte. Após o cruzar de laminas, parados de costas eles ficaram, ambos ofegantes e fracos, mas para a surpresa de Heimdall, Loki soltou uma sonora gargalhada, zombando do rival enfraquecido.

    - Não me diga que esperava me matar com esse mísero golpe de espada, Heimdall? ? a voz maldosa e zombeteira de Loki preencheu os ouvidos do rival que apenas limitou-se a ficar de frente para as costas do deus do fogo.

    Era verdade que o guardião da ponte que ligava os mundos estava enfraquecido, mas não se deixou abalar pela voz do inimigo. Heimdall tossiu um pouco de sangue. Agora ele tinha certeza, o golpe de Loki havia perfurado seu peito. Os olhos astutos do deus sábio fitaram o seu próprio sangue que escapava do seu corpo nos diversos lugares feridos por seu rival. Heimdall estava morrendo, isso era fato, mas ele não era o único, iria arrastar Loki consigo para os confins do inferno.

    - Está velho e fraco, irmão! ? continuando a zombaria, o deus que representava o mal no Ragnarok, ficou finalmente de frente para o guardião. ? Este é o seu fim, Heimdall, seu tolo!

    - Posso ser um velho, Loki, mas sei que não irei partir sem ti. ? praguejou o outro.

    A fim de desferir um golpe final, Heimdall usou suas últimas forças para invocar um feitiço que colocaria fim a vida do inimigo. Ele sabia que com essa magia, ele também viria a falecer, mas ele não tinha mais o que perder. Odin, Thor e muitos outros deuses estavam mortos, assim como os filhos de Loki também estavam.

    - Levarei você para tumba comigo. ? berrou o deus com círculos contornados por runas mágicas. Era um feitiço rápido e poderoso, e Loki demorou a perceber aquilo.

    Os olhos castanhos do deus do fogo dilataram, e antes que ele pudesse fazer algo para deter o ataque, o feitiço atingiu seu corpo acabando assim, de vez com sua vida. Enquanto a magia atingia sua vítima, Heimdall tinha que suportar ouvir os gritos de desespero de Loki. Ele sabia bem que era algo doloroso, pois por muitos era considerada a maneira mais horrenda de se dar fim a uma vida.

    Após assistir a morte do rival, o guardião finalmente sentiu que podia descansar, e assim repousou a folha da espada no solo, a fim de se apoiar como fizera minutos atrás, mas o momento não durou muito. Logo a cobrança pelo feitiço proibido chegava, e com isso Heimdall sentiu enormes dores no peito. Ele já estava ferido pelos golpes da arma branca do inimigo, e agora aquela insuportável dor tomava conta de seu coração.

    Já sem forças, o deus não conseguiu mais se sustentar mesmo com o auxílio da preciosa espada que sempre estivera consigo. Assim, Heimdall tombou no chão desfalecido tendo o mesmo destino que Loki. Os corpos serviriam de adubo após serem esquecidos por meses ou quem sabe até mesmo séculos naquele campo.

    A guerra havia acabado. Muitos haviam morrido, mas havia também os sobreviventes, e esses seriam os responsáveis pelo novo destino da humanidade, os filhos de Thor, Magni e Modi, assim como previsto herdaram Mjollnir, o famoso martelo de Thor, cujo pai usara em diversas batalhas, e com este tiraram a vida de uma das crias de Loki, Fenrir, aquele que matara Odin, enquanto a serpente Jormungand fora morta pelo próprio deus do trovão, mas infelizmente, ele havia falecido em combate assim como seu pai, Odin. Assim havia sido o Ragnarok.

    Niflheim. A região de Helgardh comandada por Hel, a senhora do reino dos mortos, estava agitada. E com motivo, muitos haviam morrido, e eram encaminhados para aquele lugar, mas a filha de Loki não estava preocupada com isso. Seus esforços eram concentrados em arrastar seu pai para o seu domínio.

    - Aquele maldito. ? exclamou ela acariciando a cabeça de um corvo qualquer que pousava em seu ombro esquerdo.

    Hel era uma das crias do deus do fogo com a giganta Angrboda. Sua aparência, de fato não era bela, mas com os anos, aprendera algumas magias que ajudavam a disfarçar a metade do seu corpo em decomposição.

    - Eu sempre soube que meu pai seria assim até o final. ? com a voz espectral, ela reclamou soltando um pesado suspiro.

    O corvo cantou sua canção de morte, e um sorriso surgiu nos lábios da senhora daquela região. Ela sabia que aquele era um aviso de que Loki estava finalmente próximo.

    - Mesmo sabendo que ele apenas me usa, me divirto com as obras de meu pai. ? confessou a deusa pondo-se de pé. O pássaro negro levantou voou assustado pelo súbito movimento da mulher.

    O ser alado pousou no topo do trono que, já era ocupado por outros diversos corvos que após o piar do primeiro, deu-se inicio uma orquestra de mau presságio.

    Um ser que permanecia desacordado foi surgindo pouco a pouco no piso forrado por crânios. Não era de fato, um corpo físico, mas sim o espírito do deus do fogo que estava quase para se perder logo após a sua derrota na batalha com Heimdall. Hel havia usado sua magia, e suas habilidades para conseguir trazer o pai até seus domínios.

    Com um pouco de dificuldade, e sem acreditar que ainda existia, Loki sentou-se no chão e procurou, com o olhar confuso, entender o que estava acontecendo. Quando os olhos castanhos encontraram o corpo encapuzado de sua filha, ele compreendeu o que ocorria.

    - Hel, minha filha. ? começou ele agora esbanjando calmaria. ? Eu sabia que você não me abandonaria querida.

    A voz repleta de emoção de Loki era bastante convincente, não era a toa que por muitos era chamado de deus da mentira e trapaças, mas Hel sabia bem diferenciar as palavras do pai após anos de solidão em meio aos mortos e corvos.

    - Poupe-me de bajulações. ? pediu ela sem retirar os olhos do homem a sua frente, que se erguia usando as mãos como apoio, afinal, seu corpo ainda estava fraco pela batalha de minutos atrás.

    Loki não pode evitar soltar uma sarcástica, e baixa risada debochada. Não havia dúvidas de que a jovem era realmente sua filha.

    - Você realmente cresceu rápido. ? comentou, agora já de pé. O sorriso ainda permanecia na face clara. ? Mas diga Hel... Você não me traria de meu descanso eterno se não fosse por um bom motivo. Diga-me o que tem em mente. ? pediu mais sério. Ele estava curioso sobre as intenções da jovem.

    Loki tinha razão, a senhora de Helgardh não tinha o costume de perder sequer seu tempo com coisas inúteis. Tudo que ela fazia tinha um propósito. A jovem nunca se metia em algo que sabia que iria perder. Portanto, Loki tinha seus motivos para acreditar que a filha tramava algo.

    Mesmo com o manto, escondendo quase por completo as feições de Hel, o homem pode ver a silueta de um sorriso vitorioso.

    - Quem irá fazer as perguntas, meu bom pai, serei eu. ? informou. Seu corpo esguio e feminino estava perigosamente próximo do corpo espiritual do pai. Ela queria mostrar que naquele momento, ela seria a única salvação, e chance de vida de Loki. ? Diga-me... ? voltou a falar com o sorriso que ainda exibia na face.

    - Gosta de apostas?

    Fim Prológo


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