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Já faz 2 anos que me mudei para Tokio, trabalho como vendedor de jogos nos meus tempos livres, para poder pagar as propinas da faculdade. Estou no meu 2º ano do curso de desporto.
Já faltava pouco para o meu turno acabar, observava as pessoas a passarem na rua, apesar de estar cá á 2 anos ainda não me habituei ao movimento da cidade. Pois em Sapporo minha terra natal, penso que as pessoas são mais calmas.
- O que passa Taro-kun? ? Diz o proprietário aproximando-se até ao balcão ? Estás pensativo.
- Nada de mais, Isao-san.
- Se o dizes - Encolhendo os ombros um pouco decepcionado com a minha resposta.
Ainda me lembro quando cheguei a esta enorme cidade, sentia totalmente perdido, o velho Isao-san foi a primeira pessoa quem ajudou-me, e quem me deu trabalho, sem excitar, também acolheu-me em casa dele quando estava á procura de uma.
- Fica o tempo que quiseres. ? Satisfeito por ajudar-me.
- Ok, mas eu não quero dar trabalho. ? Disse.
- Meu filho, não dás nenhum trabalho. ? Diz a mulher dele contentíssima. ? Afinal, o que faz um rapaz tão giro como tu nesta enorme cidade?
- Tive de mudar-me para cá, para poder ir para a faculdade de desporto.
- Desporto?! ? Isao surpreendido. ? O nosso filho também queria ir para essa faculdade. ? Um pouco entristecido.
Contou-me nesse dia que o seu filho fora vitima de atropelamento, quando caminhava para escola, tinha apenas 17 anos, também disseram-me que era muito parecido com o ele, não em termos de personalidade mas sim em termos físicos. Penso que foi isso o que levou-o a ajudar-me, quando vim para grande cidade, de qualquer forma agradeço aos dois tudo o que fizeram por mim.
- Taro-kun, se quiseres podes ir? ? Com um sorriso nos lábios. ? Como sempre fizeste um bom trabalho.
- Obrigada Isao-san. Até amanhã.
- Até amanhã.
Cá fora o frio sentia-se pelo corpo todo, até mesmo com o cachecol sentia a brisa gelada no meu pescoço.
Comprei um pequeno apartamento nos redores de Tokio não muito longe da faculdade nem muito da loja. Em casa as únicas presenças que me recebiam eram a escuridão e o silencio. Iluminei o compartimento da sala, posando a mala e as chaves no sofá, reparei que atendedor de chamadas tinha uma mensagem, ouvia.
? Como vais meu filho? Espero que esteja todo bem contigo, espero em breve falar contigo tenho muitas saudades tuas. Beijinhos. ?
Desde da separação do meu pai a minha mãe nunca mais foi a mesmo ás vezes tem recaídas é nessas alturas que fico mais apreensivo, mas ultimamente tem andado bem, custou-me muito separar dela, pois eu era a fonte de bem estar e equilibro dela.
Ultimamente não tive oportunidade de falar com ela, com os trabalhos da faculdade e do trabalho da loja deixam-me um pouco esgotado, mas hoje irei falar com ela, comecei a marcar o nº de telefone, esperei que no outro lado da linha ouvi-se a voz dela.
- Estou sim? ? Diz minha mãe.
- Mãe sou eu.
- Taro, meu filho.
Notei pela voz da minha mãe que se tinha emocionado.
- Como estás? ?Rindo-me.
- Eu vou bem, e tu meu filho?
- Também, desculpa-me por não ter falado mais cedo contigo é que com os trabalhos da faculdade e trabalho na loja...
- Tudo, bem meu filho já por ouvido a tua voz fico reconfortada. ? Rindo-se.
- Fico feliz, por ouvir isso. Diz-me, tens saído com as tuas amigas?
- Sim, olha da outra vez fomos...
Fico mais aliviado por saber que a minha mãe esta mais animada, talvez a companhia das suas amigas tenham feito o seu efeito, ela adora contar-me as suas pequenas e grandes aventuras que tem com as amigas.
- Taro?! Meu filho ainda estás ai?
- O quê?! ? Saindo do meu pensamento. - Sim, desculpa-me. ? Rindo-me.
- Espero que tenhas uma boa noite, meu filho. ? Num tom carinhoso.
- Eu digo também o mesmo, boa noite, se precisares de mim não hesites em ligar-me, ok?
- Claro. ? Desligando.
Encaminhei-me para a janela do meu quarto olhei o céu, estava limpo apenas via-se o luar a iluminar o céu nocturno.
- Falta só mais 3 anos.
Deitei-me na cama, pousei os meu olhos no tecto, fechei-os lentamente. Quando os abri outra vez , estava diante do portão da minha escola secundaria, nesse mesmo instante que entrei pelo portão o cenário mudou, encontrava-me agora ao pé dos dormitórios, mais concretamente há porta do dormitório de Yuzo-senpai, um rapaz de estatura alta, com cabelo curto de tons escuros, olhos castanhos claros, usa sempre óculos no seu rosto, o meu primeiro amor, mas também a minha grande desilusão, foi neste quarto que vi ele a trair-me com um outro rapaz. Apesar de ter acreditado nas suas doces palavras quando tirou-me a virgindade ?És único? ou ?Nunca irei deixar-te?.
Quando abrir a porta do quarto vi-os, bem como ouvia seus gemidos de prazer. Fiquei sem reacção para a situação. Dias depois do sucedido fui falar com ele para perceber porquê de o ter feito.
- Porque o fizeste? ? Num tom serio, com punho serrado.
Yuzo-senpai, sorria-se para mim com algum desprezo sentando na beira da cama com a camisa aberta vendo-se o porte atlético dele, já que praticava desporto.
- Apeteceu-me simplesmente. ? Olhando para mim com malícia.
A resposta dele deixou-me confuso, não conhecia a pessoa que estava á minha frente este não é Yuzo-senpai que conheci, ele sempre preocupou-se comigo e fora sempre simpático.
- Ainda estás aqui? ? Já levantado compondo a camisa, com olhar desprezaste para mim.
- Yuzo-senpai, diz-me a uma coisa ? Olhando serio para ele num tom firme. ? aqueles dias que passamos juntos e a declaração que fizeste-me tudo isso foi mentira?
- Aquilo todo fazia parte de uma aposta, que fiz com os meus amigos.
Cada palavra que dizia congelavam todo o meu corpo.
- Eu apenas usei-te como divertimento, nada mais, achas mesmo que ia apaixonar-me por alguém como tu. ? Rindo-se na minha cara com a maior naturalidade. ? Se me dás licença tenho que ir. ? Deixando-me sozinho no quarto dele.
Ainda conseguia ouvir o riso dele para além da porta do dormitório.
Acordei um pouco sobressaltado, respirei fundo fui até á casa de banho para refrescar o meu rosto olhei-me no espelho fixamente. Foi desde desse dia que deixei de confiar nas pessoas principalmente nas suas intenções, fechei o meu coração revestindo-o com uma pedra de gelo. È claro que tive relacionamentos para além de Yuzo-senpai, mas não duravam muito tempo, pois não confiava nas pessoas a cem porcento e por causa disso com o tempo deixe-me de preocupar com relações amorosas bem como de amizade, apesar de ainda ter alguns amigos em Sapporo.
Agora apenas vivo para a faculdade. Após de limpar o meu rosto fui ver TV, não dava nada de jeito que me interessa-se. Eu nunca contei nada á minha mãe acerca do que acontecerá na secundaria ela pensa que perdi a virgindade com uma rapariga.
Passava de canal em canal sem muito interesse, até que deixe num canal de concursos, era um concurso de descobrir palavras.
Em breves segundos alguém toca á campainha.
- Mas quem será a esta hora? ? Levantado-me em direcção á porta.
Abri a porta sem muito interesse, diante de mim estava um rapaz jovem talvez um pouco mais velho que eu, apresentava cabelo curto de cor castanho escuro, tinha um pequeno brinco na orelha direita, o olhar dele de certo modo era profundo vestia um casaco de cabedal, com headfones de cor branca ao pescoço.
- Esta é a casa de Taro Yamato?
A pergunta dele intrigo-me.
- Sim eu sou o Taro em que posso ajudar-te? ? Não percebendo nada do que estava a passar-se.
Este retira um pequeno papel e dá-me, reparei que tinha o logo da faculdade. Comecei a lê-lo atentamente, surpreendeu-me um pouco o que vinha lá escrito.
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?Taro desculpa-me, por não ter te avisado hoje na faculdade, mas hoje chegou um novo estudante para o mesmo curso que tu estás a tirar. Será possível ele hoje passar a noite ai em tua casa? O seu nome é Seiji Noboru?.
Comprimentos
Director Fuyuki Hajime
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Bem parece que não tenho opção já que o director é meu amigo e confia em mim a cem porcento. Suspirei, dando-lhe passagem. A ideia de ele ficar aqui não me agradava mas como era só por uma noite, vou deixar passar.
- Vou buscar alguns lençóis e cobertores para ficares mais confortável. ? Dirigindo-me ao meu quarto, até ao armário.
Amanha sem falta vou falar com o director.
- Isto deve servir para o efeito.
Dirigi-me para sala, lá estava ele já sem o casaco de cabedal, só apenas com uma camisola branca ainda a instalar-se.
- Aqui tens, penso que deve chegar. ? Poisando em cima do sofá.
- Obrigada. ? Sorrindo-se.
O sorriso dele foi-me neutro apenas disse até amanhã virando-lhe costas dirigindo-me para casa de banho.
Após acabar de me arranjar deitei-me pois amanhã seria um novo dia e bem longo.