A vingança de Saya

Tempo estimado de leitura: 33 minutos

    18
    Capítulos:

    Capítulo 5

    Uma chance

    Heterossexualidade, Incesto, Mutilação, Violência

    Os olhos de Saya pegaram fogo, outra vez ela voltara no tempo, vendo o dia em que nuca gostaria de lembrar. O medo, o ódio tudo o que passou por seu corpo há dois meses o invadira novamente, ela tinha uma vontade louca de voar para cima de Yuuka com sua espada voltada ao peito da jovem. Mas algo a fez voltar ao seu estado de paz, algo que tocara em suas mãos frias, aquecendo-a, ao sentir este toque o corpo de Saya estava calmo mais uma vez, Inari apertava seus dedos levemente contra os da jovem. Ela começou a caminhar puxando seu amigo que ainda segurava sua mão, de cabeça erguida olhou para os olhos de Yuuka e entrou. Fingindo que nuca avirá antes. ?Por favor, vá embora.? ela dizia em mente. ?Por favor, por favor.?

    ? Saya! - A moça a chamou na porta. Aos poucos Saya foi se virando tentando prender as lagrima e se manter ereta. Ao olhar Yuuka ela percebeu que a mesma também tinha lagrimas presas nos olhos.

    ? Controle-se. - Disse Inari ao seu ouvido. - Apenas tente. - Saya assentiu.

    ? O que você quer? - Ela perguntou firme.

    Havia algo no peito de Yuuka que dizia que Saya, por mais inocente que fosse nunca a perdoaria, mas ainda sim ela mantinha sua esperança intacta. Era difícil de acreditar que sua antiga ?melhor amiga? estava a sua frente, estava bem, e tinha conseguido amigos de verdade amigos que fora reservado pelo destino, para uma jovem quase sem coração, afinal, depois do que passou Saya com certeza não era mais uma simples jovem colegial.

    ? Podemos conversar? ? Perguntou Yuuka.

    ? Inari posso usar seu escritório? - Ele assentiu ? Venha comigo. ? As duas seguiram para a sala onde Saya passava a maior parte do tempo.com Makiko.

    ? Como conseguiu chegar aqui.

    ? Isso não te interessa. - Disse Saya de cabeça erguida, ainda tentando segurar as lagrimas.

    ? Você mudou muito.

    ? Graças a vocês.

    ? E porque veio para cá? - Yuuka tentava não se mexer.

    ? Para ter minha próxima missão concluída. ? Disse Saya colocando a mão no olho enfaixado.

    ? Vingança. ? Yuuka agora sentia o medo percorrer seu corpo.

    ? O que você quer? ? Disse Saya colocando as mãos na mesa.

    ? Seu perdão? ? O susto tomou conta do olho vermelho de Saya, seu olho enfaixado ardeu. ? Quando aceitei entrar no joginho de Fumito. ? Ela prosseguiu. ? Nunca imaginei que acabaria me apegando a você. No começo você era apenas trabalho, mas conforme os dias foram passando comecei a aceitar sua amizade, e te ver como irmã, mas eu tinha medo, medo de lhe contar tudo e morrer ou pior perder minha melhor amiga.

    Mais uma vez Yuuka secava as lagrimas que caiam constantemente de seus olhos, era difícil se manter intacta estando na frente de uma pessoa que há alguns tempos deixara em um lugar deserto para morrer. Saya se esforçava ao Maximo para não chorar.

    ...

    Do lado de fora da sala, Inari, Makiko e o filhote de Cachorro não conseguiam se concentrar em nada, apenas pensando em Saya dentro da sala com uma pessoa que dizia ser sua inimiga. Inari caminhava de um lado para o outro, Makiko sentou-se do lado do cachorro roendo as unhas, roera tantas vezes que sentiu seu dente puxar um pedaço da carne de seus dedos fazendo com que uma pequena gota de sangue formar na ponta de seu dedo. O filhote balançava a cabeça de um lado para o outro, seguindo os passos de Inari, a cada virada de corpo do rapaz o animalzinho revirava os olhos.

    ? Da para você ficar quieto. ? Disse o cachorro com um olhar sério. ? Estou ficando tonto.

    ? Não sei como consegue ficar tão calmo assim. ? Makiko levantou-se olhando para a porta. ? Saya está lá dentro sozinha com aquela doida, sabe-se lá o que ela pode fazer com a pobrezinha.

    ? Se for levar para o lado violento, acho que Saya já teria a matado e agora poderia estar tomando o sangue de Yuuka. ? Inari e Makiko fitaram o cachorro assustados, afinal ele poderia estar certo. ? Estou brincando. ? Disse o animal ainda sério.

    ? Do jeito que você falou não parecia brincadeira. ? Makiko, cruzou os braços.

    O animal revirou os olhos descendo do banco e colocando o focinho em baixo da porta, sentindo o perfume que Saya usava algo que Makiko com certeza passara na jovem, afinal a pobre Saya tinha virado boneca para Makiko, que adorava vesti-la e maquiá-la. Também havia outro cheiro na sala algo que o cachorro desconhecera, era Yuuka, ele ouviu as vozes na sala. Yuuka falava, Saya suspirava tentando prender suas lagrimas.

    ? E ai? ? Perguntaram os dois juntos.

    ? Eu estava certo. Ela esta morta. ? Inari levou outro susto que o fez correr para a porta. ? Era brincadeira. ? Disse o animal, colocando-se em sua frente.

    ? Você adora assustar os outros né? ? O cachorro o olhou com tédio e deitou-se ali mesmo no tapete da porta.

    ? Como se fosse fácil para eu esperar, eu sou humano. ? Disse Inari irônico.

    Agora todos estavam em silencio, Inari voltara a andar de um lado para o outro, mas agora pensava em Saya, na noite em que a conhecera há um mês atrás, uma menina quase sem coração, uma menina que não tinha medo da vida ou do mundo.

    ? Inari! ? Um dos empregados gritou da cozinha. Inari e Makiko foram até o rapaz de olhos negros e cabelos claros, vestido com um avental.

    ? O que ouve? ? Perguntaram

    O rapaz apontou para o aparelho de televisão em cima de um balcão, perto da porta.

    ? Ai meu Deus. ? Makiko tinha a mão na boca. ? Vocês foram filmados.

    A imagem na televisão era a de Saya jogando o furukimono em cima de um carinho de sorvete, ?Morra? o som saiu da caixa, uma câmera focou no rosto de Saya parando a imagem, do lado da imagem havia a foto do Furukimono. As palavras apareceram cortando as fotos ao meio.

    ?O que são??

    ? Inari, péssima noticia para te dar. ? Makiko olhava para o restaurante. Inari percorreu toda a cozinha até ela, em uma pequena janelinha na porta de entrada da cozinha, havia uma grande multidão de repórteres e fotógrafos, do lado de fora do restaurante.

    ...

    Saya ouvia as palavras de Yuuka, que deixava as lagrima escaparem de seus olhos, a jovem contava todos os planos de Fumito e o que ocorria quando alguém se opunha a ele.

    ? Eu ainda tenho medo. ? Disse Yuuka olhando para o chão. ? Bom cheguei à conclusão de que você é tudo o que eu preciso para separá-lo.

    Agora o silêncio caminhou pela sala, Saya pensava nas palavras que acabara de ouvir, havia muitas coisas que ela poderia dizer naquele momento, coisas que nem ela e nem ninguém poderia explicar, mas o que são palavras para uma menina que até pouco tempo não conhecia o mundo como nós? O que seria certo dizer para uma pessoa que muitas vezes fora seu porto seguro, o que dizer para uma velha amiga? As frases que aparecia na cabeça da jovem Saya eram frases que mexeriam tanto com ela quanto com Yuuka, mas ela não falou nenhuma das que pensou, disse apenas palavras que seus lábios queriam.

    ? Parece que minha briga não é com você. ? Saya lutava com suas lagrimas. ? Qualquer um no seu lugar aceitaria dinheiro, Inari me ajudou bastante a entender certas coisas.

    ? Você gosta muito desse Inari não é? ? Yuuka disse sorrindo.

    ? Sim. ? Saya também sorriu. ? Ele me ensinou muitas coisas. E eu acabei percebendo que por mais que eu tente sentir ódio ou rancor de você eu não consigo para mim você é especial, não sei por que mais é.

    ? Isso seria um tipo de perdão?- Perguntou tombando a cabeça para a esquerda

    As lagrimas de Saya venceram agora caiam feito chuva, molhando seu rosto, pequenas gotas caiam em sua camisa branca. Ela correu até Yuuka abraçando-a forte, tendo seu abraço retribuído pela outra, algo que fez Saya chorar ainda mais, agora suas lagrimas molhavam o vestido de Yuuka.

    ? Acho que sim. ? Sua voz saiu abafada, pois seu rosto ainda estava contra o ombro de Yuuka.

    ? Obrigada. ? Yuuka olhava para o teto do escritório, sorrindo.

    Muitas vezes as pessoas esquecem do mundo a nossa volta e acaba nos fazendo sofrer por simples egoísmo, mas se um dia você decidir se redimir, o primeiro que você deve pedir perdão é para aquele que sempre esteve ao seu lado, mesmo nos dias em que você não estava nem ai para ele, todos merecem uma segunda chance, se quiserem ter.


    Somente usuários cadastrados podem comentar! Clique aqui para cadastrar-se agora mesmo!