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Não tinha momentos melhores do que aquele no qual ela ficava abraçada com ele, sobre sua proteção, sobre seus cuidados.
Sentou-se na cama e observou o amado dormir. Tinha a expressão tão singela e calma, tão lindo. Os lábios entreabertos foram encobertos pelo seus. Como era bom sentir seus lábios quentes nos seus.
Levantou-se e vestiu-se. Observou por alguns instantes o amado Kurosaki-kun antes de sair do quarto.
- Inoue?
Virou-se rápidamente para ver a dona da voz, conhecida, mas no momento não lembrava. Pensou ser Rangiku, já que as festas não aconteciam no segundo andar da mansão.
- O que faz aqui?
Era Senna. A ruiva podia estar tendo apenas impressão, mas Senna sempre aparecia em seus momentos com Kurosaki.
- Senna? - Surpreendeu-se. - Eu... O Kurosaki-kun... Agente ... - Tropeçando nas próprias palavras tentou formular alguma frase. - Estava terminando os curativos do Kurosaki-kun. - Mentiu.
- Terminando? - Indagou intrigada. - Estranho, a briga foi a um tempinho já, então ele deve estar machucado. - Demontrou preocupação. - Ai meu Deus, o Ichigo está bem?
- Ele está. - Sorriu. - Agora está descançando. - Explicou. - Acho melhor decermos. - Disse caminhando em direção as escadas.
Só quando já estava distante do quarto percebeu que Senna não lhe acompanhava, deduziu que ela teria ido para outra direção. Pequeno erro.
- Lindo! - Cochichou.
Senna sentou-se na beira da cama e fitou o jovem de madeixas laranjas que dormia coberto apenas por um lençol.
Sentiu odio de Inoue, mas ao mesmo tempo sentiu-se satisfeita.
- Por que ela sempre fica com a melhor parte? Maldita.
Despiu-se e aproximou seu rosto com o do rapaz. Pode escutar a respiração calma dele, sorriu.
Deitou na cama recostando a cabeça no peitoral de Ichigo. Escutou as batidas calmas de seu coração, desejou que fosse por ela cada batida. Docê sonho.
Confuso e ainda em meio ao sonho e realidade, Ichigo abraçou o corpo que aproximou-se dele, deslizando sua mão pela cintura de modo que pudesse apertá-lo contra seu corpo.
Senna sentiu os braços quentes lhe apertarem, sorriu. Agradeceu mentalmente a Grimmjow e fechou os olhos para usufruir mais daquele momento.
Um pouco mais de meia hora passou, Senna já quase pegava no sono quando sentiu o corpo ao lado remexer-se.
- Porra!- Xingou assim que os olhos tiveram contato com a luz que permanecia acesa. - Por que agente nunca apaga a luz Ino- - Calou-se assim que percebeu que a pessoa ao lado não era com a qual havia dormido.
- Ichi. - Bocejou, fingindo estar acordando. - Já acordou? Seus machucados estão melhor?
- Senna? - Perguntou confuso. - O que você está fazendo aqui?
- Ora Ichigo. - Ajoelhou-se na cama enrolando o corpo nu em um lençol. - Me mágoa muito saber que você não lembra de nada. Será que estava tão bêbado assim? -Deixou os olhos marejarem um pouco.
- Senna eu... Desculpe. - Bufou irritado consigo mesmo. - Mas é que pra mim, não era você que estava antes e ... A foi mal. - Tentou explicar-se.
- Tudo bem Ichi. - Selou seus lábios no dele, fazendo com que ele surpreendece-se. - Depois que você saiu daqui com a Inoue, notei algo errado, não sei dizer ao certo mais acho que ela... - Hesitou desviando seu olhar do dele.
- Que foi? - Perguntou preocupado.
- Ichigo eu acho que a Inoue te drogou. - Revelou.
- Como assim? - Esbravejou. - Tá maluca? A Inoue não faz essas coisas.
- Desculpa Ichigo. - Finjiu começar um choro. - É que quando vocês sairam daqui, você estava se comportando de uma forma estranha e também a vi conversando com o Nnoitra e pensei... Desculpa.
- Tudo bem Senna! - Levantou-se prendendo com um nó o lençol a cintura. - Não se preocupa, a Inoue não é desse tipo, ela é uma pessoa boa. - Sorriu.
Ichigo juntou suas roupas que estavam espalhadas pelo chão do quarto e reparou na mesinha próxima a cama.
Na mesa havia duas taças, uma ainda com um pouco de líquido e a outra vazia, com um tipo de sugeira esbranquiçada grudada no fundo, ao lado um saquinho plástico com um pouco de resíduo branco. Ichigo estranhou não ter nenhuma garrafa e lembrou-se não costumar ser tão romántico com as garotas, mesmo com Inoue. Preferiu deixar de lado.
- Eu vou me trocar no banheiro aproveite pra se vestir. - Piscou e depois virou-se de costas caminhando em direção a porta do banheiro. Tocou a maçaneta e antes de girá-la lembrou-se de algo que não poderia ser esquecido assim. Voltou a fitar Senna que juntava suas roupas do chão. - Senna. - Chamou.
- Hm? - Estava ocupada agachada de cara ao chão procurando por suas roupas de baixo da cama.
- Agente us-
- Sim! - Ajoelhou-se levantando a mão ao alto para mostrar o pacote de camisinha que certamente não era eles quem tinham usado já que não tinham feito nada.
Ichigo riu, as mechas bagunçadas do cabelo da morena balançavam de um lado ao outro com o pouco vento que adentrava pela sacada. Não pode negar que era sedutor vê-la de cabelos soltos, já que esta usava sempre o cabelo preso em um rabo de cavalo.
Senna observou seu príncipe adentrar o banheiro e fechar a porta. Bateu a mão no colchão e apertou o pacote contra ele.
- Maldição! - Esbravejou. - Eu te odeio Inoue Orihime. - Declarou em um susurro audível apenas pra ela mesma.
_X_
Já passava das sete horas da manhã, a maior parte das pessoas já haviam ido embora, os que ainda estavam dormindo pelos cantos estavam sendo expulsos.
- Não acredito que o Ichigo usou o quarto dos meus pais de novo. - Matsumoto jogou-se no sofá ao lado de Inoue.
Ao escutar isso, Inoue corou lembrando-se de que foi com ela que ele inaugurou a noite.
- O Ichigo é um... - Sem conseguir terminar a frase Shuuhei deixou uma marca amarelada no sofá.
- SHUUHEI SEU NOJENTO. - Gritou Matsumoto ao ver a cena. - Mais um móvel que terá que ser reposto. - Anunciou olhando para o empregado que se encarregava de encubertá-la.
- Sim Senhorita. - Anotou algo no caderno.
- He. Desculpa Matsu-chan. - Pediu Shuuhei limpando o canto da boca com um pano dado pela epregada.
- Essas festas andam me dando muito trabalho. - Disse Matsumoto abraçando no colo uma almofada.
Inoue sentiu o coração apertar ao ver Ichigo descendo as escadas e logo atrás dele Tu Oderschvank Neriel.
Ao chegarem no pé da escada trocaram olhares cúmplices e sorriram. Neriel acenou para Matsumoto e foi embora enquanto Ichigo jogou-se em uma das poltronas.
- A Nel-chan de novo? - Matsumoto sorriu lembrando-se que o amigo disse que não aceitaria figurinha repetida.
Ichigo nada respondeu e fechou a cara. Sentiu que sua cabeça iria explodir a qualquer momento e reparou o desgosto de Hisagi com o acontecimento.
- Rangiku-san. - Chamou Inoue colocando-se de pé. - Eu já vou, marquei de ir bem cedo com a Tatsuki-chan assistir sua aula de karatê. - Explicou sorridente, embora seu coração não estivesse nada feliz.
- A Tatsuki. - A loira sorriu. - Diga que desejei boa sorte no próximo campeonato.
- Pode deixar. - Sorriu.
- Eu também já vou indo. - Ichigo colocou-se de pé.
Inoue sentiu o coração falhar uma batida, Ichigo sabia como machucá-la e cura-la em menos de segundos.
- Você não vem Hisagi-kun? - Indagou Inoue observando o estado de pena em que se encontrava o amigo.
- Acho melhor eu posar aqui. - Riu.
Matsumoto também sorriu assim como Ichigo, que logo entendeu que os dois queriam ficar sozinhos. Inoue ingênua piscou confusa, mas nada perguntou.
Ichigo e Inoue caminhavam pelo condomínio em direção a suas casas que não eram longe. O movimento já começava a se manifestar, pessoas saindo outras chegando.
Chegando à frente da casa de Inoue os dois pararam.
- Kurosaki-kun, obrigado. - Disse a ruiva.
Ichigo levou uma mecha dos fios ruivos atrás da orelha e deliszou a mão na maça de seu rosto. Tão belo, tão delicado. Observou seus lábios entreabrirem e fecharem várias vezes.
A ruiva tentava encontrar algo para dizer. Ichigo tinha ações que a deixava sem chão, tendo que ser segurada justamente por ele.
- Eu sempre vou te proteger Inoue.
O ruivo aproximou seu rosto do dela, escutou sua respiração desconpensada, sorriu antes de selar seus lábios nos dela.
Inoue o viu se aproximar, ficou difícil de respirar, seu coração acelerou ainda mais quando seus lábios tocaram o dela. O beijo de Ichigo sempre a deixava eufórica, mesmo que fosse apenas um selinho, mas ela sabia que para aprofundar-se ele só precisava de seu concedimento, e foi o que a ruiva fez.
Ao sentir o toque da mão tão delicada em sua nuca, Ichigo a enlaçou pela cintura, fazendo com que seus corpos se chocacem. Aprofundou o beijo experimentando cada perímetro de sua boca que era tão bem conhecida, até que a falta de ar chegou.
Ichigo sorriu enquanto Inoue ficou sem graça, desviando de todos os modos possíveis encará-lo.
- Acho que vou indo. - Depositou um beijo na testa da ruiva e lhe deu as costas.
- Até mais Kurosaki-kun. - Acenou.
Ficou a observar seu amado afastar-se. Sentiu falta de quando eram namorados. Sentiu falta de tê-lo sempre ao seu lado, chegavam tarde das festas, ficavam juntos durante o dia, saiam, sentiu falta de tê-lo só pra ela.Suspirou entristecida.
Sentiu algo vibrar e logo um toque começou. Vasculhou a bolsa até encontrar seu IPhone.
VOCÊ TEM UMA NOVA MENSAGEM.
Mensagem de: Tatsuki Arisawa Enviada ás 7:46 am 02/02/12.
Assunto: Bom Dia!
Oi Orihime. Você vem mesmo no karatê? Sabe que é ás nove e que o mestre não aceita atrasos né? Beijos Tatsuki.
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Mensagem para: Tatsuki Arisawa
Assunto: Ótimo dia!
Tatsuki-chaaaan! O Kurosaki-kun me trouxe até em casa e me tratou exageradamente bem antes de me beijar. Estou tão, tão feliz. Eu vou sim, pode deixar que não me atrasarei.
ENVIANDO...
Ela entrou saltitante para dentro de sua casa. A felicidade era tamanha que não conseguiria nem dormir um pouco antes da aula de karatê.
Foi quando sentiu uma mão tocar em seu ombro, assustou-se pois já estava dentro de sua casa e aos sabádos despensava os empregados. Os pais moravam nos Estados Unidos e o irmão viajava muito, e não se lembrava de estar na época dele reaparecer.
_X_
Acabará de acordar, tinha acabado de vestir sua roupa, optou por um vestido preto e meias de cano até o joelho.
Caminhou até a porta, tocou a maçaneta mas antes que pudece girá-la ela o fez por conta própria.
Deu um passo para trás assim que a porta se abriu por completo e revelou quem era. Ninguém mais ninguém menos que Kurosaki Ichigo, ele se surpreendeu quando a viu. Ele carregava na mão a camisa social e o zíper da calça já estava aberto, pronto para ser retirada, o colete havia caido no chão assim que se deparou com a pequena.
Rukia deu outro braço para trás ao ver a situação dele.
- O que você está fazendo aqui? - Indagou evitando ao máximo descer o olhar para sua barriga tão bem feita.
- Como assim o que eu tô fazendo aqui? Aqui é meu- - Calou-se ao analizar bem o quarto e reparar que não era o seu.
- Acho que você está enganado. - Riu.
Ichigo franziu o cenho e agachou-se para juntar seu colete. Rukia o observou sem demonstrar expressão alguma.
- Por que você está na minha casa? - Indagou levantando-se.
- Eu.. - Rukia ficou sem graça com a pergunta. - Eu vou morar aqui por algum tempo. - Explicou.
- Morar aqui? - Estranhou. - Deve ser coisa do velho. - Deduziu.
Rukia nada falou, permaneceu a encará-lo, assim como ele fazia.
Ichigo não era de gostar de mulheres baixas e magras, mas sentiu-se encantado com o olhar daquela.
Deu um passo para se aproximar. Ela seria mais uma para o seu final de semana. Ichigo estava acostumado a ter a garota que quisesse na hora que quisesse, essa não seria diferente.
Rukia o viu se aproximar e erguer a mão que pousou logo em seguida em sua nuca, a puxou para mais perto de forma que seus corpos se chocacem. Rukia arregalou os olhos e tocou seu peito. Ele sorriu como quem já a tivesse ganhado mas logo sentiu as mãozinhas tão pequenas dela o empurrarem e ela dar alguns passos para trás.
- O que pensa que está fazendo? - Esbravejou.
- Como assim?
- O que está acontecendo aqui? - Isshin surgiu na porta.
- Pai?
- Kurosaki-san. - Os olhos graúdos ficaram ainda maiores.
- Vai pro seu quarto Ichigo e Rukia-chan te aguardo lá embaixo. - Disse Isshin esperando que o filho saísse do quarto e indo logo atrás.
Rukia viu a porta fechar-se assim que pai e filho sairam. Percebeu o colete preto que o rapaz havia deixado cair assim que escutou a voz do pai. Sentiu tamanho ódio dele que teve que conter-se para não sair do quarto e esmurrá-lo. Agachou-se e recostou a costas na porta segurando com força o colete.
''Agora tudo está perdido! Serei mandada embora, Isshin não irá me ajudar com o emprego, tudo por culpa daquele idiota.'' Pensou.
Apertou mais forte o colete. O que faria agora? Teria de voltar para Tóquio e humilhar-se para seu cunhado? E agora? Era a pergunta que não saia de sua mente.
_X_
Isshin estava sentado na poltrona do quarto. E que quarto era aquele que mais parecia um chiqueiro? Roupas jogadas pelo chão, perfumes em cima da mesa de computador, camisinhas espalhadas pelos cantos, bebidas, sujeira. Teria ele dito a empregada para limpar toda a casa? Pensou.
- Então velho! - Ichigo surgiu saindo do banheiro. - O que houve?
Ichigo sentou-se na cadeira do computador e ameaçou ligá-lo, mas percebeu o desagrado do pai. Estranhou, era difícil ver seu pai sério daquele jeito. Resolveu prestar atenção.
- Ichigo. - Chamou com a voz séria. - Quando eu tinha a sua idade, também só pensava em curtir, namorar e beber. - Declarou em meio a um sorriso. - Mas uma hora, temos que criar responsábilidade. Que exemplo você quer dar a suas irmãs? - Indagou sério.
Ichigo piscou confuso. Seu pai até parecia uma pessoa normal. Não, aquilo devia ser uma brincadeira.
- Vou deixá-lo pensar quanto a isso. - Sorriu. - Sei que um dia surtirá efeito e te ajudará muito. Agora sobre a Rukia-chan.
Rukia-chan? Que intimidade, pensou. Mas o que ele queria falar sobre ela? Aliás seu pai nunca se importou com quem ele ficava ou deixava de ficar, será que agora iria implicar?
- O que tem ela? - Indagou o estudante.
- Rukia-chan é como uma terceira filha. - Sorriu parecendo lembrar de algo. - Você sabe sobre a proximidade de nossas famílias antigamente, certo? - Encarou o filho que estava confuso.
Ichigo não se lembrava muito bem disso, aliás era uma criaça. Mas aquele dia, aquele dia em que o líder da família Kuchiki envlveu sua mãe em um acidente, acidente esse que a matou, ele se lembrava. Imperdoável.
- Sim. - Respondeu sem ânimo naquela conversa.
- Sobre você e suas irmãs guardarem rancor da família Kuchiki, nós já conversamos, não é? - Ichigo acentiu com a cabeça. - Kuchiki Hisana e Kuchiki Rukia não tem nada a ver com o que aconteceu, ninguém tem culpa, foi um acidente.
- Acidente? - Sorriu irônico. - Pequeno acidente esse que matou minha mãe!
Isshin levantou-se e caminhou em direção a porta mas antes de sair encarou o filho por cima do ombro.
- Pensei que você já tivesse entendido. Só quero que esteja ciente de que se mágoa-la, se verá comigo.
Ichigo coçou a cabeça, já havia prometido a si mesmo que não culparia mais ninguém, que o tal Kuchiki não tinha culpa e havia salvo suas irmãs, mas as vezes... As vezes tamanho era o ódio que sentia por ele. Era algo incontrolável.
Levantou-se e olhou de relance no espelho e depois jogou-se na cama. A festa havia sido muito boa, como sempre. Precisava descançar, aliás, ainda era sabádo. Assim que cerrou os olhos as batidas na porta os chamaram para a realidade novamente.
- Irmão! - Yuzo chamou. - Posso entrar?
- Entra! - Gritou.
A loirinha adentro o quarto com uma bandeja de café da manhã, que foi depositada sobre a cama do rapaz.
- Hm... - Ichigo contorceu o rosto com um sorriso. - Café da manhã, que delícia.
- Pensei que, como você chegou tão tarde que chega a ser cedo, você estaria com fome. - Ichigo riu embalado com a caçula. - Irmão... Você e a Rukia-chan não...
- Táua luouca? - Mastigou uma pedaço da fatia de pão. - Aquela pirralha. - Revirou os olhos.
- Ela não é tão pirralha, aliás, é três anos mais velha que você. - Riu divertida.
Ichigo apenas encarou a irmã, que cessou as risadas.
- Ichigo mesmo assim, não a prejudique, ela é uma boa pessoa. - Pediu levantando-se da cama. - Ouça os concelhos do pai.
- O pai dela matou nossa mãe. - Cochichou para si.
- O quê? - Perguntou já abrindo a porta.
- Nada Yuzo, obrigado.
Yuzo nada entendeu mas decidiu deixar o irmão. Sabia de toda a história mas nunca culpou ninguém pelo que aconteceu, aliás, se tivesse algum culpado, este seria ela e Karin, assim pensava a docê menina.
_X_
O caminho de seu quarto até o escritório pareceu imenso, as pernas curtas e a tamanha ansiedade também dificultaram. Quando chegou em frente a porta, não sabia se realmente queria conversar com Kurosaki Isshin.
- Entre. - Gritou-se do outro lado da porta.
Ainda confusa por não saber como ele a viu, a pequena adentrou o escritório, sentando-se a frente de Isshin separados apenas por uma mesa amontuada de papéis.
- Rukia-chan. - Chamou com a voz séria. - Acho que deve saber o porque te chamei aqui, certo? - Indagou, desviando seus olhos dos papéia para os da pequena.
- S-sim, q-quer di-dizer, eu imagino. - Baixou a cabeça. - Kurosaki-san eu sinto muito, se o senhor me deixar expli-
- Para conversarmos sobre seu emprego, isso mesmo. - Riu divertindo olhando novamente para o papel em sua mão. - Rukia-chan quando lhe disse sobre o emprego, não era exatamente no hospital, pois você também não sabe fazer nada lá, certo?
Rukia acentiu com a cabeça. Sentiu seu corpo relaxar e até mesmo quis abraçá-lo para agradecer. Não teria que voltar para Tóquio, conseguiria um emprego e não se humilharia. Estava calma novamente.
- Rukia-chan. - Chamou amaçando o papel e o arremeçando na lixeira. Rukia correu seus olhos pela bolinha de papel no ar. - Quando você me ligou estava recebendo uma visita de um conhecido e por coincidência, ele precisa de alguém para trabalhar como atendente em sua lanchonete, é calmo, apesar de ser dentro de um colégio, espero que você aceite, ele ficará feliz.
- É claro que aceito. - Concordou com um sorriso de orelha a orelha. - Preciso muito desse emprego, não sei como lhe agradecer Kurosaki-san. - Levantou-se por impulso.
- Tem apenas um jeito. - Ele levantou-se e caminhou até ela. - Seja muito feliz, certo? - Lhe enlaçou nos braços. - À filha de um grande amigo meu, eu só desejo muita felicidade.
Rukia aceitou o abraço e o retribuiu, mesmo não querendo Isshin lhe transbosdava lembranças de seu pai. Ele era amável, a ajudava, a entendia, era um homem bom e extrovertido. Desejou passar mais tempo com ele.
- Muito obriga. - Resmungou segurando uma lágrima de emoção.