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Terça-feira, 02/11/2010 07:13 A.M
Todos os alunos estão sentados em seus devidos acentos enquanto o professor, que acabou de chegar, chama um colega novo para se apresentar.
? Entre, entre, não se acanhe ? o homem de quarenta anos chamava uma garota de cabelos longos e roseos que possuía olhos verdes como as mais brilhantes esmeraldas. Todos na sala ficaram fascinados com a aparência ?exótica? da aluna nova, mas esta mostrava não ligar para o que os outros pensavam.
? Muito prazer, chamo-me Sakura Haruno ? ela curvou-se um pouco para frente em uma demonstração formal de apresentação, mas não demonstrou muita emoção.
? Sente-se... ? o professor olha em toda a sala, até que avista uma cadeira no canto da parede desocupada ? ali ? apontou ele para a carteira afastada, que ficava próxima a um garoto de olhos e cabelos extremamente escuros.
Ela sentou-se e ficou calada. Esse seu silêncio prevaleceu até o sinal do intervalo tocar.
Quando a pequena rosada começou a arrumar sua mochila para levá-la para o pátio, uma garota loira de olhos azuis que vestia uma saia rosa, uma camiseta roxa que havia escrita ?coma-me mais que com os olhos? e calçava uma sapatilha rosa claro, acompanhada de mais duas garotas, se aproximou de Sakura.
? Ei... você novata ? a aluna nova apenas virou para encarar a pessoa. ? Você vai passar o intervalo com a gente ? proclamou a garota.
Sakura deu uma olhada melhor nela e nas companheiras, e percebeu que elas não ofereciam mal algum. Mas isso não queria dizer que ela ficaria com a ?Barbie e seus clones? no intervalo, já que a última coisa que queria era amigas, muito menos amigas patricinhas.
? Não, obrigada ? ela disse apenas isso, virou-se e foi embora, deixando uma loira muito braba para trás. Mas isso pouco importava para a aluna nova.
Pouco antes de a garota sair da sala, um rapaz de olhos de onix e cabelos perfeitamente negros esticou seu braço para abrir a porta de sua classe. Mas antes que este tocasse na maçaneta, a porta se abriu suavemente, revelando um par de olhos verdes penetrantes.
? Com licença ? ela disse apenas isso e ele abriu passagem, o que deixou, não só ele como as loiras que estavam na sala, intrigados, já que ele não é muito famoso por gentilezas. Mas após esse ?incidente?, nada mais de interessante aconteceu no intervalo, exceto o fato de ele receber uma ligação.
? O que você quer? ? perguntou da forma mais ignorante possível enquanto procurava os fones de seu MP4 em sua bolsa.
? Temos um serviço ? diz a voz ao outro lado da linha.
? Vou te pegar no colégio assim que sua aula terminar.
? Ok ? ele desliga o celular sem ao menos despedir-se. ? Pelo menos vou ter diversão de novo hoje ? pensa o rapaz.
O resto das aulas passou-se normal, exceto pelo fato de que, de vez em quando, o garoto pegava-se pensando em como os olhos da novata eram brilhosos, ou em como os cabelos róseos dela deviam ser muito macios. Mas ele punia-se mentalmente por sequer ter tido um pensamento desses.
Logo o sinal tocou para todos irem embora, o que deixou o moreno feliz, pois, ele sabia que logo chegaria a hora de matar e, se tiver sorte, torturar. Ele correu em direção ao carro que o esperava e logo adentrou neste.
? Estou vendo que está alegre ? disse o superior do garoto, que era mais conhecido como Hatake Kakashi.
? Diz logo, o que é para fazer? ? pergunta o garoto, improvisando um mau humor.
? Torturar ? os dois sorriram com aquela palavra e o carro começou a movimentar-se. ? Temos um traficante de drogas preso. Ele é acusado não apenas de tráfico como também de assassinato, estrupo, sequestro e formação de quadrilha. Eu quero que você...
? Descubra o que vocês não conseguiram descobrir ? o garoto de cabelos cor de noite interrompeu a fala de seu superior. ? Só tem incompetente no governo.
? Olha o que você fala, garoto. Eu só não te demito porque... ? interrompido mais uma vez.
? Porque eu sou o melhor que tem naquela joça ? disse, esboçando um sorriso que transmitia um ar de ?eu sou o cara?.
Depois de todas as explicações dadas o garoto, junto de seu superior, chegou ao local onde seria feito o ?interrogatório?.
Já era 04:15 P.M. quando eles chegaram onde aconteceria o serviço.
Adentraram em uma sala grande e muito bem iluminada no centro da qual estava um homem de mais ou menos vinte e sete anos em uma mesa aparentemente cirúrgica. Ele estava preso pelo tronco, pulsos e calcanhares.
? Trouxe meus brinquedos? ? perguntou o garoto de olhos negros.
? É impossível esquecê-los ? respondeu Kakashi, soltando um leve riso junto das pessoas ao redor.
Uma morena de olhos perolados apenas aproximou-se da mesa e começou a arrumar uma bandeja ao lado do ?paciente?. Nela estão materiais simples, tais como facas - de todos os tamanhos - seringas, serras, martelos e vários outros objetos que fariam qualquer pessoa ter uma morte muito dolorosa.
? Vamos começar a brincadeira ? disse o moreno, colocando uma luva e indo em direção ao homem deitado sobre a mesa.
Ele pega a menor faca, melhor dizendo, um bisturi e olha pra o seu superior.
? Primeira pergunta ? diz Kakashi.
? Quem havia lhe mandado seqüestrar e assassinar o vice-presidente? ? perguntou um homem vestido de terno que estava de pé no canto esquerdo da sala.
? Eu jamais vou falar ? gritou aquele que estava amarrado.
? É o que você diz agora ? disse Sasuke, que logo esboçou um sorriso diabólico. ? Vamos ver daqui à uma hora se essa vai ser a mesma resposta.
Ele olha para o homem e vê um cordão com uma cruz no pescoço e isso lhe da uma idéia.
? Pelo que vejo o senhor é católico ? ele depositou novamente o bisturi na bandeja. ? Hinata ? ele chamou a morena, que era como sua assistente. ? Eu quero que você me traga... ? ele sussurrou no ouvido dela para deixar como uma surpresa para os convidados.
Logo a jovem denominada Hinata saiu correndo da sala, deixando para trás Kakashi, que olhava para Sasuke com um sorriso explícito no rosto.
? Vejo que teve uma idéia ? o superior do rapaz acomodou-se em uma cadeira próxima, logo esperando o show que estaria por vir.
Em alguns minutos a morena volta com uma caixa. Ela colocou-a em cima da bandeja e a abriu.
? Estão no tamanho certo? ? perguntou ela, temendo ter errado.
? Tamanho exato ? a garota sorriu ao ouvir aquilo. ? Vamos continuar ? disse ele, pegando o martelo e um prego que tinha uns dez centímetros. O homem olhou aterrorizado para o garoto e debateu-se ao máximo, tentando soltar-se, coisa que de nada adiantou.
O garoto posicionou a ponta do prego sobre a palma da mão do homem e, em segundos, bateu com o martelo sobre o prego, o que arrancou gritos horrendos de dor do prisioneiro. Ele bateu mais duas vezes até que o prego estivesse prendendo totalmente a mão e logo em seguida foi para o outro lado.
? Está pronto para responder a pergunta daquele senhor? ? perguntou o garoto, torcendo para o que o homem negasse, coisa que este o fez, mas de forma diferente.
? Eu jamais vou falar o que vocês querem ? ele continuava a gritar as palavras.
? Melhor pra mim ? em um movimento rápido, o moreno colocou o outro prego sobre a palma da mão e deu três marteladas, coisa que arrancou mais gritos de dor.
Enquanto isso, a morena observava a cena, não aterrorizada ou amedrontada, mas sim fascinada.
? Logo será você que fará essas coisas, Hinata... ? a garota desligou-se de seus sonhos e olhou para o moreno. ? Preste bastante atenção ? continuou ele.
? Sim, senhor ? respondeu ela com seu tipico sorriso tímido.