A viajante

No meio de uma cidade populosa caminha uma menina com suas roupas rasgadas e um pedaço de pano enfaixando o seu olho, tentando impedir o sangue de escorrer em seu corpo, ela passava pelas pessoas sem olhar nos olhos dos curiosos que vagavam por suas veste até o olho enfaixado, em suas mãos havia um suporte de espadas carregando uma dentro de si. A jovem caminhou rumo a um beco, estreito e sem saída, ali ela se sentou esticando as pernas e apoiando a cabeça na parede umina olhando para cima vendo pequenas gotas de agua molharem seu rosto. Muitas pessoas passavam em frente ao beco, olhando para a pobre garota que ali estava. Ela estava fraca e faminta, sentia um cheiro maravilhoso que ficava cada vez mais forte, fazendo-a estremecer de desejo. A fome querendo agir só, queria domina-lá mas a jovem não queria ser dominada, lutava contra os desejos, lutava contra o cheiro esplêndido que invadia seu ar. Ela envolveu as mãos no estômago, ele falava com ela, clamava por comida. " O que está acontecendo comigo?" Ela pensou. " De onde vem este cheiro?" Seus olhos percorriam todos os lugares procurando o cheiro misterioso sem sucesso.

? É o sangue Saya. - Disse uma voz conhecida no lado escuro do beco sem saída. - Você deseja sangue Humano.

Ela olhou na direcção escura um filhote de cachorro incomum com estranhas marcas em seu corpo se aproxima. Novamente ela apertou o estômago, a fome só aumentava ela precisava se alimentar imediatamente.

? Eu... Não... Posso. - Gaguejou Saya.

? Não pode ou não quer? - O cachorro pousou as patas em sua perna.

? Eu não sou um monstro. - Sussurrou. - Não sou um monstro. - Ela pressionara o estômago com mais força.

? Está escurecendo, quer que eu te acompanhe a noite? - Ela recusou. - Muito bem volto pela manhã.

Antes que pudesse falar qualquer coisa o animalzinho já havia sumido deixando-a ali sozinha com apenas aquele cheiro, Saya agora estava perdida em seus pensamentos, a um mês atrás descobrirá que tudo o que viveu era mentira, lembrado dos dias que ria com as gêmeas, depois lembrou delas morrendo nas mãos de um Furukimono. Saya sentia ódio de todos que a traiu mas também sentia remorso pois para ela mesmo agindo como agiram ela os amava.

? Moça? - Disse uma voz masculina na entrada do beco. - Você está bem?

? Sim.

? Não parece, quer ajuda?

Ele estendeu a mão direita para ela, Saya não disse nada apenas a segurou. Saya sentiu o cheiro que o rapaz exalava, não era como o das outras pessoas, não tinha o cheiro de um humano, o cheiro dele era diferente, ela tinham certeza que ele não era uma das crianças anciãs, pois o cheiro delas era mais forte, e a vontade perto deles era mais forte também, esse rapaz não, Saya não tinha a mínima vontade de provar seu sangue.

? Nossa o que houve com você, até parece que lutou com monstros ou vampiros. - Ela arregalou os olhos assustada. Apertou a mão do garoto. - Calma... Era brincadeira. - Levemente Saya soltou as mãos quentes dele. - Aproposito eu sou Watanabe Inari.

? Kisaragi Saya. - Gaguejou ela.

? Então Saya o que ouve com você? - Ele perguntou enquanto passava a mão dela pelo pescoço.

? Se eu contar você não vai acreditar, então deixa pra lá. - Mais uma vez Saya apertou o estômago.

? Está com fome? - Ela assentiu. - Ok eu vou dar um jeito nisso.

Eles caminharam por alguns segundos, parando em frente a um restaurante chamado "Watanabe", Saya olhou para o nome no pequeno outdoor e para Inari, ele sorriu, dando a volta até a parte de trás do local, havia um placa na porta dos fundos do restaurante que dizia " Somente funcionários". Antes que o jovem tocasse na maçaneta a porta se abriu.

? Senhor onde você estava? - Perguntou uma moça com cabelos channel vestida de garçonete.

? Salvando a vida dessa jovem. Saya está é Matsui Makiko. Ma-chan está é Kisaragi Saya.

? Pobre garota. Você foi atacada por vândalos? - Saya abaixou a cabeça. - Esquece, venha cá acho que minhas roupas te servem, apesar de você ser muito magrinha. - Makiko olhou para a espada nas mãos da jovem que a apertava mais e mais.

Em um quarto decorado em rosa claro, com moveis branco, Saya se trocava, Mikiko emprestou um vestido preto, que tinha o mesmo comprimento da saia de colegial que antes usava. As duas seguiram de volta para o restaurante, a casa de Inari ficava em cima do restaurante de sua família. Na cozinha Inari usava suas habilidades de chefe de cozinha para comandar os rapazes e moças que trabalhavam para ele, o jovem parou e fitou a figura que estava no ultimo degrau da escada.

? Saya? Ficou melhor agora.

Ele sorriu, mas seu sorriso sumiu, ao ouvir os gritos de uma mulher no restaurante. Eles correram para frente para ver o que estava acontecendo, já Saya subiu de volta até o quarto para pegar sua espada que deixou em cima da cama. Ao voltar para baixo viu alguns funcionários escondidos atrás do balcão de comida. Junto da espada Saya correu para a entrada do restaurante, Onde Mikiko e Inari estavam, em seus olhos o medo tomava o pequeno espaço, pois em sua frente estava um furukimono, o bicho tinha 3 metros de comprimento, era uma ave, a única diferença que essa tinha das outras além da altura, era a grande calda que segurava uma jovem loira de olhos claros, provalvelmente uma turista, em sua boca o monstro segurava a cabeça de um rapaz, seu corpo já estava no estômago do animal sendo digerido, Saya subiu em uma mesa pulando em direcção ao monstro cortando sua calda, a jovem que estava sendo sufocada conseguiu voltar a respirar, Inari segurou a moça ajudando-a a se levantar mas antes que conseguisse se mover algo puxou seus pés, o monstro puxava o jovem com a boca, virou sua vitima para si, deu distancia mirando sua presa, então desceu em direcção ao rapaz, Inari fechou os olhos, esperando a morte, mas não sentiu dor, ou gritou, ao abrir os olhos viu Saya sobre o pescoço da ave com sua espada encravada no meio do crânio do animal. O bicho caiu para o lado, e Saya no chão. Estava fraca novamente. Ela fitava o sangue escorrendo da cabeça que estava dividida em duas, queria toma-lo, seu estomago desejava aquilo, mas virou-se para o lado. " Chega de sangue!". Gritou em sua cabeça.

? Quem é você? - Perguntou Inari.