Na escuridão do meu quarto

  • Finalizada
  • Dandap
  • Capitulos 3
  • Gêneros Drama

Tempo estimado de leitura: 15 minutos

    12
    Capítulos:

    Capítulo 2

    Origem

    Nudez

    Não conseguia ver o rosto da pessoa que, agora, identificava como um homem. Sentia o mesmo pânico que a pouco. Não conseguia entender o porque, se aquela aura que emanava daquele corpo que cobria a janela a sua direita não era nem um pouco hostil.

    Mas ele lhe dava medo. Lembrava-lhe o sonho que acabara de ter.

    - Porque você não desiste? ? Ouviu-o dizer.

    Moveu a boca para perguntar do que ele estava falando, mas não conseguiu fazer a voz sair. Estava começando a ficar frustrado com aquilo. Alem do medo, estava mudo e agora que tentando se mover, se dera conta que, também, estava paralisado.

    Chegou a cogitar que pegara no sono e estava de novo em um de seus sonhos perturbadores.

    - Não, você não está sonhando ? Ouviu uma voz mais grossa.

    Uma outra figura apareceu por de trás do homem de aura bondosa. Mas este segundo pelo contrário tinha um ar mais agressivo.

    Piscou os olhos algumas vezes, tentando enxergar através da luz que emanava dos dois homens.

    Ouviu uma risada gostosa vinda da boca do primeiro.

    - Você desacostumou, não é?

    A luminosidade foi diminuindo, fazendo a escuridão retornar na maior parte do recinto. Mas preferia assim, já havia se habituado a velha escuridão, que era sua única fiel companheira ao longo de um tempo que não sabia determinar qual era. Tantas vezes amaldiçoou a falta de memória, queria pelo menos lembrar do rosto de sua mãe ou de seu pai, ou da última mulher que estivera compartilhando a cama e fazia pouco que tinha acabado de sair.

    Estreitou os olhos e pode começar a ver o rosto dos intrusos. O primeiro, de cabelos cacheados curtos, loiro, corpo bem definido e uma expressão que poderia ser tomada como bondosa. O segundo com um corpo belo como o do primeiro, tinha traços forte e uma expressão dura. Os cabelos cacheados chegavam-lhe nos ombros, igualmente loiros.

    "Loiros!" ? pensou começando a sorrir da terrível coincidência ? "todos loiros"

    Este facto começava a faze-lo pensar que era um ser de outro planeta, ou alguma coisa que correu mal.

    Mas olhando bem para aqueles dois, seu pensamento mudou completamente. Percebeu que ambos estavam nus, o que fez com que um pensamento no mínimo malicioso passasse, rapidamente, em sua mente.

    O homem de cabelos compridos franziu a testa e serrou os punhos.

    Claro! Se dera conta que aquele homem podia ler seus pensamentos.

    - Já faz muito tempo ? Ouviu-o dizer enquanto avançava em sua direcção.

    - O mundo tem avançado a passos largos desde então ? O outro disse, ainda, parado no mesmo lugar. Sua voz soava como música, na qual faziam seus músculos tensos, relaxarem por instantes.

    Mas afinal, do que estavam falando? Começou a pensar que, talvez, aquela moça que tinha ido para a cozinha buscar agua estivesse morta e aqueles dois tarados iriam atentar contra sua integridade física.

    "Droga!" ? Se recriminou tentando se mover.

    O homem que avançava parou a centímetros da cama, olhando-o ainda com um olhar estreito.

    - Eu pensei que este dia jamais chegaria ? Falou com um tom calmo, mas não conseguindo esconder uma certa irritação ? Ele te perdoou?

    "Ele quem?" ? Se perguntou franzindo a testa, olhando aquele homem que estava, visivelmente, transtornado.

    O outro se aproximou devagar. Passos leves até o lado do companheiro.

    Sorriu serenamente.

    - Está na hora de você lembrar de onde você vem e o que você representa?Lúcifer?

    Arregalou os olhos ao ouvir o nome que todos tinham medo de pronunciar.

    Aquele homem estava louco? Estava dizendo que ele era?

    - Ele ainda não compreendeu, Gabriel ? O de cabelos compridos falou com um pequeno sorriso, sem tirar os olhos de cima de si.

    - Mas vai compreender ? Gabriel respondeu.

    Gabriel se aproximou mais e lhe tocou na face. De imediato sentiu uma dormência no corpo, seguida de uma dor aguda que lhe fez gritar.

    - Hmmm, essa é a sensação de ser mortal. Aproveite-a, pois já não mais sentiras.

    Sentia a cabeça doer, e via imagens passarem rapidamente. Um frio corria sua espinha, subindo e descendo rapidamente. Haviam dois pontos nas costas que lhe causavam ardência.

    Como quem acorda de um sono pesado, abriu os olhos devagar e um sorriso formou-lhe nos lábios.

    - Finalmente ele se lembrou, Miguel ? Gabriel constatou olhando-o com admiração.

    - Hmm ? Foi a única resposta do outro, que estreitava os olhos perigosamente.

    O moreno ergueu os olhos na direcção dos dois loiros a sua direita e sorriu. Ao contrário do que Miguel esperava, não era um sorriso maldoso, mas um sorriso que o fazia lembrar uma criança indefesa.

    - Quanto tempo faz?? ? Perguntou finalmente.

    Miguel ergueu o rosto. A sim?aquela voz embriagadora e inconfundível.

    - Muito tempo.

    - Quanto?

    - Exactamente 554 anos ? Gabriel respondeu com um tom sério.

    - Como vai Gabriel? ? Perguntou, parecendo, só agora, dar pela presença dele.

    Gabriel acenou positivamente com a cabeça.

    Lúcifer permaneceu sentado na cama de um jeito descontraído, o que fez com que Miguel serrasse os dentes.

    Deu um sorriso debochado ao perceber que causava tal sentimento no arcanjo.

    - Porque me despertaram, agora?

    Continua?


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