(Yosuke)
Outro renegado. Sim, á alguns dias, enquanto eu partia numa missão nas montanhas, pude sentir um poder mágico, vindo de um portal que levava ao mundo humano. Mesmo eu sendo a pessoa com o maior poder mágico no campo, mandara Sora e Raito para investigar, afinal, mesmo que fosse um inimigo não aparentava ser muito forte. Quando eles a trouxeram, notei que já vira seu rosto antes, quando era menor, a tinha visto andando por uma floresta, e naquela época, sua expressão era mais feroz. Já tinha uma leve ideia do que acontecera com ela. Provavelmente um mago celestial a mandara para aquele mundo, com pena de sua existência.
Os pingos de chuva escorriam sobre meu corpo. Ver aquela garota fazia-me lembrar de coisas que passara os últimos anos tentando esquecer. Era por isso que estava ali, sozinho no portal de treinamento. Ali, passaria um ano. Do lado de fora, duas horas. Pode parecer um exagero, mas, é desse jeito que eu treino todos os dias. O fato de conseguir ficar sozinho era só um ??bônus de fase??. Meu poder magico, deveria estar em torno dos 85.000. Aquilo era muito além do poder magico esperado por crianças da minha idade. Muito. As crianças do campo também tinham o poder muito maior, mas, inferior se comparado ao meu.
Vi uma sombra negra segurando uma foice se aproximando, era hora de lutar. Levantei-me. Lutaria sem usar magia dessa vez. Era o último dia ali, já havia se passado um ano. Corri em direção ao monstro. Ele ergueu sua foice, depois movimentou-a para trás, e começou a correr em minha direção, com a provável intenção de me cortar ao meio. Pulei no último segundo, me virando para ele, que estava de costas, logo em seguida, e dando um soco muito forte na sua cabeça. Ele não caiu.
- Acha que algo assim derrotará um ceifador como eu?! ? gritou comigo, antes de designar um chute em meu abdômen, que me jogou para trás.
Não respondi. Não perderia tempo respondendo. Corri novamente na direção dele, que se preparava para atacar com a foice, mas, no segundo em que ele fora me cortar, eu segurara a lamina da foice. Antes que ele pudesse ter minha ideia, empurrei a arma contra ele e o acertei na barriga com quatro chutes seguidos. Pode parecer meio sujo, mas, antes que ele levantasse, comecei a socar seu rosto seguidamente, até que ele não se mexesse. A frieza era excencial naquele local. E além domais, eu não o matara, só o deixara inconsciente. O ano acabara já podia sair novamente. Um portal, semelhante a um buraco negro surgira na minha frente. Entrei, e quando abri os olhos novamente, estava sentado numa árvore no campo de renegados.
- Y-Yosuke! De... De onde você veio? ? Uma criança que estava abaixo perguntou.
- De lugar nenhum. ? respondi.
- Ha... A Sora levou aquela renegada nova pra uma missão com ela e aquele grupinho... Você já sabe?
- Sim.
- E-eles acabaram de voltar... A Sora me pediu pra avisar... Que ocorreu tudo bem...
- Compreendo.
- Yo... Suke...
- O que?
- Você... Está... Bravo...?
A pergunta me pegara de surpresa, não respondi.
- É que... Mesmo você estando com essa cara... N-Não sei... Eu já estou aqui á alguns anos... E você parece... Incomodado! D-desculpe!
- Por que está se desculpando? Você não fez nada de errado. ? disse pulando da árvore.
- H-ha... Aonde você vai?
- Vou entrar você também devia fazer isso, parece que vai chover em breve.
- S-sim!
Estávamos nos fundos, onde haviam muitas árvores. Iria contornar o local, e entrar pela porta da frente. Logo atrás de mim estava àquela criança, chamada Charlie, um renegado que eu achara fugindo de criminosos. Era um bom garoto. Continuei andando, até chegar à frente dos portões de entrada. Algumas pessoas viraram-se quando passei pela porta, logo em seguida desviando o olhar. Nunca conversara muito com todos aqueles renegados, simplesmente os achara, e trouxera para lá. Meu peito doía. As imagens daquele dia vinham com todo fervor a minha mente, quando achei que iria gritar, ouvi uma voz.
- Ei Yosuke, por que você está aí parado? ? Sora dissera, dando um soquinho leve na minha cabeça para chamar minha atenção.
Recuei, antes de tudo, dois passos para trás.
- Nada... O que você quer? ? disse, conseguindo me acalmar.
- Queria te perguntar uma coisa.
- Sobre?
- Sobre os renegados, afinal, você é mais renegado que eu. ? isso era verdade. Sora crescera com seus pais, e não fora largada, diferente da maioria deles.
- Fale.
- Quando você foi no campo de ??semideuses??, você disse que, os renegados eram jogados assim que nascidos do reino de nuvens, a terra dos magos celestiais, para que morressem , evitando discórdia... Mas... Se eles eram recém-nascidos, como poderiam sobreviver á uma queda dessas, e, como viver sozinho se mesmo que por um milagre conseguissem sobreviver á queda?
- Acha que nunca me perguntei isso?
Ela virou seu rosto de lado como se realmente pensasse.
- Talvez.
- É claro que eu já pensei nisso. Na verdade ando investigando á algum tempo...
- E...?
- A única coisa que parece obvia para mim, é que fomos salvos por alguém, criados, e depois soltos no mundo.
- Por que não cria uma missão para isso? Tipo, podemos procurar por essa pessoa! ?Sora disse.
- Não é uma má ideia. Pensarei sobre isso.- Dito isso, saí andando em direção á meu quarto. Mas, quando estava á apenas meio metro da porta, senti patas em minhas pernas, como se quisessem chamar minha atenção. ? Carter...
Um cachorro husky siberiano, com o pelo laranja e olhos azuis que pareciam enxergar o fundo de sua alma. Sentei com as pernas cruzadas, e acariciei a cabeça do pequeno animal, que lambeu minha mão. O achara num dia de chuva, numa caixa de papelão, onde em letras escuras estava escrito: Alguém adote este cão, expectativa de vida baixa. Mesmo sabendo que ele morreria cedo, já o tinha a quatro anos, e sempre me parecera saldável. Entrei no quarto, sendo seguido por Carter. As paredes eram brancas, mas, como sempre mantinha as janelas fechadas e cobertas por cortinas, às vezes pareciam ser cinza. Logo ao lado da porta, havia uma cama, coberta por uma cocha preta, um travesseiro branco colocava-se acima da coxa. Ao lado esquerdo da cama, havia um cabide de madeira com alguns casacos e capuzes negros.
Havia um tapete com o símbolo do Yin Yang no centro do quarto, onde havia algumas anotações espalhadas. Uma escrivaninha marrom encontrava-se perto da janela, e por fim, um guarda roupa na parede mais afastada da porta. Ha, quase ia me esquecendo. Ao direito de minha cama havia uma casinha de pano, onde Carter dormia Sentei-me no tapete, e comecei a calcular os lugares mais prováveis onde o salvador dos renegados poderia estar.