Um breve arrepio...

São Paulo, Brasil

Olhava para todas as janelas abertas e o calor causticante entrando por elas, o escritório estava cheio de pessoas e se situava no décimo andar, já acabava minhas tarefas e estava no final do expediente.

Souijiro se aproximava de minha mesa e falou:

- Keitaro está combinado aquele nosso saquê daqui meia hora não é? - ele veio abrindo um sorriso e me dando tapas nas costas.

- Clar.... Claro está combinado vai ser ótimo para aliviar esse calor - sorrio sem graça - já estou saindo, te espero lá embaixo.

- Pode deixar vou só terminar meus processos e te encontro lá em frente ao Yumi. - ele virou as costas acenando para mim.

Fechei meus aplicativos e desliguei meu computador, peguei minhas coisas e me despedi dos mais próximos. Osakini*!

Cheguei até o elevador e apertei o botão para descer, aguardei um instante. Enfim ele chega!

Me apresso em descer para pegar um ar lá fora, estou me encaminhando para o 3º andar, quando acontece um forte tranco e o elevador em uma velocidade descomunal volta para o décimo andar me lançando até o teto, batendo minha costas e me deixando cair de cara no chão.

Me levanto atordoado, minha visão está turva e minha audição apitando, eu começo a me apoiar nas paredes procurando apoio, procuro me estabilizar quanto a minha tontura. Após alguns instantes volto ao normal mas minha audição ainda está zunindo, procuro abrir a porta nos botões, descer para os andares inferiores mas nada parece funcionar. Até que ouço uma pancada forte na porta e me junto ao fundo do elevador.

Após alguns instantes acabo criando coragem e vou até a porta vejo que existe uma fresta aberta fazendo entrar muito pó, acabo colocando minhas mãos tentando abrir mais as portas para não sufocar, porém acho que devia ter sufocado ao terror que seria presenciar tudo aquilo e vivenciar o que aconteceria caso eu soubesse do meus instantes futuros.

Vejo uma forma, um ser, que deveria ter uns 2m de altura, corpo humano e de um branco que até suas veias podiam ser vistas de onde estava. Ele estava distraído com algo, havia destruição apenas isso destruição em todo andar, mesas, cadeiras, folhas para todo lado, paredes destruídas e muito pó em volta mas de repente toda minha atenção voltou para o ser que estava olhando para mim com seus olhos negros e a iris rubra.

Ele abriu um meio sorriso e de repente ele lançou um objeto e como se já não pudesse me surpreender mais olhava aos meus pés e era cabeça decapitada do meu amigo Souijiro com a boca aberta e os olhos brancos e arregalados de terror.

Enquanto olhava por um segundo, veio, como uma brisa, dedos me estrangulando e penetrando em meu pescoço como se isso que segura minha cabeça ao meu corpo fosse apenas uma massa de pão. O encarei de volta, minhas mãos tentando soltar a dele; a porta do elevador voltou a fechar, deixando apenas o braço dele, deixando apenas uma fresta na porta e seus olhos me olhando com prazer.

Ele abriu mais que apenas um sorriso, mostrou seus caninos pontiagudos cheios de sangue, querendo apenas uma coisa.

Meu rubro sangue, cheio de prazer.