Rukia acordou antes de Ichigo. Nunca conseguia dormir muito aos fins de semanas, porém isso provavelmente era por causa do pequeno armário onde ela dormia. Porém ao ver o relógio na cabeceira, se surpreendeu ao perceber que já era quase uma hora da tarde.
Ainda sonolenta percebeu o braço de Ichigo, a segurando. O calor emanado pelo corpo dele era aconchegante e relaxante, ela tentou desvencilhar-se, sem sucesso, porém pouco depois desistiu. Fechou os olhos. Mas nem teve tempo de pensar, adormeceu no mesmo momento.
O que pareceram horas nos braços de Ichigo na verdade foram apenas 15 minutos, até que Isshin abriu a janela com sua voadora normal, que como sempre foi aparada por um chute de Ichigo.
Ele disse, como sempre, ainda no chão, que o filho estava muito bom. Mas que era uma coisa terrível ele fazer aquilo com o próprio pai.
Mas levantando e vendo os dois juntos ali na cama, de um sorrisinho malicioso.
- Desculpe incomodá-los ? disse ele.
- Não é nada... ? começou Rukia, mas foi interrompida por Isshin que fechou a porta.
?Finalmente meu filho virou homem?, pensou o homem com lágrimas nos olhos. Mas logo voltou a si, alegre e saltitante. Gritando pelos nomes das filhas e levando pontapés de Karin. Era uma manhã comum como toda outra.
Menos para Ichigo e Rukia, que se sentiam desconcertados com a situação.
Rukia levantou-se de um pulo da cama, conseguindo se desequilibrar e cairia se Ichigo não tivesse tido um reflexo tão rápido como um Shunpo e a segurou.
- Você é desastrada, Rukia ? murmurou ele, bem perto do ouvido dela.
Rukia arrepiou-se, e rapidamente se desvencilhou. O coração estava acelerado. Que é isso?! Pensava ela nervosa.
Ichigo sorriu, e trocou-se rapidamente. Rukia o esperou sair do quarto para trocar-se. Sentindo ainda o calor do corpo dele, e também uma sensação diferente do que ela jamais sentira, algo como... não sabia como explicar.
Saindo do quarto, Rukia surpreendeu-se ao perceber que Ichigo a tinha esperado do lado da porta. Ambos se dirigiram à saída da casa, mas foram interrompidos pela voz de Yuzu.
- Nii-chan, Rukia-chan, não vão comer antes de sair? ? perguntou ela.
- Não quero não, Yuzu ? respondeu Rukia.
- Não to com fome ? resmungou quase ao mesmo tempo Ichigo.
Ao ver Rukia sair e perceber que Ichigo ainda não saíra, Isshin que aguardava o momento certo aproveitou e ?seqüestrou? o filho por alguns minutos.
Ele arrastou Ichigo até a sala e começou.
- Finalmente, meu filho virou um homem ? disse, mais pra si mesmo do que pra Ichigo, com os olhos brilhando.
Ichigo desviou o olhar do pai, tentando ignorá-lo. Mas não sabia se aquilo era possível... o que era aquele aperto no peito que estava tendo toda vez que via Rukia nas últimas semanas? Nunca tivera aquilo. Nunca sentira aquilo.
- Era isso? ? perguntou Ichigo se levantando, impaciente e nervoso ? então já to saindo velho.
- Espere meu caro filho rebelde ? disse Isshin, fazendo sinal para que sentasse novamente.
Ichigo obedeceu.
- Deixe-me dar-lhe um conselho paterno ? começou ele ? seja sincero.
Ichigo atordoado ao ouvir aquilo.
- Ahn, não entendi ? respondeu.
Mas, seu pai lhe deu às costas, voltando pra seu quarto. Ichigo ficou perplexo. Mas que diabos ele está pensando? Pensou o ruivo.
Suspirou e foi até à porta novamente, e saiu de casa com os pensamentos ainda afetados pela frase do pai.
Rukia esperou Ichigo sair, pra irem juntos.
- É melhor abrir o Senkaimon mais longe ? disse ela.
- Ok.
Ambos deixaram seus Gigais com Urahara, e foram à um lugar de Karakura que dificilmente as pessoas entravam. A Floresta.