A sanidade.

Hahahahaha, estou nesse abismo a três horas, e acho que isso não me fez muito bem. Minha mente ficou vazia,e em algum momento tudo veio de vez. Eu não sei quando fiquei assim. Eu não sei quando cheguei aqui,não sei quem eu sou, posso ser tanto uma humana quanto um monstro. Grifo cinzento, essa sou eu, meu mundo, tudo que possuo agora é este título, minhas roupas rasgaram, e meu cabelo negro brilha a luz deste luar. Na verdade, desde que cheguei o chão deste abismo- sem quebrar nenhum osso - vi que era noite,mas, no mesmo segundo era dia, nada fazia sentido ali, e agora, minha mente também não. Sentei-me no chão frio. Agora, lembrava de tudo que podia fazer, exatamente o que esse título significava. Interrompi meus pensamentos, porque esse tema não era de meu interesse agora, então, não tenho porque abordá-lo, nem em minha mente, correto?

Dei um passo para cima, e outro, logo estava pisando no ar. Sim, como Rainha dos sonhos tinha os meus poderes de volta, aqueles que usara para fundar meu templo, Casa dos sonhos, desde o início dos tempos. Em alguns minutos já estava de volta a sala de onde Allives me empurrara. Ele encontrava-se sentado numa poltrona no fim da sala, lendo um livro negro, sem nada na contra-capa ou capa. Ele não levantou os olhos,mas, eu sabia que ele ouvira meu chegar. Andei até ele com um sorriso malicioso, agachei-me ao lado da poltrona, e alisei seu rosto com a mão esquerda.

- Meu querido Allives... Preciso agradecê-lo pela experiência maravilhosa naquele local... - disse, encostando a mão no ombro dele.

Ele deu um sorriso, porém fechou os olhos.

- Eu faria tudo para deixá-la feliz minha rainha,mas, eu não vou tocá-la nem olhá-la enquanto estiver assim. - ele disse, cordialmente.

- Eu sei,mas, eu não posso fazer nada, já que tudo que eu vestia rasgou. - disse

- Sei minha senhora, se permiti-me chamá-la assim. - ele disse. Achei que iria continuar,mas, notei que aguardava uma resposta.

- Claro, se eu puder chamá-lo pelo nome.

- E quem seria eu para mandar em vossa senhoria?bom, como dizia, eu sei que a culpa não é sua,mas, não a olhá-la assim.Olhe, um criado, Nono, está vindo, esconda-se atrás da poltrona, ele deixará-lhe roupas.

Fui para o local que ele mandara, e alguns segundos depois, um jovem alto, de cabelos afro, estilo super shock com pele clara surgiu, segurando uma almofada branca, onde encontrava-se um vestido negro acima do joelho, sem alça. Junto com ele, estava um pequeno short cinza.Allives pegou as roupas com cuidado, e curvou-se para Nono, que fez o mesmo, e retirou-se da sala.

- Pode sair alteza, vou abrir meus olhos quando tiver terminado. - ele disse.

Comecei a vestir as roupas, eram do tamanho ideal. Quando terminei, vim por trás de Allives e o abracei.

- Pode abrir seus olhos, Allives. - disse suavemente. Agora tudo fazia sentido. Estava começando a adorá-lo.

- Agora eu posso vê-la. - ele disse. - Lembra-se de tudo agora, certo, majestade?

- Eu me lembro, e nunca mais esquecerei. Agora eu já sei qual meu dever, eu devo...

- Diga.

- Eu devo reinar sobre os sonhos.

Sua expressão gelou, e tirou um punhal de sabe-se onde.