Estava a odiar aquela semana. Tive de demitir Carlos por causa de um atraso e, agora, trabalho muito mais.
E ainda tinha a Leticia. Meu Deus! Não consigo parar de pensar nela. No meu intervalo, fui até o parque para descontrair um pouco. Adivinhem quem eu encontro lá? Leticia.
- Persegues-me? - Perguntou ela.
- Não sabia que estavas aqui.
- Não importa. Pronto para aceitar meu convite.?
- Sabes que não posso. É contra as regras da pousada.
- Não estamos na pousada.
- Mas já estou a voltar para lá.
- Então vou contigo.
- O que desejas comigo?
- Quero que aceite meu convite.
- Mas não irei.
- É o que dizes agora.
- É o que direi por um bom tempo.
- Quer dizer que dirás sim eventualmente. Até. - Ela deu meia volta e foi embora,enquanto eu voltei para a pousada.
Naquela tarde seguinte, o movimento foi pouco, quase nulo. Mas à noite, no mesmo horário do dia anterior, Leticia apareceu.
- Boa noite.
- Sendo cordial como sempre. - Aqueles olhos. Meu Deus! Eram lindos olhos vermelhos. Não sei como ela os possuía, mas não importava, era magnífico.
- Desejas algo?
- Você sabe o que eu quero.
- Se é isso, pode dar meia volta e ir embora.
- Tu ainda aceitarás meu convite.
- Espere sentada.
Nos próximos dias, aconteceu a mesma coisa. Todo dia no mesmo horário, Leticia aparecia e convidava-me a ir até seu quarto. Numa noite, ela se irritou.
- Como recusas sem saber o que é? - Gritou ela.
- Sei muito bem o que desejas, e meu pai não aprova.
- Como podes ter tanta certeza?! Julgas-me uma prostituta?! Pensando melhor, não apareça em minha frente nunca mais!
Não tive reação. Fiz Leticia chorar e ir embora. Nos próximos dias, nem o olhar ela dirigia a mim. Percebi, então, a besteira que fiz. Tentava sempre falar com ela, mas não respondia. Não sabia o que fazer.