Capítulo 07 - A face que se revela
Thiodor se preparava para acertar a garota com seu punho que brilhava em vermelho... Ele ergueu seu braço.
― Agora morra garota! ― Avançou o punho contra a menina.
― ESPERE! ― Uma estranha voz se pronunciou de repente fazendo Thiodor parar bruscamente seu ataque.
― Quem é você? ― Perguntou Thiodor olhando nervosamente todas as direções.
A estranha voz havia pegado todos de surpresa, pois tanto Thifonte quando Mambu corria os olhos por todos os lugares em busca do dono da voz, enquanto a pequena Shina ainda estava debruçada ao corpo inerte de seu pai.
― Já se esqueceu de minha voz garoto? ? Se pronunciou a voz novamente suave tranqüila vindo de todo lugar e de lugar nenhum ao mesmo tempo.
― Não! Não pode ser ele... ? Se desesperou Mambu suando frio.
De quem quer que fosse aquela voz, foi o suficiente para aplicar uma injeção de medo na veia dos três. Thifonte que chorava ficou completamente imóvel... Até suas lágrimas pararam de cair de seus olhos, quando uma sombra surgiu no topo da montanha fazendo todos olharem para a mesma direção. Menos a pequena Shina que estava completamente inconsciente de tudo a sua volta.
O Sol brilhava forte e brilhante no céu límpido com um azul vivido que impedia uma visão clara e nítida da estranha figura, nem sequer saber se era um homem ou mulher não era possível dizer com os olhos, os três olhavam a sombra com uma mistura de adrenalina, apreensão e dúvida...
― O que vocês pensam que estão fazendo? ― Perguntou a voz que parecia desaprovadora aos ouvidos de quem escutava como se repreendesse os três.
A sombra moveu sua cabeça em direção do corpo caído onde uma pequena menina estava em cima.
― O que fazemos ou deixamos de faze não é da sua conta! ― Gritou Thiodor fechando o ponho em fúria.
― Com certeza é de minha conta... ― Com estas palavras a sombra deu um salto se jogando ao ar do topo da montanha, girando duas vezes antes de cair ajoelhado no chão abrindo uma imensa cratera que o fez afundar alguns metros no chão levantando uma cortina de poeira vermelha da terra árida.
― O que foi isso??Falou Mambu tossindo e sem enxergar pela grossa nuvem de poeira erguida pelo impacto do corpo da estranha voz próximo as rochas que haviam bloqueado a passagem para o santuário.
De dentro da cratera a passos curtos e firmes uma forma foi se erguendo do chão, como se aquilo que acabara de fazer era algo natural e simples para ele. Em meio a poeira a sombra seguiu em direção de todos.
― Como foram capazes!Não posso acreditar que fizeram isso... ― Deu uma longa pausa que demonstrava completamente a decepção da voz sem forma ou um rosto escondido agora não pelo brilho do sol mais pela poeira de terra que se erguia do chão.
A fumaça aos poucos foi se dissipando no ar fazendo que gradativamente fosse clareando o lugar e revelando o dono da voz salvadora que foi capaz de poupar a vida da pequena Shina, mesmo que temporariamente.
― Você...? ― Falou Thiodor com um misto de raiva e surpresa.
Rapidamente ao ver de quem era à face rapidamente os três se juntaram, se reagrupando em uma espécie de circulo, sem qualquer ordem aparente, pois Mambu era o último do circulo seguido por Thifonte que ficou atrás de seu irmão que apenas encarava a forma que parecia ser de um homem.
― O que está fazendo aqui? ― Perguntou Mambu tentando se manter escondido atrás dos irmãos que eram bem menores que ele.
―Garoto... Essa fala deveria ser minha e não sua, Eu que deveria fazer esta pergunta a vocês! ? Falo a voz saindo da pouca poeira que persistia em ficar no local.
― Maldito... Kauls!― Falou por entre uma meia voz, que mais parecia um sussurro.
Finalmente foi revelado á face que fazia os três se contraírem, era um homem... Mas não era qualquer homem, era nada menos que o mestre deles e agora carrasco, o homem aparentava ser jovem, mas emana uma energia estranha e invisível... Como uma espécie de atração ou magnetismo que mesmo sem saber o que era ativava o sentindo de auto-proteção.
Deveria ter por volta de um metro e oitenta e seis de altura, seu porte era magro, mas com músculos definidos e delineados em sua pele opaca cor de palha clara, seus cabelos eram curto com duas tranças media do lado direto em cor azul escuro sendo quase negro.
Ele trajava algo que parecia ser um uniforme, mas completamente diferente dos outros três, a dele era um tecido fino que deveria ser algodão, uma calça larga e solta assim como uma camisa que não tinha botões apenas uma corta que parecia faixa que segurava tanto a camisa quanto a calça unidas, em seus braços tinha uma espécie de braceletes.
― Por qual razão abandonaram o santuário? ? Parou a poucos metros dos três desertores os encarando em busca de uma resposta.
Os três o olharam em silêncio... ―Não agüentávamos mais aquele inferno! ― Falou Mambu.
― Sei que o treino é duro... Mas é necessário. ? Falou Kauls indo até o corpo do homem caído por sobre seu próprio sangue.
― Necessário? Não. E apenas o joguinho dos deuses é você deveria saber disso melhor que ninguém!?Falou Thiodor.
― Vejo que foi consumido pelo rancor e dúvida... ? Falou Kauls desapontado. ― Vocês sabem a pena para desertores?
― SIM! ― Responderam os três juntos em uníssono.
― Qual a primeira regra do santuário??Perguntou Kauls se dirigindo a garotinha e o corpo do homem que estavam ao chão.
― Não sair do santuário sem autorização do grande mestre!?Falou Thifonte imediatamente.
Vendo os três agora nem parece os que agora pouco mataram um homem. Os três estavam imóveis e dóceis como animais de estimação, a estranha energia que emanava de Kauls arrepiava até os cabelos do braço.
Ao se aproximar da garotinha que estava coberta de sangue em suas mãos, pernas, rosto e até em seus cabelos, Kauls a olhou e viu seus olhos inchados e vermelhos de tanto chorar... A garotinha ergueu seu rosto para ver quem se aproximava dela e de seu pai.
― Quem é você??Perguntou a pequena Shina entre lágrimas e soluços.
― Não temas minha pequenina. ― Falou Kauls com um sorriso fraternal e caloroso, desviando dos olhos da garotinha para ver a face do homem que estava em seus braços.
O corpo se mexeu milímetros, poderia ser qualquer coisa, mas foi o suficiente para que Shina voltasse sua atenção para seu pai.
―Papai!?Gritou Shina eufórica segurando a mão de seu pai que era quase duas da dela.
Kauls se aproximou do corpo e se abaixou olhando a face de Listel. Os três apenas olharam para a direção de Kauls e Listel, Thiodor ficou surpreso do homem resistir ao seu ataque sem qualquer proteção em seu corpo, pois um cavaleiro tem a força para cortar os céus com seu punho e rasgar o chão com seus chutes, mas seus corpos são vulneráveis e frágeis, que se destroçariam com um ataque de um cavaleiro.
Listel se móvel novamente tossindo sangue e abrindo os olhos semicerrados. Os olhos da pequena Shina brilharam de alegria por ver que seu pai não havia a deixado, a garotinha segurava sua mão com força e ímpeto com medo de que se soltasse seu pai a deixaria.
Kauls levou a mão ao ombro de Listel. ? Velho amigo... ? Disse com tristeza no olhar mesmo sorrindo.
Shina ergueu sua face em direção de Kauls que estava do outro lado de Listel, com muito esforço Listel esboçou um sorriso com imensa dificuldade.
― Kauls meu amigo. ? Tossiu novamente mais sangue.
― Não se esforce Listel. ? Advertiu Kauls.
Será que Listel sairá desta com vida? E o que espera a pequena Shina e o trio que causaram tanta confusão...
Surpreendentemente Listel conseguira sobreviver ao poderoso e mortal ataque de Thiodor, mas quanto tempo isso continuará...? Era evidente que o ataque o feriu gravemente, mas ele não poderia desistir ali, mesmo com todo o sangue que perdeu isso era prova mais que incontestável para saber como tudo aquilo iria terminar...
― Papai! Não fale... Vamos conseguir ajuda. ― Chorava a pequena Shina desolada, enquanto tentava inutilmente mostrar um sorriso para seu pai.
― Minha filha... ?Tossiu Listel cuspindo mais sangue.
― Listel... Não fale. ?Falou Kauls com os olhos marejados como se recordasse dos velhos tempos com seu bom e velho amigo de quando eram apenas crianças.
Listel e Kauls se conheceram no orfanato Madre Dios, Kauls havia sido mandado para o orfanato da cidade vizinha logo após a morte de seu único parente vivo... Que era seu avô que estava velho e falecera de velhice, mas pelo menos não sofrera, pois morreu dormindo.
Listel estava no pátio quando Kauls chegou sendo entregue a madre por um senhor de terno negro, os dois se deram muito bem logo de cara, Listel era mais velho que Kauls alguns anos, Listel logo adotou o pequeno Kauls como o irmão que não tinha por não terem mais ninguém no mundo os dois se uniram um pelo outro.
Na infância deles Listel sempre acabava por acobertar as travessuras do pequeno Kauls, que adorava aprontar com tudo e todos, os dois conversavam e brincavam muito, cada um deles tinha seus sonhos mesmo sendo sonhos de criança na época, mas quando Listel atingiu a maior idade ele precisou deixar o orfanato e por conseqüência Kauls...
O golpe foi forte para os dois, mas para Kauls foi ainda mais, pois perdeu um amigo, um irmão... Seu escudo e fortaleza, a despedida foi dura para os dois. Kauls não conseguia acreditar e chorou por muitas semanas até que a primeira carta de Listel chegou em suas mãos, e grande foi a felicidade do pequeno Kauls que leu que Listel estava correndo atrás de seus sonhos e que ele faria o mesmo, e fez uma promessa de não mais chorar e se tornar muito mais forte, não por ele somente mais por quem precisava, ele seria para o outros o que seu irmão adotivo foi para ele...
E com este pensamento Kauls cresceu não só fisicamente como espiritualmente é assim ingressou no santuário, para realizar o que havia prometido não para seu irmão mais para si mesmo... Listel estava sempre por dentro graças às cartas que Kauls o mandava, mas depois de tudo isso ali estava os dois novamente se encontrando não de uma forma feliz mais sim de tristeza e de dor.
A promessa de Kauls de não chorar estava quase a ponto de cair por terra ao ver seu amigo caído diante de seus olhos coberto por sangue... Listel seu irmão de coração caindo sangrando por inconseqüência de aspirantes imprudentes, mesmo assim Listel mantinha um sorriso em seus lábios seguido de um brilho em seus olhos por poder rever seu ?irmãozinho?.
― E bom vê-lo Kauls... ― Sussurrou Listel quase inaudível.
― Papai... ?Choramingava Shina sem conseguir se controlar.
― Listel... Sinto muito. ― Falou Kauls com dor em sua voz, olhando para seu amigo e depois para a garotinha de cabelos e olhos verdes que chorava muito... Tão nova e passando por algo que ele conhecia tão bem, que não pensou passar novamente.
Os três aspirantes estavam parados alguns metros de Kauls sem poder sequer se mexer, até respirar estava sendo difícil, eles olhavam o desenrolar da história para ver o que poderiam fazer, pois fugir seria impossível e eles sabiam disso.
― O que vamos fazer? ― Perguntou Thifonte sem olhando para seu irmão.
― Não sei... Mais precisamos fazer alguma coisa!?Falou Thiodor olhando para Kauls.
― Mais eu sei o que podemos fazer. ― Falou Mambu surpreendo os dois. ― Vamos pega-lo agora! Somos três e ele somente um. ― Sorriu Mambu com seu plano.
― Não somos páreo para ele... Você deveria saber disso Mambu!?Falou Thifonte apreensivo com este plano imprudente.
―Pode até ser mais... Ele esta distraído, se o pegarmos de surpresa podemos conseguir! ―Olhou Mambu para Thiodor nos olhos para saber se ele seria capaz de arriscar.
― E uma idéia... Com ele fora do caminho estaremos livres para viver a vida que sempre sonhamos... ―Thiodor sorria com um brilho maléfico nos seus olhos.
― Não acho uma boa idéia... Não e a toa que ele e o instrutor dos aspirantes. ― Thifonte estava completamente tenso com a situação.
― Deixa de ser medroso! ― Exclamou Mambu empurrando Thifonte de leve pelo ombro com sua imensa mão.
― Parem vocês dois com isso! Não podemos brigar ou discordar entre nós. ? Exigiu Thiodor.
― O que você acha desta idéia Thiodor? E boa não acha??Mambu estava querendo se livrar de qualquer forma de sua sina, Mambu encarou Thiodor que não tirava os olhos de Kauls.
O momento era de tristeza, nada mais importava para Kauls que nem via os três culpados, mas mesmo assim Listel parecia em paz e tranqüilo enquanto apertava a mão de Kauls com a força que conseguia.
― Meu amigo. Quero pedir um favor antes que eu parta... ― Listel segurava outra dose enquanto olhava para Kauls.
― Não se esforce demais. ― Kauls levava a mão ao peito do Listel para mantê-lo deitado.
― Papai não quero perde-lo! ― Gritou a pequena Shina apavorada só de pensar em perder seu pai.
― Não tenha medo querida. ― Sorria Listel segurando a mão de Shina, que sentia o medo que sua filha tinha, pois ele o sentiu ao perder sua esposa.
― Kauls me prometa... ―Se esforçou Listel para manter a voz firme sua urgência era evidente.
― Prometer o que??Kauls não queria contrariar seu amigo, enquanto via o brilho dos olhos de Listel se extinguir pouco a pouco.
― Quero que prometa que cuidará de minha filha... ―Listel quase não conseguia pronunciar as palavras com clareza.
― O que!??Foi tudo que todos os presentes falaram até mesmo os três que estavam distante alguns metros deles.
― Não quero! Não quero! Não quero!?Balança a cabeça negativamente descontrolada a pequena Shina.
Listel não estava sequer ouvindo as reclamações de sua filha.
― Me prometa! Não quero ir encontrar Maya e dizer que deixei nossa filha sozinha... Seja para ela o pai que não poderei ser, ou seja, o irmão que um dia fui para você! ― Outra dose arrancava mais sangue dos pulmões de Listel.
― Eu prometo... ― Kauls deixou uma lágrima rolar do seu olho esquerdo.
― Que bom... Minha filha não poderia ficar em melhores mãos. Maya já estou chegando. ― Sorriu Listel se virando para sua filha.
― Querida... Minha hora chegou, mas não se preocupe vou encontrar sua mãe. Sua hora não chegou... E seu destino ainda esta por vim, por isso viva!?Com estas palavras Listel fechou os olhos sorrindo e deixando sua mão cair.
―NÃOOOOOOO!!!!! ― Chorou gritando caindo sobre o peito de seu pai.
Listel não mais estava presente com eles... Agora ele e somente uma casca vazia sem vida, em seus últimos momentos ele conseguiu se encontrar com seu velho amigo que era para ele um irmão, e o incumbindo de cuidar de sua pequena filha.
O tempo parecia ter parado enquanto a pequena garotinha chorava inconformada sobre o corpo sem vida do homem que outrora foi seu pai... Amigo, e irmão é mesmo em seus últimos momentos encarou a morte de frente e com muita coragem, não tendo arrependimento, pois deixou sua filha nas melhores mãos que poderia para poder ir de encontro a sua amada Maya.
Kauls não conseguia manter a sua postura calma e serena que fora adquirida ao longo de vários anos... Sua promessa estava prestes a se quebrar, pois mantê-la no momento não valia de nada perante aquela fatalidade com a única família que considerou depois da morte de seu avô... Aos poucos as lágrimas escorriam pelo seu rosto.
― Está é nossa chance Thiodor... ―Sorria Mambu com satisfação.
― Você não tem coração...? ― Balançou Thifonte a cabeça em desapontamento ao companheiro...
― Parem vocês dois! Preciso pensar... ― Continuava a encarar Kauls sem piscar.
Um inocente havia perdido a vida por inconseqüência de aspirantes a cavaleiros que deveriam usar seus punhos e força em nome da justiça, mas ousaram erguer seus punhos contras pessoas que nada tinham haver ou mereciam sofrer...
Este crime não ficaria impune... Mais quais providências tomar? Além de ser inocente a vítima não era qualquer um... É nem um ?inocente desconhecido?, mas sim o melhor amigo de um dos cavaleiros mais exemplares do santuário deste de que ingressou jamais reclamou ou desistiu diante de um obstáculo, este homem digno era conhecido como Kauls o que ele faria nesta situação?
― PAPAI! Papai! Pa... Pai― Chorava a pequena Shina consumida de dor... Batendo desesperada no peito de seu pai, achando que aquilo o faria reagir.
Kauls se ergueu do chão― Venha comigo pequena Shina... ― Chamou Kauls à filha de seu melhor amigo em uma voz fria e sem vida, completamente diferente da voz de quando ele apareceu.
― NÃO!... Não deixarei meu pai... ― Gritou a pequena Shina não aceitando a perda de seu pai.
― Já não a nada que possamos fazer. ?A voz de Kauls era nada mais que um som cortante sem qualquer emoção.
Todo este tempo os três desertores estavam parados... Em silêncio, completamente imóveis, fazendo que sua presença quase não fosse notada, e com esta atitude nos perguntamos por que eles não fogem? Porque não aproveita a oportunidade... A resposta e simples é eles a conheciam bem, eles poderiam até tentar escapar mais eles tinham certeza que escapar era impossível.
E estavam pensando grande sabendo que não teriam outra oportunidade como aquela, a chance não bateria duas vezes a sua porta, o conflito deles ou de pelo menos da maioria se resumia em duas alternativas... 1°- Pedir clemência e misericórdia ou 2°- Arriscar tudo em um ataque desesperado e suicida de vida ou morte encarando seu adversário.
― O que vamos fazer Thiodor? Nosso tempo está se acabando... Precisamos decidir logo. ?Pressionava Mambu, sabendo que sozinho seria impossível vencê-lo que suas chances eram zero, e que os três juntos poderiam ter uma oportunidade maior.
― Não faça isso irmão... ? Implorava Thifonte segurando o braço de seu irmão.
― Sinto muito Thifonte... Não temos muitas alternativas, e matar ou morrer. ?Sorriu Mambu se considerando vitorioso.
― Então iremos morrer! Isso e uma sentença de morte uma grande loucura!?Choramingava Thifonte.
― Pode até ser verdade, mas nossas chances são poucas de qualquer maneira― Constatou Thiodor.
― Deixe de covardia! Não e hora para conversar... Precisamos e agarrar esta chance!?Mambu estava incontrolável cheio de raiva e magoa, não especificamente por Kauls em si, mas por todo que passou e sofreu, ele acreditava que se descontasse em alguém isso o faria sentir melhor, e a pessoa escolhida foi Kauls...
― Você esta com a gente sim ou não Thifonte??Perguntou Thiodor encarando seu irmãozinho.
― Estou sempre com você... Mesmo achando isso uma loucura e tendo certeza que só acelerará nosso fim... Mesmo assim não posso deixá-lo sozinho. ?Abaixou a cabeça Thifonte com pesar.
― Que bom... ―Sorriu orgulhoso Thiodor para seu irmão o dando tapinhas nas costas.
― Então vamos!?A impaciência parecia ter dominado Mambu que não conseguia se segurar.
Thiodor deu as ordens e separando eles... Mambu ficou com a parte das costas, Thifonte ficou com o lado esquerdo e Thiodor ficou com o lado esquerdo... Os três investiram furtivamente e silenciosamente. Kauls estava completamente entorpecido pela perda do amigo, enquanto observava a pequena Shina se desmanchar em lágrimas.
Com sua pouca atenção nos causadores de tamanha dor, nem se deu conta que os três se aproximavam lentamente... Dos três Thifonte parecia menos confortável com a situação, sabia que o que seu irmão fez era errado, mas era impossível ele ir contra a sua única família, contra a pessoa que cuidou e o alimentou quando seus pais morreram.
― AGORA!?Gritou Thiodor avisando e dando o sinal.
Os três avançaram contra o corpo de Kauls que não havia sequer mexido um músculo... Mais diante de seus olhos e da pequena Shina que pegou o momento exato do desaparecimento de Kauls, pois o aviso de Thiodor havia chamado sua atenção o bastante.
― Mais como? Isso é impossível!?Se perguntou Mambu ao abraçar o nada, aonde ele tinha certeza que estaria Kauls em seu aperto mortal, fazendo uma leve cortina de poeira se erguer do chão quando seus pés se arrastaram por alguns centímetros enquanto tentava se firmar