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- Me leve para qualquer lugar longe daqui, é só isso que te peço. ? Eu dissera a ele naquela noite escura sob o carvalho do jardim.
A essa hora papai e mamãe estavam mergulhados em belos sonhos.
- Vamos deixar a mágica parar o tempo, minha bela Julieta. ? Ele dissera ? ao menos até que aquele homem nos encontre.
Eu sempre esperei para fugir como Julieta, mas não gostava de ser chamada por esse nome horrível.
- Não quero que meu amor se transforme nesse drama como o de Julieta. Na verdade, eu sempre quis amar como Cinderela. Por que não me leva embora, para tão longe até que não possamos voltar.
- A meia noite, minha Cinderela. ? Ele me garantira.
- Garanto-lhe que perderei meu sapatinho de cristal. ? Eu dissera.
- E eu garanto que irei encontrá-la rápido, antes que os pesadelos te achem primeiro.
Seus olhos me diziam o mesmo que os meus diziam: ?Quero pertencer a você, pois fomos ligados pelos destinos?.
- Virei buscá-la amanhã a meia noite. ? Ele me prometera.
Mas já passara da meia noite e ele não viera como havia prometido. Parece que a felicidade fugira de mim.
Descendo a sacada até o jardim, eu derramava lágrimas de dor. Eu o vi deitado abaixo do carvalho e solucei. Parece que coisas ruins aconteceram.
Maldito aquele que traçou nosso destino de eterno sofrimento.
- Meu Romeu. ? Eu dissera em voz cortada pelo choro incessante.
Seus lábios frios sorriam para mim, me chamando a fazer minha escolha.
A adaga que antes estivera em seu peito, agora perfurava meu coração. Olhei para seu rosto pálido uma última vez, antes que todo o líquido da vida saísse de meu corpo.
Eis o fim de duas vidas cruzadas pelo destino cruel. Nunca haveria Romeu e Cinderela. Não enquanto houvesse Julieta.