A Partida

Capitulo 04 ? A partida

Depois da morte prematura de sua esposa o pobre Listel, perdeu o sopro de vida que possuía, ele vivia somente para sua filha agora, quando estava com ela, ele sorria e brincava dava toda atenção que podia, mas a pequena Shina que não era uma criança boba já havia notado a tristeza de seu pai, ele havia explicado sobre sua mãe quando ela cresceu um pouco mais, dois anos se passaram, a pequena Shina estava com seus quase cinco anos, uma garotinha branquinha de cabelos verdes, seus olhos esmeraldas iguais os de sua mãe que sempre que seu pai via se lembrava da mulher que tanto amou, mais que se foi... As coisas na Itália não estavam fáceis para os dois que viviam sozinhos, Listel estava tendo problemas financeiros, a forja não mais produzia como antes, as vendas haviam caído e seu trabalho já não era tanto requisitados como antes o que o deixava desesperado.

O Pobre homem estava se esforçando para ser um bom pai, mas as coisas estavam difíceis, sem sua mulher que era a força por trás do trabalho, ele se sentia deslocado, perdido, tentando da melhor forma cuidar de sua filha, que estava crescendo muito rápido, vendo as coisas chegarem ao ponto de faltar até o que comer. Por algumas vezes ele pensou em desistir, mas sempre que via o rosto de sua filha, os olhos que um dia brilhavam em sua esposa ele entendia que não podia desistir e nem deixá-la sozinha, vendo que não teria muitas alternativas, sua melhor opção era regressar a sua terra de origem a ?Grécia?, onde possuía alguns parentes que poderiam ajudar,pois sem sua mulher viver na Itália não fazia sentido,já que sua permanecia se deu apenas por sua esposa.

―Shina.

O homem chamou a pequena garota logo que chegou em casa, já era entardecer, o sol já estava se pondo no horizonte, ao entrar o homem foi recebido,por sua filha sorrindo.

―Olá papai como foi seu dia!- Disse a garotinha vindo abraça-lo.

―Meu dia não foi dos melhores, os trabalhos estão desaparecendo, não são como costumavam ser minha filha... ? Falou o homem com pesar.

―Entendo, mas o que o senhor pretende fazer? ?Perguntou a garotinha olhando o olhar de seu pobre pai.

― Bem Querida... Sobre isso que venho pensando e me ocorreu apenas uma solução, mas queria saber o que você acha dela, mesmo você sendo muito pequena isso influência você diretamente e quero saber sua opinião. ? Falou o homem segurando a mão frágil da pequena menina, que apesar de nova entendia bem as coisas.

―Diga papai o que é? ? Perguntou a menina meio intrigada e curiosa.

―Estava pensando em regressar para a Grécia, fui nascido e criado lá, mais decidi conhecer outros lugares e parti de lá em busca de sonhos e coisas melhores, e vim parar aqui na Itália, onde conheci sua mãe e acabei ficando por ela, talvez as coisas sejam melhores por lá já que tenho parentes que vivem por aquelas redondezas... Na verdade não e bem parentes de sangue, pois não tenho família, mais alguns colegas que foram do mesmo orfanato que eu, e que considero como irmãos, sendo a única família que tive e conheci um dia, antes de formar a minha família com você e sua mãe, mas o que você acha desta alternativa??Perguntou o homem olhando para pequena Shina que se erguera.

Fez-se um longo silêncio, até que a pequena Shina, que havia se levantado, e estava caminhando de um lado para o outro, tentando ver o melhor caminho a seguir, apesar de jovem, a pequena garotinha teve que aprender muita coisa cedo demais, quando olhou para seu pai, respondeu:

? Está bem papai, se o senhor diz ser o melhor, eu aceito essa opção, pois de toda forma não tenho nada que me prenda aqui.

―Quem bom minha filha, lá acredito que será bem melhor... Arrume suas coisas, partimos amanha cedo! ? Falou o homem indo tomar um banho.

? Certo... ? Respondeu a menina sem mais palavras.

Assim os dois foram dormir, com os sonhos e desejos de coisas melhores do que o local onde estavam lhes proporcionavam, eles buscavam encontrar um lugar aonde eles pertenciam, um lugar onde sua presença fazia diferença, pois a pequena Shina sentia que lhe faltava algo, por muitas vezes este algo que lhe faltava pensava ela que era a falta de sua mãe, que se fora cedo demais, o colo que nunca teve o sorriso que nunca ganhou, pelo menos que ela recordasse, já que quando ela morreu só tinha um ano de idade, mal se recordava do rosto de sua mãe, se não fossem ás fotos que seu pai guardava como tesouro inestimável, ela jamais saberia quanto sua mãe era bela.

A noite passou mais depressa do que o dia anterior havia chegado, antes mesmo de o sol raiar, ainda escuro o homem se levantou e foi ate sua filha.

―Shina... Acorde, precisamos ir. ?Falou o homem sussurrando.

―Ir para onde? Ainda é cedo. ? Resmungou a garotinha ainda na cama.

―Desculpe querida sei que é cedo, muito cedo na verdade, mas é que não havia falado ontem mais comprei duas passagem de trem, para seguirmos nosso caminho para Grécia, e se não partimos agora podemos perdê-lo... ? Falou o homem segurando sua filha pelo ombro levemente ainda deitada.

―Está certo papai... ― Disse a pequena Shina se levantando em um bocejo.

Assim os dois se arrumam rapidamente e partiram para a estação de trem, a pequena Shina estava com seu cabelo solto, e um pequeno vestido branco e com suas sapatilha, enquanto seu pai usava, uma calça azul escura e uma camisa branca,se eles demorassem mais cinco minutos perderiam seu trem, levaram poucas coisas apenas o essencial, pois a casa era de um senhor, que cedera a Listel e Maya, por serem amigos deles... Mais de Maya do que de Listel, pois o senhor a vira crescer, e agora retornando ao seu lugar de origem Listel não precisaria mais da casa cedida a eles, a viagem não teve grandes problemas, viajar de trem era bem mais rápido e prático.

E quando se deram conta já estavam na Grécia, logo de cara o visual do lugar era magnífico, uma arquitetura única, uma sensação de aconchego no ar subia aos pulmões de Listel, a pequena Shina também se deslumbrava com o verde de alguns campos e a forma branca e esplendorosa do lugar...

―Veja Shina, estamos na Grécia, berço de muitos fatos incríveis, que com o tempo irá descobrir. ?Disse o homem sorrindo. Um sorriso que a muito não se via.

―É muito bonito papai. ? Falou a pequena Shina olhando todo o lugar.

Mesmo da estação de trem que eles desembarcaram se podiam ver ao longe muitos vilarejos, e muitos campos bonitos, o que chamou atenção da pequena Shina que nunca tinha visto tantas cores juntas, seu pai via o deslumbre nos olhos dela.

―Querida precisamos ir a um dos vilarejos em busca de um amigo que ainda tenho contato. ?Falou o homem segurando a mão da garotinha.

―Está certo, com se chama seu amigo??Perguntou a pequena Shina meio que automaticamente sem se mostrar tão interessada.

―Vivíamos juntos no orfanato, pode se dizer que e o meu melhor amigo, que mesmo depois de tanto tempo mantivemos contato, ele me escrevia e eu a ele, avisei que chegaria logo,mas não imaginei que seria tão rápido, então precisaremos nos informar,pois faz anos que não venho a Grécia, ele se chama Klaus alguém deve conhecê-lo,já que ele disse que permaneceu no mesmo vilarejo toda sua vida. ?Disse Listel saindo com sua filha da estação que estava repleto de pessoas indo e vindo.

E assim começava a historia da pequena Shina e seu pai regressando ao seu lugar de infância.