A vida não é fácil para ninguém... Sempre nos perguntamos por que certas coisas acontecem com a gente, sempre julgamos nossos problemas maiores que os demais, mas quando olhamos para o lado, vemos que os nossos nem sempre são tão grandes assim, e nem tão terríveis.
Esta história é de como a dor pode fazer crescer... E assim obter força, mas a força nem sempre resolve tudo. Tudo aqui falado teve início no dia 24 de março, onde em uma região afastada da Itália uma linda criança nascera em uma noite de céu estrelado, em uma pequena cabana; uma garotinha de olhos verdes, cabelos da mesma cor e um lindo sorriso, sua pele branca com bochechas rosadas dava alegria a seus pais.
Seus pais eram dois moradores de classe baixa; seu pai era um ferreiro e sua mãe costurava para ajudar nas contas de casa. A felicidade estava no lar desta família, com estes pais de primeira viagem que estavam felizes por sua filha.
O pai que fizera o parto de sua filha, em um dia de temporal que pegou a região de surpresa, impedindo a passagem de qualquer um.
- O que farei Maya?- perguntou o homem, desesperado, vendo sua mulher gemendo de dor.
Por entre gemidos e gritos, a mulher se contorcia.
- Querido, você terá que fazer o parto!
- Como farei isso Maya?! Não estou conseguindo nem me manter de pé - falou o homem, caminhando de um lado para o outro no pequeno quarto iluminado a luz de vela.
- É preciso! Não tem outra opção, pois a chuva alagou as ruas, impedindo o tráfego! Mesmo que você se arrisque na chuva, não há garantia que chegue a tempo com alguma ajuda, e eu não poderia ficar sozinha...
O homem se deitou ao lado da cama da mulher, que suava frio e segurava sua mão.
- Maya, não vou deixá-la sozinha.
- Quem bom querido...
A mulher parecia muito fraca... os lençóis de sua cama eram de um amarelo creme, e estavam ensopados. Ela estava tremendo entre as contrações, a criança poderia nascer a qualquer momento. Já tinham se passado nove meses, e era só uma questão de tempo. Os lábios da mulher estavam brancos, e suas bochechas rosadas. Seus olhos eram verdes mas, esta noite, estavam pretos como a noite. O homem que se levantara da cama estava ponderando o que deveria fazer.
- O que devo fazer? O que... Posso fazer??? - se perguntava o homem com os braços cruzados.
Ele era alto... deveria ter um metro e oitenta e cinco, barba grossa e negra, seus cabelos eram esverdeados caído até os ombros, seus olhos eram castanhos, seu porte era forte, pois trabalhar nas forjas e metais o deixara resistente como o metal que ele moldava, mas mesmo com toda esta força, perante esta situação, ele sentia incapaz... Frágil e vulnerável. Ver sua mulher sofrendo o estava dilacerando por dentro.
- Tomei minha decisão querida... Farei o parto! - disse o homem, olhando nos olhos da mulher, que sorria fracamente.
Entre um longo suspiro a mulher falou.
- Que bom querido...
- O que tenho que fazer? - perguntou o homem, ainda incerto de sua decisão.
- Listel! Pegue umas toalhas, água morna e uma tesoura. - a mulher chamou o homem pelo nome, o que só ocorrerá quando ela esta bastante seria.
Isso fez o homem despertar de seus conflitos internos; ele piscou forte duas vezes até respondê-la.
- Está certo querida. ? e falando isso, ele correu porta afora do quarto para colocar a água para mornar, e pegar toalhas limpas e uma tesoura.
Depois de meia hora, o homem voltava com uma vasilha com a água a colocando do lado da cama.
- Espere mais um pouco Maya! Vou buscar as toalhas e a tesoura. - disse o homem, ofegante e suando.
- Não se preocupe... Vou agüentar.
Novamente o homem partiu para fora do quarto para buscar as toalhas e tesoura, a mulher se segurava fortemente nos lençóis da cama, quando ele retornou para o seu lado.
- Pronto! Maya, meu amo,r o que faço agora? - perguntou o homem, que já estava branco como papel.
- Você...
Continua...