Um Beijo Inesperado de Natal - Snames

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    16
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    Capítulo 17

    Na Enfermaria

    Bissexualidade, Heterossexualidade, Homossexualidade, Linguagem Imprópria, Nudez, Sexo, Violência

    Oi! Primeiro agradeço os comentários, os favoritos, os pedidos de atualização e todo o carinho recebido no capítulo anterior. Muito obrigada. Aqui está o novo, espero que gostem. Bjs emoticon

    Entraram na ala hospitalar silenciosa, um local pequeno que aumentava cada vez que apareciam mais doentes, e olharam em volta. Enormes janelas cobriam as paredes douradas e quadros de medibruxos famosos de séculos passados, que paravam seus afazeres e os olhavam curiosos. Havia cerca de seis camas protegidas com biombos e, naquele momento, só havia duas camas ocupadas.

    Remus estava sentado em uma cadeira ao lado de seu namorado, com o rosto tenso. Sirius estava sentado na cama, encostado aos travesseiros e deitava olhares mortais a seu irmão caçula, que se encontrava do outro lado. Ambos tinham a cabeça e as mãos engessadas e seus rostos machucados.

    – Oi! – Cumprimentou James, tentando quebrar o gelo. A voz de Remus foi a única que respondeu:

    – Oi, Prongs! - Severus acenou cortesmente a Sirius, que lhe respondeu com o mesmo gesto. Se aproximou de Regulus, que fitava furiosamente seu irmão. Se sentou na cadeira das visitas ao lado da cama e perguntou:

    – Como você está?

    – Melhor. – Respondeu o caçula dos Black. Snape observou o lábio ferido de seu amigo – Embora não por muito tempo.

    – Porquê? – Perguntou o Slytherin, curioso. Regulus fez uma careta e resmungou:

    – Mc Gonagall me tirou cinquenta pontos e tenho de ter detenção junto com aquele idiota.

    – Lamento. – Falou Snape, compreensivamente, tocando no ombro de seu amigo que retesou com o toque e se afastou de imediato. Se desculpou – Me perdoe.

    – Não há problema. – Respondeu Regulus, observando seu irmão.

    – …e depois Minnie veio aqui, deu um sermão para a gente e tirou cinquenta pontos aquele ali. – Escutaram a voz de Sirius, seguido por uma gargalhada. Regulus estreitou os olhos e exclamou:

    – Que você está falando, seu idiota!? – Padfoot parou de rir e respondeu, com desprezo:

    – Estou dizendo que você perdeu pontos para sua Casa. – Sorriu, debochado – Seus amiguinhos Comensais devem estar furiosos com você.

    Os dois Slytherins retesaram e o olharam, furiosos. Regulus estava pronto para pegar em sua varinha quando entrou Madame Pomfrey.

    Seu rosto, normalmente sereno, estava marcado por linhas tensas.

    – Parem, por favor, senhores. – Pediu a enfermeira, se dirigindo para o caçula. Retirou de dentro do bolso a varinha e acenou, retirando o band aid de um dos braços. Severus observou um fio de sangue se formando e escorrendo pela pequena ferida aberta e a enfermeira desinfetou com rapidez, antes de a cobrir novamente.

    – Dentro de alguns dias já estará curado. – Informou a mulher, em voz baixa, para o garoto. – Agora, só precisa de descansar. Nada de esforços.

    – Sim, Madame Pomfrey. – Respondeu Regulus, educadamente. A enfermeira se afastou e Snape a observou fazendo um rápido curativo a Sirius, que soltou um queixume. Regulus sorriu ao escutar os gemidos de dor de seu irmão. Dando umas ultimas instruções a Sirius, Madame Pomfrey saiu da enfermaria.

    – Tá com dói-dói, né? – Zombou o caçula, satisfeito e o Black mais velho o olhou com ódio, antes de responder:

    – Não te interessa, sua serpente traiçoeira.

    – Uh, Uh, Uh… – Regulus debochava de seu irmão.

    – Cale a boca! – Exclamou Padfoot, se endireitando da cama.

    – Venha calar. – Incentivou Regulus. Se sentia, em parte, humilhado, por ter sido vencido por seu irmão. Sirius, desde que ele entrara em Slytherin, nunca mais conversara com ele, o apoiara, como os irmãos faziam. E ele sentia saudades de quando eram crianças e iam para a biblioteca brincar, para escaparem das festas aborrecidas de seus pais. Sirius sempre o protegera quando seus pais o queriam castigar. E, a única forma que ele encontrava para que seu irmão lhe desse atenção era xingá-lo. Como é que a relação deles tinha chegado tão fundo?

    Sirius tentou se levantar, mas foi impedido por Remus e James.

    – Parem com isso, por favor! – Implorou Lily, que se encontrava ao lado de Marlene. Suas mãos delicadas tocavam nas costas da cadeira, onde se encontrava Remus sentado.

    Regulu se virou para a ruiva e estava pronto para atacá-la, quando uma coruja de penugens negras como a noite entrou pela janela. Se calaram de imediato, sabendo de quem era. Sirius observou a carta que vinha na pata da coruja com indiferença. Estava habituado a recebê-las mensalmente. Mas Regulus engoliu sem seco, se preparando. A coruja pousou o envelope vermelho em cima da cama do mais velho e voou de volta para a janela. James, sabendo o que aí vinha, lançou um feitiço silenciador na enfermaria. O envelope se modificou, formando uma boca e a temível voz de Walburga Black ecoou pelo local:”COMO VOCÊS SE ATREVEM EM DESONRAR O NOME DA ANCESTRAL FAMÍLIA BLACK LUTANDO COMO MISERÁVEIS MUGGLES! DE VOCÊ, SIRIUS – Cuspiu seu nome – JÁ ESTOU HABITUADA, SEMPRE DESPREZANDO NOSSO NOME, NOSSA LINHAGEM! MAS, DE VOCÊ, REGULUS, – O Berrador se virou para o caçula, que estremeceu – ESTOU MUITO DECEPCIONADA COM VOCÊ! NOSSO APELIDO ESTÁ SENDO ALVO DE CHACOTA POR TODA A SOCIEDADE! E SÓ NÃO VOU BUSCÁ-LO E CASTIGÁ-LO SEVERAMENTE PARA NÃO FALAREM MAIS DE NOSSA FAMÍLIA! MAS TEREMOS UMA LONGA CONVERSA QUANDO VOCÊ CHEGAR A CASA, REGULUS ARCTURUS BLACK, PODE TER CERTEZA!

    Com essas palavras, o envelope se desfez. Os lábios de Regulus tremiam, e estava muito mais pálido. A enfermaria estava silenciosa, em choque, com as ameaças da Srª Black. Severus o puxou para si e o abraçou, lhe dando apoio. Sentia seu amigo tremendo em seus braços. Regulus escondeu seu rosto no peito de Snape e chorou, com receio da ameaça de sua mãe. Sirius ficou observando silenciosamente a interação entre eles. Sacudiu as cinzas de seus lençóis, sem saber o que dizer. Remus o abraçou, sentindo a cabeça sendo pousada em seu peito. James suspirou e retirou o encantamento. As duas garotas se entreolharam, assustadas.

    Madame Pomfrey regressou pouco tempo depois e se apercebeu de que algo não estava bem. Seus doentes estavam muito pálidos e os acompanhantes tinham expressões sobressaltadas nos rostos:

    – Que aconteceu aqui? – Perguntou, correndo para Regulus, que era o mais alterado. Lançou feitiços no Slytherin, que não se desgrudara de seu amigo. Severus a ajudou no que conseguiu: manteve-o quieto ao longo do diagnóstico, ajudou a dar uma poção de sono sem sonhos e a deitá-lo na cama. Regulus adormeceu de imediato, seu rosto revelando uma serenidade que não sentia.

    A enfermeira se dirigiu para Sirius e realizou os mesmos procedimentos, ao mesmo tempo que escutava James. Com uma expressão preocupada, lhe deu a poção e, ao ver que ele estava dormindo, falou suavemente:

    – Terei de falar com o diretor. É uma ameaça muito grave.

    – A gente sabe. – Respondeu Marlene – Mas a senhora sabe que não se deve intrometer na educação de puros sangues. Nunca ninguém o fez.

    – E tenho, todos os anos, no início das aulas, de curar estudantes que são maltratados por suas famílias! – Desabafou a enfermeira, furiosa. Vendo as expressões assustadas dos mais jovens, engoliu em seco. Respirou fundo e ordenou:

    – Agora, saiam! Esses jovens precisam de descansar!

    – Mas, – Começou James, mas Madame Pomfrey começou enxotando-os para a porta. Remus, perguntou, não querendo sair. Queria apoiar seu namorado, mesmo que ele estivesse dormindo:

    – Posso ficar com Sirius, Madame Pomfrey, por favor? – Ela o olhou, parando de expulsá-los – Prometo que não faço barulho.

    – Só mais uns minutos. – Respondeu ela, depois de ter pensado um pouco. Remus se colocou novamente ao lado de Sirius, o olhando preocupado. O grupo saiu da enfermaria, a porta se fechando atrás deles.

    – Nem nos pudemos despedir deles… – Falou Lily – Merlin, Regulus deve estar sofrendo tanto. Eu sabia que a Srª Black era uma mulher ruim, mas nunca pensei que ela fosse tão cruel com seus próprios filhos…

    – Você nem sabe o quanto… – Comentou James, tenso. Sirius já lhe tinha contado como sua mãe os tratava, com frieza. James ficava sempre horrorizado, pensando em seus pais amorosos.

    – Vou me refrescar antes de ir jantar. – Informou Snape – Preciso de colocar as ideias em ordem.

    – Tá bom. – Respondeu James – Eu já vou para o Salão Principal.

    As garotas e Severus se despediram e se afastaram. James olhou em redor e, vendo que estava sozinho, se dirigiu para a porta da enfermaria. Virou a maçaneta e olhou para dentro, vendo Remus beijando a testa de seu namorado.

    O Gryffindor se virou, sendo seu amigo espreitando na porta. Revirou os olhos e caminhou apressadamente para fora, fechando a porta com um clique surdo.

    – Que você quer, Prongs? – Perguntou Lupin, curioso.

    – Preciso de um favor seu. – Pediu James – É importante, por favor.

    – Diga. – Respondeu o garoto, vendo a ansiedade de seu amigo.

    ­­– Próximo sábado preciso que você distraia Severus. – Vendo a expressão intrigada do Maroto, continuou – Eu e Lily vamos a Hogsmeade comprar presentes para Sev. Mas não queremos que ele desconfie. Por iss, eu lhe pedia para que você o convidasse para seu grupo de estudos com Padfoot, dizendo que precisam de se praparar para os NIEMS.

    Remus pensou um pouco e disse:

    ­– Tá bom. Tratarei disso, não se preocupe. – James o abraçou e agradeceu:

    – Obrigado, Moony.

    – De nada, Prongs. – Respondeu o Maroto. Sorrindo, desceram as escadas em direção ao Salão Principal, vendo seus colegas à frente deles comentando sobre o incidente. Ambos ignoraram os sussurros excitados, descendo rapidamente. Entraram no Salão Principal e James viu que seu namorado já se encontrava na mesa de Slytherin. Ao ver as roupas gastas do uniforme, prometeu a si mesmo fazer de tudo para que ele tivesse uma vida melhor.

    Se sentou e escolheu um pouco de batatas fritas e dois bifes de vitela, enquanto Remus pegava em um delicioso creme de legumes e conversava com Lily e Marlene.

    Severus saboreava um delicioso bacalhau com natas, coberto com queijo derretido e um copo de suco de cranberry, uma bebida não muito doce, embora sua cor fosse avermelhada. Observou seus colegas, que conversavam entre eles. Percebendo sua presença, um deles começou:

    – Snape…

    – Sim… – Respondeu o Slytherin, querendo saber o que eles desejavam.

    – O que você achou da luta entre os irmãos Black? – Snape suspirou e deu sua opinião. Já não odiava Sirius Black e tinha achado toda a situação degradante, comentava entre garfadas. Estava quase terminando quando sentiu uma presença trás de si. Seus colegas tinham parado de conversar e observavam o indivíduo. Se virou e viu seu namorado parado, sorrindo para ele.

    – Que você quer, Potter? – Perguntou Avery, que estava sentado à frente de Severus, o olhando com desprezo. Ignorando o tom agressivo de seu colega, perguntou a Snape:

    – Você quer dar um passeio comigo no jardim?

    – Eu gostaria… – Admitiu Snape, o olhando – Mas estou cansado. Foi um dia longo e muito emotivo.

    James acenou, compreendendo. Ele também se sentia cansado, mas desejava a presença de seu namorado, ficarem abraçados na grama fresca da noite, enquanto observavam a lua e as estrelas espalhadas pelo céu.

    – Posso esperar por você, então?

    – Eu já terminei. – Comentou Severus, se levantando – Me acompanha até ao Salão Comunal?

    – Claro, meu amor. – Respondeu Potter, o abraçando pelo quadril e saíram calmamente. Antes de deixar seu namorado em frente ao retrato, o beijou apaixonadamente, prometendo encontrá-lo no dia seguinte.

    Continua…


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