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Oi! Primeiro agradeço os 111 comentários, os 155 favoritos, os pedidos de atualização e todo o carinho recebido no capítulo anterior. Muito obrigada. Aqui está o novo, espero que gostem. Leiam, por favor, o final do capitulo, tem uma nota importante. Bjs
O “Três Vassouras”, a estalagem e pub da vila bruxa, era muito frequentada por estudantes. A pousada era quente, cheia de pessoas, limpa e acolhedora. Um espelho atrás do bar refletia a atmosfera aconchegante.
Os dois casais se sentaram longe da porta, para se sentirem mais confortáveis. Tiraram os longos casacos, pousando nas costas das cadeiras, retiraram de seguida as luvas e os gorros e guardaram nos bolsos. James tocou com as mãos no rosto fino, observando atentamente seu nariz, que continuava torto, mas não parecia partido e não havia indícios de sangue.
– Você está bem? – Perguntou, preocupado, e Severus respondeu:
– Sim, estou, James. – Mais relaxado, se afastou, ao mesmo tempo que Madame Rosmerta aparecia por detrás deles. Com um sorriso afável nos lábios rosados, lhes perguntou:
– Que desejam?
– Quatro cervejas de manteiga e biscoitos de caramelo... – Pediu Marlene, mas James a interrompeu, dizendo:
– Eu quero um uísque de fogo. – Madame Rosmerta se afastou para atender seus pedidos. Cruzando as pernas, Marlene disse, demonstrando seu choque:
– Eu não acredito que Sirius e seu irmão estavam se espancando na rua.
– Foi horrível! – Exclamou Lily, tocando delicadamente no braço de sua namorada – Estávamos aqui dentro, sentadas, esperando por vocês quando escutámos gritos. Saímos para ver o que estava acontecendo e vimos eles dando uma surra um no outro, enquanto Remus tentava separá-los.
– Depois se juntaram mais umas pessoas para ajudar, - Continuou Marlene – Mas foram machucadas.
– Um horror... – Comentou a ruiva, encostando sua cabeça no ombro de sua namorada – Dois irmãos discutindo tão violentamente...
Severus percebeu que Lily estava pensando em suas discussões com Petúnia, mas não disse nada.
– De certeza que amanhã a Srª Black enviará um Berrador. – Disse Marlene, pensativa.
– Eu acho que ela vai enviar ainda hoje. – Comentou James, sentando junto de seu namorado, uma mão acariciava suas costas, movimentos suaves, enquanto subia e descia ao longo do tecido da camisa. Observava atentamente o rosto do Slytherin, que estava sério.
Viram Madame Rosmerta se aproximando com uma bandeja na mão com grandes canecas de estanho e garrafas, e pararam de conversar. Parando junto deles, distribuiu copos e garrafas por cada um, um prato de biscoitos de caramelo com figuras natalícias, e guardanapos.
– Obrigada, Madame Rosmerta. – Agradeceu Lily, polidamente, sendo seguida por seus amigos.
– De nada, meus queridos. – Respondeu a mulher e se afastou para atender novos clientes, que acabavam de entrar no pub. James encheu sua caneca com uisque de fogo e deu um gole, ao mesmo tempo que Marlene retirava um biscoito com a forma da cabeça do Papai Noel.
– Só de pensar que a gente tem de estudar para os NEWT... – Resmungou o Maroto – Nem quero pensar...
– Não sabia que você estudava... – Comentou Severus, olhando admirado para seu namorado.
– E não estudo. – Disse Potter, olhando de volta – Mas não vou para as provas sem falar com Moony.
Vendo que seus amigos o observavam de cenho franzido, esclareceu:
– Moony é quem me explica a matéria de forma resumida. Ele é muito bom a ensinar. Daria um excelente professor.
– Remus é mesmo um estudante aplicado, – Elogiou Marlene – excepto a Poções. Só Lily e Severus são os melhores da sala.
Snape enrubesceu com o elogio da garota.
– Eu gosto muito de Poções. – Revelou, tristemente – Minha mãe me ensinou tudo o que sei. Ela me dava livros em meus aniversários. Poções é minha paixão.
– E eu? – Perguntou o Gryffindor, tocando em seu peito com a mão, fingindo tristeza – Você não me ama?
Severus revirou seus olhos ao ver o drama de seu namorado e comentou:
– Você é tão idiota, James.
– Mas um idiota que você ama. – Respondeu o Gryffindor, convencido, lhe dando um beijo carinhoso na bochecha pálida. Snape enrubesceu e bebeu um gole de sua cerveja de manteiga. As garotas riram da expressão envergonhada do Slytherin.
– Também é verdade. – Admitiu Snape e elas se calaram, admiradas com sua revelação. James deixou escapar um belo sorriso e pegou nas mãos pálidas, as beijando com doçura. Nenhum deles reparava que estavam sendo observados por vários colegas, que lhes deitavam olhares rápidos, mas curiosos.
– Vocês ficam muito fofos juntos. – Admitiu Malene, olhando com atenção – Nunca pensei.
– É verdade. – Confirmou Lily, e continuou – Vocês estavam sempre brigando um com o outro, tentando ganhar atenção.
– E todo o mundo pensando que você gostava de Lily. – Falou Marlene a James, que deu uma risada. Se recordou dos rumores em seu quarto ano, quando brigara com Snape por ele estar demasiado perto de Lily, cheio de ciúmes. A discussão tinha sido tão intensa, que a Prª Mc Gonagall tirara pontos a ambos e lhes dera detenção. O Slytherin tinha ficado tão furioso com ele que, quando se encontraram sozinhos na Sala de Troféus, limpando as taças, sob o olhar vigilante de Filtch, lhe lançara dissimuladamente um feitiço em seu maravilhoso traseiro, o deixando com enormes e horríveis borbulhas com pus. Só se conseguira livrar delas graças a Madame Pomfrey.
Severus deu um sorrisinho travesso quando se lembrou. Virando o rosto, olhou para trás e viu o “ Profeta Diário” dobrado, em cima de uma mesa vazia. Pegou no jornal, observando o título da primeira página, em letras grandes e negras, que parecia gritar por sua atenção:
“COMENSAIS DA MORTE ATACAM FAMÍLIA DE MUGGLES”
Por baixo, uma enorme e aterradora imagem da Marca Negra banhava o telhado de uma habitação. Severus estremeceu, pousando o jornal. Lucius lhe enviara uma carta, antes das férias de Natal, lhe propondo que entrasse no círculo íntimo dos Comensais da Morte mas Severus, não queria ficar ligado a um bruxo das Trevas, seguir suas ordens e caprichos. Desejava viajar pelo mundo, pesquisar plantas e ingredientes, inventar novas poções, e recusara polidamente, escrevendo que estava aberto para a causa, mas não desejava fazer parte dela. Mas, naquele momento, percebeu que não poderia ficar do lado das Trevas. Amava James e, agora, com o reatar de sua amizade com Lily, sabia que eles nunca escolheriam o caminho da escuridão. E ele também o faria.
Voltou sua atenção para as garotas, que se riam de uma piada contada por seu namorado, enquanto comiam os biscoitos e bebericavam suas cervejas. Pegando na sua caneca, sorriu ao ver a felicidade de sua amiga e ela voltou o olhar para ele. Sorrindo, perguntou:
– Como você está, Sev?
– Me sinto muito melhor, obrigado. – Agradeceu ele – E você?
– Feliz por termos reatado nossa amizade. – Respondeu a ruiva, enquanto brincava com um biscoito banhado de açúcar, que tinha a forma de um floco de neve. – Sem você, me sentia incompleta. Senti muito sua falta.
Esticando o braço, Severus pegou nas mãos pálidas, mas quentes, da ruiva, entrelaçando seus dedos nos dela. Sorriram ambos com cumplicidade, seus olhares revelando o que queriam conversar um com o outro. Lentamente, conversaram sobre aquele dia, o dia em que sua amizade tinha sido destruída com uma só palavra. Severus comentou como se tinha sentido vazio depois da recusa da ruiva em perdoá-lo.
James e Marlene escutavam sem interromper o desbafo dos dois, enquanto petiscavam um pouco. O Maroto tentava não se sentir culpado, mas não conseguia. Saber que tinha feito sofrer muitas pessoas, machucar seus sentimentos, só por seu próprio divertimento. Sem se importar com as consequências. E, naquele momento, se arrependia amargamente...
Estava quase anoitecendo quando os dois casais saíram do pub. Caminharam até às ultimas carruagens e entraram de imediato, se sentando, sentindo como oscilava enquanto começava andando.
OoOoO
O regresso a Hogwarts foi calmo. James e Lily estavam sentados lado a lado, conversando entre eles. Marlene estava deitada no banco à frente deles, adormecida, e Severus descansava sua cabeça no ombro de seu namorado.
– Foi uma das melhores tardes que já passei em muito tempo. - Comentou Lily, encostada no assento duro, enquanto sorria para o Maroto.
– Eu também gostei muito. - Admitiu o Gryffindor – Exceto a parte da surra entre Padfoot e seu irmão.
– Foi muito desagradável. – Confirmou a garota. A carruagem oscilava lentamente, os cortinados das janelas estavam abertos, uma luz deslizando para o interior. James observou o rosto sereno de seu namorado, que respirava suavemente contra a pele de seu pescoço.
– Você se recorda da expressão tristonha de Severus quando ele falou de sua mãe? – Perguntou o Maroto, se lembrando da conversa que tiveram – Ele me falou de seu pai, mas nada de sua mãe.
Lily respirou fundo, pensando em como começar:
– A Srª Snape é uma mulher complicada – Começou, olhando carinhosamente para seu amigo – Ela ama Severus, faria tudo por ele. Mas está tão presa ao marido, tão embranhada na vida que vive, que não tem forma de sair.
– E os avós dele? – Perguntou James, querendo saber um pouco mais da vida de seu namorado.
– Seus avós faleceram antes de Severus nascer. – Respondeu Lily – Severus e Eillen são os ultimos da linhagem Prince...
– Os Prince? – Interrompeu o Maroto, espantado – Meu pai já me falou sobre os Prince. Eram uma das famílias puro sangue mais antigas de nossa sociedade, seus membros foram maioritariamente pertencentes à Casa de Slytherin e eram familiarizados com as Artes das Trevas.
– Severus referiu que os Prince perderam grande parte de sua fortuna depois da morte de seus avós. – Informou a ruiva – A mansão de família está em ruínas e a mãe não tem acesso aos cofres de Gringotts. E tem de trabalhar no que lhe aparece, e lhe pagam para sobreviver.
– Por isso é que ele usa vestes e livros de segunda mão – Comentou James, tristemente, beijando a testa de seu namorado adormecido. Ele sempre gozara com o Slytherin pelas vestes e livros usados, nunca se perguntando o motivo de ele usá-las.
– Semana que vem Severus faz anos! – Se lembrou Lily de repente, ficando sobressaltada. – Tenho de lhe comprar um presente!
James a observou, espantado. Não sabia o dia exato do aniversário do Slytherin.
– Ele faz dia oito, certo? – Perguntou, confuso e Lily abanou a cabeça, respondendo:
– Dia nove de janeiro, James. – Sorriu, para o confortar. – Mas não estava longe.
James pensou no que lhe poderia oferecer como presente, mas não sabia o que. Lily, vendo sua inquietude, o sossegou:
– Não se preocupe. No final de semana, a gente vem comprar um presente para Sev.
– E poderíamos conversar com Moony, para que nos ajudasse a distrai-lo. – Disse James, pensativo – Talvez uma tarde de estudos na biblioteca...
– Uma boa ideia! – Exclamou Lily, entusiasmada - A gente só tem de pensar bem nos argumentos para que Sev. não desconfie. Ele é muito astuto.
– Você tem razão, Lily. – Concordou o Gryffindor, olhando para seu namorado. A carruagem oscilou violentamente e parou. Enquanto acordava seu namorado, pensava no que iria lhe dizer, para que ele não desconfiasse de nada. Queria lhe fazer uma surpresa inesquecível.
Continua...