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Tempo estimado de leitura: 19 minutos
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Disclaimer: Os personagens, lugares e citações que forem reconhecidos como sendo da saga de Harry Potter são da prioridade de J. , Scholastic Books, Bloomsbury Publishing, Editora Rocco ou Warner Bros. Entertainment. Nenhum lucro foi auferido pela criação desta fic.
Nota da Autora:
1. Oi! Esse projeto tem como casal principal Severus Snape e Remus Lupin (Snupin). Terá cerca de dois capítulos. Essa é a terceira fanfic que escrevo sobre esse casal. Espero que gostem. Bjs
2. Fanfic em homenagem ao meu avô, que faleceu dia 20. Levantem as varinhas em sua homenagem, pf. 0/*
Severus caminhava pelos corredores iluminados do castelo. As aulas daquele dia já tinham terminado, sem nenhum incidente, e estava quase na hora de jantar. Estudantes caminhavam apressadamente para seus salões comunais, para guardarem seus materiais, e se dirigirem para o Salão Principal. Estava em seu último ano em Hogwarts e, essa noite, era uma das mais importantes do ano, o Samhain, mas ele teria de festejar o Halloween, com a insistência do diretor.
Olhou para uma das janelas, observando como a lua, em forma de quarto crescente, se escondia atrás das nuvens escuras. A guerra entre o lado da Luz e o lado das Trevas continuava no auge, trazendo cada vez mais dor, sofrimento e muitas famílias despedaçadas. A ansiedade consumia todo o mundo, todo o dia, quando abriam os jornais.
Se escutaram os gritos de desespero, dor e impotência e, muitas vezes, de revolta quando descobriam que suas famílias tinham sido vítimas dos Comensais, ou suspiros de alívio quando os seus tinham escapado ilesos. Ninguém estava em paz.
Severus não se preocupava com sua mãe. Embora ele estivesse no mundo Muggle, ainda conseguia fazer magia, logo estava protegida. De seu pai não queria saber. Pouco lhe importava se ele era apanhando por Comensais, ou não. Não sentia nada por ele a não ser desprezo.
Mas não conseguia evitar pensar nos anos de abuso que sua mãe tinha sofrido pela parte de Tobias. Humilhada e maltratada por aquele que deveria protegê-la, cuidá-la. Se perguntava a razão de ela não sair daquele relacionamento abusivo. Ela não tinha nada, nem ninguém no mundo Muggle, porque não regressava a casa, ao mundo onde pertencia? Ninguém se recordava do escândalo de há mais de dezoito anos, em que sua mãe tinha deixado para trás um casamento arranjado e fugido para parte incerta. E seus avós já não estavam entre eles.
Por momentos, pensou como seus amigos o pressionavam para se juntar ao Lord das Trevas. Teria poder, seria o Pocionista pessoal do Lord. Seria considerado quase como seu braço direito. Mas, algo dentro de si, lhe dizia que não seria nada assim. Que se iria arrepender amargamente dessa decisão. Mas, se houvesse uma dúvida, ou até arrependimento, seria torturado das formas mais violentas e assassinado a sangrar frio.
Saiu de seus pensamentos, enquanto descia cuidadosamente as escadas em espiral, saltando o degrau defeituoso. Se se tornasse um Comensal, tiraria sua mãe daquela vida de pobreza e sofrimento.
Avançou pelo hall vazio e entrou no Salão Principal, evitando fazer uma careta de desagrado. Cores quentes como vermelho e amarelo decoravam as paredes. Abóboras de variados formatos, iluminadas com velas, flutuavam pelo teto. Pequenos morcegos voavam em todas as direções, distribuindo rebuçados e pirulitos aos estudantes, que riam de felicidade.
Com uma expressão altiva, avançou para a zona das serpentes. Seus colegas olhavam a cena que se desenrolava à sua frente com nojo. Se sentou, pegando em um prato e se servindo. Escutou os comentários revoltados.
- Como podem celebrar essa estúpida "festinha Muggle", em vez de festejar uma das maiores celebrações pagãs de nossa história, o Samhain? - Perguntou uma colega, de belo rosto redondo, pálido como a neve.
- Olhe para a felicidade dos sangues ruins. - Comentou outra, com desprezo, enquanto mexia em seu cabelo negro como a noite. Sua boca estava contorcida pela repulsa, revelando todo seu desagrado - Nunca mais o Lord das Trevas acaba com essa escória.
Escutou murmúrios de concordância, mas decidiu não se pronunciar. Seus olhos vaguearam pela mesa de Gryffindor, observando como Lily, sua ex-melhor amiga, conversava animadamente com Mary McDonald. Potter estava a seu lado, se servindo de mais comida.
Cerrou os punhos, frustrado, ao ver o quão próximos estavam. Por culpa de Potter, tinha pedido sua amiga de infância. Se ele não o tivesse humilhado em frente a todos os estudantes naquele dia, nunca teria dito aquelas palavras marcantes, que destruíram sua amizade com Lily. Para sempre.
Com raiva, cortou o pedaço de carne que tinha à sua frente e mastigou. Por causa de Potter e Black, ninguém queria ser seu amigo, por receio de serem maltratados, tal como ele. Se sentia sozinho e era por isso que se refugiava nos livros, nos cantos mais recônditos da biblioteca, longe dos olhares e risadas de seus colegas.
Não se apercebeu dos olhares de Lupin, que o observava do outro lado do Salão Principal. Os olhos âmbares brilhavam de preocupação ao ver o estado de seu companheiro predestinado. Seu lobo interior o tinha escolhido quando estava sendo selecionado, aos onze anos. Sentado no banco de madeira, com o chapéu em sua cabeça, seus olhos tinham encontrado os de Severus e seu lobo tinha uivado de alegria ao vê-lo, desejando tocá-lo, abraçá-lo, conversar com ele. Mas, ao ver ele se tornando um Slytherin, soube que não poderiam estar juntos.
Primeiro, pelas Casas, tão diferentes em seus ideais, o ódio histórico entre elas. Segundo, por qualquer motivo absurdo, Sirius e James não gostavam dele. James se tinha apaixonado por Lily no momento em que a tinha visto e tinha feito de tudo para que reparasse nele, mas ela estava sempre acompanhada pelo Slytherin. Sirius o odiava profundamente devido à sua afeição às Artes das Trevas, que o faziam recordar os valores retorcidos de sua família. Quanto a Peter, ele se guiava facilmente pelas convicções de seus amigos, era muito influenciável. Se Prongs e Padfoot odiavam aquela pessoa, porque é que ele não odiá-la também?
Mas sentia, a cada dia que passava, como seu lobo interior o desejava. Entendia o que queria, mas não podia se aproximar de Severus sem que eles sentisse desconfiado por seus motivos. Podia pensar que ele só queria zoar dele, humilhá-lo como seus amigos o faziam.
Viu Severus terminando de jantar e se levantando da mesa, indo em direção da porta. Pelo canto do olho, percebeu James e Sirius se levantando também, ao mesmo tempo e com expressões maliciosas. Soube de imediato o que eles queriam fazer. Deixou que eles fossem à frente e se levantou. Não iria permitir que seus amigos machucassem seu companheiro. Não podia.
Continua...
Severus caminhava pelos corredores iluminados do castelo. As aulas daquele dia já tinham terminado, sem nenhum incidente, e estava quase na hora de jantar. Estudantes caminhavam apressadamente para seus salões comunais, para guardarem seus materiais, e se dirigirem para o Salão Principal. Estava em seu último ano em Hogwarts e, essa noite, era uma das mais importantes do ano, o Samhain, mas ele teria de festejar o Halloween, com a insistência do diretor.
Olhou para uma das janelas, observando como a lua, em forma de quarto crescente, se escondia atrás das nuvens escuras. A guerra entre o lado da Luz e o lado das Trevas continuava no auge, trazendo cada vez mais dor, sofrimento e muitas famílias despedaçadas. A ansiedade consumia todo o mundo, todo o dia, quando abriam os jornais.
Se escutaram os gritos de desespero, dor e impotência e, muitas vezes, de revolta quando descobriam que suas famílias tinham sido vítimas dos Comensais, ou suspiros de alívio quando os seus tinham escapado ilesos. Ninguém estava em paz.
Severus não se preocupava com sua mãe. Embora ele estivesse no mundo Muggle, ainda conseguia fazer magia, logo estava protegida. De seu pai não queria saber. Pouco lhe importava se ele era apanhando por Comensais, ou não. Não sentia nada por ele a não ser desprezo.
Mas não conseguia evitar pensar nos anos de abuso que sua mãe tinha sofrido pela parte de Tobias. Humilhada e maltratada por aquele que deveria protegê-la, cuidá-la. Se perguntava a razão de ela não sair daquele relacionamento abusivo. Ela não tinha nada, nem ninguém no mundo Muggle, porque não regressava a casa, ao mundo onde pertencia? Ninguém se recordava do escândalo de há mais de dezoito anos, em que sua mãe tinha deixado para trás um casamento arranjado e fugido para parte incerta. E seus avós já não estavam entre eles.
Por momentos, pensou como seus amigos o pressionavam para se juntar ao Lord das Trevas. Teria poder, seria o Pocionista pessoal do Lord. Seria considerado quase como seu braço direito. Mas, algo dentro de si, lhe dizia que não seria nada assim. Que se iria arrepender amargamente dessa decisão. Mas, se houvesse uma dúvida, ou até arrependimento, seria torturado das formas mais violentas e assassinado a sangrar frio.
Saiu de seus pensamentos, enquanto descia cuidadosamente as escadas em espiral, saltando o degrau defeituoso. Se se tornasse um Comensal, tiraria sua mãe daquela vida de pobreza e sofrimento.
Avançou pelo hall vazio e entrou no Salão Principal, evitando fazer uma careta de desagrado. Cores quentes como vermelho e amarelo decoravam as paredes. Abóboras de variados formatos, iluminadas com velas, flutuavam pelo teto. Pequenos morcegos voavam em todas as direções, distribuindo rebuçados e pirulitos aos estudantes, que riam de felicidade.
Com uma expressão altiva, avançou para a zona das serpentes. Seus colegas olhavam a cena que se desenrolava à sua frente com nojo. Se sentou, pegando em um prato e se servindo. Escutou os comentários revoltados.
- Como podem celebrar essa estúpida "festinha Muggle", em vez de festejar uma das maiores celebrações pagãs de nossa história, o Samhain? - Perguntou uma colega, de belo rosto redondo, pálido como a neve.
- Olhe para a felicidade dos sangues ruins. - Comentou outra, com desprezo, enquanto mexia em seu cabelo negro como a noite. Sua boca estava contorcida pela repulsa, revelando todo seu desagrado - Nunca mais o Lord das Trevas acaba com essa escória.
Escutou murmúrios de concordância, mas decidiu não se pronunciar. Seus olhos vaguearam pela mesa de Gryffindor, observando como Lily, sua ex-melhor amiga, conversava animadamente com Mary McDonald. Potter estava a seu lado, se servindo de mais comida.
Cerrou os punhos, frustrado, ao ver o quão próximos estavam. Por culpa de Potter, tinha pedido sua amiga de infância. Se ele não o tivesse humilhado em frente a todos os estudantes naquele dia, nunca teria dito aquelas palavras marcantes, que destruíram sua amizade com Lily. Para sempre.
Com raiva, cortou o pedaço de carne que tinha à sua frente e mastigou. Por causa de Potter e Black, ninguém queria ser seu amigo, por receio de serem maltratados, tal como ele. Se sentia sozinho e era por isso que se refugiava nos livros, nos cantos mais recônditos da biblioteca, longe dos olhares e risadas de seus colegas.
Não se apercebeu dos olhares de Lupin, que o observava do outro lado do Salão Principal. Os olhos âmbares brilhavam de preocupação ao ver o estado de seu companheiro predestinado. Seu lobo interior o tinha escolhido quando estava sendo selecionado, aos onze anos. Sentado no banco de madeira, com o chapéu em sua cabeça, seus olhos tinham encontrado os de Severus e seu lobo tinha uivado de alegria ao vê-lo, desejando tocá-lo, abraçá-lo, conversar com ele. Mas, ao ver ele se tornando um Slytherin, soube que não poderiam estar juntos.
Primeiro, pelas Casas, tão diferentes em seus ideais, o ódio histórico entre elas. Segundo, por qualquer motivo absurdo, Sirius e James não gostavam dele. James se tinha apaixonado por Lily no momento em que a tinha visto e tinha feito de tudo para que reparasse nele, mas ela estava sempre acompanhada pelo Slytherin. Sirius o odiava profundamente devido à sua afeição às Artes das Trevas, que o faziam recordar os valores retorcidos de sua família. Quanto a Peter, ele se guiava facilmente pelas convicções de seus amigos, era muito influenciável. Se Prongs e Padfoot odiavam aquela pessoa, porque é que ele não odiá-la também?
Mas sentia, a cada dia que passava, como seu lobo interior o desejava. Entendia o que queria, mas não podia se aproximar de Severus sem que eles sentisse desconfiado por seus motivos. Podia pensar que ele só queria zoar dele, humilhá-lo como seus amigos o faziam.
Viu Severus terminando de jantar e se levantando da mesa, indo em direção da porta. Pelo canto do olho, percebeu James e Sirius se levantando também, ao mesmo tempo e com expressões maliciosas. Soube de imediato o que eles queriam fazer. Deixou que eles fossem à frente e se levantou. Não iria permitir que seus amigos machucassem seu companheiro. Não podia.
Continua...