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Tempo estimado de leitura: 5 minutos
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1) Os personagens, lugares e citações que forem reconhecidos como sendo da saga de Harry Potter são da prioridade de J. , Scholastic Books, Bloomsbury Publishing, Editora Rocco ou Warner Bros. Entertainment. Nenhum lucro foi auferido pela criação desta fic.
2) Contém Slash (relação Homem x Homem), portanto se você não gosta ou se sente incomodado com esse tema, não leia.
Uma Boa Leitura a Todos ^^
Albus se encontrava no Salão Comunal de Slytherin, vazio aquela hora da tarde, sentado em um dos fofos sofás de pano, mesmo em frente à lareira crepitante.
Estava uma tarde de inverno chuvosa e muito fria e ele tinha decidido adiantar um pouco sua leitura, algo que não fosse relacionado com a escola. Amava livros, amava sentir as páginas ásperas contra suas mãos, o odor característico que emanavam.
Ler era um dos poucos prazeres que ainda tinha. Aquele era seu ultimo ano em Hogwarts, onde tinha de realizar os NIEM'S e sentia que não tinha tempo para si. Era só ir às aulas, realizar trabalhos e redações, estudar até altas horas da noite. Mal tinha tempo para descansar.
Mas precisava de ter as melhores notas se queria entrar no curso de Inomináveis, um dos empregos mais difíceis do mundo mágico. O secretismo daquele trabalho sempre o tinha fascinado. Desde muito pequeno que, quando seu pai o levava para o Ministério da Magia e via aquelas pessoas com longas capas e capuzes escondendo seus rostos, que tinha desejado ser um.
Ninguém, nem mesmo sua tia Hermione - que era Ministra da Magia - sabia exatamente o que faziam. Eram muito poucos aqueles que conseguiam entrar naquela profissão e Albus queria mostrar ao mundo que não precisava da fama de seu pai para realizar seus objetivos e conseguir suas conquistas.
Pensou em seu irmão, James, que já era jogador profissional de Quidditch, levando seu time - os Chudley Cannons - ao primeiro lugar pelo segundo ano consecutivo desde que estava jogando. Muitos tinham duvidado dele, pensando que era tinha usado a fama de seu pai para entrar no time, mas James tinha mostrado que era tão bom jogador como seu pai e avô, não tendo perdido nenhum jogo.
Lily ainda estava em seu quinto ano, na casa dos leões, mas já sabia o que queria para seu futuro. Amava animais, e queria seguir os passos de sua tia Luna, se tornando uma Magizoologa, viajar pelo mundo e descobrir novas espécies. Sua tia Luna acreditava que muitas ainda teriam de ser descobertas, embora já tivesse descoberto umas boas dezenas e escrito uma nova versão de "Animais Fantásticos e Onde Habitam", duplicando o volume do livro original com novas informações.
Suspirou, fechando o grosso livro que estava lendo. "O Senhor dos Anéis" era uma de suas trilogias preferidas, oferecido por sua tia Hermione quando tinha doze anos. Era uma leitura fantasiosa, e muito agradável. Conseguia ficar horas preso ao livro, lendo cada aventura de Frodo e seus companheiros até à Terra Média. Até já tinha visto os filmes com seus primos e se apaixonado pelo universo Tolkiano.
Olhou para as enormes janelas, vendo a Lula gigante nadando atrás de um cardume de peixes grandes. Os Slytherins eram os únicos em toda a escola que viam a criatura com regularidade.
Escutou a porta do retrato se abrindo e Scorpius entrando com duas xícaras fumegantes. Seu coração bateu mais rápido ao observar o rosto concentrado de seu namorado. Tinham sido melhores amigos desde os onze anos e tinham iniciado seu relacionamento em seu quarto ano. Muitos não tinham gostado do fato de ele ter sido selecionado para a casa das serpentes, mas seus irmãos sempre o tinham protegido.
Seu pai sempre o tinha apoiado, orgulhoso por ele. A casa de Slytherin ainda não tinha perdido a fama de produzir bruxos das Trevas, embora ninguém seguisse essa arte, desde a queda de Lord Voldemort, há vinte e cinco anos. De fato, a maioria dos Slytherins eram filhos de pais não mágicos, já que a maioria dos puro sangue tinham perecido durante a guerra e muitos sangue puros tinham casado com mestiços ou, até mesmo, nascidos muggles.
Já não existia aquela discriminação do passado, em que os puro sangue se achavam melhores que os restantes. Em Hogwarts, eram severamente castigados quem fazia bullying ou assédio. Os estudantes eram livres para serem quem queriam ser. Pelos relatos de seus pais, estavam em um mundo muito melhor.
Scorpius se aproximou e trocaram um selinho. Entregou-lhe a xícara, dizendo:
- Os elfos acabaram de fazer.
- Obrigado. - Agradeceu, sentindo a calidez da loiça e cheirou o chocolate, antes de soprar um pouco e bebericar a bebida doce.
Soltou um suspiro alto, sentindo seu corpo se aquecendo prazerosamente. Amava chocolate quente no inverno, em frente à lareira. Lembrava-lhe quando sua avó Molly, das brincadeiras na Toca, das batalhas de bolas de neve com seus primos depois de construir um boneco de neve com seus irmãos. Tinha tido uma infância muito feliz.
Scorpius se sentou a seu lado, muito juntinhos, partilhando o calor um do outro. A maioria de seus colegas estava nas aulas ou estudando na biblioteca, e eles tinham um tempo livre para estudarem para as provas ou para relaxarem.
Bebeu um gole o chocolate, soltando um gemido e lambendo os lábios. Que delícia. Sentiu os dedos longos de seu namorado brincando com seus cabelos rebeldes e suspirou, lhe dando um beijo na bochecha.
- Como eu te amo. - Declarou, tocando em seu rosto. Scorpius deixou escapar um belo sorriso e respondeu:
- Eu também te amo, espanador de pó. - Albus arregalou os olhos de espanto. Ninguém criticava seu cabelo. Era a marca da família Potter. Sorriu e atirou:
- Doninha albina! - Scorpius fingiu se zangar, e exclamou:
- Meu pai vai ficar sabendo disso! - Albus soltou uma risada, que se transformou em gargalhadas quando sentiu as mãos de seu namorado fazendo cócegas na zona de seus quadris. Risadas ecoaram pelo Salão Comunal. Nenhum deles reparou no pequeno grupo de Grindylows, umas criaturas de aparência que lembrava a mistura de uma criança raquítica com um anfíbio, que pararam perto da janela, observando aquela estranha interação entre humanos.
Eram somente eles naquele salão, aproveitando os poucos momentos que tinham juntos, antes de regressarem à vida corrida que tinham.
FIM