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Oi! Primeiro agradeço os comentários, os favoritos, os pedidos de atualização e todo o carinho recebido no capítulo anterior. Muito obrigada. Aqui está o novo, espero que gostem. Bjs
Severus observava, com uma mistura de sentimentos conflituosos dentro de si, sua amiga Lily, que se encontrava à sua frente. A ruiva continuava bela, usando seu uniforme da casa rival. O vermelho contrastava com sua pele branca, pontilhada de pequenas sardas. Os belos olhos verdes, tão brilhantes como diamantes, o observavam emocionadamente. Se olharam por longos momentos, sem saberem o que dizer:
– Lily... – Começou Severus, em voz baixa e ansiosa, o som ecoando ao longo da Torre e a ruiva lhe deu um sorriso tímido. Se percebia que ela estava receosa com a conversa. O Slytherin desejava se atirar a seus braços, lhe pedir perdão por sua estupidez, mas se controlou:
– Severus... – A voz de Lily era baixa e tensa. – James me convenceu a conversar com você.
Os olhos ónix se arregalaram, espantado com a revelação da garota. Olhou para trás, vendo o rosto de seu namorado adquirindo um leve rubor.
– Sério? – Perguntou, tossindo de seguida para esconder o tom emocionado em sua voz.
– Verdade. – Confirmou Marlene e todos se viraram na direção de sua voz. Ela estava encostada à parede, observando atentamente a interação entre eles. Ela se desencostou suavemente e caminhou em direção a James. Lhe tocou no ombro e comentou:
– É melhor deixar eles a sós. – O Gryffindor acenou em resposta, sem deixar de olhar para seu namorado. Viu Lily se aproximando de Severus, lhe tocando com receio no ombro.
– Venha se sentar perto da janela. – Escutou sua voz doce e ambos caminharam até à enorme janela da Torre, que revelava uma bela manhã de inverno, flocos de neve deslizando suavemente até ao solo coberto de neve. Se sentaram um à frente do outro, de pernas cruzadas. Antes de descer as escadas e esperar no corredor, com os nervos à flor da pele, James viu de relance a expressão emocionada de Severus e o sorriso contindo de Lily.
Desceu as escadas em caracol calmamente, rezando para que tudo corresse pelo melhor. Marlene caminhava à sua frente, seus ombros tensos e seus passos pesados. Entraram no corredor iluminado e ela comentou, preocupada:
– Tudo vai ficar bem. - Prometeu ele, para acalmá-la.
– Espero que sim. – Resmungou Marlene, uma ruga de preocupação em sua testa morena - Senão alguém vai ficar encrencado.
James engoliu em seco. Sabia que, se Severus e Lily não se reconciliassem, seria alvo da fúria de sua companheira. E ele, definitivamente, não queria estar na mira de Marlene Mc Kinnon.
OoOoO
Severus observava os flocos de neve, pequenos e delicados, deslizando à sua frente. Lily se encontrava a seu lado, com as mãos no colo, nervosa. Nenhum deles ainda tivera coragem para proferir uma palavra. Engoliu em seco, o silêncio pesado o sufocando. Olhou para seus longos dedos finos, pensando no que iria falar.
– Lily, eu... – Começou, hesitante – Me perdoe, por favor. Sei que fui um idiota mas eu estava sendo humilhado por James e seu grupo e...descarreguei em você. Não o deveria ter feito e me arrependo profundamente de tudo o que aconteceu.
Viu, impotente, as lágrimas grossas que escorriam pelos olhos esmeraldas de sua amiga de infância, e sentiu que os seus se umedeciam. Piscou os olhos, não querendo chorar. Lily as limpou com um movimento rápido da mão e suspirou:
– Eu também deveria ter percebido que você tinha falado tudo aquilo devido ao calor do momento, que nunca me chamaria aquele nome horrível, mas eu me senti tão humilhada, sabe? Me senti tão machucada com suas palavras, tão triste por você...eu só estava tentando ajudar e.... – Soluçou e Severus a abraçou, a confortando. Sentia a ruiva tremendo em seus braços, a cabeça escondida em seu peito e seus braços o rodeando com força.
– Shhh.... – Murmurou, beijando seus cabelos e sentindo sua maciez – Está tudo bem...já passou.
Não conseguindo evitar, sentiu lágrimas deslizando por suas bochechas. Escondeu o rosto nos fios ruivos, chorando. Ficaram abraçados, libertando suas mágoas, suas dores, ambos se sentindo cada vez mais leves.
– Me perdoe, Lily... – Implorou ele, se afastando dela e tocando nas pequenas mãos úmidas. Ela o olhou, os olhos ligeiramente avermelhados pelo choro, tal como seu nariz. Severus pensou que ela ficava adorável. Retirou de dentro do bolso do uniforme um lenço negro e o ofereceu. Lily pegou nele e virou o rosto, se assoou e limpou as lágrimas que estavam nas bochechas rosadas.
– Eu pensei muito, sabe? – Revelou ela, se virando para ele, enquanto pousava as mãos no colo – James foi realmente muito insistente e, não sei como, convenceu Marlene. Ficamos noites seguidas conversando até altas horas da madrugada sobre você. James me perguntava sobre nossa amizade, como eu me sentia perto de você, se tinha saudades de nossas conversas.
Eu nunca pensei que ele pudesse me convencer, mas ele o fez. Eu tinha muito receio de que nossa conversa corresse mal, e me machucasse ainda mais. Marlene me prometeu que dava um pontapé em seu traseiro se você me fizesse alguma coisa, mas James se culpou de tudo o que aconteceu e que seria ele a sofrer as consequências. Juro que fiquei sem palavras naquele momento. James Potter levando as culpas por outra pessoa. E todo o mundo conhece Marly quando está chateada. Ela é mesmo capaz de, não só pontapear seu traseiro, como amaldiçoar você. Seu feitiço preferido é furnuculus.
Severus, que a observava, sentia o espanto crescendo dentro de si. Nunca pensou que James fizesse tudo aquilo, conversar com Lily a ponto de convencê-la, por sua causa.
– Eu te perdoo, Sev. – Continuou ela, e Snape sentiu seu coração estacando por momentos, antes de acelerar novamente, uma alegria esfuzinate crescendo dentro de si. – Quero tentar novamente. Tenho saudades de nossas conversas, de quando você me protegia de Petúnia, de seus abraços, de suas imitações sobre James... – Ambos se riram ao recordar como Severus imitava James em sua postura altiva, o modo de andar e sua mania de estar sempre com a mão em seus cabelos rebeldes, os despenteando ainda mais. – Tenho saudades suas.
– Eu também tenho muitas saudades suas. – Disse ele, tocando em uma das mãos, sentindo sua maciez – Desde que rompemos nossa amizade, não tive ninguém com quem conversar durante as férias. Ficava sozinho todos os dias, fora de casa até de madrugada, para evitar as discussões de meus pais. Regulus era o único que me escrevia, mas muito raramente. Você sempre foi muito especial para mim, Lily, minha única amiga durante muitos anos. Sempre se preocupou comigo, partilhava seus doces comigo, me abraçava quando mais precisava, me dava presentes no aniversário.... – Ela mordeu o lábios, se recordando das expressões de pura felicidade de seu amigo, quando criança, quando recebia um presente seu no aniversário. Era de partir o coração. – Obrigado por me dar mais uma chance. Farei de tudo para não decepcionar você.
– Acho bom. – falou Lily, dando uma risada aguda, tentando esconder uma nova vaga de choro. – Senão seu traseiro ficará cheio de pequenos tentáculos nojentos.
– Ew, Lily! – Exclamou Severus, enquanto ela se ria. Se levantou, se sentindo feliz, e ajudou sua amiga a fazer o mesmo. Ajeitaram seus uniformes e ela perguntou:
– Que faço com o lenço?
– Fique com ele. – Ofereceu o Slytherin – Como um presente de recomeço de nossa amizade.
A ruiva sorriu, guardando o lenço amassado dentro do bolso de seu uniforme e desceram as escadas com belos sorrrisos nos rostos. Entraram no corredor e viram James e Marlene encostados à parede, conversando naturalmente, mas se percebia que estavam apreensivos, devido a seus corpos tensos. Ao vê-los, se afastaram da parede e caminharam apressados até eles. James viu os olhos vermelhos de ambos, mas não disse nada.
– Como correu? – Perguntou Marlene, ansiosa. Lily sorriu para ambos e respondeu:
– Decidimos dar mais uma chance à nossa amizade. – James suspirou, aliviado pela resposta da ruiva e respondeu com sinceridade:
– Estou muito feliz por vocês. – Ela o olhou nos olhos e agradeceu:
– Obrigada por tudo, James.
– Não foi nada. – Respondeu ele, um pouco envergonhado. – Foi por minha culpa que vocês terminaram vossa amizade, tinha de fazer alguma coisa para resolver.
As garotas sorriram para eles, Marlene aliviada por tudo ter corrido bem e Lily feliz.
– Você amadureceu James. – Comentou Lily, satisfeita - Estou orgulhosa de você.
James sentiu seu rosto quente com as palavras de sua colega.
– De tarde, a gente podia dar um passeio em Hogsmeade, ir à Dedosdemel ou ao Três Vassouras. – Comentou Lily – Que você acha, Sev?
– Acho a ideia maravilhosa. – Respondeu ele, com um belo sorriso no rosto.
– Eu depois envio uma carta a dizer onde nos encontramos e a que horas. – Falou James. Severus se aproximou de seu namorado e o abraçou em agradecimento.
– Tá bom. – Respondeu Marlene – Até logo.
– Até logo. – Responderam eles, vendo as garotas se afastando calmamente. Snape se virou para seu namorado e, se atirando para seus braços, o beijou apaixonadamente. James, com a perícia de um apanhador, agarrou Severus com firmeza e o encostou à parede, sentindo os lábios frios contra os seus. Entrelaçando suas pernas nos quadris de seu namorado, Severus brincava com o cabelo rebelde, sentindo como ele estremecia. Era delicioso sentir o corpo musculado contra o seu. Entreabriu sua boca, deixando escapar um gemido abafado ao sentir a língua de James tocando na sua. Sentiu uma mão morna deslizando por baixo de sua camisa e ronronou em resposta. Com um suspiro, se afastou, vendo os olhos avelãs brilhando e o rosto ruborizado de seu namorado.
– Eu...eu te amo, James. – Um sorriso brincalhão surgiu nos lábios do Maroto e ele respondeu:
– Eu também te amo, Severus.
Severus sorriu, antes de voltar a beijá-lo. Sua vida estava ficando melhor do que esperava, seus colegas sabiam de seu relacionamento e quase provocaram uma luta para descobrirem se ele estava sendo bem tratado, ou estava sobre a influência de alguma poção, tinha recuperado sua amizade com Lily, suas notas escolares eram brilhantes e tinha o namorado perfeito. Que mais poderia acontecer?
Continua...