Um Beijo Inesperado de Natal - Snames

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    Capítulo 12

    Confronto entre Casas

    Bissexualidade, Heterossexualidade, Homossexualidade, Linguagem Imprópria, Nudez, Sexo, Violência

    Oi! Primeiro agradeço os comentários, os 126 favoritos, os pedidos de atualização e todo o carinho recebido no capítulo anterior. Muito obrigada. Aqui está o novo, espero que gostem. Bjs emoticon

    As férias de Natal terminaram, na opinião do Maroto, demasiado rápidas. Antes que pudesse aproveitar mais algum tempo com seu namorado, a escola voltou se enchendo de estudantes, o que dificultou a vida ao casal. Eles desejavam se encontrar e namorar livremente, mas todos os locais recônditos de Hogwarts estavam ocupados com casais que desejavam matar saudades da distância imposta pelas férias.

    Depois da conversa com seu namorado no Lago Negro, o Gryffindor tentou conversar com Lily, tentando convencê-la de falar com Snape, mas ela não queria. Marlene lhe confidenciou, mais tarde, que a ruiva tinha receio de ser, mais uma vez, machucada por seu ex-melhor amigo.  

    Mas James sabia que tinha de ser insistente. Sempre que Severus lhe falava sobre sua infância, o nome de Lily era sempre pronunciando, e escutava o remorso em sua voz, o arrependimento por lhe ter chamado aquele nome horrível.

    Com a ajuda de Marlene, se encontravam os três tarde da noite no Salão Comunal e discutiam entre eles se valeria a pena dar mais uma chance ao Slytherin. Potter lhes explicou o profundo arrependimento de seu namorado, de sua solidão, e seu desejo de voltarem a ser amigos. Lily lhe revelou que sentia muitas saudades de seu amigo de infância, de suas conversas, das horas estudando na biblioteca, dos trabalhos de grupo nas aulas. E James lhe dizia que poderia recuperar todos aqueles momentos, bastava conversarem.

    Vendo que ela não estava ficando convencida, uma noite, lhe relembrou que tinha sido por sua culpa que Severus a tinha chamado de “sangue ruim”. Que sua humilhação tinha sido demasiado naquele momento, que seu orgulho tinha sido ferido, e que não queria uma garota o ajudando. E perguntou como ela se sentiria se tivesse sido humilhada, machucada e maltratada como seu namorado tinha sido naquele dia.

    E Lily olhou para a lareira crepitante, pensativa. Aos poucos, seus olhos esmeraldas se encheram de lágrimas, pensando em seu amigo. James se encolheu no sofá, arrependido de todos seus atos infantis. Nunca se tinha apercebido, até aquele momento, como suas brincadeiras machucavam as pessoas. Desviou o olhar, vendo como os ombros de Lily tremiam. Marlene se aproximou de sua namorada e a abraçou, lhe dando forças, e sussurrando em seu ouvido.

    “Quantas vezes Lily terá chorado por Severus?” – Se perguntou, observando a lareira crepitante. Suspirou, sentindo uma pontada de dor em sua cabeça e encostou sua cabeça ao sofá. – “E quantas vezes Severus terá chorado por Lily?”

    As chamas crepitavam, fazendo sombras fantasmagóricas nas paredes. Cruzou os braços em frente ao peito, tentando ignorar os sussurros das duas garotas. Não sabia o que iria fazer se ela se recusasse conversar com Severus.

    A voz de Lily ecoou baixa pelo Salão Comunal, o tirando de seus pensamentos:

    – James? – Olhou para a ruiva, que estava abraçada a Marlene. Seus olhos estavam avermelhados pelo choro e de suas bochechas escorriam grossas lágrimas.

    – Diga, Lily. – Respondeu, sentindo seu coração acelerar com o nervosismo. Olhando nos olhos de Marlene, que a incentivava, respondeu:

    – Eu aceito conversar com Severus. – O Gryffindor deixou escapar um belo sorriso, aliviado com a resposta positiva de sua colega.

    – Obrigado. – Agradeceu ele, se sentindo mais leve. Queria se levantar e gritar de alegria, mas se controlou. Severus teria uma enorme surpresa.

    Conversaram mais um pouco e decidiram se encontrar no dia seguinte, na Torre de Astronomia, antes do café da manhã. Se despedindo das garotas com abraços apertados, correu para seu dormitório e, pegando em uma folha de pergaminho, uma pena e tinta, se deitou de barriga na cama e escreveu por cima de um livro:

    “ Severus,

    Preciso de me encontrar com você na Torre de Astronomia, antes do café da manhã. É urgente.

    JP”

    Dobrou a carta e a pousou em cima do criado mudo. Como costumava acordar cedo para tomar banho, podia aproveitar e ir ao Corujal, uma torre alta e circular, de fácil acesso, que ficava na parte externa do castelo e entregar sua carta à sua bela Coruja das Torres, um presente de sua mãe quando entrou no primeiro ano. 

    Colocou a mão na boca, abafando um bocejo. Encostou a cabeça ao travesseiro e adormeceu de imediato.

    Sentia que, no dia seguinte, tudo iria mudar.

    OoOoO

    Severus abriu os olhos ao escutar um pio insistente. Seus colegas começaram murmurando baixinho e Mulciber em voz alta:

    – Snape, cale essa coruja! – O Slytherin se ergueu da cama e observou uma bela coruja de penugem castanho-clara e manchas pretas nas costas e parte de trás da cabeça esvoaçando à sua frente, com uma carta na pata. Se espreguiçou e retirou o pergaminho enrolado na pata da coruja, que piou e voou para fora. Seus colegas se levantavam um a um, uns já se vestindo e outros se preparando para tomar banho.

    Desenrolou o pergaminho e ergueu uma sobrancelha, desconfiado, ao ler a carta de seu namorado. Pegou na varinha, que estava pousada no criado mudo e queimou a carta, as cinzas caindo sob a cama. Se levantou, estremunhado, sacudindo-as para o tapete e pegou em seu uniforme e sua roupa interior, a mensagem de James ecoando em sua cabeça. Nem se apercebeu das conversas sussurradas dos garotos, que o observavam discretamente. Esperou que seus colegas desimpedissem o banheiro e entrou com o uniforme e a varinha nas mãos. Fechou a porta e retirou sua roupa, ao mesmo tempo que aquecia a água. Pousou tudo em cima do vaso sanitário, entrou na banheira e tomou uma ducha rápida. Se ensaboou com uma bucha que tinha transfigurado no momento. Era mais prática que utilizar as mãos. Lavou o cabelo com rapidez, estava desejoso para se encontrar com James e para saber o que queria com ele. A água morna descia sobre ele, relaxando seus músculos. Desejava ficar um pouco mais debaixo de água, mas sua curiosidade era mais forte.

    Terminou rapidamente e enrolou a tolha felpuda, de cor verde, em redor de seus quadris e saiu da banheira. Lavou rapidamente os dentes, escovou os cabelos e se limpou. Vestiu o uniforme e saiu do banheiro, vendo que o dormitório estava vazio. Franziu o sobrolho, achando esquisito. Normalmente era dos primeiros a ficar pronto e, naquele dia, tinha sido o ultimo. Abriu a porta do dormitório e entrou no corredor, fechando-a atrás de si. Percebeu que as portas dos dormitórios estavam fechadas. Um silêncio sepulcral se erguia do corredor deserto, lhe trazendo uma sensação de mau agouro.

    Desconfiado, estava entrando em seu Salão Comunal, quando escutou seu nome sendo sussurrado. Olhou em volta e reparou que todos seus colegas, na maioria garotas, o observavam. E sentindo inquieto, perguntou, querendo saber o que se passava:

    – Porque me estão olhando assim? – Os Slytherins se entreolharam, os mais jovens se sentindo desconfortáveis. Semicerrou os olhos e avançou até um grupo de meninas do segundo ano, que se afastaram, assustadas. Muitas delas até taparam suas bocas com as mãos para se impedirem de gritar. Sentia seu coração batendo rapidamente contra seu peito, sua respiração alterada pelo nervosismo. Todos estavam agindo de forma esquisita, e ele não sabia o que estava acontecendo. Uma das meninas comentou suavemente, sua voz hesitante:

    – Você está namorando James Potter, o capitão do Time de Quidditch de Gryffindor?

    Severus sentiu seu coração falar uma batida com essa pergunta.

    “Como elas poderiam saber?” – Se perguntou, eles tinham sido tão cuidadosos. Sua mente o lembrou quando seu namorado o tinha puxado contra si no hall do castelo e o beijado apaixonadamente. Provavelmente tinham sido vistos. Se xingou mentalmente, respirando fundo.

    – Que está acontecendo? – Falou, se esquivando da pergunta.

    – Nosso colegas estão se dirigindo para o Salão Comunal de Gryffindor para exigirem satisfações. – Comentou um garoto do segundo ano, que estava encostado à parede. – Provavelmente eles já chegaram.

    Severus sentiu seu rosto perdendo a cor. Se endireitou, para que não percebessem seu temor:

    – Como é que é? – Perguntou, sua voz saindo um pouco estridente, observando as expressões assustadas. Avançou em direção à porta e a abriu com brusquidão, entrando no corredor. Ignorou o frio intenso que gelava o corredor, mesmo com as tochas pregadas na parede criando fogo e correu até à Torre de Gryffindor. Seus colegas se desviavam ao vê-lo, perguntando uns aos outros porque ele estaria com tanta pressa. O coração de Severus parecia que ia sair de seu peito mas mesmo assim, não parou.

    Galgou as escadas duas a duas, tentando chegar mais rapidamente. Sua respiração saia bruscamente de seus pulmões, gotas de suor escorriam de sua testa, deslizando por suas bochechas rosadas. Estava com receio de não conseguir evitar um massacre. À medida que se aproximava, começou escutando vozes exaltadas.

    Rezando a Merlin para que nada de ruim acontecesse, aumentou o ritmo da corrida, sentindo que se parasse, não conseguiria avançar mais. Virou o corredor e viu um aglomerado de garotos de várias idades, de uniformes verdes, em frente ao retrato do Salão Comunal de Gryffindor, que se encontrava aberto. A vozes zangadas subiam de tom e Severus parou, arquejando. Inspirou fundo e gritou, se fazendo ouvir:

    – Que…que está acontecendo aqui? – Seus colegas pararam de gritar e se viraram em sua direção. Observaram com espanto a figura desmazelada que avançava lentamente para eles e se desviaram, deixando-o passar.

    Snape se colocou no meio dos estudantes, olhando em volta. Parados à entrada, Black e Lupin estavam lado a lado de James, de varinhas em punho e expressões ameaçadoras. Do outro lado, se encontravam os restantes colegas de seu dormitório, juntamente com mais alguns Slytherins, sendo liderados por Regulus, também de varinhas nas mãos, se preparando para um confronto.

    – Que…que está acontecendo aqui? – Repetiu, sua respiração ainda um pouco descompassada, se colocando à frente de seu namorado e confrontando as expressões raivosas de seus colegas.

    – A gente quer saber se Potter está brincando com seus sentimentos ou está sendo sincero. - Respondeu uma garota do sexto ano de olhos pequenos e ameaçadores. Severus se recordou que a tinha ajudado uma vez a estudar para os N.O.M.s de Poções em seu quinto ano. Seu nome era Agatha. Ela lhe tinha agradecido polidamente, mas nunca mais tinham trocado uma palavra.

    – Você já foi muito machucado por esse Gryffindor. – Cuspiu em desprezo, Regulus. – A gente está farta de ver você machucado e de nenhum professor fazer nada para ajudar.

    – Cale a boca, Reg! – Exclamou Sirius, se intrometendo na conversa – Vocês nem sequer deveriam estar aqui!

    – Cale a boca você, irmãozinho! – Falou o Slytherin, ironicamente, sendo apoiado pelos colegas – A gente tem todo o direito de estar aqui, sim! Você não imagina nosso espanto ao chegar ontem a Hogwarts e escutar que Severus estava namorando James Potter! Que você acha que a gente pensou? Severus está amaldiçoado! Potter deu uma poção de amor!

    Severus se sentiu tocado com o gesto de seus colegas. Eles estavam querendo protegê-lo de James, estavam preocupados com ele.

    – James nunca faria isso! – Exclamou o Black mais velho, furioso com as acusações de Regulus – Ele não é uma cobra traiçoeira como vocês!

    – Como é que é? – Gritou o grupo das serpentes e ergueram as varinhas, prontos para amaldiçoá-lo. Remus lhe tocou no ombro e falou rispidamente:

    – Cale a boca, Siri. Você está falando o que não deve.

    – Mas, Moony… – Começou o Gryffindor mas, vendo a expressão fechada de seu namorado, se calou. Os Slytherins deram sorrisos irônicos ao ver Sirius Black murchando sob o olhar ameaçador de seu namorado.

    – Eu agradeço vossa preocupação, mas não se preocupem. – Disse Severus, calmamente – Eu sei que ele não está mentindo para mim.

    – Como você sabe? – Perguntou Agatha, o avaliando de olhos semicerrados. Snape soltou um sorrisinho de lado e, erguendo uma sobrancelha, esclareceu:

    – Você acha que não conheceria meu inimigo depois de sete anos de convivência?

    Olhava para seus colegas, querendo lhes explicar como sabia que James não lhe faria mal. Se colocou no meio da roda e conversou em surdina, lhes explicando tudo o que tinha acontecido até aquele momento. Escutava os sons de espanto e choque que escapavam das bocas de seus colegas. Os Slytherins estavam espantados com sua história. Severus decidiu ocultar o fato de James já ter entrado no Salão Comunal, mas frisou a primeira conversa que tiveram depois do beijo, para lhes demonstrar que tinha razão.

    Os Marotos se observavam, trocando olhares. James tinha apanhado um enorme susto quando tinha aberto a passagem e encontrado aquele grupo com expressões fechadas e posturas tensas.

    Remus, vendo que a situação estava controlada, entrou no Salão Comunal e acalmou seus colegas, dizendo com sua voz doce e suave:

    ­– Não se preocupem. Está tudo bem agora. - Se escutaram exclamações de alivio. James observava o grupo, não sabendo o que pensar. Nunca em toda sua vida pensaria ter um grupo de Slytherins em frente ao retrato para o confrontar por causa de Severus. Viu os Slytherins desmanchando a roda e o olhando com desprezo.

    – Se você machucar Severus de alguma forma, terá uma desagradável surpresa, lhe garanto. - Ameaçou Regulus, acenando com a varinha em sua direção.  

    – Não se preocupe. - Respondeu James, friamente, ajeitando seus óculos no rosto. - Não farei nada.

    Os Slytherins lhe deitaram um olhar antes de se afastarem. Severus observou o grupo se distanciando, pensativo, se lembrando de um pormenor importante, e perguntou:

    ­– Como vocês souberam da localização do Salão Comunal de Gryffindor?

    Os Slytherins olharam para trás, sorrisos irônicos espelhados em seus rostos, e escutaram uma voz burlona:

    – Não lhe podemos revelar, é segredo. - Snape não impediu que seus colegas continuassem seu caminho. Ficou quieto, pensando nas palavras que tinha escutado. Alguém, de Gryffindor provavelmente, lhes tinha revelado qual era o retrato. Sentiu os braços de James entrelaçando seus quadris e os lábios suaves bejando sua bochecha ainda rosada. Atrás deles, Sirius e Remus acalmavam os ânimos, dizendo que estava tudo bem. Lentamente, seus colegas começaram saindo do Salão Comunal, passando pelo casal e olhando para eles de relance, sem comentários. Surpreendentemente, não tinha aparecido nenhum professor ou funcionário.

    – Você está bem? - Perguntou Severus, olhando para seu namorado. O rosto de James estava pálido e tenso. Seus olhos cor de avelã brilhavam intensamente em sua direção.

    – Sim. - Respondeu, sua voz um pouco mais rouca que o habitual. - Como você soube?

    – Me avisaram. - Disse Severus. Sirius e Remus passaram por eles, lhes dando um sorriso ao mesmo tempo que o retrato da Dama Gorda se fechava suavemente. - Que você queria me falar?

    O Gryffindor sorriu de relance, lhe roubando um selinho. Snape estremeceu com o toque suave e repentino.

    – Vamos para a Torre de Astronomia? - Propôs James - Quero lhe mostrar uma coisa?

    – E o café da manhã? - Perguntou o Slytherin, se perguntando o que poderia ser tão importante para se saltar a refeição mais importante do dia. O rosto de James ficou sério e ele perguntou:

    – Está com fome?

    – Nem por isso.  -Admitiu o Slytherin. Toda aquela situação tinha lhe tirado o pouco apetite que tinha. Começaram a andar, sua curiosidade subindo de tom.

    – Que você me vai mostrar? - Acabou por perguntar. Seu namorado não lhe respondeu, estimulando seu interesse. Caminharam ao longo dos corredores, desertos à passagem dos dois. Os retratos eram os únicos que os observavam com curiosidade, querendo saber onde se dirigiam.

    Subiram as escadas em direção à torre mais alta do castelo, o coração de Severus batendo descompassadamente contra seu peito. A seu lado, James o observava com misto de temor e curiosidade. Estava ansioso pelo encontro de Severus e Lily, mas temia o desenrolar da conversa. Só esperava que tudo corresse pelo melhor.

    Severus entrou na Torre de Astronomia e estacou, seus olhos cor de ónix se arregalando em choque.  À sua frente se encontrava sua ex-melhor amiga, Lily.

    Continua...


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