Um Beijo Inesperado de Natal - Snames

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    16
    Capítulos:

    Capítulo 5

    Uma Conversa Reveladora

    Bissexualidade, Heterossexualidade, Homossexualidade, Linguagem Imprópria, Nudez, Sexo, Violência

    Oi! Primeiro agradeço os comentários, os favoritos, os pedidos de atualização e todo o carinho recebido no capítulo anterior. Muito obrigada. Aqui está a continuação, espero que gostem. Bjs emoticon

    Severus se ergueu de um salto na cama, de respiração ofegante e com uma ereção dolorosa no meio de suas pernas. Colocou sua mão quente em seu rosto suado e tentou se acalmar. Não conseguia acreditar que tivera um sonho erótico com o Gryffindor. Já tivera muitos com Potter, na maioria deles eles eram amigos ou só se beijavam, mas aquele tinha sido…intenso.

    Se levantou, reparando que seu uniforme estava úmido pelo suor e se dirigiu o mais rapidamente que pode para o banheiro. Fechou a porta e retirou sua roupa, ao mesmo tempo que aquecia a água para tomar um longo e relaxante banho. Não queria se olhar no espelho, tinha vergonha de si mesmo, das marcas de seu corpo.

    Retirou a varinha de dentro da manga, convocando roupas limpas. Percebendo que a água já estava quente, tapou o ralo e deixou que ela enchesse, ao mesmo tempo que colocava sais de banho perfumados. As roupas voaram pelo banheiro e pousaram em cima do vaso sanitário. Pousou sua varinha e olhou para sua ereção, precisava de se aliviar.

    Entrou na banheira e se sentou, soltando um gemido baixo ao sentir a água acariciando sua pele. Uma mão se fechou em sua excitação e realizou movimentos suaves de vai e vem, sentindo o prazer percorrendo seu corpo. Mordeu o lábio para não deixar escapar nenhum som, aumentando os movimentos. Mesmo que estivesse sozinho, tinha receio que alguém o escutasse no corredor.

    Ainda conseguia sentir o corpo de Potter contra o seu, as palavras “Eu também te amo”, ressoando em sua mente. Sentiu uma ligeira pressão em seu baixo ventre e deixou escapar um gemido ao sentir seu alívio.

    - James… – Chamou, sem se conter, sentindo sua essência saindo em jatos e vendo a água limpando seu corpo. Sua respiração estava ainda mais ofegante que antes e tentou se acalmar. Ao se aperceber que tinha se tocado pensando em seu colega, sentou lágrimas escorrendo por seu rosto.

    “Potter não me ama.” – Pensou, tentando não relembrar o sonho – “Ele só me beijou por causa do maldito visco! Pare de pensar bobagens, Severus!”

    Se deixou estar na banheira até a água fica fria, chorando por sua descoberta. Como ele preferia ter ficado na ignorância. Agora Potter tinha forma de o machucar ainda mais.

    O sonho tinha sido tão real. Ainda podia sentir cada toque, cada beijo de Potter. Retirou a tampa do ralo, vendo como a água descia lentamente por seu corpo até desaparecer. Se levantou e tomou uma ducha rápida, querendo se livrar daqueles pensamentos. Terminou rapidamente e enrolou uma toalha felpuda, de cor verde, em redor de seus quadris e saiu da banheira. Queria ficar com raiva do Gryffindor e tentou se lembrar de todo o mal que Potter lhe tinha feito há alguns meses e percebeu, com espanto, que ele e os Marotos já não se metiam com ele. Pelo contrário, Potter era o único que, pelo menos, o observava. O resto o ignorava.

    Se sentindo confuso com esse pensamento, lavou os dentes e se limpou. Vestiu o uniforme e saiu do banheiro. Olhou para o relógio, que estava em cima do criado mudo, e viu que eram oito da manhã.

    Abriu a porta do dormitório e entrou no corredor, fechando-a atrás de si. Se dirigiu para o Salão Comunal e viu alguns colegas saindo pelo retrato. Imitou-os e andou rapidamente pelo corredor das masmorras do castelo ao mesmo tempo que pensava em uma ideia absurda para si. Conversar com Potter, esclarecer tudo com ele. Não podia ignorar o que tinha acontecido entre eles.

    Ultrapassou alguns de seus colegas e entrou no hall do castelo, olhando em volta. Lily e Marlene estavam ambas entrando de mãos dadas no Salão Principal. Ainda se lembrava do escândalo que tinha sido quando descobriram que elas namoravam. Uma nascida trouxa e uma puro sangue. Os mais conservadores quase que tiveram ao ataque ao vê-las se beijando em pleno Salão Principal. Uma cena memorável, principalmente quando Black e Lupin se juntaram ao beijo. 

    Era uma bela manhã de primavera e ao alunos já se encontravam no Salão Principal, saboreando o delicioso café da manhã que estava distribuído pelas mesas. Muitos estavam ansiosos pela chegada do correio para lerem as cartas de seus familiares. McKinnon e Lily entraram de mãos dadas no salão, conversando animadamente. Se sentaram perto dos Marotos e pegaram em pratos, para escolherem o que queriam comer. Ignorando o escândalo que iriam provocar, deram um selinho rápido e inocente. Quando se afastaram, o Salão Principal estava silencioso, podendo se escutar um zumbido de uma mosca.

    Os Slytherins foram os primeiros a reagir. Com nojo e horror, comentaram que uma sangue ruim não tinha o calibre para estar ao lado de uma puro sangue. Muitos concordaram com eles, mas outros, principalmente os mestiços e nascidos trouxas, ficaram horrorizados com as palavras cruéis de seus colegas. Lily e Marlene estavam abraçadas, escutando impotentes as palavras que lhes eram dirigidas.

    Os professores estavam silenciosos, de varinha nas mãos, vendo o que estava acontecendo. Mandaram os estudantes se calarem e continuarem comendo, mas eles estavam demasiado revoltados para perceberem. Black, percebendo que a situação não se acalmaria, decidiu se intrometer. Se levantou e, puxando Remus para seus braços, o beijou com fervor. O Salão Principal se calou pela segunda vez naquele dia, antes de dezenas de garotas começarem chorando, e gritando, ao se aperceberem que Sirius Black gostava de garotos. Muitos puro sangues não aguentaram as emoções daquela manhã e desmaiaram. E Severus nunca se tinha divertido tanto na vida.

    Em poucas horas, a sociedade bruxa soube do acontecimento devido ao “Profeta Diário”, que tinha recebido uma carta anônima de um aluno, explicando o que tinha acontecido. Nessa mesma noite, uma coruja negra voou pelo Salão Principal e deixou cair uma carta em frente de Black. Todo o mundo, ao ver a cor vermelha, soube o que era, um Berrador. Percebendo que não poderia escapar, tocou no envelope, que se abriu e a voz horripilante de Walburga Black ecoou pelo Salão, dizendo que ele era a vergonha da família, que estava desgostosa com o escândalo que ele tinha provocado, e que tinha sujado o nome ancestral dos Black.  

    O Gryffindor escutava tudo sem reação e seu companheiro se levantou e se colocou ao lado dele, lhe dando apoio. Quando a carta terminou e se desfez, Black soltou uma gargalhada que mais parecia um latido e beijou Lupin, como se não se importasse com as palavras ferinas de sua mãe. Esse ato tinha chocado os Slytherins, que se aperceberam de que Sirius Black não se importava com o nome da família.

    Severus saiu de seus pensamentos ao ver os Marotos descendo as escadas em direção ao Salão Principal. Respirou fundo, para ganhar coragem, e correu até aos quatro garotos. Parou atrás deles e disse, com voz rouca e um pouco temerosa:

    – Potter. – Os quatro Gryffindors pararam e se viraram ao escutar a voz do Slytherin. Black, ao ver que era Snape, se colocou à frente de James e falou rispidamente, tirando a varinha de dentro do bolso da capa:

    – O que você quer, Snape? – Sua voz era de puro desprezo. Severus se apercebeu que ele estava protegendo seu amigo. Lupin imitou seu namorado e se colocou no lado direito de James, pousando uma mão em seu ombro, como se estivesse lhe dando conforto. Peter, no entanto, se afastou receoso – Cai fora!

    – Eu quero conversar com Potter. – Escolheu as palavras cuidadosamente, não queria ser atacado por dois Gryffindors furiosos. Estava farto de ir para a enfermaria por causa deles. Os olhos de James brilharam com suas palavras – Agora, se não se importar.

    Os garotos se entreolharam, conversando com o olhar. Severus esperou com alguma impaciência que se decidissem. Era uma conversa importante e não podia passar aquele dia. Seus colegas passavam por eles e, ao observarem a cena insólita, cochichavam entre eles, espantados. James falou, quebrando o silêncio:

    – Já venho.

    – Mas, Prongs… – Interrompeu Sirius, agarrando seu braço e lhe dando um olhar preocupado. Potter sorriu, tirando calmamente a mão tensa de seu ombro e acenou com a cabeça, antes de se afastar do grupo.

    Os dois jovens caminharam lado a lado, sem dizerem uma palavra. Snape pensava na loucura que estava cometendo e James o observava, vendo a tensão de seu corpo.

     Subiram as escadas, ignorando os olhares de espanto de seus colegas e Snape indicou a primeira sala de aula que viu. James colocou a mão na maçaneta e abriu a porta. Entrou, sendo seguido pelo Slytherin, que fechou a porta. Se olharam nos olhos e Severus viu um brilho de curiosidade. Perguntou rapidamente, antes que Potter o interrompesse.

    – Porque você me beijou? – James cruzou os braços, ao ser confrontado, e respondeu:

    – Você não sabe que, se não beijar uma pessoa quando está debaixo do visco, que ficará amaldiçoado no amor?

    Snape o observou impassivelmente por uns momentos, mas não aguentou mais e se começou a rir, não acreditando em suas palavras. Potter acreditava mesmo que poderia ficar amaldiçoado que não o beijasse debaixo daquela planta inofensiva?

    As bagas dos viscos eram conhecidos por terem propriedades medicinais. Eram usadas há muitos séculos como antídoto para venenos, para a infertilidade e para afastar espíritos maléficos.  Era impossível uma pessoa ficar amaldiçoada no amor.  

    Continuou rindo, suas bochechas pálidas ficando aos poucos rosadas pelo esforço, lágrimas se formando em seus olhos. James fechou a cara, começando a sentir raiva de seu colega. Não se podia brincar com as crenças de outras pessoas. Uma ideia lhe surgiu e ele descruzou os braços, se preparando. Vendo que ele estava limpando as lágrimas que escorriam de seus olhos, sem aviso, empurrou o Slytherin contra a parede e o prendeu com o próprio corpo, agarrando um dos braços.

    Severus parou de rir ao se aperceber que estava prensado contra a parede e seu rosto empalideceu ao ver-se tão próximo do Gryffindor. Tentando controlar o pânico que o atingiu, tentou se libertar, mas Potter o tinha bem preso. Seus olhos negros mostravam uma mistura de raiva e receio quando ordenou:

    – Me solte, Potter! – James percebeu que o corpo do Slytherin tremia ligeiramente, e tocou em seu rosto frio antes de responder:

    – ­­Não, não vou soltar você. – Severus o olhou, desconfiado. Olhou em volta, temendo ter sido apanhado em uma armadilha dos Marotos. Puxou o braço com força para baixo, tentando se libertar, mas James não o soltou. Potter falou, novamente:

    – Não quero soltar você nunca mais. – Severus parou de se mover, sentindo seu coração estremecendo com suas palavras. O sonho preencheu sua mente, sem que pudesse evitar. Queria acreditar em suas palavras, mas tinha receio. Receio de que fosse tudo mentira, e de sofrer.

    Engoliu em seco e tentou se libertar mais uma vez, mas o Gryffindor acariciou seus cabelos negros, ao mesmo tempo que comentava:

    – Você tem um cabelo sedoso. – Snape tentou repreendê-lo, mas os toques de James o relaxavam aos poucos, o impedindo de falar. Percebendo que ele estava se entregando, se aproximou um pouco mais, colando seus corpos e beijou seu pescoço.

    Severus estremeceu ao sentir os lábios quentes e sedosos de Potter contra seu pescoço e soltou um gemido baixo de prazer, arrepios percorrendo seu corpo pálido e magro. Fechou seus olhos, seu corpo se entregando aos toques sensuais de seu colega. Queria se lembrar que James Potter era seu inimigo, que não deveriam estar tendo aquela intimidade, mas as palavras que tinha escutado no sonho não saíam de sua cabeça: “Te amo, Sev. Obrigado por não ter desistido de mim.”

    – Po…Potter… – Gemeu, tentando fazer com que ele parasse, mas sem sucesso. James sorriu maliciosamente ao perguntar:

    – Você quer que eu pare? – Severus suspirou em resposta, se enroscando no corpo do colega. Não sabia o porque, mas estava se sentindo bem ao lado dele, um sentimento que nunca definiria sobre James Potter.

    – Potter…eu…Não…! – Implorou, com voz rouca. James parou de imediato, um pouco desiludido pela negação de seu colega, mas as próximas palavras o fizeram sorrir – Não pare!

    O Gryffindor se afastou, enxergando Severus. De rosto ruborizado, lábios entreabertos e respiração ofegante, era uma imagem linda de se ver. Os olhares de ambos se cruzaram, brilhantes pelo desejo. Querendo aprofundar os toques, as carícias, Potter se aproximou lentamente, suas mãos acariciavam suavemente os cabelos longos e negros, escutando gemidos baixos e roucos. Severus sentia ondas de calor percorrendo seu corpo, sua excitação crescendo aos poucos sem que pudesse evitar. Os lábios de James provocavam seu pescoço, o arrepiando. Seus suspiros escapavam de sua boca, saboreando o prazer que estava sentindo.

    O Gryffindor se afastou definitivamente de seu pescoço e o observou atentamente, seus olhos cor de avelã se fixando em seu rosto quente:

    – Você é lindo. – Declarou ele e Severus, saindo de seu estado relaxado, revirou os olhos e disse, ironicamente:

    – Claro, Potter… – Sua voz saiu baixa e rouca – E Dumbledore já não aprecia sorvetes de limão. – Todo o mundo conhecia o vício do Diretor, ele nunca deixaria de comer esses doces.

    James, querendo provar que estava falando a verdade, agarrou o rosto pálido e o puxou para si, sentindo um suave odor a ervas. Seus sentidos se inebriaram com o perfume de seu colega e seus lábios se tocaram com uma suavidade que o surpreendeu. Soltou um gemido abafado, colando seu corpo ao dele e seus olhos se fecharam de satisfação por estar beijando seu colega, sem ameaça de levar uma azaração.

    Severus arregalou seus olhos em choque ao sentir os lábios carnudos e macios contra os seus. Ao contrário do beijo da noite retrasada, esse era calmo, apaixonado. O beijo era tão viciante que não conseguiu se afastar, nem queria fazê-lo. Com cuidado, tocou nos cabelos rebeldes, sentindo sua maciez. E ele que sempre pensara que eram ásperos e sem vida.

    Sentiu James pedindo passagem com a língua para sua boca, que acedeu. Soltou um gemido abafado ao sentir um suave toque de menta atingindo sua sensível língua. James se apercebeu naquele momento que adorava os gemidos baixos do Slytherin. Tudo nele o excitava, os sons que produzia, o perfume que emanava, os toques tímidos das mãos delicadas em seu cabelo, o puxando para um beijo mais profundo.

    Largou o rosto de Severus e percorreu sensualmente seu corpo, sentindo os arrepios causados por suas carícias. O Slytherin descia a mãos com calma ao longo de suas costas até seu traseiro:

    – Continue…ah…. - Gemeu contra a boca fina. Sentiu as mãos de Severus percorrendo seus quadris, suas mãos se dirigindo para seu membro. Imaginando como seria ter as mãos delicadas acariciando seu membro, já intumescido de excitação.

    Severus se assustou ao sentir a excitação de seu colega. James, incontrolado pelo desejo, roçava seu corpo no dele, revelando sua ereção pulsante. Ganhando forças impensáveis para ele, o empurrou. Se afastou dele com rapidez, estava assustado com o andamento acelerado daquele momento.

    James saiu de seu momento de prazer com um movimento brusco e piscou os olhos, confuso. Observou a postura tensa de seu colega, que fugia de seus braços e corria em direção à porta. Severus pousou a mão na maçaneta e tentou abrir a porta, mas ela não se moveu. Estava trancada. Sem olhar para o Gryffindor, que ainda estava recuperando de sua fuga, ordenou:

    –Abra a porta, Potter.

    – Não. – Respondeu James, conseguindo se recuperar da fuga de Slytherin. Se aproximou dele, vendo como seu corpo estava tenso. Parou a seu lado, o observando. Os cabelos negros escondiam seu rosto, não deixando ver sua expressão, sua mão continuava na maçaneta.

    – Severus, por favor. – Implorou, não querendo que ele fosse embora – Me escute.

    – Não! – Rosnou, olhando para ele. James viu os olhos cor de café marejados de lágrimas e sentiu seu coração se apertando com a figura desolada à sua frente. Ficou em silêncio, sem saber o que dizer. Queria revelar o que realmente sentia por ele, mas não sabia como o outro iria reagir.

    – Porque? – Escutou a voz rouca e quebrada pela dor de seu colega e o observou, não sabendo o que ele queria dizer. Severus virou o rosto e ele viu lágrimas escorrendo por seus olhos. Seu rosto estava ruborizado e seus lábios continuavam inchados pelos beijos trocados. Percebia-se que ele estava sofrendo – Porque está fazendo isso comigo?

    – Do que você está falando? – Perguntou ele, sem entender onde Severus queria chegar.

    – Porque é que você está brincando comigo, com meus sentimentos? – Perguntou Snape, em voz baixa – Já não basta você e seus amigos me humilharem em público, me xingar dos nomes mais horríveis, de destruírem minhas poções….o que você quer mais de mim?

    – Me perdoe! – Implorou James, verdadeiramente arrependido. Ele se odiava por todo o mal que lhe tinha provocado, mas ele só queria sua atenção, que seus olhares se dirigissem para ele e mais ninguém. Odiava quando Severus dava atenção a Lily, antes de lhe ter chamado aquele nome horrível no quinto ano de ambos. Odiava o modo como ele lhe tocava, quando ele a abraçava. Seu coração se apertava, dolorido, e apertava os punhos, com raiva. Só o queria para si, mas não sabia como conquistá-lo. Conquistar um Slytherin. – Só queria que olhasse para mim, que me desse sua atenção.

    Severus o observou, cansado de toda aquela conversa. Só queria ir embora, ficar sozinho com seus pensamentos. Desde o fim de sua amizade com Lily, que não tinha ninguém com quem conversar, com quem dividir seus pensamentos íntimos ou emoções. Alguém que o aconselhasse, que o abraçasse quando chorava ou se sentia triste. Há muito tempo que não sentia um abraço, um carinho de outra pessoa, nem mesmo de sua mãe, que passava o tempo todo de suas férias discutindo com seu pai. Respirou fundo e lhe fez uma pergunta que lhe era óbvia naquele momento:

    – E você não poderia me ter perguntado se eu queria ser seu amigo? – Viu James baixando o rosto, triste – Lhe custava muito? Era tão simples, Potter…

    – Não, não era. – Interrompeu o Gryffindor, levantando o rosto, seu coração batendo rapidamente contra seu peito. Severus se admirou com seus olhos marejados de lágrimas e sentiu um misto de frustração e tristeza:

    – Porquê? – Perguntou, não entendendo seus sentimentos tão confusos, nem o fato de Potter subitamente ter pegado em suas mãos e as ter colocado em frente de seu corpo. James apertou os lábios, nervoso. Respirou fundo, tentando se acalmar. Era agora, iria revelar o que sentia pelo Slytherin. Reuniu toda sua coragem Gryffindor e, para espanto de Snape, se colocou de joelhos no chão frio da sala de aula. Abriu sua boca, declarando as palavras que há muito que queria dizer:

    – Porque eu te amo. – A expressão cansada de seu colega rapidamente se transformou em choque. Essa mudança não lhe tinha passado despercebida. Sentia suas mãos tremendo, ou seriam as de Severus? O rosto de Snape estava mais pálido que de um fantasma, seus olhos negros piscavam várias vezes, tentando assimilar suas palavras. Severus não sabia o que responder, sua mente trabalhava fervorosamente pensando nas brincadeiras de seu colega, como ele ficava frustrado quando ele o olhava com raiva, ódio, como Potter ficava tenso quando ele abraçava sua ex-melhor amiga. Parte dele não acreditava em suas palavras, mas a outra parte percebia agora porque era tratado daquela maneira.

    – Eu te amo. – Repetiu James, com os olhos marejados de lágrimas. – Mas se você não me ama, eu percebo, e deixarei você em paz.

    Severus viu sua desilusão, sua derrota. Potter se ergueu, largando suas mãos, e Snape se sentiu vazio. Viu ele pousando a mão na maçaneta e, sem reação, observou a porta se abrindo e James saindo da sala. Saindo de sua vida, definitivamente.

    Continua…


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