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Tempo estimado de leitura: 3 horas
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Oi! Primeiro agradeço os comentários, os favoritos, os pedidos de atualização e todo o carinho recebido no capítulo anterior. Muito obrigada. Também agradeço os favoritos. 50! Nunca pensei ter tantos, e a fanfic ainda está no início.
Aqui está a continuação, espero que gostem. Tenham um Feliz 2018!
Bjs
James sentia o coração batendo forte em seu peito. Seu rosto revelava um sorriso bobo. Tinha beijado Snape. Finalmente o tinha feito. Desde que regressara das férias de verão que o Slytherin não saia de seus pensamentos. Suspirou, subindo as escadas, tendo o cuidado de ver se elas não se moviam. Estava desesperado para regressar ao seu Salão Comunal de Gryffindor. Tocou nos lábios, sentindo como formigavam. Ao longe, escutou um estrondo. Como sempre, era Peeves querendo aborrecer o zelador. Os retratos se remexeram, resmungando, adormecidos.
Se recordou de sua expressão do Slytherin por tê-lo beijado e fechou os olhos, sentindo que estavam começando a arder. Seus passos, antes leves e decididos, se transformavam aos poucos em lentos e pesados, seus sapatos arrastando no chão frio. Uma profunda tristeza estava espelhada em seu rosto, normalmente alegre, de tonalidade escura como café. Toda aquela alegria que tinha sentido ao beijá-lo se desvanecia aos poucos como fumaça.
Seus olhos castanhos esverdeados estavam brilhantes pelas lágrimas reprimidas. A expressão assustada de Severus não saía de seus pensamentos. Se xingou mentalmente por não ter impedido o beijo, por não se ter afastado de imediato. Mas os lábios do Slytherin eram viciantes. Tinha se apercebido que estava apaixonado por uma pessoa que o desprezava com todas suas forças. E não sabia o que fazer para mudar os sentimentos de Severus Snape.
Caminhou ao longo do corredor do sétimo andar e parou em frente ao retrato da Mulher Gorda, que estava profundamente adormecida, e bateu com o punho fechado no quadro. Ela despertou de rompante, desnorteada e, vendo o Maroto, bocejou. Perguntou, sem se incomodar em repreendê-lo, já sabendo que James Potter não se incomodava em obedecer às regras:
– Senha?
– Hocus Pocus. – Respondeu ele, em voz baixa, e o retrato se afastou, lhe revelando um buraco circular por detrás da pintura. O Maroto entrou sem proferir uma palavra, seu coração batendo devagar, machucado com a recusa de Severus.
O Salão Comunal era uma sala circular onde seus colegas, e ele, relaxavam depois de um longo dia de estudos. Estava cheio de poltronas fofas, mesas circulares, e um quadro de avisos. A janela tinha vista para os jardins de Hogwarts, onde ele passava grande parte de seu tempo vendo seus colegas de outras Casas caminhando, enquanto conversavam.
As paredes estavam decoradas com tapeçarias escarlates, que retratavam bruxas e bruxos, mas também várias criaturas. A lareira normalmente acesa e convidativa, estava apagada, transmitindo uma sensação de frieza no local, normalmente quente e cheio de vida.
Os dormitórios femininos e masculinos estavam divididos em duas escadas em espiral. James se dirigiu para a esquerda e subiu, sentindo que seu coração estava despedaçado pela dor que sentia. Abriu a porta de seu dormitório, olhando em volta. Peter já estava deitado em sua cama. Roncava ruidosamente, os cortinados cor de fogo fechados, lhe dando maior privacidade. Sirius e Remus ainda estavam acordados. Sentados na cama de Padfoot, se levantaram de imediato, assustados, quando escutaram a porta se abrindo.
Tentaram saudar alegremente seu amigo mas, ao observarem sua expressão desolada, ficaram alarmados. Nunca o tinham visto tão abatido.
– Que aconteceu, Prongs? – Perguntou Sirius, preocupado, sem se importar com sua roupa desalinhada. Black, que era uma pessoa sempre cuidadosa com sua aparência, se tinha esquecido dela, para dar atenção a seu melhor amigo. Remus não estava em melhor estado, a camisa de seu pijama desabotoada, revelando as profundas e horríveis cicatrizes de suas transformações. James, não conseguindo arranjar voz para lhes responder, correu até seus amigos e abraçou-os fortemente, chorando desconsoladamente no ombro do animargo. Moony acariciou os cabelos negros e rebeldes e ficou intrigado ao sentir um suave odor a ervas nas roupas de James, sentindo que conhecia o cheiro de algum lado, mas não sabia de onde.
Ficaram em silêncio, esperando pacientemente que ele começasse falando, ao mesmo tempo que o consolavam com gestos. Passado um longo tempo, onde só se escutava o choro abafado de James, se afastou e eles puderam ver seus olhos inchados e sua expressão de pura tristeza.
Percebendo que ele não estava em condições para conversar, afastaram os lençóis da cama e ajudaram-no a se deitar, sem sequer tirar o uniforme. Debaixo dos lençóis suaves, o Gryffindor revelou detalhadamente o encontro com o Slytherin, chorando com mais intensidade no final, quando Severus o tinha empurrado para o chão duro e fugido dele. Sirius caminhou para a frente e para trás, sua voz demonstrando toda a raiva que sentia. Prometia vingança contra Snape, pensando que era somente uma paixonite de seu amigo, mas Remus, que sabia melhor da profundidade dos sentimentos dele pelo Slytherin, falou com sua voz calma e serena. O demovendo de seus planos maléficos contra Snape:
– Você não vai fazer nada contra Severus, Siri. – Disse seu apelido propositadamente, sabendo que Sirius se acalmaria. De imediato, como mágica, seu namorado se acalmou e perguntou, com voz controlada:
– Então, como vamos ajudar Prongs? – Lupin olhou para seus amigos e falou as palavras que nenhum deles estava esperando:
– Vamos esperar, Severus de certeza que vai querer tirar satisfações com James. – Vendo os olhares de espanto dos dois garotos, falou com delicadeza, como se estivesse falando com um bebê:
– Severus é um Slytherin. E os Slytherins não gostam de estar em terreno desconhecido, se sentem ameaçados. Quando Prongs lhe deu aquele beijo, colocou seu mundo de cabeça para baixo e Snape vai fazer de tudo para voltar a ter esse equilíbrio. – Olhou diretamente para James, e finalizou – E, se tiver de conversar com você para tudo voltar ao normal, ele o fará.
Deu um tapa carinhoso no ombro de James, se despedindo, e puxou seu namorado para a cama dele, deixando o Gryffindor com esperança no coração.
Continua…