O Sonho

Estava sentado de frente para o Lago Negro, onde a Lula Gigante nadava calmamente pela água límpida, seus longos tentáculos dançando para cima e para baixo. Tinha as costas encostadas no tronco de uma árvore e aproveitava os raios de sol que acariciavam meu rosto. A meu lado, aberto sobre a grama verde e brilhante, se encontrava aberto um livro de Poções Avançado. Suspirei, me sentindo relaxado, quando senti que alguém se aproximava a passos apressados, mas decididos. Olhei para o lado e vi James Potter, trajando seu uniforme Gryffindor, seus cabelos negros estavam espetados para todos os lados e molhado, suas bochechas ruborizadas. Me apercebi que ele tinha tomado banho há pouco tempo.

Em vez de me levantar e fugir de seu encalço, sorri carinhosamente e me ergui, minha mão limpando as calças. O peso que sentia em meu peito pela preocupação de sua demora tinha desaparecido.

– Finalmente você apareceu. – Repreendi, ironicamente, e vi como ele ruborizava ligeiramente pela vergonha, ficando ainda mais belo.

– Me desculpe. – Falou ele, envergonhado – Estive no treino.

Olhei para seus olhos cor de avelã e me aproximei, ficando frente a ele. Nossos olhares se cruzaram e eu aproximei meu rosto do dele, desejando sentir seus lábios sobre os meus. Estremeci ao sentir seu toque suave e soltei um gemido baixo de deleite. James era um homem gentil comigo, me tratava com respeito e carinho, realizando todos os meus pedidos, por mais bobos que fossem. Por isso meu amor por ele crescia cada vez mais cada dia que passava. Nos separamos e meu companheiro acariciou delicadamente meu rosto, antes de falar:

– Eu te amo. – Senti meu coração acelerar contra meu peito e respondi, com uma suavidade que nunca tinha escutado de mim mesmo:

– Eu também te amo. – Nos aproximamos e trocamos um selinho, sentindo os lábios suaves contra os meus. James desapertou minha gravata verde e prateada e eu, percebendo o que ele queria, realizei vários encantamentos de privacidade. Não queríamos que ninguém arruinasse nosso momento. Desapertei um botão de cada vez da camisa branca de James, sentindo meu corpo estremecendo de antecipação. Meu companheiro sorriu maliciosamente ao ver minha expressão excitada e beijou meu pescoço, me arrancando gemidos de prazer. Sabendo que não me poderiam ver e, muito menos, escutar, impulsionei meus quadris em direção ao corpo de James, revelando minha excitação. Precisava desesperadamente que ele me tocasse, que me fizesse seu.

– Alguém precisa de ser acarinhado. – Escutei um ronronar contra meu ouvido e senti minha ereção estremecer com seu tom de voz libidinoso – Não é verdade, gatinho?

Gemi ao sentir uma mão acariciando minha excitação por cima da calça e sussurrei, agradado com o apelido carinhoso. Era muito mais agradável que Ranhoso.

– Sim, Jay… – Meus olhos estavam fechados, aproveitando os toques insinuantes de meu companheiro em meu corpo – Continue…

James cumpriu meu pedido e deslizou meu ziper, me fazendo estremecer de antecipação. Uma mão marota deslizou por minha cueca, agarrando meu membro intumescido e soltei um grito, sendo abafado por seus lábios. Sua mão realizava movimentos suaves de vai e vem, me transmitindo ondas de calor. Abri meus olhos e fixei no rosto concentrado de James, que estava a meu lado me observando com toda a atenção. Lentamente, me deitei na grama suave, gemidos baixos escapando de meus lábios. O prazer que sentia era tão bom, mas sabia que seria ainda melhor se ele continuasse. Minhas mãos trêmulas retiraram sua camisa, a atirando para a grama florida, observando o torso liso e torneado de meu companheiro. Molhei meus lábios e comentei:

– Você é muito gostoso. – Minhas mãos tocaram em sua pele sedosa e reparei que ele estremecia. James fechou momentaneamente os olhos, aproveitando minhas carícias. Eu continuei, observando sua reação e ele voltou a abrir os olhos e se colocou no meio de minhas pernas, impulsionando seu corpo em direção do meu. Sorriu maliciosamente para mim, com um olhar inocente e respondeu:

– Tudo para você, meu amor. – Senti meu peito se aquecendo, sentindo a paixão em suas palavras. Muitas vezes me tinha perguntado, no início de nossa relação, se iria resultar, se iríamos ficar juntos, ser felizes, mesmo sendo tão diferentes: James era popular, atrativo e rico, um garoto rebelde e sedutor, que denotava sensualidade por onde passava, e eu, um garoto feio, pobre e introvertido, sem nenhum atrativo. Mas James me tinha provado que o amor combatia qualquer barreira. Sai de meus pensamentos e vi meu companheiro desapertando minha camisa, revelando meu peito magro e pálido, repleto de cicatrizes. Coloquei as mãos à minha frente, uma tentativa tola de me tapar, mas James as retirou com suavidade, dizendo:

– Não esconda, Sev. – Olhei em seus olhos, a vergonha pesando em meu peito – Você é perfeito do jeito que é, mesmo com essas cicatrizes.

Senti meus olhos se enchendo de lágrimas, e pisquei algumas vezes, tentando afastá-las. Não queria que ele visse as marcas das surras de meu pai. Meu corpo estava repleto delas. James, percebendo meu medo, se aproximou de meu rosto e beijou meus lábios. Inspirei fundo ao sentir o toque carinhoso e soltei um gemido abafado. Em resposta, senti como era apertado contra seu corpo musculado, sentindo seu calor e sua pele suave contra a minha. As mãos de meu companheiro acariciavam meu corpo, me transmitindo arrepios de prazer. As minhas acariciavam seus cabelos rebeldes, sentindo sua maciez. Senti uma língua marota pressionando meus lábios e os abri, cedendo passagem.

Nossas línguas se tocaram harmoniosamente, com suavidade e doçura. Estremeci de prazer ao mesmo tempo que gemia contra sua boca, sentindo o desejo percorrendo meu corpo. James tocava em meu peito, seus dedos brincando com meus mamilos. Se afastou, terminando o beijo com suavidade, seus olhos cor de avelã brilhantes de desejo. Vi ele olhando para meu corpo marcado e, sem aviso, beijou uma cicatriz rosada que tinha por baixo de meu mamilo. Senti meus olhos se encherem novamente de lágrimas com seu ato e ele me olhou nos olhos e disse as palavras que eu mais ansiava escutar na vida:

– Eu te amo, Severus. – As lágrimas que estavam presas em meus olhos se libertaram, escorrendo ao longo de meu rosto. Era muito bom escutar essas palavras da pessoa que gostávamos. Abri a boca para responder, mas estava tão emocionado que não consegui. Em resposta, acariciei seus cabelos rebeldes, tentando dar a entender que sentia o mesmo e James sorriu, percebendo minha falta de palavras. Continuou beijando meu corpo, descendo calmamente até meu membro intumescido. Soltei um suspiro sufocado ao sentir suas mãos acariciando minha intimidade e, em resposta, impulsionei meu corpo para a frente.

Senti seus dedos acariciando minha ereção, me excitando cada vez mais, e sua boca a engoliu de uma vez. Um gemido alto e rouco escapou de meus lábios, o prazer percorrendo meu corpo ao sentir os movimentos de vai e vem, suaves e controlados. Minha respiração acelerava, meu corpo se incendiava com os toques, querendo mais. A boca de James me levava a sentir um prazer que nunca tinha sentido antes. Nunca ninguém me tinha tocado tão intimamente.

– James, por favor… – Implorei, e senti ele aumentando os movimentos de sucção. Agarrei seus cabelos, meu corpo estremecendo de prazer. Nossos olhos se encontraram e eu vi um brilho maroto, ele estava adorando me levar à loucura. – Por favor, mais…!

Meu companheiro obedeceu a meu pedido, me levando a mais prazer. Meus quadris se impulsionavam para a frente, completamente descontrolado pelo prazer. 

– Não pare… – Implorei – Não pare…!

Soltei um grito estrangulado ao mesmo tempo que me derramava em sua boca. James não me soltou, engolindo tudo prazerosamente.

Sentia que meu coração ia sair de meu peito, gotas de suor escorriam por meu rosto, meus lábios entreabertos tentavam buscar ar. Vi o rosto ruborizado de James me olhando com um misto de desejo e preocupação.

– Você está bem? – Escutei ele me perguntando. Acenei afirmativamente com a cabeça em resposta, não conseguindo falar. O prazer ainda percorria meu corpo como ondas suaves e quentes. James se deitou a meu lado e perguntou:

– Você gostou? – Dei um sorriso cansado, mas satisfeito e consegui responder:

– Sim. – Escutei um suspiro aliviado, vendo como James sorria, satisfeito consigo mesmo. Tentei murmurar algo como “idiota”, mas estava tão cansado que fechei os olhos. Antes de me entregar aos braços de Morfeu o ouvi declarar suavemente em meu ouvido:

– Te amo, Sev. Obrigado por não ter desistido de mim.

Continua…