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Oi!
Primeiro agradeço os comentários, os favoritos, os pedidos de atualização e todo o carinho recebido no capítulo anterior. Muito obrigada.
Aqui está o ultimo capítulo. Espero que gostem.
Bjs
O resto da manhã se passou normalmente, a meditação que tinha feito o tinha ajudado imenso. Toda a escola já sabia do ocorrido na aula e fazia de tudo para não importunar o Mestre de Poções, que não tivera aulas tão sossegadas em tanto anos como naquele dia. Minerva, ao almoço, decidiu lhe perguntar o que tinha realmente ocorrido e escutou atentamente sua resposta. No final, Snape admitiu:
- Não devia ter voltado. - A diretora olhou tristemente para o colega e pediu:
- Você faz muita falta aqui, Severus. Mas, precisa de ter calma, pela sua saúde. - Snape suspirou em resposta.
-Que bom que não tenho mais aulas hoje. - Comentou, terminando sua bebida - Preciso de descansar. Provavelmente, pedirei o jantar em meu gabinete. Até amanhã, Minerva.
-Até amanhã, Severus. - Respondeu a diretora, vendo ele se levantando - Descanse.
Severus acenou em resposta e saiu do Salão Principal, sentindo os olhares dos alunos sobre si, e avançou até às masmorras. Os estudantes que passavam por ele se desviavam, temendo que ele estivesse de mau humor. Entrou em seu gabinete, onde tirou sua roupa e a bandagem em volta de seu pescoço. Observou as longas cicatrizes avermelhadas, antes de tomar um duche. De seguida, lavou os dentes, secou com um floreio os cabelos, e vestiu uma roupa mais confortável, colocando seu habitual sobretudo negro. Se sentiu na escrivaninha e começou preparando umas provas escritas pra que seus alunos do terceiro ano de Ravenclaw e Hufflepuff fizessem. Demorou algum tempo a preparar tudo, antes de se dirigir para seu dormitório. Se sentindo estranhamente cansado, se deitou na cama, não dando sequer ao trabalho de afastar os lençóis e adormeceu de imediato.
OoOoO
O Mestre de Poções se remexeu na cama e abriu os olhos. Bocejou, ao mesmo tempo se sentindo mais leve e relaxado. Se virou na cama e olhou para o relógio que se encontrava em cima do criado mudo, vendo que eram oito da noite. Se espreguiçou, se levantando da cama. Com um floreio da varinha, ajeitou suas vestes e arrumou o quarto. Precisava de jantar, para receber Longbottom de seguida. Entrou no gabinete, guardando rapidamente as provas dentro de sua pasta e se sentou. Chamou um elfo doméstico, que apareceu de imediato , e ordenou:
- Pode me trazer o jantar.
- Com certeza, Pr. Snape.- Respondeu a criatura, com voz esganiçada, desaparecendo com um suave "pop". Severus convocou um frasco com uma poção calmante do armário e bebeu. Mesmo tendo dormido toda a tarde, não se sentia totalmente recuperado, o veneno de Nagini tinha retirado muitas de suas forças e temia nunca se recuperar. O elfo apareceu novamente, pousando em cima da escrivaninha um prato com um delicioso Beef Wellington e os talheres enrolados em volta do guardanapo. Ao pousar, de seguida, uma garrafa de uisque de fogo e um copo, perguntou:
- Deseja algo mais, senhor?
- Não, obrigado. - Respondeu, friamente. O elfo fez uma vênia, antes de aparatar. Snape pegou na garrafa, deitando um pouco do uisque no copo, desenrolando de seguida os talheres do guardanapo. Convocou sua revista de Poções e abriu na primera página, relendo-a e se distraindo um pouco de seus pensamentos. Longbottom chegaria dentro de pouco tempo, e não sabia como reagir.
Não sabia quando tinha começado a sentir esses sentimentos conflituosos, mas estava apaixonado por uma pessoa vinte anos mais nova que ele. Como tinha acontecido, não sabia. Talvez se tivesse apaixonado quando Longbottom o desafiara durante o domínio dos Carrows, onde mostrara uma coragem Gryffindor impressionante ou., até, mesmo antes. E não sabia como reagir a esses sentimentos. Jantou calmamente,esperando que a detenção fosse tranquila e sem mais nenhum incidente. Terminado o jantar, olhou para o relógio pregado na parede e viu que faltavam somente dez minutos para seu aluno chegar. Chamou o elfo, que apareceu novamente e lhe mandou arrumar tudo. O elfo obedeceu e ele se dirigiu para o banheiro para lavar os dentes. Quando regressou, se sentou na cadeira e guardou dentro da gaveta a revista e retirou um livro de Artes das Trevas que estava lendo antes de ter ocorrido a batalha final entre Potter e o Lord, e continuou lendo. Tinha sido uma de suas poucas distrações naquela altura terrível e sombria. Passado algum tempo, bateram à porta e Snape olhou para o relógio, vendo que eram nove da noite.
- Entre. - Disse, roucamente, e Neville abriu-a, timidamente, perguntando:
- Com licença, professor. - Fechou a porta e ficou em silêncio, esperando por ordens. Severus pousou a revista e ordenou:
- Você vai repetir a Poção Wiggenweld. - Neville estremeceu, se recordando do incidente daquela manhã, mas nada disse. Abriu seu livro de Poções, na página certa, e se dirigiu para o armário dos ingredientes, pegando no que necessitava. Colocou o caldeião no meio da sala, os ingredientes em cima de uma bancada imprivisada e começou organizando por ordem. De vez em quando, suspirava e fechava os olhos, tinha receio de falhar novamente. Suas mãos tremiam, enquanto cortava os ingredientes. Severus observava atentamente cada movimento de seu aluno com a varinha a seu lado, pronto para qualquer problema. De repente, Neville soltou um gemido de dor e largou automaticamente a faca, que caiu com um baque surdo no chão, e meteu o dedo na boca, sentindo o gosto do sangue. O professor se levantou de imediato, contornou a escrivaninha e se aproximou dele rapidamente.
- Me dê sua mão. - Ordenou e Neville retirou o dedo de sua boca, revelando um corte profundo. Timidamente, entregou sua mão a Snape, que começou realizando feitiços curativos no dedo ferido. O Gryffindor ruborizou ao sentir o toque frio do professor e seu coração bateu descompassadamente dentro de seu peito. Seu estômago se revolvia pelo nervosismo de ser tocado pelo Mestre de Poções. Há algum tempo que tinha sentimentos românticos por ele, sonhava que suas mãos pálidas e fortes percorriam seu corpo, o levando à loucura. Que seus lábios frios beijavam sua pele, e sua voz rouca gemia seu nome. Viu Severus pegando cuidadosamente em sua mão e realizando encantamentos curativos. Por fim, quando o dedo não sanguava mais, retirou sua mão delicadamente do agarre suave - mas firme – dele e sorriu em resposta.
— Obrigado. – Agradeceu, timidamente. O Mestre de Poções sorriu internamente ao ver o sorriso do Gryffindor, mas respondeu simplesmente:
— Para a próxima tenha cuidado. Você poderia ter-se machucado seriamente. – Snape ia se afastar, quando Neville agarrou sua mão e ambos estremeceram com o toque. Se olharam nos olhos e Severus viu os olhos castanhos de Longbottom brilhando intensamente, nunca os tinha visto tão cheios de vida. O Gryffindor ficou envergonhado com seu ato, mas Snape percebeu como sendo um incentivo. Sem se conter, aproximou seus lábios dos dele e o beijou carinhosamente. O Gryffindor estremeceu e abraçou o professor, aprofundando o beijo. Suas línguas se tocavam harmoniosamente, e se agarraram desesperadamente. Se separaram ao sentirem o ar escasseando e Severus, se apercebendo do que tinha feito, arregalou os olhos, horrorizado, e sussurrou:
—Merlin, que é que eu fiz?
— Nada que eu não quisesse, Snape. – Admitiu Neville, com um sorriso bobo em seus lábios. Quantas vezes tinha sonhado com eles dois se tocando, trocando palavras apaixonadas. O Mestre de Poções observou o Gryffindor, com uma sobrancelha arqueada, e lhe perguntou:
— Alguém lhe deu o direito de me chamar de Snape? - E frisou - É professor Snape, Longbottom.
Neville soltou uma risada tão gostosa que quase fez Snape rir junto. O Gryffindor o olhou e perguntou:
— A gente acabou de se beijar, e você quer que eu o continue chamando de professor? - Snape sentiu seu rosto se aquecendo de vergonha e Neville, cativado com sua reação, tocou com sua mão na bochecha do professor, que fechou os olhos com o toque.
— Longbottom… – Começou, temendo um descontrole de sua parte, mas foi interrompido pelo Gryffindor, que pediu:
— Me chame de Neville, por favor. – Severus hesitou, sentindo que era errado se envolver com um aluno, mesmo sendo maior de idade, mas se sentia enfeitiçado por ele. Hesitou, mas disse:
— Me perdoe, Neville. – Longbottom sorriu e ele continuou – A gente não se devia ter beijado. Eu sou um professor e você um aluno, e…
Mas foi novamente interrompido pelo Gryffindor, que se aproximou dele e lhe deu um selinho nos lábios, antes de admitir:
— Eu te amo. - Severus sentiu seu coração batendo rapidamente em seu peito ao perceber a sinceridade nos gestos, no olhar e na voz de Neville - Eu sei que não devia, mas eu te amo, e muito. Você sempre foi muito cruel com todos os estudantes, principalmente comigo, mas eu percebi que você, de alguma forma, se preocupava com seus alunos. Tentava que a gente aprendesse e, ano passado, nos protegeu contra os Carrow, impedindo que muitos não fossem torturados. Você foi muito corajoso em enganar Voldemort durante todo esse tempo. - Snape estremeceu com a menção do nome do Lord das Trevas, mas continuou ouvindo – Você fez de tudo para se redimir de seus erros, e é por isso que te amo, Severus.
O Mestre de Poções sentiu seu coração batendo mais forte com a declaração, não sabia o que dizer. Tinha tanto para lhe dizer, que não sabia por onde começar. Se lembrou de lhe ter chamado de idiota na aula e pediu:
— Me desculpe por ter chamado você de idiota, Neville. Você não é nada disso. Provou a toda a gente que pode ser muito corajoso. Você me desafiou muito ano passado, se meteu em muitos problemas e foi torturado mas, mesmo assim, não desistiu. E é por isso que admirei e me apaixonei por você. Pela sua capacidade de perdoar os outros e de querer fazer o que é certo. – Neville sorriu, emocionado, e se atirou a seus braços. Severus entrelaçou seus braços na cintura fina, sentindo o odor a plantas que ele emanava.
— Não importa. – Ouviu Neville dizer – É passado, e eu sei que está arrependido.
Snape percebeu que Neville não era somente corajoso, mas também era bondoso. Apertou o contra si, sentindo ele estremecendo de desejo e o beijou, se sentindo, pela primeira vez, amado.
FIM