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Tempo estimado de leitura: 28 minutos
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Oi!
Primeiro agradeço os comentários, os favoritos, os pedidos de atualização e todo o carinho recebido no capítulo anterior. Muito obrigada.
Aqui está o novo capítulo. Espero que gostem.
Bjs
Observou seus alunos, aglomerados à entrada da sala. Esperavam que ele chegasse, ao mesmo tempo que conversavam entre eles. Ignorando o olhar atento de Longbottom sobre si, trocou um olhar rápido com seu afilhado, Draco, que estava pálido e tenso, escondido na parte mais sombria das masmorras. Seu afilhado tinha conseguido ficar em liberdade, tal como Narcissa, por terem ajudado Potter, mas Lucius não tinha tido a mesma sorte. A família Malfoy tinha perdido grande parte da fortuna e o apelido - antes motivo de orgulho – era desprezado pela sociedade.
Abriu a porta da sala, sendo imediatamente inundado por memórias, e fechou sua mente. Se dirigiu para a escrivaninha, onde pousou os materiais e afastou a cadeira, se sentando e esperando que seus alunos ficassem em silêncio. Os alunos entraram e arrastaram as cadeiras, se sentando aos poucos. O Mestre de Poções olhou para cada um deles. O trio de ouro e Longbottom estavam sentados na primeira fila, o observando atentamente. Tentando não focar o olhar em Neville, esperou que todos se sentassem. Quando o fizeram, a sala ficou silenciosa, e professor começou:
- Tenho certeza de que todos vocês já saem de minha história. - Ninguém se mexia, escutando respeitosamente suas palavras – O "Profeta Diário" foi categórico em descobrir tudo sobre meu passado. Por isso, não quero que me venham incomodar com perguntas desnecessárias – Viu Potter se remexendo, incômodo – e exijo que me respeitem como sempre fizeram e não serei indiligente nas detenções.
Seus estudantes continuaram em silêncio, observando atentamente, e Severus sentiu que eles estavam ansiosos por lhe fazer perguntas, mas que não tinham coragem depois de seu discurso. Ninguém queria esfregar caldeirões em seu primeiro dia de aulas.
- Bom, – Continuou – abram o livro na página dez e façam a Poção Wiggenweld. - Escutou alguns murmúrios descontentes, mas continuou como se nada fosse – A Poção Wiggenweld A Poção Wiggenweld é uma poção curativa com o poder de despertar alguém em sono magicamente induzido. – Falou o professor, e ordenou – Agora, façam-na! Têm até ao final da aula.
Lançou um feitiço no quadro negro, fazendo aparecer as instruções:
Poção Wiggenweld
Ingredientes:
Sangue de salamandra
Cinco espinhas de peixe-leão
Muco de verme-cego
Preparação:
Adicione sangue de salamandra até a poção ficar vermelha.
Misture a poção até que se torne laranja.
Adicione mais sangue de salamandra, desta vez até ficar amarelo.
Misture até a poção ficar verde.
Adicione mais sangue de salamandra, até a poção ficar turquesa.
Aqueça até a poção ficar azul.
Adicione mais sangue de salamandra até que a poção fique rosa.
Aqueça até a poção ficar vermelha.
Adicione cinco espinhas de peixe-leão.
Aqueça até a poção ficar amarela.
Adicione mais cinco espinhas de peixe-leão.
Adicione o muco de verme-cego até a poção ficar roxa.
Mexa até a poção ficar vermelha.
Adicione mais muco de verme-cego, desta vez até ficar laranja.
Mexa até a poção ficar amarela.
Aqueça até a poção ficar rosa.
Adicione mais sangue de salamandra até a poção ficar verde.
Os estudantes abriram seus exemplares, enquanto soltavam muxoxos de tristeza. Estiveram ansiosos para que o Mestre de Poções lhes contasse suas histórias, como tinha sido lutar contra você-sabem-quem, ser um espião em suas fileira, e conseguir enganá-lo durante anos sem ser descoberto. O som das cadeiras rangendo no chão ecoou rapidamente pela sala e Snape pegou na nova edição da revista de Poções, começando a ler. Aos poucos, todos se sentaram e separaram os ingredientes. Quando fumaças começaram saindo dos caldeirões, largou a revista e começou andando pela sala. Alguns alunos tinham muitas dificuldades em Poções, mas a maioria se esforçava para melhorar. Seu olhar pousou em Longbottom, o garoto que tinha infernizado sua vida no ano anterior, fazendo-lhe frente e quebrando um sem número de regra, colocando sua vida em risco. Tinha uma expressão tensa enquanto lia as instruções no quadro, mas reparou que continuava mais bonito, tinha deixado crescer um pouco o cabelo e arranjado os dentes. Estava mais magro, os músculos visíveis no tecido do uniforme e tinha deixado crescer um pouco a barba, o deixando ainda mais atrativo. Longbottom ergueu a mão nesse momento e o Mestre de Poções ficou horrorizado com o que viu, se recordando do que aconteceria se a pedra da lua se misturasse com a poção. Ela iria...
- NÃO! - Gritou, roucamente, enquanto erguia sua varinha e lançava um encantamento protetor nos estudantes. A poção borbulhava violentamente dentro do caldeirão em contato com a pedra da lua e explodiu, fazendo um enorme estrondo, e expelindo grande parte de seu líquido. O Mestre de Poções percebeu que, felizmente, ninguém tinha sido ferido, simplesmente estavam assustados. Estreitou os olhos para Neville, que olhava horrorizado o conteúdo saindo do caldeirão, tal como a fumaça negra. Esperou um pouco e, quando percebeu que já era seguro, retirou o feitiço.
- Seu idiota! - Exclamou, sem se controlar, sentindo sua garganta doendo com o esforço e seu peito subia e descia rapidamente pela adrenalina. Avançou para Longbottom, que se tinha virado para ele e estava pálido de medo. - Você não leu as instruções!? Era colocar muco de verme-cego, e não pedra da lua! Esse ingrediente nem está na poção!
Neville não conseguia parar de tremer, Snape era assustador quando estava irritado, e não era o único. O Mestre de Poções estava uma fera, de varinha na mão, que soltava faíscas vermelhas – A gente podia ter morrido! Cinquenta pontos a menos para os Gryffindors por sua estupidez!
Exclamou ele, seus olhos negros faiscando de raiva. Os Gryffindors ficaram indignados com a injustiça,mas não tiveram coragem de refutar. O chefe da casa de Slytherin continuou – E vai ter detenção comigo hoje à noite! Às nove horas em ponto! E não ouse se atrasar, senão seu castigo será muito pior!
Indignando os olhos marejados de lágrimas, o professor avançou para a escrivaninha e se sentou. Seu corpo tremia inteiro, pelo medo e pela fúria. Se ele ainda estivesse muito debilitado, não teria conseguido sequer pegar na varinha e teria acontecido um acidente catastrófico. Tentava ignorar as imagens que sua mente fantasiava, que imaginava as paredes das masmorras caindo sobre eles, o intenso odor a fumo e fogo que se alastraria por toda a sala em um minuto, nem nos estudantes que poderiam ter morrido ou ficado gravemente feridos. Tudo por um erro idiota. Respirou fundo, tentando se acalmar, ao mesmo tempo que sentia uma ardência dolorosa em sua garganta, e olhou para seus alunos, que ainda não se tinham movido.
- Podem sair. - Falou, querendo ficar sozinho. Tinha vontade de amaldiçoá-lo. Vendo o olhar chocado de seus estudantes sobre si, repetiu a ordem, com mais veemência:
- Saiam imediatamente! - Ouviu as cadeiras rangendo no chão, seus alunos se levantando rapidamente. Limparam os caldeirões, arrumaram os ingredientes nos armários e seus pertences, saindo o mais silenciosamente que conseguiram, para não perderem pontos nem levar detenção. Snape, vendo que estava sozinho, pousou as mãos na cabeça, tentando se acalmar. Se a primeira aula tinha terminado daquele jeito, nem queria que as outras começassem. Fechou os olhos, o rosto tristonho de Longbottom surgindo à sua frente e não pode evitar ficar arrependido da forma como lhe tinha falado. Tinha sido demasiado bruto, sabia, mas as consequências teriam sido terríveis se ele não tivesse atuado a tempo. A raiva tinha tomado conta de seu corpo por breves momentos, há muito tempo que não perdia assim o controle de si mesmo. Tirou de dentro do bolso das vestes um frasco e o destapou, bebendo a poção calmante. Respirou fundo e massajou suas têmporas antes de fechar sua mente, ignorando tudo à sua volta, e se preparando mentalmente para o resto do dia.
Continua...