Uma Detenção Reveladora - Sneville (completa)

Tempo estimado de leitura: 28 minutos

    16
    Capítulos:

    Capítulo 2

    O início de uma nova vida

    Homossexualidade

    Oi!

    Agradeço os comentários e os favoritos deixados no capítulo anterior.

    Como podem ver decidi fazer continuação, que terá mais dois capítulos.

    Bjs emoticon

    As semanas passaram com relativa rapidez. Durante uma de suas visitas, Mc Gonagall lhe tinha proposto que voltasse a lecionar DCAT, mas ele tinha recusado e lhe pedido o cargo de Poções. Quando os estudantes e o restante corpo docente souberam de sua decisão, ficaram em choque, pois tinham pensado que ele regressaria para esse cargo, já que o tinha ambicionado durante tantos anos. Ao longo daquelas semanas em convalescença, recebeu muitas cartas e presentes em agradecimento por ter feito de tudo para proteger os estudantes e ter ajudado Harry e derrotar o Lord das Trevas.

    Hogwarts, com a ajuda de professores, alunos, habitantes de Hogsmeade e funcionários, reabriu no primeiro de setembro. Snape compareceu à Seleção das Casa, ficando em choque a ver que faltavam muitos rostos conhecidos. Observou Longbottom, que se tinha tornado um homem muito bonito e formoso. Se arrependendo de seus pensamentos, passeou os olhos pelo Grande Salão, vendo o irmão de Colin Creevy, Dennis, que estava pálido, com olheiras debaixo dos olhos e emagrecido alguns kilos. Se arrependeu de ter comparecido, a dor de seus alunos ao terem perdidos as pessoas que amavam era palpável. Assistiu à Seleção das Casas, jantou rapidamente e se dirigiu para seu gabinete, onde preparou sua primeira aula de Poções daquele ano, que seria com os sétimos anos. Era estranho para ele, que tinha sido espião por mais de dezessete anos, que estivesse livre, que pudesse fazer o que quisesse, sem se preocupar com o possível regresso do Lord ou a marca negra.

    De manhã, acordou e foi confirmar em seu horário com quem teria sua primeira aula. Viu, de cenho franzido, que teria aula dupla com Gryffindors e Slytherins. Pousou a mão em sua têmpora e respirou fundo, pressentindo que a aula não iria correr bem. Potter, possivelmente, tentaria conversar com ele sobre Lily e ainda tinha Longbottom, que poderia explodir um caldeirão e enviar todo o mundo para a enfermaria. Se recordou do rosto do garoto que, ano passado, sempre o olhava com ódio e o tentava desestabilizar. Mas Severus, em vez de sentir raiva de Longbottom, admirou sua coragem e essa admiração se tornou, aos poucos, em amor. Mas o Mestre de Poções sabia que o Gryffindor nunca teria qualquer tipo de relacionamento com um ex- Comensal da Morte frio e sarcástico como ele. Longbottom era demasiado certinho para estar com uma pessoa cruel, que já tinha feito sua vida e a de seus colegas um inferno. Suspirou, enquanto guardava os apontamentos as aula e decidiu tomar uma ducha de água fria. Precisava de tirá-lo de sua mente. Se perguntava constantemente como se tinha apaixonado por Longbottom, mas logo se lembrava de seu jeito tímido, de seu rosto ruborizado quando realizava uma poção e achava encantador. Entrou na banheira e, ao ligar a água fria, estremeceu como se tivesse levado um choque. Tomou rapidamente uma ducha, tentando esfriar a cabeça e afastar aqueles pensamentos. Se não se controlasse, acabaria por cometer uma loucura. Sentia que o Gryffindor seria sua perdição.

    Saiu do banheiro, se limpou e retirou do armário uma camisa azul escura e umas calças negras. Vestiu sua habitual capa, se calçou e saiu do quarto. Passou por seu gabinete e abriu a porta, saindo para o corredor. Alguns alunos de sua Casa passavam por ele, enquanto conversavam em voz baixa, seus rostos pálidos e franzidos de preocupação. Severus sabia que era devido à situação de seus pais. Muitos tinham sido Comensais da Morte e estavam presos, ou levado o Beijo, deixando algumas crianças e adolescentes ao cargo de familiares. Em passos lentos, ainda não podia se esforçar, se dirigiu para o Salão Principal. Os retratos o olhavam e comentavam entre si. Incomodado, ajeitou a gola da camisa, tapando a cicatriz de seu pescoço e apressou o passo. Detestava essa cicatriz, o fazia lembrar a dor excruciante que tinha sido provocada por Nagini e tudo o que tinha sido obrigado a fazer naquela guerra.

    Entrou no Salão Principal, que já se encontrava cheio e os estudantes se viraram em sua direção. Sussurravam entre eles, mas Snape não se importava. Seus pensamentos estavam distantes, pensando nas guerras que travara, na profecia que tinha destruído duas famílias – por sua culpa -, como tivera que assassinar a única pessoa que se importava com ele, Longbottom e todos que teve de torturar e assassinar, para manter seu papel de espião, tendo que ignorar as súplicas e pedidos de suas vítimas para que não fossem mortos. Se dirigiu para a mesa do corpo docente e se sentou. Nunca pensou que voltaria a se sentar naquela mesa ou, até, que voltaria a lecionar, mas não sabia mais o que fazer de sua vida. Nunca planeara viver depois da guerra.

    Pegou em uma xícara de café e umas torradas, passando manteiga e começando a comer.

    - Bom dia, Severus. - Escutou a voz da diretora – Tudo bem com você?

    Snape olhou para cima e viu Minerva, que lhe sorria. Ela tinha na mão uma xícara quase vazia de chá morno.

    - Tudo ótimo, diretora. - Respondeu, roucamente. Com a mordida da serpente, suas cordas vocais tinham sido danificadas. Continuou, com ironia – Sobrevivi para continuar dando aulas a esses cabeças ocas. Estou muito feliz.

    Sabia que não devia ser ingrato, mais ninguém lhe daria emprego, mas odiava ensinar quem não queria aprender. Era muito frustrante. A diretora pousou a mão em seu ombro, que retesou com o toque. Vendo seu desconforto, ela retirou a mão e se desculpou:

    - Me perdoe por ter falado desse jeito, Severus. Foi sem intenção. - Puxou a cadeira, se sentando ao lado dele, e pegou em um biscoito de gengibre. Conversaram sobre o que ele iria dar em suas aulas, observando os estudantes, para ver se não havia distúrbios. Repentinamente, Minerva comentou, enquanto franzia o sobrolho, revelando uma expressão confusa:

    - Potter está constantemente olhando para você.

    - Deve querer conversar sobre Lily. - Resmungou o Slytherin, enquanto erguia o olhar e olhava o-garoto-que-matou-Voldemort. Harry, percebendo o olhar dos professores sobre si, sorriu para eles, antes de retornar a olhar para seus amigos e sua namorada, Ginny Weasley, voltando a conversar.

    - É natural que deseje saber tudo sobre sua mãe. - Comentou a diretora, antes de bebericar seu chá - Ele não a conheceu. E você agora poderia ser um pouco mais gentil com Potter. Com certeza que já se apercebeu que Harry não é como James.

    Severus não lhe respondeu, observando sua xícara, pensativo. Essas tinham sido as mesmas palavras que Albus sempre lhe dizia. Acenou em resposta e McGonagall sorriu:

    - Se precisar de desabafar, pode vir ter comigo sempre que quiser. - Disse – Estarei sempre disponível para você.

    Pousou a xícara na mesa com um tinido e se levantou, enquanto observava a postura rígida de seu colega. Snape agradeceu, em voz baixa:

    -Obrigado, Minerva. - A diretora lhe sorriu, apertando carinhosamente seu ombro, antes de se afastar para seus afazeres. Ele terminou o resto de seu café da manhã e se ergueu, vendo que alguns alunos também já estavam se preparando para suas aulas. O Mestre de Poções saiu do Salão Principal, com a capa esvoaçando atrás de si, e se dirigiu para as masmorras. Caminhou a passos largos, enquanto se dirigia para seu gabinete, sua mente perdida em pensamentos. Com um floreio da varinha, abriu a porta, ao mesmo tempo que pensava: "Como será minha vida a partir de agora? "

    Sempre tinha pensado que morreria na guerra mas, ironicamente, tinha sobrevivido, embora ninguém – nem mesmo ele – soubessem como tinha acontecido. Agora se sentia perdido, não sabendo o que fazer, mas teria de arranjar planos. Sempre os tivera de fazer. Com um suspiro, pegou em seus materiais e saiu do gabinete.

    "Talvez seja uma nova chance para consertar meus erros." - Pensou, enquanto trancava a porta e se dirigia para a aula de Poções.

    Continua...


    Somente usuários cadastrados podem comentar! Clique aqui para cadastrar-se agora mesmo!