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Oi! Espero que tenham gostado do capítulo anterior. Aqui está mais um. Espero que gostem desse. Obrigada a PikiPinkyPotterpor ter comentado o capítulo anterior. Bjs
Estava uma bela manhã de verão, ainda mais agradável que a do dia anterior. Eram dez horas e o sol batia suavemente na janela verde e antiga da casa de Lily. Um vento fresco tocava suavemente no cortinado, como se trocasse segredos, e entrava pelo quarto. Na cama de lençóis brancos, Lily estava tapada até ao peito, abraçada ao corpo alto e quente de James, e ele tinha um braço em redor do corpo dela. Tinham acabado de despertar e ele se aproximou dela, lhe roubando um beijo. Ela fechou os olhos, desfrutando do momento. Os lábios dele eram suaves e gentis. James atuava como se tivesse medo de a quebrar, segurando-a como se ela fosse frágil, de cristal. Como se temesse que tivesse sido tudo um sonho e que ela desaparecesse de seus braços.
Quando sentiu algo molhado pressionando seus lábios, os separou e deixou que a língua de James invadisse sua boca. Gemeu quando sentiu que ele a beijava com desejo, suas línguas dançando sensualmente, em contato uma com a outra.
Ele a agarrava com delicadeza pela cintura e aprofundava o beijo com paixão. Ela nunca se tinha sentido assim: tão querida, amada por um homem. Tinha sido uma noite perfeita. Ainda sentia o corpo dele a penetrando e, pela primeira vez na vida, tinha sentido como se ambos fossem uma pessoa só. Era indescritível o prazer que tinha sentido com James. Era como se eles se pertencessem, fossem almas gêmeas. Seus corpos se tinham encaixado com perfeição, como se tivessem sido desenhados um para o outro.
James se levantou e passou a mão pelo cabelo, o despenteando ainda mais, enquanto ia ao banheiro. Lily pegou no travesseiro onde ele tinha descansado e o cheirou, sentindo seu cheiro caraterístico. Suspirou, apaixonada. Escutou alguns ruídos no banheiro e ele saiu. A observou com paixão, seus olhos a fitando atentamente, como se não acreditasse que estavam juntos. Ele ainda conseguia escutar os suspiros dela, gemendo seu nome, implorando por mais. Tinha sido a melhor experiência de sua vida. Observou os cabelos despenteados e o rosto pálido, sem maquiagem, de uma mulher que tinha acordado de manhã e percebeu que ela era ainda mais linda. Lily observou atentamente o corpo dele, recortado pela luz, parecendo um corpo de um sonho e teve vontade imediata de o pintar. Abanou a cabeça, afastando esses pensamentos, o medo visível em suas feições delicadas. Se ela o pintasse, desaparecia. James percebeu sua inquietude e se aproximou dela e disse, firmemente:
– Lily…
– Sim. – Perguntou ela, erguendo a cabeça e o observando com atenção. Percebeu seu rosto sério e ficou tensa. – Que aconteceu?
– Sei que você me quer pintar. – Falou ele, antes que ela pudesse pensar em coisas que nada tinham a ver. – Mas tem medo. Medo de que, se me pintar, eu desapareça. Como todas as pessoas que de quem você gostou ao longo de sua vida: pintou-as e depois elas sumiram. E você não deseja repetir mais isso.
Ela o escutava em silêncio, admirada como ela a entendia tão bem. Eles se conheciam há pouco tempo, mas parecia que se conheciam desde sempre.
– Mas eu não vou fugir. – Prometeu ele, solenemente. Estendeu a mão e pediu – Venha comigo, por favor.
Curiosa, ela aceitou sua mão e se levantou. Se dirigiu para o armário e pegou em dois roupões finos, escondendo seus corpos nus. James observou as pernas nuas e desejou levá-la novamente para a cama e a amar até ao dia seguinte. A abraçou pela cintura e Lily se sentiu mais calma, protegida. Saíram do quarto e desceram as escadas em direção à sala. Mesmo sentindo fome, James sabia que, para que Lily deixasse os fantasmas de seu passado, seus receios, precisava de fazer aquilo: precisava de o pintar. Mas ele também o iria fazer. Iria pintá-la. E aquele medo que a afligia desapareceria para sempre. A sentou no banco, em frente a um cavalete, onde uma tela vazia aguardava para que desenhassem nela. Ele se sentou à frente da outra, onde tinha estado a fazer esboços nas aulas anteriores, antes de viajar. Vendo o olhar inquisidor de Lily em sua direção, explicou:
– Você vai me desenhar. E eu a você. Se você desaparecer, eu também desapareço. Se você ficar, eu também fico.
Lily olhou para ele, emocionada. Nunca ninguém lhe tinha proposto aquilo. Pegou com delicadeza no pincel e, como se fizessem amor através dos quadros, os dois amantes se pintaram um ao outro. Os traços, os membros, as formas dos corpos que se amaram na noite anterior e que o amor unia cada vez mais, assomavam nos retratos que ambos pintavam, inesperadamente, cheios de cor e sensualidade.
Os olhos de Lily estavam brilhantes de lágrimas não derramadas, lágrimas de uma felicidade profunda que vinham da compreensão, do amor que, pela primeira vez na vida, ela pintava. Finalmente sentia que iria ser feliz, porque James a entendia. Ele a entedia completamente, em sua personalidade, feitio, comportamento, seus problemas e dificuldades. E estava também conseguindo derramar seus medos, a preparando para viver o amor.
Não conseguindo controlar mais as lágrimas, elas corriam por seu delicado rosto, a tornando mais bela. James sorriu delicadamente à sua frente, não deixando de a pintar, sabendo o que ela estava sentindo.
Em menos de um dia, uma vida nova se abria completamente para ela, no corpo e alma de James. E estava abrindo as portas de seu coração para o amor.
Estava tudo perfeito.
OoOoO
Alice se sentiu perdida ao longo daquele dia. Não sabia como, mas o telefone de seu emprego tocou constantemente o dia todo. A primeira vez que o atendeu, não estava preparada para escutar a voz dele. Rudolphus estava sendo tão insistente, a impedindo de trabalhar, que Marlene ligou para os policiais. Ela já tinha conheecido alguns casos semelhantes e, muitos deles, tinham acabado mal. Eles vieram rapidamente e, após alguma investigação, descobriram que ele estava fazendo as ligações através de uma cabine telefônica a umas ruas de distância. Ele foi preso e ela fez queixa por assédio, mas não se sentia calma. Nunca tinha sido perseguida e estava assustada. Queria conversar com Lily, mas percebeu que não a queria preocupar. Sua amiga era muito protetora com aqueles que amava. E pensou em James que, desde que tinha começado as aulas de pintura, nunca mais o viu. Tinha perguntado por ele às colegas, que lhe disseram que ele andava diferente, mais irrequiento que o habitual, e também com olhar sonhador.
Umbridge, ao saber da situação, enrugou o rosto, parecendo ainda mais com um sapo, e a mandou para casa, para seu espanto. "Talvez ela não queira mais problemas em sua redação", pensou Alice, ao se despedir de suas colegas e saindo do edifício. Umbridge não era daquelas de dava um dia de folga facilmente, por qualquer motivo. Ela parecia, à primeira vista, uma pessoa simpática, para ganhar sua confiança e depois se tornava seu pior pesadelo. Conduziu até casa, onde tomou um longo banho e mandou vir uma pizza de carbonara. Sua cabeça doía e seu corpo estava tenso da manhã aterradora que tinha vivido. Sentada no sofá confortável de sua casa, almoçou e viu televisão. Sem se aperceber, adormeceu e , quando acordou percebeu que tinha dormido uma tarde inteira. Mais descansada, se levantou e vestiu uma roupa cômoda pensando em sair, se distrair. Com um longo vestido azul, uma bolsa beje e uns sapatos da mesma cor, saiu de casa e se dirigiu para o cinema. Estacionou e caminhou no meio da multidão até às bilheteira. Viu os filmes que estavam em exibição e se decidiu pelo " O Fantasma Enamorado",que contava uma história de uma mulher que encontrou a figura de um capitão, morto no mar, e por quem se apaixonou.
A moral da história era aquela: acreditar que o amor era possível e que nada o separava, mesmo parecendo impossível. E eles acabaram por escrever um livro juntos: a mulher escrevia as histórias do mar que o capitão fantasma lhe contava.
Alice pensou que era mesmo aquilo que precisava. Foi a única que se sentou à frente do ecrã, os restantes espetadores se decidiram pela parte de trás da sala. Viu o filme como se fosse sua própria história e se emocionou mas, daquela vez, sem o lenço de Frank. Percebeu que aquela história era uma metáfora da história dela pois, afinal, ela acreditava no amor.
O que tinha acontecido com o aparecimento de Rudolphus era apenas uma prova. Que o verdadeiro amor era o sentimento mais raro e difícil do mundo. Tinha de passar por todas as provas, para que o prêmio fosse a felicidade mas, pelo caminho, tinha de se fortalecer contra a dor e as incertezas.
Quando o filme terminou, ela se deixou estar um pouco, enquanto as restantes pessoas saíam. Tinha percebido que, com Rudolphus tinha sido somente uma atração, que se tinha transformado em um pesadelo e que amava verdadeiramente Frank. Se levantou da cadeira e saiu da sala de cinema. Limpou as lágrimas, enquanto saía da sala quando, surpreendida, encontrou Frank a esperando.
Ele sorriu para ela e perguntou:
– Você quer que eu seja seu fantasma? Porque enamorado, já sou - Alice sorriu em resposta e se atirou a seus braços, sentindo que eles rodeavam sua cintura e que era apertada contra o corpo másculo e firme. Seus olhares se cruzaram e seus rostos se aproximaram, se beijando com paixão.
Do filme para a realidade, ela tinha percebido o sentido do amor.
Continua…