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Oi!
Tenho de agradecer os comentários de Manuelita e os 33 favoritos no capítulo anterior.
Aqui está mais um capítulo. Espero que possam lê-lo e deixar vossas opiniões.
Bjs
O restaurante ficava perto do mar. Na praia, pequenas lanternas espalhadas pela areia faziam com que o mar se enchesse de pontos vermelhos. Uma pequena brisa fresca passeava pela noite, e a música ao fundo da rua, tocada por um quarteto de cordas, envolvia tudo de uma atmosfera romântica.
Parecia que estava em Viena no século XIX. À sua frente, um verdadeiro aristocrata do pensamento e do cavalheirismo: Severus a emocionava profundamente, ao contar suas aventuras, onde tinha vivido e estudado, sua visão do mundo.
Tinha estudado em Paris, onde tinha vivido durante sete anos. Lá, tinha conhecido uma francesa, com quem tinha casado. Ela tinha vindo morar com ele para Londres, mas nunca se tinha apaixonado pelo país. Passados dez anos, o casamento tinha terminado, sem nenhum filho, e eles se tinham separado. E Severus estava sozinho desde essa altura.
- O amor é demasiado importante e bonito para eu me contentar com qualquer experiência. - Comentou ele, para seu espanto. Severus pensava exatamente como ela.
- Concordo consigo. - Disse Hermione, enquanto saíam do carro em direção ao restaurante, muito moderno, com o nome "Dragon Chef" a letras carregadas.
Foram atendidos por um garçom, que os levou para uma mesa, em frente ao mar. Se sentaram, o garçom lhes entregando os cardápios. Escolheram cada um seu prato, vendo o garçom anotando seus pedidos e se afastando.
- Mas diga, Hermione. - Começou Severus - Se é assim, porque é que ainda não encontrou o amor?
- Eu procurei-o. - Revelou ela - Mas agora estou à espera que o amor me encontre.
- E como espera que o amor a encontre? - Hermione ia responder, quando olhou para o lado e seu coração acelerou. Arregalou os olhos, surpresa e se levantou de rompante, ao vê-lo. Não podia ser. "Será mesmo ele?" - Se perguntou mentalmente.
- Draco? - Perguntou, precisava de saber se era mesmo ele. O homem loiro, que estava de costas conversando com um dos garcons, se virou na direção dela e sorriu. O coração de Hermione estremeceu, como ele estava diferente. Seu cabelo loiro caia sob seu másculo rosto, os olhos cinza brilharam ao vê-la. Usava um paletó que combinava com seus olhos e que marcava seu corpo trabalhado.
-Sim, sou eu Hermione. - Respondeu ele, se aproximando dela e se abraçaram. Com aqueles abraços que somente dois velhos amigos podiam dar. Draco tinha sido seu colega desde a preparatória, tinha sido seu primeiro namorado e, aos quinze anos, tinham se separado: os pais de Draco mudaram de cidade e eles foram perdendo os laços e os pontos em comum. Há dez anos que não se viam, mas ela nunca o tinha esquecido.
- Draco, que bom ver você! - Exclamou ela, feliz por reencontrá-lo - Você está tão diferente. "Mais belo" - Pensou.
- E você está lindíssima, de verdade. - Admitiu ele, com um sorriso, que a derreteu. - Nunca pensei que minha primeira namorada fosse se tornar a mulher mais bela que conheço.
- Draco... - Ela murmurou, encabulada, sentindo seu rosto enrubescer. Viktor sempre lhe dissera que ela tinha sido dos poucos homens a elogiá-la sem segundas intenções.
Draco, ao ver Severus, comentou:
- Me desculpem, estou dizendo essas coisas e ali seu namorado pronto para me dar uma surra. - Estendeu a mão e disse - Vou me apresentar. Sou Draco Malfoy, o primeiro namorado de Hermione. Toda essa festa é porque a gente não se encontrava há cerca de dez anos. - Severus estendeu a mão, com um sorriso fechado, interrompido com um "muito prazer" seco.
- Que bom ver você, Draco! - Há muito tempo que Hermione não se sentia tão feliz. - Que você está fazendo aqui?
- Eu? - Draco deixou escapar, surpreso - Eu sou o dono desse restaurante.
- Que? - Perguntou ela, perplexa. - O "Dragon Chef" é seu?
- Sim. - Confirmou ele - Desde que me divorciei.
- Você se divorciou? - Ela nunca tinha pensado que Draco se tinha casado. Ele era o gênero de homem que amava sua liberdade, antes de um compromisso sério.
- Sim, há dois anos. - Respondeu ele - Sou um perfeito solteiro à procura da mulher perfeita.
Os olhos cinza e profundos de Draco - que ela conhecia tão bem - olharam demasiadamente para dentro dos dela, e Hermione sorriu. Há muito tempo que não se viam. Ele tinha sido seu primeiro amor. Tantas vezes se lembrava dele. Continuava lindíssimo. Ou melhor, ainda mais bonito. Da mesma altura que ela - que usava tacão - não era propriamente um homem alto e atlético, mas tinha aqueles olhos cinza profundos, aquele tom de pele claro, o cabelo loiro. Era o charme e a energia em pessoa, e continuava com o mesmo sentido de humor incomparáveis.
- Que encontro maravilhoso. - Admitiu, se sentia explodir de felicidade.
- Concordo. - Respondeu Draco, antes de olhar de soslaio - Mas agora, vou deixar vocês jantarem. Quando saírem, pede para me chamarem, para a gente falar mais um pouco. Tá bom?
- Sim. - Respondeu ela, vendo Draco se afastando. Se sentou, olhando para o rosto sério de Severus. Tinha se esquecido completamente dele.
- Me desculpe, Severus. - Pediu, encabulada - É que eu não o via há dez anos, foi uma surpresa...
- Compreendo. - Respondeu ele - Imagino as emoções que sentiu.
O garçom chegou com a refeição. Severus tinha pedido umas batatas fritas com bife de frango e brócolis, e Hermione um polvo assado com batata cozida e uma salada a acompanhar. Tinham pedido uma fresca garrafa de vinho branco.
Jantaram, enquanto regressaram à conversa mas, na realidade, ela só queria ver de novo aquele homem maravilhoso com quem tinha feito tudo pela primeira vez.
As situações mais estranhas de sua vida: encontrar seu primeiro amor dez anos depois, enquanto era disputada por dois homens tão diferentes: um surfista maravilhoso, atlético e escultural. E um cavalheiro quarentão, muito culto e inteligente. E seu primeiro namorado, o charmoso, enérgico, prático. Seus Amores de Verão.
Pensava em tudo isso, mal escutando a conversa de Severus. Acenava de vez em quando, distraída. Como sua vida tinha mudado. Terminaram o jantar, quando o garçom chegou e removeu a loiça da mesa.
Olhou com curiosidade em redor, para ver se via Draco, mas não o encontrou. Um novo garçom, de chamativos cabelos ruivos chegou com dois pequenos pratos, cada um com um tiramisú. Pousou-os à frente deles, dizendo:
- Por conta da casa. - Hermione observou o tiramisú, uma de suas sobremesas preferidas, quando reparou que o garçom tinha deixado um recado debaixo do prato.
Retirou cuidadosamente o papel e o abriu, vendo a caligrafia delicada de Draco, que nada tinha mudado com os anos. Estava escrito: "Espero bem que esse homem de ar sério não seja seu namorado. Era muito aborrecido para você, mas sobretudo para mim..."
Hermione deixou escapar um sorrisinho, se recordando do sentido de humor e do espírito prático de Draco.
Mal o jantar terminou, Hermione foi se refrescar ao banheiro, antes de se despedir de Draco.
Passou um pouco de batom nos lábios e arrumou o cabelo o melhor que pode. Se sentia novamente uma adolescente, que se aprumava para ver o namorado.
Voltou para a sala e procurou por um garçom, que lhe disse onde ele estava. Subiu as escadas para o andar superior e bateu na primeira porta que encontrou. Percebeu que era a zona dos funcionários, o banheiro e balneários para eles se trocarem.
Bateu à porta, escutando Draco lhe dando permissão para entrar. Abriu a porta, vendo ele sentado atrás de uma escrivaninha repleta de documentos. Os móveis eram brancos e elegantes, de muito bom gosto. Apreciou, mais uma vez, como ele estava bem vestido.
"É mesmo ele" - Pensou, enquanto olhava para Draco. Tinham-se reencontrado dez anos depois. Porquê agora? Tinha passado tanto naquele tempo, e pensado tanto nele. Com Draco sentiu, pela primeira vez, o amor, a felicidade, quem beijou pela primeira vez. Aos 15,16 anos, sentiu realmente que Draco era o amor de sua vida.
Mas depois veio a repentina separação. E ele foi para o norte do país. Ainda trocaram algumas cartas, mas se perderam entre a distância e novos namoros.
Hermione observava sua beleza, no rosto que tanto conhecia, mas havia uma energia e um mistério naqueles olhos que lhe abriam novos horizontes sobre Draco.
- Hermione! - Exclamou ele, mais à vontade. A presença do acompanhante dela o tinha deixado de pé atrás, hesitante - Não acredito que a gente se reencontrou! Tantos anos se passaram!
- Nem eu. - Respondeu ela, se aproximando dele e trocando um novo abraço. Sentiu seu corpo tremendo com o abraço suave e forte. Um abraço que seu corpo conhecia tão bem.
- Você está linda. - Elogiou ele, quando se afastaram e ela respondeu, sem saber bem o que dizer.
- E você está tão...bem! - Sorriram e trocaram algumas palavras mais, enquanto se sentavam no sofá de dois lugares, que estava encostado à parede, contando um pouco do que tinham feito durante esses anos afastados.
- E onde você está hospedada? - Perguntou Draco, curioso.
- Na casa de minha tia Minerva. - Respondeu ela - Se quiser, posso lhe dar a morada, para que possa me visitar.
Vendo seu aceno, retirou da bolsa uma caneta e bloquinho de anotações que trazia sempre consigo na bolsa e escreveu a morada. Entregou-lhe o papel e guardou tudo novamente.
- E quando você janta comigo? - Questionou ele, enquanto guardava cuidadosamente o papel no bolso do paletó.
- Posso lhe garantir que não será aqui. - Hermione deixou escapar uma risada e respondeu, em tom de pergunta.
- Que tal amanhã?
"E porque não?" - Pensou, queria aproveitar antes de regressar a casa.
Suas férias estavam acabando. Talvez agora não perdessem contato, graças aos celulares, emails e redes sociais, algo que não era tão comum há alguns anos atrás. Não queria perdê-lo de novo.
- Vou buscar você nessa morada. - Comentou ele - Foi muito bom ver você. Está mais bela que nunca.
Se aproximou dela e a beijou na bochecha, demasiado perto da orelha, como fazia quando namoravam, e ela sentiu seu corpo estremecendo de prazer. Memórias e beijos roubados e abraços atrevidos vieram à memória de Hermione, que sentiu seu rosto enrubescer. Se separaram e sorriram, o tempo parecendo que tinha parado para eles.
Continua...