Capítulo 2

Os dias passaram com rapidez. Hogwarts estava pronta para reabrir para mais um ano e os professores planeavam suas aulas, felizes por suas vidas estarem regressando à normalidade. Mas Severus não sentia o mesmo. Estava mais melancólico, irritado pela ausência de Potter. Depois daquele incidente, nunca mais o tinha visitado. Não queria admitir, mas sentia saudades de suas constantes conversas, das refeições caseiras e doces deliciosos que trazia. De sua presença.

Ao fim de cinco dias sem visitas, decidiu que aquela situação não poderia continuar. Em uma conversa causal com Minerva, lhe tinha perguntado onde Potter residia.

- Penso que em Grimmauld Place. - Respondeu ela, pensativa - Ele está remodelando a casa, anda muito atarefado. Mas, porque quer saber?

- Há dias que ele não me vem visitar. - Resmungou o Slytherin e Minerva o observou por cima de seus óculos, tal como fazia Albus, quando sabia que de algum segredo, e Severus se sentiu desconfortável.

- Vocês tiveram alguma discussão? - Insistiu a diretora - Os retratos me informaram que viram o Sr. Potter saindo apressado de seu gabinete como se estivesse chorando.

Severus sentiu seu peito se apertando com a revelação. Nunca tinha pensado que a situação fosse chegar aquele ponto.

- Foi somente uma pequena desavença, - Comentou, não querendo revelar a verdadeira razão - que eu queria retificar.

Minerva o observou, desconfiada, e Severus se sentiu novamente uma criança pequena perante seu olhar. Ficaram em silêncio por uns longos momentos até ela comentar:

- Espero que resolva sua desavença com o Sr. Potter. - Severus deixou escapar um suspiro de alívio.

- Obrigado, Minerva. - Agradeceu, antes de se dirigir para a chaminé mais próxima. Lançou um pouco de pó de flu e entrou nas chamas esverdeadas, enquanto gritava:

- Grimmauld Place, número 12. - Sentiu o familiar puxão no umbigo, que o levou de imediato para seu destino. Parou na sala da antiga casa de Black - o antigo quartel da Ordem da Fênix - e olhou em redor, não reconhecendo o lugar.

As paredes cinzas tinham sido pintadas de branco e o chão de mosaico tinha sido substituído por madeira. A mobília antiquada tinha sido encerada, ficando como nova. A sala estava quase irreconhecível.

- Ron, é você? - Escutou a voz de Harry proveniente da cozinha - Preciso de ajuda. Pode ir comprar mais tinta? Esse balde já acabou. - Severus se dirigiu para a cozinha e parou na ombreira da porta, observando como Potter terminava de pintar a parede, de forma Muggle.

Observou como seus músculos se retesavam e relaxavam com o movimento. Harry continuava pintando, sem perceber sua presença. O elfo de Black estava a seu lado, arrumando as latas vazias e, ao ver o Slytherin, aparatou:

- Kreacher? - Harry parou de pintar e se virou para o lugar vazio, onde o elfo tinha estado.

- Potter. - Chamou Severus, revelando sua presença e Harry se assustou, deixando cair o pincel.

- Severus? - Balbuciou, con a respiração alterada - Que está fazendo aqui?

- Vim conversar com você. - O Mestre de Poções se aproximou, vendo o nervosismo de Harry, que se tinha baixado para apanhar o pincel.

- Eu não quero conversar com você. - Falou Harry, atirando o pincel para o balde vazio mais próximo - Saia daqui, por favor.

- Eu lamento o que fiz. - Se desculpou, parando à sua frente, observando os olhos esmeralda, que se tinham virado em sua direção - Não foi uma boa atitude de minha parte, mas tenho de admitir que estava curioso. Você queria saber tudo sobre mim. Eu não estou habituado a tanto cuidado.

- Mas nada justifica sua intrusão à minha privacidade! - Exclamou Harry, furioso, tentando esconder sua mágoa, Severus sabia o que realmente se passava com ele. - Nada!

- E o que queria que eu fizesse? - Perguntou o Slytherin, perdendo sua compostura, a raiva em sua Potter o fazia rapidamente perder as estribeiras era um mistério - Tenho todo o mundo querendo minha amizade, minha aprovação para tudo! Querem mandar em minha vida amorosa. E, depois, vem você querendo saber tudo sobre mim, que queria que eu pensasse!?

- Que só estava preocupado com você! - Exclamou Harry, os olhos esmeralda se enchendo de lágrimas, as emoções à flor da pele - Que só queria ser ser amigo, ajudá-lo nessa fase complicada de sua vida!

- Eu sei. - Respondeu Severus, se aproximando e focando nas mãos suadas e firmes. Seus olhares se fixaram, suas respirações se alterando com a aproximação. Severus se aproximou aos poucos e seus lábios se tocaram.

Sentiu como o corpo rígido de Harry relaxava contra o seu, aceitando o beijo. Não conseguia descrever o contato ente seus lábios, como eram suaves e tenros, um toque tímido. Suas bocas se entreabriram, aprofundando o beijo. Severus já tinha beijado muitas pessoas, mas nada o tinha feito de sentir tão bem quanto Harry. Suas mãos deslizavam pelos cabelos rebeldes, indo para o corpo torneado, que estremecia sobre seu toque.

Se afastaram quando o ar escasseou e se observaram. Severus memorizou em sua mente o quão delicioso Potter ficava com os lábios vermelhos e inchados, no rosto ruborizado e os olhos esmeralda brilhantes como diamantes. Tocou de leve nas bochechas quentes, vendo como ele fechava os olhos e murmurava seu nome:

- Severus... - O Mestre de Poções sentiu seu peito se aquecendo com as palavras de Harry. A forma apaixonada como ele o observava, o modo como tinha proferido seu nome.

Seus dedos tocaram no rosto jovem, acariciando os lábios inchados. Harry abriu os olhos, agarrou delicadamente um dos dedos com os dentes e o lambeu. Os olhos ônix escureceram de desejo e Severus avisou, com voz rouca:

- Você não deveria fazer esses gestos, Potter. - Harry largou seu dedo e perguntou, inocentemente, sua mão descendo até ao meio de suas pernas e apertando o volume que tinha surgido.

- Porque, professor? - Questionou, provocante - Vai me dar detenção?

Em resposta, Severus lhe deu um tapa no traseiro, escutando a exclamação admirada que saiu da boca de Potter.

- Parece que não terei outra alternativa, Sr. Potter. - Encostou-o a uma parede e seus olhos percorreram o corpo moreno, observando o volume escondido entre suas pernas.

Com um sorriso malicioso, comentou:

- Já está duro, Potter? - Harry lambeu o lábio, enquanto uma mão tocava em suas calças, sentindo sua excitação. Ao ver a forma marota como Harry o tinha provocado, respondeu:

- Me parece que não sou o único. - Em resposta, Severus lançou um encantamento não verbal, deixando Harry sem roupa.

Observou o corpo musculado e moreno, se fixando no pênis ereto e testículos inchados.

Harry arregalou os olhos pelo espanto e o Slytherin lançou um lubrificante não verbal em sua entrada, o fazendo soltar um gemido baixo.

- Severus... - Balbuciou Harry, deixando escapar um grito ao sentir dentro de si um vibrador. Com o choque, caiu de joelhos no chão, se agarrando às pernas de Snape. Sentiu seu pênis apertado e olhou para baixo, vendo um anel o apertando e o impedindo de se satisfazer totalmente.

Severus desapertou o zíper da calça e abriu o botão, observando como o rosto de Potter estava ficando vermelho pelo esforço. De sua boca saiam pequenos gemidos, o deixando ainda mais delicioso.

- Veja o que fez, Potter. - Comentou, enquanto tirava seu pênis de dentro dos boxers - Como deixou meu pau duro. Agora, seja um bom menino, e me deixe gozar em sua boca.

Harry fez o que lhe disse, pegou no pênis longo e o colocou em sua boca, sentindo seu gosto adocicado, antes de o engolir de uma vez. Chupava, sentindo o gosto inebriante.

Engoliu-o de uma só vez, seu corpo tremendo graças ao vibrador. Severus sentiu que estava rapidamente chegando ao orgasmo, enquanto bombeava pela garganta de Potter, que se agarrava com força em seus quadris.

Ao perceber que estava quase, se afastou de imediato, vendo Potter de boca aberta e língua de fora, que recebeu os jatos esbranquiçados de sua essência.

Sua respiração saia alterada, observava como Potter tremia e gemia à sua frente, gotas de esperma descendo por seu rosto. Era uma imagem puramente excitante e Snape não se controlou.

Com um aceno da varinha, transfigurou um dos baldes de tinta em uma mesa. Con uma expressão predatória, comentou:

- Você foi um bom menino, Potter. - Harry se arrepiou com suas palavras - Agora, é sua vez de ser recompensado.

Movimentou novamente sua varinha, vendou os olhos de Potter, que gemeu de antecipação. Encostou-o em frente à mesa, observando como o vibrador entrava e saía de dentro dele, seus pés mal tocando no chão. Harry respondeu, quase sem ar:

- Está quase... - Severus lançou um feitiço não verbal, fazendo desaparecer o vibrador e Harry deixou escapar um gemido de protesto.

Em resposta, recebeu um tapa em seu traseiro e Snape falou:

- Se prepare, Potter. - Harry mordeu o lábio - Vou foder você tão duro que, quanto terminar, ainda irá sentir que estou dentro de você.

- Severus... - Snape abriu mais as pernas de Harry e entrou de uma só vez, escutando o grito de surpresa.

- Você só se vira quando eu mandar. - Ronronou Severus em seu ouvido, enquanto lançava um feitiço não verbal, o deixando sem roupa. Agarrou seus quadris, entrando e saindo rapidamente dentro dele. Harry se agarrou às bordas de madeira, enquanto escutava a mesa rangendo, implorando a Merlin que aguentasse mais um pouco.

Sentia que seu pênis iria explodir. Implorava que fosse mais rapidamente, seu desespero em se aliviar era evidente.

Severus sentia que também estava chegando ao limite. Libertou Harry do anel e rosnou em seu ouvido:

- Venha para mim, Potter.

-Oh, Severus... - Gemeu Harry - Te amo...

Com um grito aliviado, Harry ejaculou, o prazer saindo de seu corpo. Severus estocou mais algumas vezes, sentindo o corpo mole embaixo de si e removeu seu pênis, observando como seu esperma banhava o traseiro marcado, seu corpo tremendo pela adrenalina.

A declaração de Potter ecoava em seus ouvidos. Não acreditava no que tinha escutado.

Ficaram os dois quietos, recuperando forças. Harry mal conseguia se mexer, sua parte traseira ainda se sentindo preenchida. Prendeu a respiração ao se recordar do que tinha dito no calor do momento e fechou os olhos. Não escutava nada vindo de Severus e temeu sua reação.

Severus o virou para si, vendo as bochechas rosadas e os olhos fechados. Os lábios inchados o convidavam a beijá-lo. Lentamente, se aproximou e trocaram um selinho.

Harry gemeu, seu corpo não aguentando aquelas intensas sensações. Se agarrou a Severus, aprofundando o beijo. Não conseguia dizer há quanto tempo necessitava daqueles beijos.

Suas mãos acariciaram os cabelos negros, sentindo a textura suave. Severus comandava o beijo, forçando sua língua na dele, o dominando.

E Harry estava amando. A sensação de ser beijado, de sentir a barba contra sua pele era indescritível.

Se afastaram devagar, e Harry observou a expressão serena com cautela. Severus ainda não tinha reagido às suas palavras. Seus olhos ônix o observavam com atenção.

- Severus, me perdoe. - Tentou se justificar, mas o Mestre de Poções pousou o dedo indicador em seus lábios, o calando, e respondeu:

- Não há nada que perdoar. - Os olhos esmeralda o olhavam com atenção, uma mistura de receio e curiosidade escondida - Afinal, eu sinto o mesmo por você.

Com o coração aos pulos, feliz com a revelação, Harry observou como Severus o pegava ao colo e o levava para o quarto, para continuarem a consumação do amor, deixando para trás uma vida solitária e de sofrimento. Tudo estava bem.

FIM