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Tempo estimado de leitura: 18 minutos
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Oi! Mais um projeto que iniciei, meu quarto de 2023. Tem como casal principal Severus Snape e Harry Potter (Snarry). Terá cerca de dois capítulos. Essa é a segunda fanfic que escrevo sobre esse casal. Se não gosta, por favor, não comente. Se gosta, tenho todo o prazer em ler seus comentários e de responder. Bjs
Uma boa leitura a todos ^^
O mundo mágico estava em paz. Harry Potter, o Escolhido, tinha derrotado Lord Voldemort, em uma grandiosa batalha onde, infelizmente, muitas vidas se tinham perdido. Muitas famílias tinham ficado destroçadas com o desaparecimento de seus ente queridos. E, muitos, queriam vingança contra aqueles que lhes tinham machucado. Não tinham sido tempos fáceis. Os funerais tinham sido longos e cansativos, emocionando os traumatizados sobreviventes, que sofreriam para o resto de suas vidas. Os medibruxos, ao buscarem o corpo de Snape à Casa dos Gritos, tinham percebido um impercetível bater cardíaco, o levando de imediato para St. Mungus.
Tinham sido semanas difíceis para Severus, que tinha sofrido fortes dores com o veneno de Nagini sendo extraído de seu corpo. Durante esse tempo, tinha sido visitado por várias pessoas. McGonagall, a diretora escolhida pelo Wizengamot, que lhe tinha pedido seu perdão e lhe implorado que voltasse a lecionar em Hogwarts, o novo Ministro da Magia, Kingsley Shacklebolt, que lhe tinha informado de qualquer infração que tinha praticado durante a guerra, em nome da segurança dos estudantes a seu cargo, e do trio de ouro.
Depois de um pedido de desculpas sincero, tinham-no atualizado do que estava acontecendo no Mundo Mágico, já que ele estava proibido de realizar magia e não conseguia ter força para mudar as páginas de um jornal. De todas as pessoas que o tinham visitado, Potter era o que mais aparecia. O garoto queria saber tudo sobre ele, seus gostos, suas ambições. E também sobre Lily. Severus se sentia nostálgico depois dessas visita. Tinha ficado em St. Mungus durante alguns meses, recuperando do ataque violento de Nagini. Minerva, diretora de Hogwarts, em uma de suas visitas, o tinha convidado a ser novamente professor de DCAT, mas ele tinha preferido continuar com Poções. Era o que amava fazer.
Depois de ter tido alta, tinha regressado ao castelo - seu lar - e tinha ficado aos cuidados de Madame Pomfrey. Em apenas três meses, Hogwarts tinha sido reconstruída, graças ao apoio de todos os sobreviventes, que todos os dias vinham ajudar na reconstrução. Felizmente para o Slytherin, as masmorras não tinham sido muito afetadas pela destruição, permitindo que ele ficasse confecionando Poções para o ano novo escolar e para St. Mungus. Potter o continuava visitando, trazendo bolos confecionados pela Sra Weasley que, para anuviar a dor de ter perdido um filho, mal saia da cozinha, cozinhando variados pratos e sobremesas, que sua família vendia para fora, o deixando desconfiado. Porque Potter estava tão interessado em si? Porque sentia que não era somente sobre Lily que ele queria conversar?
Depois de mais uma visita, Severus decidiu descobrir o que realmente se passava. Produziu um pequeno caldeirão de Veritasserum, a poção da verdade mais potente que conhecia, e se preparou para mais uma visita. Potter, como sempre, veio visitá-lo com uma caixa de queques de laranja. Depois de ter batido à porta e de o ter deixado entrar. Harry tinha pousado a caixa de doces em cima da escrivaninha e o cumprimentando:
- Como vai, Severus? - Perguntou, com toda a familiaridade.
- Melhor, Potter. - Ainda não tinha conseguido deixar de tratá-lo por seu apelido. Os olhos esmeralda, tão iguais aos de sua mãe, brilhavam em sua direção - E você?
Harry encolheu os ombros, não sabendo por onde começar. Se sentia cansado. Depois da morte de seu inimigo, tinha lidado com funerais, fazendo difíceis discursos, que o deixavam emocionalmente esgotado. Ao mesmo tempo, tinham sido julgamentos dos Comensais sobreviventes. Não queria que nenhum inocente fosse para Azkaban ou ficasse sem julgamento, tal como tinha acontecido com Sirius. Era uma mancha que o Ministério da Magia nunca conseguiria apagar de sua história.
Suas visitas a Snape eram um bálsamo para aqueles dias complicados, onde conhecia melhor sua mãe. Como amava tê-la conhecido. Tinha sido uma mulher muito especial.
- Estou lidando com um dia de cada vez. - Admitiu, sendo sincero em suas palavras. Severus acenou, compreendendo. Era o que ele também estava fazendo, vivendo um dia de cada vez. Se sentaram em dois pequenos sofás, em frente à lareira e comentou que ele iria iniciar, dentro de poucas semanas, um curso de aprendizagem de Auror. Tinha decidido não regressar a Hogwarts. Havia muitas memórias ruins. Severus entendia os sentimentos de Potter. Se não fossem as Poções de sono sem sonhos, também não conseguiria descansar, suas memórias de como tinha assassinado Dumbledore, os Comensais da Morte e suas vítimas e, até, quando tinha sido um jovem Slythern, sendo constantemente humilhado pelos Morotos. As únicas memórias boas que tinha em Hogwarts, tinha sido com sua amiga Lily, que sempre o tinha ajudado e protegido até aquele dia fatídico. Harry continuava falando comentando seus planos para o futuro, algo que nunca tinha feito até aquele momento: que iria recuperar seu título de Lord, ver quantos cofres realmente lhe pertenciam, já que Sirius também lhe tinha deixado toda sua fortuna e visitar a Mansão Potter em Godric´s Hollow. Iria também remodelar o nº13 de Grimmauld Place, com a ajuda de Kreacher e, talvez, comprar uma casa para morar sozinho.
Em nenhum momento tinha revelado se iria reatar seu relacionamento com Ginny Weasley, o que não achava normal. O mundo bruxo estava à espera que seu salvador se juntasse com uma bela garota e tivessem muito filhos. Havia muitas suposições nos jornais e revistas, que queriam saber tudo sobre a vida de Potter. Mas Harry não dava entrevistas nem respondia a questões sobre sua vida pessoal.
- E você? - Perguntou Harry, depois de ter terminado - Que vai fazer?
- Vou ficar em Hogwarts, ensinando esses pestinhas. - Respondeu Severus.
- E depois? - Insistiu Harry, seus olhos brilhando de curiosidade - Vai fazer uma viagem há muito ambicionada? Vai arrumar um companheiro? Vai continuar suas pesquisas? Ouvi dizer que está procurando uma cura para os pais de Neville...
Ao ouvir a segunda questão de Potter, ficou alerta. Era a segunda pessoa que lhe perguntava se iria arrumar alguém para ter um compromisso. Minerva era a pior. Até já lhe tinha tentado arrumar duas belas mulheres que vinham ajudar na reconstrução do castelo, mas ele ainda não lhe tinha admitido que era gay. Pensava que amava Lily, mas o que sentia era um carinho especial, um amor fraterno. Lily tinha sido sua primeira e única amiga, sua confidente, mas nunca se tinha apaixonado por ela.
- Ainda não sei o que fazer. - Revelou, enquanto se levantava e se dirigia para o armário das bebidas. - Nunca pensei sobreviver a essa guerra. Ainda é tudo novo para mim.
- Compreendo. - Comentou Harry, pensativo. Aproveitou sua distração e, ao encher os copos com uísque de fogo, colocou algumas gotas de Veritasserum em uma das bebidas. Pegou nos copos e mexeu um pouco um deles, regressando para perto de Harry. Estendeu-lhe o copo com a bebida adulterada e Harry pegou, agradecendo. Se sentou à sua frente, vendo como ele bebericava sua bebida, seus olhos ficando - aos poucos - desfocados. Já estava pronto para responder às suas dúvidas.
- Como se chama? - Era uma das questões que se fazia para saber se a Poção estava funcionando.
- Harry James Potter. - A voz monótona, sem vida, era uma das indicações de que estava tudo bem com a poção.
- Qual foi sua casa em Hogwarts?
- Gryffindor. - Respondeu ele - Embora o Chapéu Seletor quisesse que eu fosse para Slytherin.
Severus arqueou uma sobrancelha, chocado com essa revelação. Seus pais tinham pertencido à casa dos leões. Potter não parecia ter as qualidades de um Slytherin, então porque o Chapéu tinha desejado colocá-lo em sua Casa?
- E qual foi a razão pela qual o Chapéu Seletor lhe disse isso?
- Porque pensava que eu tinha muita ambição, que poderia ser grande e que Slytherin poderia ter ajudado a alcançar essa grandeza. - Respondeu Harry, seus olhos esmeralda se fixando nele, mostrando sua tristeza ao saber que ele o tinha traído de uma forma tão vil.
Severus sentiu remorso, não estava contando descobrir segredos tão pessoais. Sempre pensara que Potter era um exímio Gryffindor, mas não era bem assim. Mas, o mal estava feito. Fechou os olhos, não conseguindo olhar para Potter. Era ruim o que estava fazendo, provavelmente perderia sua amizade - tal como sua mãe - , mas precisava de saber as verdadeiras razões pela qual ele se preocupava.
- Porque está tão interessado em minha vida? - Viu Potter lutando contra os efeitos da Poção, mas não iria valer a pena. A poção era demasiado poderosa. Até o Lord das Trevas teria contado seus segredos mais obscuros, se a bebesse.
- Estou apaixonado por você. - Revelou Harry, sua expressão mostrando o horror que sentia ao revelar seu maior segredo. Severus prendeu a respiração, não acreditando no que tinha ouvido. - Há muito que gosto de você e fiquei muito machucado com a forma como você me tratava, só porque era fisicamente semelhante a meu pai. Não tenho culpa. Com a morte de Dumbledore, pensei que uma parte de mim tinha morrido, porque você o tinha feito? Tentei odiá-lo, mas não consegui. Algo se passava, mas não entendia o que. Quando o vi morrendo na Casa dos Gritos, pensei que tudo estava arruinado. Que nunca poderia revelar meus verdadeiros sentimentos por você, que nunca mais iria sentir seu toque, escutar sua voz. Foi aterrador. E não consegui acreditar quando me disseram que estava vivo e em St. Mungus. Não parecia real. Fiz de tudo para que seu nome e seus registos ficassem limpos, você espiou para a gente, fez tudo o que podia para que vencessemos. Não era justo as pessoas o maltratarem, o chamarem de assassino. Você não deveria ter sofrido tanto. Eu só queria estar a seu lado, ser seu amigo, ajudá-lo no que precisava. Eu me sinto protegido a seu lado.
- Merlin... - Murmurou Severus, vendo como a poção perdia efeito. Harry se levantou de um salto, mortificado com suas revelações e, deitando um olhar de sofrimento em sua direção, correu para a porta, desaparecendo e deixando o Slytherin com um peso no coração. Que tinha feito?
Continua...