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Tempo estimado de leitura: 8 minutos
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Oi! Mais um projeto que iniciei. É uma fanfic one de Natal e terá como casal, Draco/Astória (Drastória). Se não gosta, por favor, não comente. Se gosta, tenho todo o prazer em ler seus comentários e de responder. Bjs
Uma boa leitura a todos ^^
A Mansão Malfoy estava silenciosa àquela hora da manhã. Draco estava recostado na cama King Size, suas costas apoiadas contra o travesseiro macio. Uma vela iluminava as páginas do livro de Poções que lia. Sua esposa, Astória, se remexeu a seu lado, sem despertar. Estava cansada do jantar de Yule na casa de seus pais. A mão delicada estava pousada em cima do volumoso ventre, revelando que já estava no final da gravidez. Observava sua companheira adormecida, como estava ansioso para ter seu bebê nos braços. Seu filho. Seu Scorpius.
Um nome bastante discutido por ambos, já que Draco queria que seu filho tivesse o nome de uma constelação, como era tradição na família Black. Levantou a mão e acariciou os cabelos castanhos, afastando uma mecha de frente de seu rosto. Como os amava.
Afastou a mão e guardou o livro dentro da gaveta da mesinha de cabeceira. Pegou na varinha, lançando um "Tempus" não verbal e reparou que eram seis da manhã. Cuidadosamente, saiu da cama e pegou no roupão, se vestindo e se calçando. Saiu silenciosamente do quarto, andando pela casa. Até os elfos domésticos se tinham recolhido para um descanso.
Desceu as escadas e se dirigiu para a cozinha. Era, o que os Muggles diziam, dia de Natal, mas Draco não sentia vontade de festejar nenhuma dessas festividades. A guerra lhe tinha roubado toda a inocência, a felicidade de certos momentos como na manhã do Yule de 1997, onde tinha sido obrigado pelo Lord das Trevas a torturar uma família Muggle, assistindo a estupros horrendos e violência.
Não conseguia esquecer os rostos pálidos e aterrorizados de todos os que tinha visto sofrer à sua frente. Mesmo passado todo aquele tempo, ainda não conseguia festejar sem sentir culpa, com tranquilidade, sentindo um peso incômodo em seu peito.
Pegou em um prato com biscoitos caseiros, de variadas formas natalícias, feitas por um de seus elfos, e se dirigiu para o jardim. O vento acariciou seus cabelos loiros, que estava deixando crescer, e se sentou em um banco de madeira, em frente ao jardim tratado, com diferentes espécies de árvores e arbustos cobertos com uma manta de neve.
O céu estava límpido, em tons claros, revelando milhares de pontinhos luminosos. Suspirou e relaxou. Pensava em todos os momentos passados entre ele e Astória: um casamento de conveniência, depois de ambas as famílias terem perdido suas fortunas para o Ministério da Magia, após o término da guerra.
Nenhum deles sabia nada sobre o outro, só que eram da mesma casa e tinham uma pessoa em comum, Daphne Greengrass, também conhecida como a "Rainha do Gelo", pela sua frieza com os garotos, um apelido dado pelos que tinham sido rejeitados por ela. Astória era dois anos mais nova que ele. Nunca tinham conversado um com o outro.
Tinha sido chocante para ambos quando seus pais lhes tinham contado sobre o contrato, mas foram obrigados a acatar as ordens de suas famílias. Que mais iriam fazer? Fugir de suas responsabilidades? Desonrar seus parentes?
Enquanto convivia com Astória, percebeu que ela era uma garota forte, de espírito livre, e de bom coração...
Saboreou os biscoitos, pensando no turno que teria de fazer em St. Mungus naquela noite. Astória iria passar a noite com sua família, em França. Não queria que ela ficasse sozinha, principalmente naquela época do ano, e grávida.
Como desejava ter seu filho nos braços, seu primogênito. Depois da guerra e, ao longo de seu julgamento e de seus pais, lhe tinha passado várias vezes pela mente que iria passar o resto de sua vida em Azkaban, abandonado em uma cela fria e escura, comendo os restos que os guardas lhes dariam, pois os Dementors tinham sido expulsos da prisão mágica. Sem ter contato com o mundo exterior, definhando cada vez mais até perder a vida.
Como ansiava sentir o calor e a maciez da pele de seu bebê contra a sua, suas pequenas e delicadas mãozinhas apertando seus dedos.
Vê-lo crescer e lhe ensinar o melhor que sabia. Cometeria erros, mas não faria como seu pai, que o ensinara a ser cruel com as outras criaturas mágicas, a ser vingativo para com os outros. E exigindo tudo o que o dinheiro podia pagar. A pensar que seu sangue puro era melhor que os dos outros. Ensiná-lo-ia a ser bom e justo. Ensiná-lo-ia a ser uma pessoa forte e amável, como Astória. O oposto de quando ele era criança. E iria fazer com que seu filho tivesse orgulho dele.
Saiu de seus pensamentos ao escutar movimento na casa. Aza, sua mais recente elfa, a mais jovem da família, saiu pela porta e caiu a seus pés.
- Amo! - Exclamou, quase sem fôlego - A Ama está tendo o bebê!
Draco se levantou de um salto, não acreditando no que tinha escutado. Ainda faltava uma cerca de duas semanas para o nascimento. Tentou aparatar, mas não conseguiu. Se recordou que as proteções eram tão fortes que não o podia fazer.
Xingou, enquanto entrava em casa, escutando os gritos de dor de sua mulher. Galgou as escadas e, com o coração aos pulos e tremendo pela adrenalina, entrou de rompante no quarto.
Astória estava encostada aos travesseiros da cama, de pernas afastadas e respirava rapidamente, antes de fazer força.
- Draco! - Exclamou, erguendo sua mão. Correu até ela, encaixando sua mão na dela e lhe deu um aperto, uma forma de dizer que estava ali para ela.
- Está tudo bem, meu amor. - Conseguiu dizer - Você é uma mulher forte. Sempre que sentir uma contração, empurre!
Astória acenou, seu rosto enrubescido e suado pelo esforço.
- Amo! - Gritou Naty, uma das elfas mais antigas da família, e ele correu até ela. Se ajoelhou entre as pernas de sua mulher e, arregalou os olhos, em choque, vendo a cabeça de seu filho saindo. Estava tudo acontecendo rápido demais.
Suores frios percorreram seu corpo, mas conseguiu se controlar. Não podia desmaiar. Respirou fundo, adquirindo um ar profissional.
- Está indo bem, meu amor. - Incentivou. Astória olhou para ele, com o rosto retorcido de dor. Mas foi o medo espelhado em seus olhos que o fez continuar - Quando sentir a próxima contração, empurre. Nosso filho está desejoso por nascer. E iremos, finalmente, conhecê-lo.
Viu os elfos domésticos prontos a seu lado, uns com toalhas e outro com uma tesoura. Naty tinha aparatado com um pano molhado e passava na testa suada de Astória - Aguente mais um pouco, está quase...
- Draco... - Gemeu ela, cansada - Não consigo mais...
- Está indo muito bem. - Incentivou ele, e declarou - Eu te amo. Vamos ter nosso filho.
Em um ultimo esforço, Astória empurrou o bebê, gritando em plenos pulmões. Draco, como se estivesse sonhando, recebeu seu filho nos braços. Vendo que ele não chorava, o virou e lhe deu duas palmadas nas costas, o que fez com que o pequeno Scorpius se mexesse e gritasse em plenos pulmões. Virou o para si, observando o rostinho enrugado. Como seu filho era lindo.
Pegou na tesoura e, tentando não tremer de emoção, cortou o cordão umbilical. Se levantou e, com a varinha, fez um curativo na zona do umbigo.
Se aproximou de sua esposa, que tinha uma expressão cansada, mas erguia os braços para receber seu bebê. Com cuidado, pousou-o no peito de Astória que, ao ver o rostinho de seu menino, deixou escapar um soluço. Lágrimas escorriam por seu rosto, enquanto acariciava o tufo de cabelos loiros.
Observou seu primogênito e sentiu como seus olhos se enchiam de lágrimas. Seu filho era pequeno, com a pele enrugada e um tufo de cabelos loiros.
Lançou alguns encantamentos diagnósticos e observou os pequenos dedos das mãos e dos pés.
- Um menino perfeito. - Comentou, enquanto sua varinha se movia de baixo para cima. A seu lado, apareceu uma pena de anotações rápidas e um pergaminho.
- Scorpius Hyperion Malfoy. - Informou, a pena se movendo com rapidez, escrevendo tudo o que ele dizia - Duração da gravidez: 37 semanas e 5 dias. Gravidez: Normal. Peso ao nascer: 3200 gramas. Comprimento: 47.0 centímetros. Local do Parto: Mansão Malfoy. Hora: 06h50.
Continuou ditando mais algumas informações, enquanto os elfos arrumavam o quarto e depois os deixavam sozinhos.
Por fim, arrumou os materiais, se aproximou de sua esposa e trocaram um beijo, seus lábios se tocando com desespero e paixão.
Se afastaram quando escutaram um gritinho, vendo Scorpius de boca aberta, procurando por um dos seios de Astória, que o conduziu para um de seus mamilos. Observaram, embasbacados, seu filho se alimentando. Draco se virou para sua companheira, não conseguindo esconder a emoção.
- Obrigado, meu amor. - Agradeceu - Você me deu o melhor presente que alguma vez poderia ter pedido.
Astória sorriu, demasiado cansada para responder. Tinha ficado assustada quando acordara, com a cama molhada e com fortes dores em seu ventre. Mal tivera tempo para chamar um dos elfos da família, que tinham sentido que sua ama precisava deles e acorreram a ajudá-la.
Tivera receio de ter o bebê sozinha, mas seu marido tinha chegado pouco depois e, com sua voz serena, a relaxar, conseguindo ter o bebê.
- Eu te amo. - Se declarou Draco e ela sorriu, respondendo:
- Eu também te amo.
Draco a abraçou, vendo como seu filho se alimentava sofregamente. Olhando para o pequeno ser em nos braços de sua esposa, percebeu que tinha à sua frente um Milagre de Natal.
FIM