Freedom Planet: Faith & Shock

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    Capítulos:

    Capítulo 46

    Radiante e inegável

    Spoiler, Violência

    Olá, pessoal. Como estão?

    Hoje teremos um capítulo bem diferente, com uma história mais leve, com humor e uma lição de superação e visão de negócios.

    Os eventos após a fuga e resgate de Viktor e Mu trouxeram um novo rumo aos personagens. O que será que aconteceu?

    Música 1: https://youtu.be/i8CqSKbsJ98

    Música 2: https://youtu.be/Ou5yoKTFjEo

    Cidade de Shang Tu

    Shenlin Park | Noite

    Uma grande comoção tomou as ruas da Zona Milenar da Cidade. Vários carros do Shang Tu Police Department circulavam pelas ruas a procura da Shu Gang. Com viaturas estacionadas ao entorno do pátio abandonado onde o líder da gangue Yan Shu emboscou a Viktor e Mu, uma averiguação de perímetro e rastreamento começou a ser feito. Havia também uma ambulância que ajudou no atendimento a dupla. Com os dois dentro da van de socorro já enfaixados, Mu não parava de olhar para o jovem humano, mas demostrando irritação. Viktor estava com um olhar distante, tendo em vista que foi o que mais se machucou.

    Com tudo isso, vocês já devem imaginar: “Se tem polícia no meio, então já podemos esperar que...”

    — EU VOU PRENDER AQUELE STRANGER FRACASSADO!

    Neera. A panda policial. Ela mesma... e com um mal humor ainda maior. Caminhando em direção ao local onde ocorreu a confusão, era foi impedida por Lilac e Carol, que as segurava como podiam. A panda, ficando cada vez mais irritada, dizia:

    — ME SOLTEM VOCÊS DUAS ANTES QUE EU AS PRENDA POR DESACATO!

    — Segura as pontas aí, Neera! Controla sua taxa de ódio! Loka, daqui a pouco nasce um cabelo branco em ti... – Disse Carol, com dificuldades de segurá-la.

    — PARE DE PALHAÇADAS, GATA DESORDEIRA!

    — Neera, calma... – Disse Lilac, tentando ser racional – Você ouviu o que o Gong disse... Eles foram atacados!

    — CONVERSA! Se aquele stranger está envolvido, é porque ele procurou! Ele é um perigo para todos que vivem com ele!

    — Calma! Olha, me escuta...

    — O que quer, dragão? Vai passar pano outra vez para as coisas que ele faz?

    — Passar pano?! Mas... Neera, deixa que eu cuido disso, pode ser?

    — Ah então é isso... Você é responsável por ele? Haha! Ele é mais velho que você e ainda assim banca a mãe...

    — Neera, isso que você está falando não é legal...

    — Muito bem... Desculpe por isso. Mas eu tenho todos os motivos de levá-lo preso. O que você tem como argumento?

    — Ele está conhecendo nossa cidade agora. Você precisa dar tempo para alguém que não conhece os costumes daqui.

    — Hm... Continue. Está indo bem...

    E Carol, como não podia deixar de falar, deu sua opinião:

    — O piá tá fazendo o que pode, Neera. O cara hoje acordou cedo só pra arrumar um trampo...

    — E conseguiu! – Disse Lilac.

    — Aí, tá vendo? O cara até tava lá no Sallo Temple e a gente boa da Xiaohuang desafiou ele. O cara não duelou! Ele meteu o pé e deixou ela pra eu esfolar...

    — No fim você que foi esfolada, haha... – Disse Neera, debochando.

    — Legal, haha... Hahaha... Imparcialidade disse alô, panda tsundere.

    — DO QUE FOI QUE VOCÊ ME CHAMOU?! – Disse, incorporando o Shin Akuma.

    — Nada nada... Relaxa. Só tava brincando... *Panda tsundere de gelo!*

    — Hunf... – Disse, virando o rosto – Está bem, vocês duas... Lilac, vá falar com o Viktor e o leve para casa. Quero ter certeza de que ele estará fora das ruas essa noite, entendeu?

    Concordando com Neera, Lilac achou justa suas condições. Logo a dragão junto com sua amiga felina seguiram em direção a ambulância, onde Viktor e Mu estavam. E o raposa feneco estava mesmo irritado com toda aquela situação e não tinha mesmo papas na língua para se expressar.

    — Olha só... Lá vem a dragão passar pano outra vez para as suas presepadas, Viktor...

    — Você já está me enchendo falando assim... Poderia parar?

    — Não, não vou! Isso tudo é culpa sua! Se mantivesse esse seu traseiro stranger fracassado dentro da caminhonete, a essa hora você estaria fazendo comida para a sua defensora e eu estaria terminando de trabalhar!

    — Mu, porque você não vai... – Quase disse o jovem, raciocinando em seguida – É, você está certo.

    — É claro que eu estou certo! Você que deveria calar a boca e aceitar essa sua condição de fracassado!

    — Está bem... Mas eu não aceito você ficar me chamando de fracassado! Fui eu que te salvei daqueles caras!

    — Me salvou?! Foi você que insistiu em ir atrás de ninjas imaginários e deu no que deu! Quem fez algo mesmo de útil foi aquela raposa que apareceu do nada! Se não fosse por ela você estaria muito pior do que está agora, pra não dizer morto!

    — Mas que... Você é muito ingrato!

    — Não, eu sou realista e muito, mas muito paciente com um zero a esquerda como você! Agora fica calado e aceite seu sermão noturno da dragão heroína.

    Logo após a conversa entre os dois, Lilac enfim chegou até onde estavam. E ela, olhando para Viktor, não parecia estar de bom humor. Ela então disse a Mu, sem nem mesmo o olhar:

    — Poderia nos deixar a sós?

    — Claro... Como você quiser...

    Mas antes que ele pudesse sair, Lilac ainda lhe deu um recado:

    — Você deveria pensar antes de dizer o que disse ao Viktor...

    — O que? Você ouviu o que eu disse pra falar isso?

    — O fracasso... Não pense que todos a aceitam como você a trata.

    — Hm... Então ouviu a parte do passar pano também...

    — Sim...

    — E qual sua opinião?

    — Que você tem o que fazer no momento. Tenha uma boa noite... e obrigada por ajudar o Viktor.

    — Ajudar?! Mas o que... – Tentou dizer, sendo interrompido.

    — Boa noite... e cuide-se.

    Caso não lembrem, Lilac tem auxiliares auditivos em sua tiara lateral que a ajuda a ouvir e, por isso, esse seu sentido é expandido porque a dragão púrpura tem deficiência auditiva. Ela ouviu perfeitamente o que o raposa feneco disse, fazendo com que seu humor piorasse. Entretanto ela tinha ciência de que não poderia se expressar como seria para servir como melhor resposta a frieza de Mu. Eliminado um problema, ela se concentrou em Viktor, que disse:

    — Lilac, antes que você vá me dar uma bronca... Eu não tive culpa! Só me defendi!

    — Eu acredito nisso. Não se preocupe...

    — Hã?! Você acredita?

    — Sim... Vim aqui para te levar pra casa. Eu tenho um vale cortesia de Royal Magister para táxi... Vamos.

    — Mas... E isso tudo que aconteceu? Você não vai falar nada?

    — Não aqui... Vamos.

    Desta vez Lilac que estava fria. Seu olhar indiferente causou estranheza no jovem, que a acompanhou até o táxi. Carol já estava com seu capacete em sua moto, aguardando os dois. Minutos depois eles seguiram em direção a Dragon Valley, para enfim terem um descanso de toda aquela confusao.

    A noite ainda não havia terminado.

    Enquanto isso...

    Arredores de Shenlin Park

    Voltando para a sua caminhonete, Mu havia manobrado seu veículo de volta a rua e, quando iria seguir seu caminho, aquela mesma raposa apareceu na janela do acento de passageiros, surpreendendo o raposa feneco.

    — Hã?! Ah... Você...

    — Oi... – Disse, sorrindo e desviando o olhar – Eu... Eu estou um pouco longe de onde moro... Seria um abuso meu te pedir uma carona?

    O olhar de surpresa do jovem feneco realmente mostrou que aquilo foi mesmo uma surpresa.

    Minutos depois...

    Oferecendo a carona, Um seguiu com seu veículo pelas ruas escuras de Shenlin Park. Agradecido por ter sido salvo pela raposa, o jovem feneco se viu na obrigação de levá-la até onde quisesse. Mas houve conversa... ah se houve!

    — Eh... Bem... – Disse Rin, ainda evitando o olhar – Você não vai descansar?

    — Tenho algumas coisas a fazer... Logo irei...

    — Ah...

    — Rin, não é?

    — Sim... *Ele lembrou do meu nome?!*

    — Mu Matsu Zawa... Prazer.

    — Você é educado...

    — Só disse o meu nome a quem merece saber... Graças a você estou inteiro.

    — Hm... Aquele seu amigo lutou por você...

    — Ele não é meu amigo e ele não lutou por mim...

    — Vocês tiveram uma noite meio complicada... Ele estava apanhando feio quando eu cheguei.

    — Isso você fala pra ele...

    — Ah... Mu, não é?

    — Sim... O que foi?

    — Você se importou com ele quando o Yan Shu iria bater nele...

    — Pena... Tive pena. Só isso.

    — Isso é empatia.

    — Pode até ser... Mas eu não tenho amizade nenhuma com aquele stranger. Tudo que aconteceu essa noite foi culpa dele... Aquele fracassado...

    — Você não deveria dizer isso das pessoas...

    — Me dê um bom motivo para não fazer.

    — Bem... *Eu estou com medo de dizer... Ele parece nervoso...* Quando você odeia alguém é porque não tem muito a oferecer...

    — O QUE QUER DIZER COM ISSO?! – Gritou Mu, irritado.

    Ele mesmo percebeu que se excedeu, vendo o belo rosto de Rin reagir assustada. E ele, refletindo rapidamente, diz:

    — Olha, foi mal aí...

    — Tu-tudo bem... Você teve um dia ruim...

    — Coloque ruim nisso...

    — *Eu sabia que não deveria ter dito isso!* - Pensou Rin, olhando pela janela.

    Um clima meio chato imperou no momento e Mu somente se limitou a continuar conduzindo a caminhonete. Entretanto, Rin não estava disposta a deixar o mau humor do feneco continuar.

    — Você dirige bem...

    — O básico. Me faz sair do ponto A ao ponto B com segurança.

    — Ah... *Puxa assunto, Rin!* Segurança é algo bom.

    — Me mantém vivo... É algo ótimo.

    — Hehe... Você disse isso com entusiasmo. Gostei.

    — Hm... – Resmungou, prestando atenção nas ruas.

    — Você é de Great Desert, não?

    — Hm... Não quero falar sobre isso...

    — Hã?! O que foi? Qual o problema?

    — Nada... Só não quero falar sobre isso.

    — Mas porque? Você é um feneco e... Bem, é muito raro ver gente do seu povo...

    — Eu realmente não quero falar sobre isso...

    — Mu... Persania é um lugar lindo. Não deveria... – Tentou dizer Rin.

    O porquê de ter sido interrompida? Mu percebeu que já estava no lugar indicado por Rin onde sua casa ficava. Ele, estacionando seu veículo, diz:

    — Chegamos... Tenha uma boa noite.

    — Mas Mu...

    — Poderia sair da caminhonete?

    — Olha, desculpa... – Disse, abrindo a porta em seguida e saindo do veículo.

    — Está desculpada... e tenha uma boa noite.

    O raposa feneco seguiu então em sua caminhonete, ficando Rin a margem da rua. Ela, olhando ele virar em uma esquina, mostrou um pouco de desolação, tendo em vista que ele era muito fechado.

    — Eu... falhei? Ele... Ele parecia mesmo incomodado em ter ouvido o que eu disse... E eu ainda insisti. Droga... Eu estraguei tudo...

    A bela raposa continuou seu caminho para casa, mas um gosto muito amargo ficou nessa breve relação.

    Horas depois...

    Dragon Valley

    Casa da árvore de Lilac | Noite

    — Eu comecei a fazer o meu laboratório, gente! Mas aí o Wallace disse que a casa precisava de reforma e falou que ia fazer tudo de graça e...

    Milla estava muito animada com sua última conquista. Contando para as garotas como foi o seu dia em sua nova (e única) empreitada na vida. Enquanto as garotas conversavam, Viktor preparava o jantar e, como de praxe, sushi era o prato escolhido. Com o jovem servindo as meninas, com Carol e Milla se começando a comerem, Lilac surpreendeu a todos, dizendo:

    — Viktor, poderíamos conversar lá embaixo um momento?

    — Opa... Que parada é essa? – Perguntou Carol, devorando dez sushis de uma vez.

    — Carol, continue sua janta... – Disse a dragão, bem séria.

    — Ah?! Cara...

    Viktor não se opós, retirando seu avental de cozinha e acompanhando Lilac até a saída. Mas ficou a desconfiança no ar por parte de Carol e Milla, que diz:

    — Carol, o Viktorius fez algo errado?

    — Ah Milla-nesa... Aconteceu uns pepinos aí com o Vik que deixou a escamosa um pouco chateada.

    — Ah... Escuta, Carol... Já faz um tempo que a Lilac anda muito séria, né? E sempre envolve o Viktorius...

    — Sim, Milla... Mas sério, ela tá fazendo essas paradas pelo bem dele.

    — Aquela luta com minha mestra... Depois daquilo que houve tudo mudou...

    — Sim, mudou... O piá andou meio na fossa mas a gente trouxe ele de volta. O cara é uma rocha, mas tô ligada que o tempo faz qualquer pedra rachar...

    — Rachar?! Mas... Carol, você sabe de alguma coisa que eu não sei? Tô preocupada com o Viktorius...

    — Fica sussa, Milla. O piá tá muito fulo com a Neera. Esse lance dele com ela tá mal resolvido ainda, mas ele vai superar...

    — Hm... Eu sabia que aquele duelo era uma má ideia!

    — É, Milla... Foi mesmo... True.

    Quando os dois extremos da casa de entendem perfeitamente, é porque algo muito sério está acontecendo. Milla e Carol continuaram conversando enquanto jantavam.

    E no lado de fora da casa da árvore...

    Os dois caminhavam até próximo a um riacho, onde a lua refletia no espelho d’água, trazendo uma beleza ímpar ao lugar, com uma fraca brisa esvoaçante aos cabelos de Lilac e Viktor. A dragão, tomando distância do jovem, diz:

    — Sabe, a muito tempo atrás eu treinei o estilo ninja que o clã The Red Scarves surrupiou... Eu pensava que era a mesma escola...

    — Hm?! Porque está me dizendo isso, Lilac?

    — Porque hoje eu sou uma Dragon Fighter e tenho o estilo Dragão de Shang Tu como arte marcial.

    — Mas o que tem isso? Lilac, o que está acont...

    E muito antes de Viktor levar em terminar sua frase, quase que instantaneamente Lilac havia interrompido um chute no rosto do humano, que ficou surpreso e imóvel enquanto ela mantinha sua perna na posição de ataque. E a dragão, olhando para Viktor, diz:

    — Eu fiz parte da The Red Scarves... Eu vi muita coisa errada e precisei agir rápido... como esse chute, Viktor.

    — Lilac, mas...

    Novamente, Lilac apareceu ao seu lado como uma flecha, executando um soco a seu rosto, prestes a atingi-lo. Entretanto ela também interrompeu o golpe, continuando:

    — Com um soco como esse eu e Carol saímos desse grupo... Com muita força e velocidade, nós conseguimos passar por cima da injustiça sem esquecermos de nos protegermos.

    — Lilac... Você está me assustando...

    — Era essa a minha intenção... – Disse, recolhendo seu punho.

    — Hã? Mas porque?

    — Lute contra mim, Viktor.

    — O que?! Lilac...

    — O que foi? Está com medo de mim?

    — O que você quer com tudo isso?!

    — Lute... Eu sei que você quer... – Lilac até se colocou em base de luta.

    — Lilac, você está mesmo falando sério?!

    E a dragão púrpura se manteve em silêncio, olhando nos olhos do jovem humano. Mas Viktor, demonstrando apatia e desinteresse, a fitava sem entender ao certo o que estava de fato acontecendo. E a dragão, ficando com seus olhos iluminados, diz:

    — Eu terei de atacar primeiro então?

    — Lilac...

    — O que foi? Não quer lutar?

    — Não... Eu não desejo levantar meu punho para você... NUNCA!

    — E porque?

    E ele, caminhando em direção a Lilac, a abraçou, o que fez com que a dragao cessasse seus poderes. Volto ficou em silêncio, assim como Lilac, que retribuiu a demonstração de carinho no mesmo momento.

    — Eu entendi o que você queria dizer com isso, Lilac... Eu não vou lutar... com ninguém!

    — Viktor... porque foi se envolver naquela confusão?

    — Eu tentei ajudar. Lilac, tinha mesmo ninjas da The Red Scarves lá!

    Desfazendo o abraço, Lilac olhou novamente nos olhos de Viktor, confirmando a veracidade da informação que o jovem havia dito. E ela disse:

    — Isso é mesmo verdade... Eu sei, Viktor. Essa informação foi mesmo útil, mas...

    — O que?

    — Chega. Não tente nos ajudar.

    — Mas Lilac...

    — Viktor, eu precisei convencer a Neera Li para que ela não o prendesse.

    — Eu disse que não queria ouvir esse nome...

    — Pare! Você não vê como está agindo? Supere isso, Viktor! A gente conversou ontem... e até agora você fica com esse comportamento... Já passou, para!

    — Eu tento... De verdade! Mas toda vez que eu faço algo, ela sempre tem envolvimento! Está difícil, Lilac... Mesmo nesse primeiro dia, ela já cruzou meu caminho outra vez... e isso me irritou profundamente!

    — Difícil?! Ah para! Viktor, será que você não entende? Você não tem que fazer nada além de viver sua vida! Eu não quero você tentando nos ajudar com essas coisas mais perigosas. Olha... Eu acredito no que você disse e irei agora mesmo passar essa informação ao reino de Shang Tu, mas que essa seja a última vez que você faz dessas coisas inconsequentes! Nossa... Eu até pareço sua mãe...

    Viktor sentiu uma pontada no coração ao ouvir Lilac se expressar dessa forma. A palavra “mãe” era um peso muito grande e, por um segundo, ele recebeu um pensamento de que faltava em sua vida a muito tempo. Com um olhar distante, ele demonstrou essa reação, com Lilac dizendo:

    — Hã?! Viktor, mas o que houve?

    — Nada, Lilac... Foi só uma coisa que eu lembrei... Mas você está certa. Eu já sou um adulto e tenho que superar isso...

    — Viktor, está tudo bem mesmo?

    — Está melhorando...

    — Tudo bem... Mas me prometa que você não vai mais tentar ajudar a gente. Agora você tem um emprego e conheceu novos amigos! Então só viva sua vida... e pode contar com a gente pra qualquer coisa!

    — Muito obrigado, Lilac...

    E quando iriam caminhar juntos até a imensa árvore onde ficava a casa de Lilac, a dragão perguntou:

    — Viktor...

    — Sim, Lilac?

    — Me desculpa ter te assustado.

    — Relaxa... Na certa eu mereci tudo isso e... Foi legal ver seus golpes.

    — Jura? Bem... Eh... Se um dia quiser treinar comigo, eu irei adorar. Até porque você pode me dar dicas, já que é um mestre...

    Eles voltaram para dentro da casa depois, mas a palavra “mestre” martelou outra na mente do jovem carateca. Ele se lembrou do que Neera lhe disse depois de sua derrota no duelo. “Eu não o considero um mestre...” E até mesmo durante o jantar (ou o que sobrou, já que Carol é uma esfomeada assídua!)

    — Eu ouvi isso, locutor! Cuida da sua vida! – Disse Carol, irritada.

    Horas depois...

    Quarto das garotas | Noite adentro

    Milla, que estava deitada em sua cama, já havia encontrado o sono, ao contrário de Lilac, que lia uma revista, e Carol, que somente ficou olhando para o teto (natural de gatos malucos).

    — Esse locutor hoje, hein... Já foram duas...

    — Hm!? O que foi, Carol? – Perguntou Lilac.

    — Purpurosa... Estive pensando...

    — Você pensando? Sei...

    — Ih... Era o locutor, agora você... Qual é a de vocês dois?

    — Do que você está falando, sua bobona?

    — Fica sussa com isso, tá? Escuta... Tu trocou um lero com o piá, não foi?

    — Sim, Carol...

    — Eu aposto que foi por causa da pandurona...

    — Foi sim... Mas o que tem?

    — Eu tava lá no Sallo Temple quando o Vik foi desafiado pela Xiaohuang... O cara disse “não” pra ela.

    — Eu levei isso em consideração na hora de conversar com ele... Então o Viktor não lutou contra ela, o que mostra que ele está mesmo tentando...

    — O piá foi sinistro em não cair na pilha da xing ling lá. Só que não é esse o ponto...

    — Como assim? O que foi?

    — Ele e a Neera, Lilac... Vai por mim: eles realmente se odeiam, mas eu acho que isso parte do Viktor mais do que dela.

    — Hã? Porque tem essa certeza?

    — Primeiro: a Neera é um demônio. Segundo: ela não recua. O John Cena pode ameaçar dar um armlock nela e a panda fica de boa como se o cara fosse um caxias. E terceiro: aquele duelo entre os dois azedou tudo! Na boa, miguxa: se esses dois ficarem se encontrando mais, pode ter certeza que vai dar ruim! E quem vai perder mais com isso será o piá!

    Se a Carol (que é a Carol) disse o que pensava, era porque realmente a situação estava mais séria que Lilac imaginava. A sua amiga felina, mesmo que não tenha compartilhado a informação de que Viktor havia dito não a um duelo, deu a entender que ele de fato tentou. Isso sim trouxe um conforto ao coração de Lilac, mas a relação entre Viktor e Neera era uma preocupação maior, tendo em vista que qualquer coisa ou acontecimento que envolvesse o jovem na certa traria mais um embate de egos entre os dois... e o Viktor sempre seria o elo mais fraco.

    Após pensar um pouco, Lilac disse:

    — Eles não podem mais se encontrar.

    — Como é?

    — Neera e Viktor... Eles não se dão bem. E para o Viktor é pior, já que ele não pode fazer nada. Está a mercê dos caprichos dela se fizer algo errado. Ela não o suporta, tem lá seus motivos... E o Viktor só errou com ela.

    — Lilac, o Vik tá com o orgulho ferido. Imagina a barra que é viver com isso... Tá certo que o cara vacilou geral desafiando ela e se achando o rei da cocada, mas... Imagina só tu levar um piau como aquele e ter que aceitar calado o que a Neera mandar? Dá não... Se o cara tem essa moral é porque o piá tem a caxola virado no monge de Shuigang... O cara é forte, Lilac.

    — Sim, Carol. Mas ele precisa superar... E ele vai! Eu acredito que ele vai crescer nessa cidade e vai mostrar pra Neera que ele sim tem valor!

    — Essa parada, Lilac! O Vitin tá com trampo agora! Ele vai detonar!

    — Fala baixo, Carol. Vai acordar a Milla.

    — Ih... Foi mal. Mas tipo... A Milla é bem apegada ao Vik, não?

    — Hã? Porque diz isso?

    — Já reparou que ela é a única que tem capacidade nessa fic de dizer o nome inteiro dele?

    — Do que você está falando, sua bobona?! E a Milla tem um imenso respeito por ele!

    — Ah então eu sou uma lokona que não respeita o piá? É isso?!

    — Hã?! Não, Carol! É que ela o respeita de uma forma diferente!

    — Tá, sabichona. Porque que ela não te chama de Sash Lilac? E porque ela não chama a kid Carol “Concê” aqui de Carol Tea?

    (Posso me arrepender depois, mas o que ela disse faz sentido...)

    — Claro que faz, locutor. Oxe... Finalmente uma dentro, bah! *Esse locutor é gaúcho, desconfio...*

    — Carol, você está louca? Para de dizer besteiras! Olha, estou indo dormir... – Disse, guardando sua revista e se cobrindo.

    — Tá, vai lá. Boa noite... E pra tu também, locutor.

    (Boa noite... EI, PARA DE ESTRAGAR COM O ROTEIRO, CAROL!)

    — Nyah! :3

    A conversa amistosa entre as duas trouxeram frutos: Lilac e Carol estavam mesmo dispostas a ajudar Viktor a superar a dor do orgulho ferido gerado pela derrota acachapante de Neera. Mas enquanto Carol se arrumava para ir dormir, virada de costas para as duas estava Milla de olhos abertos. Ela, deitada coberta, logo se colocou em pensamentos:

    — *O Viktorius é o maior! Eu sei que minha mestra pegou muito pesado com ele, mas ela não fez isso por maldade... A Neera Li precisava mostrar pra ele que é perigoso ficar por aí em Avalice... Só que ele tá sofrendo por dentro agora... e eu me sinto mal por isso. É como se eu também me sentisse culpada... Ah... Hm... Eu vou te ajudar também, Viktorius! Você vai ser ainda mais que é!*

    Todos na casa da árvore de Lilac dormiram tranquilamente naquela noite.

    No dia seguinte...

    Shang Tu Royal Palace

    Sala de vídeo conferência privada | Manhã

    Sentada a frente de um computador criptografado em uma ala restrita do STPD, Neera cumpriu com o combinado entre os guardiões das demais cidades, Shuigang e Shang Mu, para compartilharem informações. E Ying Li, o que idealizou a reunião, disse:

    — As autoridades de Shuigang não notaram atividade suspeita da The Red Scarves nas últimas semanas em nossa cidade. Vós pergunto se isso é um bom sinal ou não.

    — Creio que não, caro guardião – Disse Lenzin – Talvez o silêncio em sua cidade dos movimentos desse clã maldito sejam mal presságio. Aqui em Shang Mu a Patrulha Omna salientou que avistou membros da The Red Scarves nos destroços do galpão abandonado. O reporte foi feito por Joshy, ademais.

    — Hm... Interessante – Disse Neera – Porém devo avisá-los que integrantes da The Red Scarves foram vistos em nossa cidade.

    Isso gerou um pouco de apreensão nos rostos de Lenzin e Ying, que diz:

    — Isso é uma afirmação, cara sacerdotisa Neera Li?

    — Precisamente, caro guardião.

    — Essa informação partiu de uma fonte confiável? – Perguntou Lenzin.

    — De Viktorius Ashem... *Aquele fracassado...*

    A confiança que os guardiões de Shuigang e Shang Mu tinham em Viktor foi o suficiente para que acreditassem na veracidade dessa informação. E tão logo soube, Ying disse:

    — Cara sacerdotisa, sabes que tem a disposição a nossas forças caso necessite. Eles estão agindo... em Shang Tu!

    — A localização da base desses ninjas inescrupulosos em Battle Glacier precisa ser encontrada o quanto antes... e se eles estão mesmo em sua cidade...

    — ... devem ser achados, presos e interrogados – Completou Neera – A cada minuto que passa eles devem estar a passos largos aos seus objetivos. Precisamos de pressa, mas sem levantar suspeitas.

    — E que medida tomou para isso?

    — A polícia de Shang Tu está com patrulhas por toda a cidade. Isso limita um pouco o raio de ação deles, restando poucos lugares para fazerem algo... E é nessa hora que Sash Lilac, a gata desordeira e eu entramos para pegá-los na surdina. Eles não irão escapar... e conto com a cooperação de todos vocês.

    — Sem dúvidas, cara sacerdotisa Neera Li – Disse Ying.

    — O reino de Shang Mu se coloca a sua disposição caso precise de suporte – Disse Lenzin.

    Confirmando a parceria, a ligação se encerrou, com Neera saindo da sala e seguindo pelo corredor. E justamente no lugar, ela recebeu uma ligação em um ponto eletrônico que estava preso a uma de suas orelhas. Era Gong, que disse:

    — Neera Li. Câmbio.

    — Sim, Gong. O que quer? Câmbio.

    — Royal Magister exige sua presença na sala real. Câmbio.

    — Eu já estou indo...

    Caminhando rapidamente, sacerdotisa imediatamente adentrou ao local do treino, o reverenciando em seguida.

    — Vossa realeza... Em que posso ser útil?

    — Sacerdotisa Neera Li, a convoquei para saber mais do andamento da missão.

    — Eu acabei de fazer conferência com os demais guardiões de Avalice. Não consegui contato com ninguém de Great Desert. A meses que a comunicação com nossos vizinhos do oriente é difícil... e de Big Sea há muita estática.

    — Dificuldades são esperadas, dado o momento propício a descobertas dos efeitos da jóia do reino em nossa atmosfera. Entretanto, estou mais preocupado com a incursão contra o clã ninja The Red Scarves... Alguma notícia?

    — Sim, vossa realeza. Há mesmo membros desse clã nefasto em nossa cidade.

    Royal Magister lentamente caminhou até a sacada de seu palácio, passando a observar sua cidade. E nesse clima de preocupação ele diz:

    — Mury Low, Diona Taz, Ruby Scarlett... e Spade. O irmão de Dail sabe mesmo causar frisson em Avalice. Neera Li, precisamos dar um fim a isso o quanto antes.

    — Sim, Royal Magister. Sash Lilac e Carol Tea estão sendo muito úteis nessa averiguação inclusive. Ontem mesmo conseguimos essa informação mediante a dragão... e seu informante inútil se mostrou útil no fim das contas.

    — De quem está falando?

    — Viktor. Foi ele que avistou aos ninjas durante sua total falta de noção do perigo e desprezo pela própria vida e a de seu amigo Mu Matsu Zawa.

    — Hm... Não seja tão dura com o rapaz.

    — Sinto muito, Royal Magister. Mas é a pura verdade.

    — Bem, eles estão a salvo?

    — Sim, mas não graças a Viktor. Mas isso não é importante agora...

    — Concordo... Bem, o que tem a dizer do projeto D.E.K.A.?

    — Já reunirmos contingente suficiente e nossos cientistas e engenheiros já estão a toda força para por em ação em breve.

    — Esplêndido... – Disse, virando-se para a panda – E Neera...

    — Sim, Vossa Realeza?

    — Gostaria de ter notícias também do projeto “Next Generation”...

    — Hm... Esse último... Vossa Realeza, embora respeite sua opinião, não creio que essa empreitada nasça. Porém não irei poupar esforços para ao menos criar um esboço.

    — Entendo... Mas eu insisto que o leve a sério, embora não seja a prioridade.

    — Entendido, Vossa Realeza. Caso seja permitido, estou me retirando agora... Com sua licença.

    — Permissão concedida. Até a próxima, sacerdotisa Neera Li.

    Neera deixou o salão as pressas, pois havia muito a se fazer em mais um dia de trabalho. Royal Magister se manteve no mesmo lugar e, voltando a atenção a cidade, ele diz:

    — Já fazem alguns dias que eu tenho um pressentimento que algo de muito ruim está prestes a acontecer. É de extrema importância nós expandirmos nossas forças como a de Shuigang e, principalmente, de Shang Mu... A The Red Scarves escolheram nossa cidade por sermos mais permissivos aos nossos visitantes... e é inadmissível não contra atacarmos severamente aos seus objetivos. Seja onde vocês estiverem, iremos encontrá-los!

    Uma preocupação tomava o monarca de Shang Tu. Royal Magister estava apreensivo, emoção essa demonstrada em seu tom de voz. “Algo de muito ruim estava prestes a acontecer...” o mantinha em alerta o tempo todo.

    E passado o inicial matutino, enfim um longo dia de trabalho começaria na cidade de Shang Tu.

    Shopping Central | Meio da manhã

    Taotao Sushi Bar & Resto

    Uma hora antes do expediente, Viktor já estava a todo vapor agilizando os ingredientes para preparar os pratos servidos pelo restaurante do senhor Taotao. Já devidamente uniformizado, o jovem preparava os condimentos enquanto o pequeno panda vermelho o dizia:

    — Muito bem, Viktor. Hoje começamos... mas tenho que lhe dizer uma coisa.

    — Hã?! O que?

    — Eu não tenho grandes nem médias pretensões para a clientela.

    — Mas... Como é que o senhor pode dizer uma coisa dessas?! Seu restaurante é magnífico! Tem uma cozinha que eu nunca imaginaria que pudesse ser arrumada e uma estrutura exemplar! O senhor fez tudo certo!

    — Calma... Eu posso não conhecer muito de empreendedorismo, mas o público daqui é um pouco tradicionalista.

    — Como assim?

    — Não são tão propensos ao novo. Eles irão sempre procurar pelos restaurantes maiores e mais conhecidos.

    — Mas isso é natural... Porque o senhor está preocupado?

    — Porque eu não quero que você se desaponte.

    — Hã?

    — É, meu rapaz... Desapontamento é algo que eu já estou mesmo familiarizado. Tudo que eu fiz até hoje só trouxe isso a todos que eu tenho contato... Mas eu não desisti de tudo ainda. Nunca se deve, aliás... Mas eu levo isso sozinho e não quero te prejudicar.

    Viktor entendeu que Taotao estava se preocupando com ele, tendo empatia e o protegendo do possível fracasso. Mas o humano não recuou e disse:

    — Perseverança.

    — Como?

    — Isso que o senhor escolheu fazer da própria vida... Perseverança. O senhor tem desapontado gente que lutou pelos seus objetivos. O senhor não pode fazer nada disso sozinho e não quer me levar junto... Mas eu vou te dizer uma coisa: eu quero estar junto com o senhor nisso!

    — Viktor...

    — A gente erra pra aprender. Sem essa tentativa a gente não aprende... É isso: nada é um mar de rosas, a gente sempre vai cair. Mas é no fracasso que vem o maior aprendizado. Perseverar não é sinal de fracasso... É superar as dificuldades mesmo diante de um grande desafio!

    — ISSO, RAPAZ! – Disse, saltitante – Não importa se forem dez, vinte... cem erros! O importante é tentar até conseguir! É isso que me motiva! Haha! Encontrei o cozinheiro... NÃO! Eu encontrei a melhor pessoa que poderia! Vamos, Viktor... Hora de cozinhar!

    — Isso aí! – Disse, amarrando seu lenço a testa.

    ♪Music: The Secret Ingredient Called Victory♪

    Composer: Tatsuya Kati

    Special Stage – Like a Shokugeki No Soma

    A cozinha bem estruturada era o cenário ideal para Viktor dar liga ao cardápio sortido que Taotao elaborou. Por dentro das tendências, o panda vermelho empreendedor tinha uma visão de mercado afiado, natural de um recém formado. Mas sua habilidade de resumia a isso e cabia ao jovem humano lhe servir como um valiosíssimo instrumento... e Viktor estava disposto a lhe mostrar que queria que tudo desse certo desde o início.

    — *Muito bem, Viktor... Você está na melhor cozinha que você encontrou na sua vida! Todos os ingredientes estão aqui, frescos e apetitosos... do jeito que devem ser! Então eu preciso usar tudo de mim pra fazer o melhor! Ninguém disse que será fácil... e é por isso que eu tenho que me superar... Vó, você me ensinou tudo que sabia sobre cozinha. Então me guie, onde você estiver... porque dessa vez eu vou precisar de toda ajuda possível!*

    E ele, fazendo uma reverencia de karatê, diz:

    — OSSI! É ISSO! Antes eu tinha que improvisar para fazer um banquete digno todos os dias para as garotas... Mas agora eu tenho tudo que eu preciso... E EU NÃO VOU DESAPONTAR O SENHOR TAOTAO! VOU DAR O MEU MELHOR... E IR ALÉM!

    E em seu subconsciente, enquanto fatiava pepinos e cenouras, uma voz confortante e tenra lhe dizia:

    “Cozinhar é 10% físico... todo o resto é coração.”

    E Viktor, ao ler o cardápio, se inspirou.

    — Então é agora! Esse cardápio... NÃO! É um roteiro... e eu devo seguir meus instintos como um diretor... O primeiro: Zongzi! Arroz concentrado que traz um paladar sortido. Salgado, doce, agridoce... não importa como! Aqui diz para colocar gengibre. Porém não é isso que eu quero! É preciso ousar e... IR ALÉM COM O SABOR!

    Os olhos de Viktor brilhavam, ao preparar a iguaria básica como nunca antes tinha feito. Sente seguindo com o controle de paladar, entre provava a cada incremento...

    E aquela mesma voz dizia:

    “Cozinhar não envolve só comer; um prato bem servido é uma obra de arte onde sua degustação começa no observar, seguindo pelo seu aroma. O que os olhos não vêem, o coração não sente... e na culinária sentimento é tudo.”

    O jovem estava mesmo inspirado.

    — O segundo: Dan Dan Mian! Esse macarrão é um belo prato que atende a todos! Acelga, agrião, cebolinha... EU DEVO ARRISCAR! Não utilizarei esses ingredientes, por mais que eles combinem harmoniosamente... Eu vou deixar as coisas mais quentes com uma combinação instigadora: PIMENTA VERMELHA E CANELA! Esses ingredientes simples... QUE JUNTOS IRÃO SURPREENDER A TODOS! A quantidade perfeita... que só eu sei!

    Rapidamente Viktor começou a ferver uma bela quantidade de massa, preparando seu molho instigador como planejou.

    Mas a voz não se silenciava, aquecendo o coração de Viktor com mais inspirações:

    “Quando você acha que tudo já foi feito, então é nesse momento que deve inovar mais; você já está fazendo tudo com o coração, então coloque no tempero mais amor e harmonia... Não economize.”

    — Terceiro: Mapo Tofu! O acompanhamento perfeito... além de poder ser degustado a parte! Eu posso transformar o sabor característico em algo único... E EU VOU FAZER ISSO! Não há simplicidade que não possa surpreender... E IREI! Tofu é delicioso, nutritivo e peça fundamental no cardápio... HORA DE INOVAR COM UMA MISTURA IMPROVÁVEL: Molho de soja com mel e gengibre... e um pouco de pimenta verde para aquecer o coração de quem o degustar... NÃO HÁ COMO DAR ERRADO!

    Viktor preparava tudo com muito entusiasmo. Estava a vontade e liberto de qualquer obstáculo para suas criações culinárias. Sua vontade de cozinhar era muito maior que de qualquer oportunidade anterior, conduzindo a cozinha quase como um tenor a frente de uma orquestra.

    “Você deve sentir seu coração bater mais forte; se sim, esse é o ponto. A partir desse momento, tudo que você fizer ficará do jeito que você quiser... Sabe porque? Está usando os ingredientes que sempre objetivou... E nesse dia, você estará cozinhando com paixão.”

    — Quarto: Lamen de Shang Tu! Pelos ingredientes que utilizam por aqui, é como o chinês de meu mundo... EU ESTOU EM CASA ENTÃO! É um macarrão mergulhado em uma sopa deliciosa... ISSO ME PERMITE REVIGORAR O ESTADO DE ESPÍRITO DE QUALQUER UM COM UMA SÓ COLHERADA! Vou investir em um banho de sabor agridoce e com muito coentro e tofu... porque isso é uma refeição apetitosa e energizante!

    Quinto....

    Sexto...

    Sétimo...

    Oitavo...

    Nono...

    Décimo...

    Os pratos eram preparados com o mesmo afinco, onde esbanjava amor pelo o que fazia. Mas ainda haviam as sobremesas:

    — Pêssego cozido caramelado! Isso me faz lembrar da Lenzin... Eu preparei essa iguaria com cobertura de mel... PORQUE NÃO REPETIR? E... Eu... Eu vou por um leve aroma para atiçar o paladar com raspas de limão! UMA SOMA DE SABORES DISTINTOS PARA IMPRESSIONAR! Perfeito!

    Quase como por instinto, Viktor esbanjava desenvoltura no que estava fazendo, com cada prato do cardápio fluindo adequadamente ao paladar que almejava. Era impressionante seu zelo e dedicação em fazer o melhor. Talvez as palavras e ensinamentos de sua avó o fizera tão bem que tudo fluía naturalmente. O jovem ainda não havia terminado, mas Taotao, que estava no salão preparando as mesas explicitou perfeitamente o sentimento: o aroma.

    — Hã? Esse cheiro... Eu... Eu não sei descrever bem, mas... Eu nunca senti um aroma tão extraordinário como o que estou sentindo... Tem algo de diferente... É doce e ao mesmo tempo puro... É estupendo! De onde esse stranger veio?!

    Após um bom tempo de preparação, enfim Viktor havia terminado. Com todos prontos, era magnífica a aparência, com texturas que só em observar já traziam salivação... o que foi que Taotao fez ao entrar e olhar o sortudo banker que o jovem cozinheiro havia feito.

    — Viktor... Você faz tudo isso?!

    — Sim... Nós fizemos! Nunca se esqueça disso!

    Os olhos do pequeno panda vermelho brilhavam, impressionado com a imensa qualidade da comida preparada. E ele, sorrindo, diz:

    — Que os deuses de Avalice tragam mesmo fregueses... porque o que você fez não são somente pratos. Isso é arte.

    Com essa benção, era mais do que óbvio que a confiança de Viktor era a maior possível. E assim se abre as portas do shopping, já próximo da hora do almoço. Era o momento de brilharem?

    Enquanto isso...

    Centro da cidade de Shang Tu

    Arredores do Royal Palace | Final da manhã

    Caminhando junto a Neera Li, Lilac e Carol a seguiam para começarem mais um dia de investigações e rastreamento dos membros do clã ninja The Red Scarves. A felina, com os bravos cruzados por trás de sua cabeça, estava até animada cantarolando:

    —  O pé na estrada eu vou botar...

    Que já tá na hora de ir...

    — Cale-se, Carol... – Disse Neera, já irritada.

    —  Um lindo horizonte e um céu azul... O que mais eu poderia pedir?

    — CALA A BOCA, GATA MALUCA!

    Lilac reparou logo nesse comportamento nada natural de sua amiga, ainda mais de estarem numa missão:

    — Carol, o que houve? Você está muito feliz, fora do normal...

    — Qualé, diva púrpura! Tá ligada que hoje Royal Magister vai abrir o bolso e pagar a gente, né? Haha! Vou poder comprar o The First of They! Meu Nuntando Sweet está clamando pra rodar esse jogo esplendoroso!

    Neera logo levou sua mão até seu rosto e, em sinal de negação, diz:

    — Eu não ouvi isso... Eu não ouvi isso... Tanta coisa para se preocupar de verdade e essa gata desordeira está só pensando em um jogo idiota de vídeo game... Triste.

    — Ah é? Sério? Tipo, me diz aí... Quem eram os personagens selecionáveis em Freedom Planet? Ah sim... Euzinha, Lilac e Milla *depois de uma atualização*. Uma personagem panda que só tinha três quadros de animação ficou aporrinhando boa parte do roteiro... Quem era mesmo? Ah sim... Aham... Show! – Carol jogou na cara.

    — Do que é que você está falando, sua anormal acéfala favelada!? – Disse a panda, irritada.

    — Olha só, Lilac... Ela não sabe do que eu estou falando... Tá dodói, tá? Toma Rivotril, fofinha!

    — Carol, já chega! – Disse Lilac, segurando Neera.

    — Nyah! :3

    — Como você consegue aguentar viver com essa idiota, dragão? – Perguntou Neera – Pelos deuses...

    — Sabe, eu me pergunto isso todo dia quando me olho no espelho... E até hoje não obtive resposta nem explicação... – Disse Lilac, ficando ao lado de Neera.

    — Ah qual foi, diva linda?! Tá dando moral pra pandurona aí?

    — Haha... Nessas horas que vemos quem dá as cartas na amizade de vocês! – Disse Neera, debochando.

    — Isso não foi engraçado, Neera! E não foi justo também! – Disse, mostrando a língua para Neera.

    Mas a panda não deixou barato, congelando a ponta da língua da felina, que diz:

    — Ui! Vuçu nu pudu fuzur ussu!

    — Você ouviu alguém falar alguma coisa, Lilac? Só estou ouvindo um murmurinho e grunido... Haha... Pelo visto a gata que tem uma língua grande agora está “sentindo frio na espinha”...

    — Hehehe... Engole essa, Carol! – Disse Lilac, rindo.

    — Uh Qulú! Num ruum du mum! – A língua de Carol logo descongelou – ISSO É BULLYING!

    — Você que começou, sua bobona! Chamou a Neera de pandurona...

    — Ah... Mas... Tá, eu mereci... – Disse, coçando a cabeça

    — O que? Eu ouvi direito? – Dizia a panda – Você, Carol Tea, a badgirl, reconhecendo um erro?

    — Tá bom, Neera! Eu errei, foi mal aí...

    — E pedindo desculpas? Haha... Que manhã produtiva. Vou até te pagar um pouco mais de gemas por causa disso...

    — Sério?! Caraca! Vale a pena ser bonzinha no fim das contas! Tô tão feliz que eu vou voltar a cantar!

    — Não!

    —  O pé na estrada eu vou botar... E o coração eu quero abrir!

    — Cale-se... Cale-se!

    —  Sob os raios do sol, sigo um sonho meu... Eu não posso deixar de sorrir!

    — CALE A SUA MALDITA BOCA ANTES QUE EU CONFISQUE SEU VÍDEO GAME IDIOTA!

    — Opa... Passei do limite, Nee?

    — Você existe, isso já responde...

    Pode não parecer, mas até mesmo o humor de Neera essa manhã era bom (acreditem nisso!). Por muito tempo não se via ela interagir tanto assim com as garotas e a panda, embora incomodada de verdade bom Carol, estava mais a vontade. Mas isso tinha uma interpretação diferente por parte de Lilac:

    — *A Neera está muito acessível essa manhã... Respondendo a Carol, brincando com ela, conversando... Isso é muito legal, mas... Mas última vez que tivemos essa interação foi antes de fazermos uma missão perigosa para Royal Magister em Big Sea... Neera tem experiência, é competente com o que faz... O que será que está acontecendo de verdade?*

    Royal Magister havia falado sobre ter um mal pressentimento, agora Lilac desconfiava da bem vinda calmaria... Eram sinais de que um desafio viria? Bem, a dragão púrpura seguiu com esse pensamento... e o monarca de Shang Tu observava incansavelmente a cidade na sacada de seu salão.

    A cidade estava protegida. E essa era uma boa notícia.

    E voltando ao Shopping Central de Shang Tu...

    O complexo lojista estava movimentado, com pessoas comprando roupas e passeando pelos corredores largos e confortáveis. E justamente na área alimentícia do lugar o movimento era ainda maior: hora do almoço. Com a praça de alimentação cheia e com os restaurantes mais aclamados atendendo incessantemente aos pedidos, o Sushi Bar Resto de Taotao estava totalmente vazio. Nenhum cliente havia sequer olhado o cardápio e muito menos ter a curiosidade de ver o lugar. Viktor estava impactado com isso, a exemplo de Taotao, que diz:

    — É, esperava por isso...

    — Tem algo errado... É um detalhe que não vimos ainda... Aqui dentro é confortável, aconchegante e convidativo. Não era para estar assim...

    — Acalme-se, Viktor. Olhe, eu irei até a administração do shopping levar sua ficha para cadastro. Eles precisam saber quem trabalha no shopping.

    — Tudo bem...

    O panda vermelho se apressou, seguindo até o elevador para chegar ao setor de RH do shopping. E sozinho ao salão, Viktor não aceitava o ocorrido. Tenho que pensou:

    — *Fizemos tudo certo... Isso não é justo! Cadeiras e poltronas estão limpas e acomodadas, cardápio em todas as mesas... O que está errado?*

    Foi quanto ele olhou ao redor e viu um pequeno detalhe que em seu mundo era um grande empecilho...

    — ACESSO! ABERTURA! Nossa... Como não vi isso antes?! Essa gente... Eles não tem o costume de sentir o lugar sem estar dentro deles! Nossa... É só eu abrir a porta e as janelas!

    E foi justamente o que Viktor vez. Ele então abriu o que disse e levou poucos minutos para o resultado.

    “Hm?! Esse cheiro delicioso... De onde vem?”

    “Mãe, tô sentindo um cheirinho tão bom...”

    “Amor, esse aroma... TEMOS QUE IR NESSE LUGAR!”

    “Hum... Eu nunca senti um cheiro tão absurdo...”

    “Oxe, de onde tá vindo esse cheiro?! Eta bóia batuta, sô...”

    “Taotao?! Esse nome de restaurante é um... HÃ?! MAS QUE CHEIRO DOCE É ESSE?!”

    E na administração do shopping...

    Logo o celular do senhor Taotao tocou, dizendo:

    — Senhor Taotao?

    — Sim, sou eu.

    — Devo avisá-lo que o Shopping Central de Shang Tu não admite aglomeração em frente aos restaurantes. O senhor está ciente de que isso atrapalha o movimento?

    — Hã?! Aglomeração?!

    Ele voltou imediatamente para seu restaurante, ficando indiscutivelmente impressionado com a quantidade de pessoas que estavam dentro do estabelecimento... e principalmente pelos que estavam no lado de fora, formando uma fila!

    Pedindo licença para poder caminhar no meio da multidão e entrar no restaurante, lá encontrou Viktor fazendo pedidos e atendendo como podia. E Taotao, surpreso, diz:

    — Viktor, o que está acontecendo?!

    — Eu não sei! Eu só abri as janelas e a porta principal e minutos depois estava lotado de gente!

    — Pelas barbas do profeta... Viktor, vai pra cozinha e começa a seguir essa gente toda! Eu vou atender todo mundo!

    Dito e feito, o jovem seguiu para a cozinha, para Taotao enfim colocar em uso seus ensinamentos de empreendedor recentemente formado.

    ♪Music: Uplifting Acoustic Background♪

    Composer: MorningLightMusic

    Special Stage Act 2 – Employing & Maintenance

    “As pessoas precisam saber como funciona o meu negócio. Então eu devo mostrar as regras... sendo o mais cortês e prestativo possível!”

    Taotao foi atencioso com todos que estavam fazendo pedidos. O grau de atenção que desenvolveu com cada cliente era um ponto muito positivo, tendo em vista que pela primeira vez em sua vida atendeu tanta gente.

    — Peço humildemente que aguarde em sua mesa. Em breve estarão provando a melhor comida que já comeram!

    Com um movimento muito acima do que esperava, Taotao mantinha a todos com um semblante compreensivo e estabeleceu uma simpatia e empatia por parte dos frequentadores. Mas quem estava lá fora não tinha esse pensamento. Com algumas pessoas desistindo, Taotao precisou colocar em prática um novo teorema:

    “Demora sempre é um obstáculo e isso vai acontecer. Porém um empreendedor precisa acreditar no seu próprio potencal e, principalmente, no seu produto. A comida de Viktor é deliciosa... e todos precisam sentir o gostinho de perto do céu!”

    Como tinha pouco contingente de pessoas, a sorte parecia estar a favor de Taotao. Porque? Milla apareceu de surpresa. Ela sabia onde Viktor iria trabalhar e foi a encontro de seu amigo na cozinha... mas ele estava mesmo atarefado ao extremo.

    — Oi, Viktorius! Nossa, está muito cheio aqui!

    — Oi, Milla... Olha, estou mesmo muito ocupado... Desculpa...

    — Oh estou vendo... Como tem gente!

    E entrando as pressas, Taotao diz:

    — Viktor, você tem algum petisco, sei lá... algo desse tipo pronto pra ser servido?

    — Ah mas... Bem... Tenho alguns dangos pra entrada, mas...

    — Isso serve! Então eu... Ei, quem é essa garota? – Disse, olhando para Milla.

    — Oi, moço! Eu sou Milla Basset, amiga do Viktorius.

    — Nossa... Vocês pode me fazer um favor? Prometo te pagar!

    — Ajudar vocês?! Claro! Parla che te fa bene!

    — Hehe... Venha comigo!

    A ideia de Taotao: ele deu a Milla uns bandeja repleta de dangos para que os distribuísse na fila. E a cada cliente agraciado com a iguaria, Milla dizia:

    — Mi gusto es tu gusto! Cortesia do Sushi Bar Resto Taotao!

    “Todo empreendedor precisa administrar suas perdas. Eu consigo lidar com o prejuízo dos dangos, mas eu não poderia perder clientes diante esse início de trabalho tão inesperado. Então quero meus clientes satisfeitos e ansiosos para provar mais de nossa comida!”

    O carisma natural de Milla por si só já contribuía com o sucesso de pré atendimento e a ideia surtiu efeitos imediatos. Todos aguardaram a fila, sabendo que iria muito valer a pena pela espera.

    E foi assim por algumas horas. Sem sossego, sem descanso... mas com muito sucesso.

    Entretanto, chegada a última hora de expediente, um desafio grandioso era iminente: aguardando a fila, estava ninguém mais ninguém menos que:

    — Sandrov Damastrev?! O famoso critico culinário de Shang Tu?!

    O citado senhor era um felino de pelugem preta e que vestia terno e gravata da mesma cor. Passado alguns minutos, ele era o último cliente do dia. Tanto que fez questão de aguardar ao restaurante ficar vazio ostras fazer justo sua análise. Com Viktor já avisado de sua presença (mesmo que ele desconhecesse), Taotao logo disse:

    — Sandrov Damastrev é exigente demais, Viktor. Ele é o responsável por sucesso ou fracasso de um negócio. Eu nunca imaginaria que ele estaria aqui já no nosso primeiro dia.

    — Então devo preparar o melhor prato do dia... Okonomiyaki!

    — Hã?! Mas... Esse prato... Ele não é tão sofisticado.

    — Se ele é mesmo um crítico, então ele terá de ser imparcial. Na simplicidade é onde está o melhor sabor... e é isso que um crítico gastronômico se pauta!

    E com Viktor, a palavra final de seu prato do dia.

    — Okonomiyaki... Essa massa como uma panqueca é regada a recheio de legumes e peixe. Isso é o que farei... mas com um tempero todo especial: a base será molho shoyo, mas tudo o resto... ALECRIM, PÁPRICA, COMINHO, UMA PITADA DE CHÁ PRETO E PIMENTA DO REINO! Um tempero inédito e inesperado... porque o meu objeto é a surpresa!

    O prato foi servido por Viktor, que o levou até a mesa onde estava o felino crítico...

    Senhor Taotao o apresentou a Sandrov Damastrev...

    Tanto Viktor quanto Milla ficaram na cozinha, aguardando ansiosamente pelo desenrolar do trâmite.

    O prato estava a mesa, com Sandrov degustando lentamente e absorvendo com seu paladar todo o gosto e aroma abismal que a iguaria exalava e significava. Taotao o observava, onde sua face inanimada deixava praticamente em segredo seu senso ou sua análise. Era impossível saber do em olhar para seu rosto, que comia da refeição em silêncio.

    Ao fim, e sem esbocar reação alguma, Sandrov Damastrev pediu por sua conta, para pagar. E assim o fez, saindo do estabelecimento em seguida mudo. O que havia acontecido? Será que gostou? Ou não gostou? Era uma incógnita.

    Terminado o expediente, tanto Taotao e Viktor estavam esgotados, assim como Milla, que diz:

    — Nossa, eu nunca vi tanta gente dentro de um restaurante. Vocês arrasaram!

    — Você também ajudou muito, garotinha – Disse Taotao – E você também, Viktor. Não sabia que seu nível de cozinha era tão alto!

    — Ah... Obrigado. Mas o senhor merece créditos! Eu nunca que conseguiria administrar a situação como o senhor fez! Foi magnífico!

    — Hehe... Obrigado. Pelo visto minhas horas de estudo e livros utilizados valeram a pena, mas...

    — O que foi?

    — Sandrov Damastrev... Ele não me disse nada. Eu não tenho ideia do que... – Taotao parou de falar porque foi interrompido.

    O porquê disso? Como um fantasma, Mu entrou aun restaurante, que já havia terminado o atendimento, gritando:

    — SENHOR TAOTAO!

    — Hã?! Mas o que foi, Mu? Porque está assim desesperado?!

    — Me disseram isso a pouco... O Sandrov Damastrev analisou seu restaurante!

    — O que?! Onde?!

    — No site dele!

    — O que?! Rápido, alguém tem um celular?

    — Eu tenho, senhor Taotao – Disse Viktor.

    E sabido disso, o jovem acessou ao site e não demorou muito para ver que era o destaque do dia. E na análise, Sandrov Damastrev.

    “Uma tarde como qualquer outra, como todas entediantes e cerceadas na mesmice... Uma grata surpresa me ocorreu. Como não poderia deixar a oportunidade de ser surpreendido, sucumbi a minha curiosidade e fiz a mim o desafio de adentrar a um desconhecido e pitoresco restaurante chamado Sushi Bar Resto Taotao. O nome é tão comum que eu desconfiei no mesmo instante.

    Mas algo me chamou muito a atenção: o comprometimento de se esforçarem em agraciar a todos que ou visitou com um atendimento diferenciado e feito com muito amor e carinho... e respeito e... Eu já disse sobre “muito amor e carinho”?

    Pautado nessa ideia, eu observei cada um dos presentes anteriores a mim serem atendidos e degustarem de seus pratos, até enfim ser a minha vez. Fiz questão de ser o último e fui prontamente atendido, elevando assim minha impressão inicial. Entretanto eu sou um crítico gastronômico, portanto chegou a hora de trabalhar.

    Okonomiyaki. Esse era o meu prato.

    Nota: 10

    A apresentação foi estupenda. A textura estava calibrada e no ponto certo. O aroma era fenomenal, de causar água na boca pra minutos só pelo cheiro. E o gosto... uma explosão. Sim, sem exclamações. Uma explosão. Um equilíbrio perfeito do tenro e adorável, numa combinação de sabores único e inédito. E não combinaria nesse Review exageros de minha parte, em sinal de respeito ao cozinheiro e a todos os envolvidos. Então eu me limitarei a dizer, sem sombras de duvidas que definem bem minha análise imparcial e honesta:

    Radiante e inegável.

    Att: Sandrov Damastrev.”

    Taotao começou a chorar, pulando de alegria junto a Viktor e Milla, com Mu ao fundo mostrando indiferença. Não por causa de Taotao, o qual respeitava seu nojento de euforia, mas de Viktor. Ele sabia que o prato foi muito bem avaliado com nota máxima, mostrando o sucesso di jovem humano na empreitada do panda vermelho. E ele, em pensamentos, teve sua opinião:

    — *Esse imbecil... Como é que um inútil fracassado foi ter tanta sorte assim num primeiro dia?! Só um privilegiado como ele poderia ter isso... Agora vai ficar nessa de ficar se exibindo... Idiota sortudo!*

    O momento festivo coroou o primeiro dia com todos os louros de vitória. O sucesso do negócio de Taotao trouxe muita comoção entre os dois, que comemoravam sem parar... E tudo começou com um gesto simples de:

    — Levar ao público o que eles procuram. E se eles acharem... é meio caminho andado para o sucesso! – Disse Taotao.

    Ele estava corretíssimo.

    Enquanto isso...

    Bairro Milenar de Shang Tu | Shenlin Park

    Sallo Temple | Fim da tarde

    Com os internos do Orfanato reunidos no salão principal do templo antigo, Bonnie arrumava o espaço para receber em breve a visita de Taotao, como todos os dias. Mas a coelha estranhou que batiam a sineta do portão, indicando que haviam visitantes. Ela então caminhou até me e, para sua surpresa, ela Xiaohuang que, segurando uma rima nas mãos, diz:

    — Bonnie Sallo, um prazer imenso ao vê-la.

    — Xiaohuang, o que houve? Eu estou um pouco ocupada.

    — Hm... Posso entrar?

    — Hã?

    — Precisamos conversar...

    O olhar de Bonnie não era dos melhores.

    Minutos depois...

    Salão do Altar Celestial | Início da noite

    Com as duas sentadas a uma mesa tomando chá, Xiaohuang não perdeu tempo em dizer:

    — Esse templo precisa de uma doutrina, vocês sabem...

    — Xiaohuang, com o devido respeito... Eu não estou interessada em abrir mão de toda a história de minha família. Então melhor se retirar porque eu não o irei entregar a você!

    — Eu esperava em ouvir isso. Bem, você poderia ter a decência de aceitar o inevitável.

    — Inevitável? Do que está dizendo?

    A lince então pegou o tubo onde estava a runa, o abrindo e retirando de dentro um pedaço de papel. O abrindo sobre a mesa, ela diz:

    — Eu poderia poupá-la de toda essa humilhação a sua família... Mas creio que você tem uma soberba tão grande quanto a de seu irmão.

    — Xiaohuang... – Disse Bonnie, lendo a runa – Isso que está fazendo...

    — Eu não estou fazendo nada. É a lei imposta a milênios fazendo justiça. Vocês não tem uma doutrina viva a mais de cinquenta anos...

    — Meus pais estavam debilitados e tanto Brendan e eu estávamos fora de Shang Tu! Voltamos quando terminamos nossos estudos e...

    — Não tente divagar... É inevitável...

    — Xiaohuang, não acredito que...

    — Sim. Eu, Xiaohuang, representante mor do Xiaomi Temple, irei dar entrada amanhã ao Conselho de Artes Marciais de Shang Tu para tomar posse do Sallo Temple definitivamente!

    Continua.


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