Freedom Planet: Faith & Shock

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    Capítulos:

    Capítulo 44

    O esplendor do amanhã

    Spoiler, Violência

    Olá pessoal. Como estão?

    Antes de mais mais, peço desculpas pela demora e agradeço pelo feedback dos últimos capítulos. Foi muito útil.

    E você faremos continuidade a história, com muitas coisas acontecendo na cidade de Shang Tu.

    Os eventos do capítulo anterior trouxeram a tona mais particularidades de Viktor. Lilac, Carol e Milla puderam ver um lado ainda desconhecido do jovem: Viktor tinha muito orgulho e fibra, mas não tinha noção da realidade a qual estava inserido. Por causa disso, a dragão precisou lhe mostrar da forma mais honesta possível que o mundo de Avalice é implacável para aqueles que não tem habilidades especiais, principalmente dentro do circuito de duelos e torneios dentro dos reinos e, principalmente, poderia ser cruel diante dos perigos.

    Naquele dia, já decidido do que iria fazer, Viktor estava sentado na sala da casa da árvore de Lilac. Mexendo em seu celular, ele trocava mensagens com Sheng.

    — Sério, maninho? Vai trabalhar?

    — Sim

    — Que irado \(^o^)/

    — Pode crer

    — Onde vai trabalhar?

    — A Lilac me sugeriu o shopping

    — Caraca!!!

    — Estou muito animado, Sheng

    — Eu tô também. Tu vai se sair bem ^^

    — Assim espero

    — Vai sim!!!

    — E como estão todos?

    — Estão todos bem!!! Vou te contar...

    A conversa se estendeu por horas, com o felino alaranjado dizendo como as coisas estavam na Agência. E durante esse chat, Viktor pôde se lembrar de um fato que definitivamente teve influência nas decisões que teve até então.

    Bem, teremos que retornar no tempo, exatamente após a saga “The Red Scarves vs A Agência”, a um pouco mais de um mês atrás...

    A Agência

    Centro médico | Hospital da Agência

    Dias depois da visita do Team Avalice a Viktor, o jovem estava descansando em seu leito. Sob os cuidados de Tats, o carateca pôde ser recuperar de forma alígera, tendo em vista que a esquilo tinha o o dom natural de sua família, A Saphire Onma, ao qual foi usada para curar Viktor com mais velocidade

    Entretanto, houve um dia que Viktor recebeu uma visita inesperada. E enquanto acordava de uma breve soneca, assim que se dá conta conseguiu ver que Asuka Tenjoin estava sentada em uma cadeira ao lado de sua cama. E ele, surpreso, diz:

    — A-asuka?! Senhorita Asuka Tenjoin?!

    — Sua memória está intacta, stranger. Isso é bom.

    — Mas... O que...

    — O que faço aqui... Era o que você iria perguntar. Bem, eu estou aqui para conversar com você.

    — Hã?! Conversar? Mas o que se trata?

    — Antes de mais nada, quero lhe pedir desculpas.

    — Pelo o que?

    — Pelo preconceito que tive de você esse tempo todo. Na verdade, depois de descobrir tudo a seu respeito, creio que somos bem parecidos.

    — Parecidos?

    — Não temos nirvana nem Chi. E é por isso que estou aqui.

    — Como assim?

    — Você lutou contra as adversidades que o Spade impôs, lutou contra ele quando ninguém esperaria que saísse vitorioso... Bem, eu passei por tudo isso também. Porém em nada se compara com o que você fez...

    — O que quer dizer?

    — Viktorius Ashem, você fez o que fez só com o seu próprio sangue e carne... e ossos, hehe. Então eu vou te dizer uma coisa... – Disse, se levantando.

    Ela então se sentou ao lado da cama de Viktor e, o olhando nos olhos, diz:

    — Você vai melhorar, irá voltar pra Shang Tu... Com certeza você vai ter dificuldades, irão ter preconceito por você também... Então, não desista!

    — Asuka...

    — Eu e você somos a prova viva que ter nirvana e Chi não faz alguém ser um sem valor. Com muita força de vontade e fé no que está fazendo, tanto você quanto eu podemos chegar longe! Não desista, nunca abaixe sua cabeça, mesmo se o adversário aqui em Avalice ser invencível a sua força! Você vai conseguir, Viktorius Ashem. Não deixe de se levantar... Porque eu fiz isso e venci. Você fez o mesmo... e continuará fazendo. É a sua vida.

    — Asuka Tenjoin... A senhorita está mais do que certa. Eu não sou de desistir do porque disseram que eu não posso conseguir... porque são nos desafios que coisas verdadeiramente grandes estão!

    — Isso mesmo! Continue pensando assim! Não importa se não tenha nirvana ou Chi. Essa falácia arcaica vai cair enquanto nós batermos contra o sistema! Tudo se pode e nada se esconde!

    — Isso!

    Após a constatação de Asuka, a grã mestra da Agência começou a sorrir, o que trouxe dúvida a Viktor, que disse:

    — O que foi? Porque está rindo?

    — Hehe... Não se assuste com isso... Hahaha!

    — Então?

    — Não somos parecidos... Somos mesmo iguais, até no pensamento! Eu sei que você um dia terá de voltar para seu mundo, como as coisas devem ser... Mas até lá conte comigo pra tudo. Arthemis fez um upgrade com as nanites dela em seu celular. Com as devidas limitações, você tem o banco de dados de tudo em Avalice. Use sem se preocupar mas não diga a ninguém. Tudo bem?

    — Nossa! Pode deixar! Eu irei guardar segredo!

    — E não só a isso... Seja o que for, o momento ou a hora, entre em contato comigo. Eu sei mesmo o que é viver dessa forma em Avalice. Então eu fico muito feliz e satisfeita em saber que eu não sou a única assim...

    Asuka, ao fim da conversa, apertou a mão de Viktor e o jovem, a olhando, diz:

    — Meu dojoh tem uma frase de motivação... Uma doutrina que faz a todos do meu dojoh seguirem fortes e firmes...

    — E qual seria?

    Aquela pergunta...

    A última que Asuka Tenjoin fez a Viktor...

    Ela foi respondida... e a grã mestra da Agência, ao ouví-la, fez com que lágrimas escorressem de seus olhos...

    Shang Tu - Presente

    Shopping Central | Fim da manhã

    Viktor restava decidido: ele queria mesmo um emprego. E justamente no ramo que mais tinha controle e habilidade: cozinhar. Porém ele não estava tendo sucesso. Durante toda a manhã tentou em vários restaurantes, que o colocaram imediato na cozinha.

    ART & TRA Restaurant: não.

    Mirthra Fine Restaurant: não.

    The Worst Food of Avalice Restaurant: não.

    Great Oasis Resto: não.

    Lanches da Uncle Beth: não.

    Zafiro Rozasso Maximo Impacto Resto: NÃO!

    Muitos fracassos limaram um pouco do ânimo do jovem cozinheiro. Havia algo que o atrapalhava e muito: cultura. Em Shang Tu, não existia lugar para improvisações entre os cozinheiros e era onde o jovem era mais hábil. Oportunidades vieram, ele se esforçou... mas a barreira cultural lhe trouxe um novos fracassos. Um stranger que não se enquadrava na culinária fina e seletiva de assine teria muitos problemas pra se adaptar, já que Viktor não conhecia muito dos costumes, quiçá estilo de vida dia habitantes.

    Logo suas alternativas se esgotaram e... Bem, entre se sentou em um dos bancos do shopping para descansar depois de passar a manhã inteira tentando se colocar em um emprego. Os cidadãos de Avalice não tinham aversão a strangers, entretanto isso não queria dizer que o tratamento era diferente. De qualquer forma, Viktor sofreu preconceito por onde passou e isso o incomodou muito. Sentado, ele logo pensou:

    — *Eu pensei que seria mais fácil arrumar emprego por aqui. Droga... Estou quase enviando uma mensagem para a Tats pra me encaminhar pra algum lugar, mas... Acho melhor não meter a Agência nisso. Droga... Até nisso eu fracassei? A Lilac me disse que...*

    E antes que continuasse em seus pensamentos, um pequeno panda vermelho se sentiu ao lado do jovem, resmungando aos montes. E ele, notando que Viktor também estava cabisbaixo, diz:

    — Dia difícil, stranger? Somos dois...

    — Ah... É verdade... Está sendo difícil sim.

    — Esse ramo que eu comecei hoje é puro elitismo. E eu tinha isso como minha última chance...

    — E eu que nem comecei? Aliás, eu comecei e já me mandaram embora... Puro fracasso.

    — Trabalhar em Shopping é isso... Você é exigido até não poder respirar e no fim você não recebe muito em troca. Eu mesmo investi todo meu dinheiro pra fazer meu negócio e... Ah... Todo mundo odeia o que eu faço...

    — E eu? Não consegui sequer mostrar o que eu mais sei fazer... E no fim, me mandaram sair sem olhar pra trás...

    E os dois, ao mesmo tempo disseram:

    — Esse ramo de cozinhar é para poucos aqui! – Disseram, olhando um para o outro – Hã? Você cozinha?

    Por ironia do destino, ambos tinham as mesmas devoções. E naquele instante, Viktor diz:

    — O Senhor tem um restaurante?!

    — Garoto, você é um cozinheiro?!

    — Sim, eu tenho! – Disse o panda vermelho.

    — Sim, eu sou! – Disse Viktor.

    — Stranger... Qual seu nome?

    — Me chamo Viktorius Ashem, mas pode me chamar de Viktor.

    — Nome curioso, jovem. Eu me chamo Taozin Taopan, mas pode me chamar de Taotao.

    — Ah... Você é um panda vermelho, certo?

    — Sou sim. Porque?

    — Você veio de Shang Mu então!

    — O que? Haha! Não... Eu vim de Shuigang. E estou em Shang Tu para mudar de vida.

    — Ah sim... Desculpe.

    — Não, tudo bem... Eh... Viktor, não? Jovem, quer trabalhar comigo?

    — O senhor fala sério?! Mas acabamos de nos conhecer!

    — Claro! Eu não consegui nenhum cozinheiro para o meu restaurante desde que eu o abri. E cozinhar sozinho, que é o que eu faço, não funciona. E tem um outro problema...

    — Qual?

    Ele iria responder, mas vamos logo para a frente do restaurante onde Viktor iria trabalhar:

    Taotao Sushi Bar & Resto | Início da tarde

    “A minha comida é horrível!”

    A fachada era simples, mas direta. E acreditem: o restaurante era o mesmo de onde Viktor foi jogado para fora (No capítulo “Conhecendo a cidade de Shang Tu”, lembram?), o que faz o jovem humano ter lembranças:

    — *Esse lugar... Eu não tenho boas lembranças daqui... e nem daquele dia!*

    — Viktor, lhe apresento meu humilde restaurante.

    — Ah... Bem... Tipo... – Disse, um pouco desajeitado.

    — Hã? O que foi, rapaz?

    — É que... O senhor é o dono, não?

    — Sim. Eu comprei o restaurante. Antes era alugado. Um rato gigantico regia esse lugar.

    — Ra-rato gigantico?!

    — Sim. É uma raça mal encarada de rato que é muito maior que ratos comuns. E o mequetrefe não queria sair daqui, vejam só...

    — Como assim?

    — Bem, eu vim com a ordem de despejo e o sujo não queria sair. Então tive que recorrer a medidas drásticas...

    — Chamou a polícia?

    — Não... Chamei ele pra rua e o desafiei pra um duelo.

    — COMO É?! – Gritou Viktor, pasmo.

    — O que foi?

    — O que foi?! Você desafiou o gerente pra um duelo!

    — Mas ele não queria sair e eu estava com pressa. Chamar a polícia iria resolver, mas iria demorar...

    — Tá, mas... Se o senhor conseguiu o colocar pra fora, então é porque venceu?

    — Bem, sim. Foi rápido até. Ele não se machucou, dou minha palavra. Porém eles não deve voltar às aqui mais...

    — Espera, deixa eu ver se entendi bem: o senhor venceu num duelo aquele rato que era muito maior que o senhor sem dificuldades?!

    — E o que tem demais nisso?

    — *Já estou começando a entender esse lugar... Cara, ele venceu aquele rato que me colocou fora fora como uma melancia!* — Pensou o jovem.

    — Ah... Viktor? – Disse, desconfiando do silêncio do jovem.

    — Que?! O que....

    — Vamos entrar? Preciso te mostrar o restaurante por dentro...

    — Ah sim... Sim! Vamos!

    O jovem humano acompanhou o panda vermelho, seu novo patrão, para lhe apresentar seu lugar de trabalho. O restaurante era pequeno, com mesas simples mas bem arrumadas. Existiam poucos adornos de decoração, como jarros pequenos de plantas e quartos da região de Dragon Valley. Jajá um balcão com uma caixa registradora, onde ao fundo havia uma porta dupla face, que dava acesso a cozinha. E assim que a cruzam, Viktor teve uma visão estonteante: o lugar era muito mais moderno e sofisticado que poderia imaginar.

    — SENHOR TAOTAO!

    — AHHH.... O que foi?! – Disse, assustado com o grito do rapaz.

    — Essa cozinha... Eu nunca vi tantos utensílios de cozinha dessa qualidade! Eu não poderia imaginar que o senhor iria investir tanto nesse tipo de coisa!

    — Ah rapaz... Eu não sabia muito de utensílios de cozinha. Eu pedi para que arrumassem com o que tinha de melhor, mas...

    — Mas o que?

    — Serei sincero, Viktor: a pouco tempo que fiz um cursinho de empreendedorismo. Como disse, eu vim de Shuigang. Consegui reunir um bom dinheiro um tempo e, após eu terminar o curso, vi que seria uma boa abrir um restaurante aqui em Shang Tu. Só que mesmo mostrando as instalações, cozinheiro algum quis o emprego.

    — MAS COMO NÃO?! Nossa...

    — Status, Viktor.

    — Status?

    — Cozinheiros de Shang Tu tem predileção em trabalhar em cozinhas de restaurantes de renome. Eles não tem o costume de investir seu tempo em estabelecimentos sem apelo gourmet. Nesse mercado o nome do cozinheiro é tudo. Mesmo eu tendo dinheiro pra pagar por seus serviços, eles tem esse preconceito.

    — Mas isso é errado!

    — O mundo da gastronomia não é justo, Viktor. Eu estudei muito e sabia do que teria que lutar. Fácil foi é tirar o ratão daqui. Felizmente eu te encontrei. E agora temos um desafio maior...

    — Maior?

    — Fazer a clientela se interessar.

    — Ah sim... Eu reparei... Eu vi. Desde que entrei nesse shopping eu vi que as pessoas só procuram restaurantes chiques...

    — Então... É por isso que o trouxe aqui. Te mostrei o meu restaurante para você ver o que eu irei lhe entregar para trabalhar. Viktor, não vou esconder nada de você: eu vou te cobrar, te pressionar, te dizer coisas que talvez não o agrade. Mas tudo isso é por profissionalismo os extrair o melhor de você. Então... você quer seguir com essa minha oferta?

    E Viktor, com os olhos brilhando, diz:

    — Nunca estive tão certo. Não há o que pensar. O senhor estendeu sua mão e me contratou. Eu vou doar tudo de mim nisso! Meu objetivo é fazer o seu negócio dar certo e o senhor ter sucesso no seu investimento!

    — Viktor... Não precisa ir tão longe!

    — Não! Eu devo... E ir além também!

    Viktor estendeu sua mão para Taotao, que a apertou em seguida. E foi fincada alí uma parceria incomum, onde o jovem humano encontrou uma oportunidade de crescer.

    Enquanto isso...

    Shang Tu Royal Palace

    Sala de comando do palácio | Tarde

    Em uma sala com o que tinha de mais tecnológico no Reino de Shang Tu, uma enorme mesa, onde havia vários aparatos eletrônicos ligados a um telão que constituía quase toda a parede onde ela estava alojada, a sacerdotisa Neera Li estava em mais um dia de trabalho. Pesquisando sobre a The Red Scarves, ela foi interrompida por Gong que, após treinamentos da frota dos soldados do palácio, decidiu ir até a panda para conversar:

    — Neera...

    — Hm... O que foi, Gong? – Disse, sem tirar os olhos da tela.

    — Eu estava pensando...

    — Depois que você fez amizade com Mayor Zao, tem pensado muito, não?

    — Sim... E isso não é ruim, nem venha com provocações.

    — Não... Isso é muito bom. Ter mais ensinamentos e competências só melhora nossa relação.

    — Que bom que você pensa assim.

    — É... Eu penso assim.

    — Ok... Bem, os soldados estavam comentando sobre o que houve em Dragon Valley ontem...

    — Hm...

    — O doutor Frazey Molov não conseguiu ficar de boca fechada e descreveu o que aconteceu...

    — Hm...

    — E agora todos estão comentando sobre isso...

    — Hm... Poderia ser mais direto, Gong?

    — Muito bem... Posso lhe dizer que eu não gostei o que fez ao Viktor e... – Disse, sendo interrompido.

    — Eu não me importo.

    — E porque não?

    — Fato consumado. Vai parar de falar comigo por causa disso ou coisa do tipo?

    — Você sabe que não.

    — Então o que o incomoda, Gong? Eu estou no meio de uma pesquisa...

    — Ele não merecia ser humilhado como foi. Porque não pegou leve?

    — Você pegaria leve?

    — Não... Mas...

    — “Mas”?

    — Há momentos que a gente tem que ter empatia e não passar da linha que limita o excesso e o necessário.

    — Então a seu ver eu passei da linha de “necessidade” e me “excedi”, é isso?

    — Mais ou menos.

    — Gong... Entenda: eu fui desafiada. Ponto. Eu cumpri com o desafio. Ponto. Eu venci o desafio. Ponto novamente. E você impugnou o duelo. Ponto final. Onde você não entendeu que isso nada importa?

    — Você entendeu o que eu quis dizer!

    — Sim... Foi um duelo aquilo, na sua opinião? Eu sei que você tem o mesmo julgamento que eu. Viktor se humilhou e não fui eu a culpada. Acha que eu não tenho empatia? Na próxima vez o deixarei sangrando pra você estar certo...

    Gong entendeu bem o que Neera quis dizer. Embora ele tenha uma certa admiração pelo o que Viktor é, não poderia ignorar o fato de que o jovem foi o verdadeiro culpado de tudo. E ele, entendido isso, diz:

    — Eu gostei dessa conversa.

    — Hm?

    — Me mostrou que eu estava errado a seu respeito.

    — E como chegou a essa conclusão?

    — Liguei os pontos... Ao seu jeito. Hehe... Muito bem, Neera.

    — Posso saber da graça?

    — Você se importa... não se importando.

    — Hm... Filosófico. Continue lendo. Está lhe fazendo bem. Em breve teremos dois cérebros pensantes no mesmo nível aqui no palácio.

    — Sim... Você também irá estudar...

    — Hm? Haha... Gostei da piada.

    — Hehe... Continue o que está fazendo. Irei tomar um banho. O treinamento hoje foi puxado.

    — Fico feliz que você também tenha cuidados com sua higiene pessoal. Se tornou asseado, Gong. Isso é bom.

    Embora os dois oficiais das forças de Shang Tu trocassem provocações, o respeito de um pelo outro era honesto e bastante saudável. Neera e Gong viviam numa rivalidade onde os dois eram os únicos cujos poderes poderiam ser usados em combate quando treinavam juntos. Mas dessa vez o grande panda estava se interessando mais em teoria e dando um tempo a prática. Tudo graças a Zao, como Neera comentou. O monarca de Shang Mu realmente teve papel influenciador nessa sua mudança de postura. E justamente nesse pensamento, enquanto se arrumava, já trajado com seu uniforme, seu escudo depois do banho, ele mesmo disse:

    — Hehe... E eu me preocupando. Neera tinha total controle do que estava acontecendo e... Bem, ela só estava fazendo o seu trabalho novamente. Devo parar de ter tanta preocupação em como ser durão. Só serei o que sou e só. Já está bom...

    Em seguida o panda seguiu para o interior do palácio, a fim de instruir aos soldados em fazerem a ronda diária das dependências de Royal Palace.

    E em uma outra área da Cidade de Shang Tu...

    Shenlin Park

    Casa de Banho Seyilina | Tarde

    No meio da cidade, onde os altos edifícios de Shang Tu contrastavam com as construções antigas que se encontravam ao longo de toda a cidade, havia um lugar em especial que Lilac gostava muito de frequentar. A Casa de Banho Seyilina, cuja proprietária era a própria Seyilina, uma tâmia de pelugem toda vermelha que vestia um kimono que lhe cobria todo o corpo, sempre a recebia bom muita satisfação. E nessa situação, a dragão estava bem relaxada tomando banho em um dos jacuzzis do lugar. Nem organizado, o local dava ao usuário total privacidade e oferecia até mesmo sais de banho e shampoos aromáticos. E Lilac fez isso de tudo isso. Apoiada em uma das laterais do jacuzzi, a dragão de água conversava com Seyilina, que diz:

    — Cara Sash Lilac... Eu agradeço fervorosamente por você me procurar.

    — Ah mas eu sempre o fazer isso quando puder! Sabe, eu recobro todas as minhas forças ao vir aqui... e é muito relaxante... – Disse, vestindo um maiô.

    — Isso me agrada enormemente! A temperatura da água está ideal?

    — Está ótima! Ah... Eu me sinto tão bem... É  muito bom estar aqui... Um silêncio... Uma calma fora do comum...

    Bem, o que dizer? Lilac estava relaxada ao extremo. Só que...

    — LILAC! VAMO NESSA!

    É. A Carol. A felina verde. A gata selvagem. A de boca grande. A inconveniente peluda. A...

    — Tá bom, locutor. Todo mundo já entendeu. E não exagera... *Cara chato, caramba...*

    Tanto Seyilina quanto Lilac se assustaram com os gritos da felina, com a dragão dizendo:

    — Carol?! O que... Mas o que é que...

    — Tá bom! Já tomou seu banho de beleza! Tá lindona! Agora... Vamo!

    — Hã?! Pra onde?

    — A tsundere de gelo chamou a gente!

    — A Neera?! Agora?

    — Sim! Vamo! – Disse, puxando sua amiga do jacuzzi.

    — CAROL! Me solta!

    — Vamo!

    — Você está louca? Eu tenho que colocar minhas roupas antes!

    — Tu tá bem assim de maiô! Vamo!

    — VOCÊ TÁ LOUCA, SUA BOLA DE PELOS?

    — Vamo, Lilac!

    — Fica lá fora! Me espera... Eu vou me trocar!

    — Não há tempo! – Disse, puxando sua amiga pra fora.

    — O QUE?! ME SOLTA! VOCÊ ESTÁ LOUCA! VAI LÁ PRA FORA, SUA MALUCA!

    — Não! Vamo agora!

    Porém Carol não contava com a atitude inesperada de Seyilina que, segurando em seu ombro com uma das mãos, paralisou a felina. A tâmia, de forma gentil, diz:

    — Cara Carol Tea... Acho que é melhor me acompanhar para fora da minha casa de banho.

    — Hã? Aí, Seyilina... O que tu tá fazendo?

    — Te colocando para fora, como a cara Sash Lilac lhe pediu...

    — Ah... Isso que tu tá fazendo... Eu não consigo mexer meus braços!

    — Sim... – Disse, aproximando sua boca até uma das orelhas de Carol – E se você não me acompanhar até a saída, você vai conhecer um lado meu que você não vai gostar...

    — Seyilina?! Olha... Parou... Você tá me assustando...

    — Sim... – Disse, com um olhar psicótico – Eu sei relaxar meus convidados. E sei mais ainda em chacinar intrometidos inconvenientes... E então?

    Carol olhou muito bem para o olhar nada amistoso da tâmia e entendeu bem o recado. Ela, olhando pra frente, diz:

    — É... Melhor eu ir lá pra fora... E não voltar...

    — Eu gostei de ouvir isso, cara Carol Tea. E não volte sempre.

    Minutos depois...

    Lindo estava com uma satisfação nunca antes vista em seu belo rosto. Caminhando até Carol, ela, esboçando o mesmo sorriso cativante que só ela tinha, diz:

    — Muito vem, Carol... Nossa, como eu estou me sentindo bem. E você?

    — Como eu estou me sentindo? Cara, aquela vermelha lá é um demon!

    — Hã?! De quem você está falando?

    — De quem? Da dona Seyilina! Ela pode ter aquele rostinho angelical, mas por dentro é pura maldade!

    — Ela?! Carol, você tá louca mesmo...

    — Eu sei o que eu vi! Nem vem!

    — Tá... O que a Neera quer?

    — A nossa presença, dã!

    — Você está bem chata hoje, hein!

    — Tá! Para com o papo e vamo nessa!

    Sem perderem mais tempo, as duas seguiram Imediatamente para Royal Palace, para se encontrarem com Neera.

    Enquanto isso...

    Valley Region | Tarde

    Num vale localizado próximo a Old Temple, o lugar era de bastante verde, com árvores ornamentais e milenares. E frente a um casebre deteriorado com o tempo (após a guerra contra Brevon, a área ficou inóspita por um tempo), estava Milla, que trazia consigo um pedaço de tronco de árvore que tinha... eh... bem... olhos e boca (isso mesmo) feitos artesanalmente (por ela). Na verdade era o:

    — Mr Stumpy*... Acho que é aqui! Essa é a casa que eu consegui comprar com o antigo dono daqui! – Disse a pequena, olhando para o tronco – O que? Você gostou? Eu também!

    (*Mr Stumpy é o melhor e único amigo imaginário de Milla. Ela o conheceu (sic) anteriormente ao plot de Freedom Planet.)

    A pequena então abriu a porta do lugar, mostrando seu interior sujo de poeira, a fazendo tossir e espirrar inclusive. Entrando lentamente, ela olhou para os lados, vendo mobília antiga e em más condições. Porém ela era uma garota visionária e, mesmo com o lugar caindo aos pedaços, diz:

    — Com as gemas que o Royal Magister me deu, eu vou seguir com o meu sonho! Eu prometi pra Zoey que iria fazer um laboratório... e eu vou!

    E assim que ela saiu da casa para vê-la novamente por fora, eis que um coiote com pelugem marrom vestindo um uniforme de engenheiro civil de cor preta com detalhes em verde, usando um colete vermelho com listras amarelas com um capacete, diz:

    — Garota, o que faz aqui?

    — Oh... Oi, moço. Eu... Eu sou a dona. Eu comprei hoje com o antigo dono e...

    — Garota, essa casa está condenada! É perigoso entrar aí!

    — Ah... Mas... Eu comprei! Eu vou dar um jeito nisso!

    — Jeito?! Olha, qual seu nome?

    — Me chamo Milla Basset. E o seu?

    — Me chamo Wallace Din. Milla... Bem, como eu disse, é perigoso você entrar aí.

    — Mas senhor Wallace... Eu comprei esse lugar! E eu vi esse lugar lá dentro e eu imaginei sendo o meu laboratório!

    — Hã?! Laboratório? Mas... Você é uma química ou algo assim?

    — Ah... Eu ando estudando. Li muitos livros da minha amiga Zoey... E eu sou uma alchemist!

    — Alchemist?! Você?!

    — Sim!

    — Nossa! Mas... Espera. Eu talvez possa te ajudar.

    — Me ajudar?

    — Sim. Vamos fazer uma coisa: em vou fazer um levantamento do que precisa ser feito pra você ficar nessa casa em segurança e eu vou te dar uma lista do que você vai ter de comprar.

    — Sério? Você faria isso pra mim?

    — Claro!

    — Mas... Olha, eu não tenho muitas gemas. Gastei quase tudo pra comprar essa casa...

    — Relaxa. Eu quero mesmo te ajudar. Você tem um sonho, não é?

    — Sim!

    — Então... Façamos isso, tudo bem?

    — Mas porque está me ajudando?

    — Porque certa vez eu conheci uma mulher que me ajudou a estudar. Ela já não está com a gente, sabe? Mas eu prometi que iria ajudar a pessoas que tem sonhos... E você é uma dessas pessoas! Eu sou um engenheiro civil, então não vai ser tão difícil fazer isso!

    — Nossa! Obrigada! – Disse Milla, abraçando-o

    — Ora... Hehe... – Disse, retribuindo o abraço – Calma, garota. Nossa, você é bem fofinha.

    Uma amizade inesperada. A simpática Milla tinha uma facilidade fora do comum de trazer pessoas para próximo de si e com Wallace não foi diferente. O engenheiro estava decidido a ajudar a pequena em seu sonho... e sua promessa a Zoey pelo visto seria cumprida em breve.

    E voltando ao Royal Palace...

    Sala de comando | Fim da tarde

    Já na grande sala em frente ao telão, Lilac e Carol estavam com Neera conversando. Por terem chegado a pouco tempo, a dragão logo mostrou curiosidade:

    — Neera, o que foi? Carol quase que me arrastou pra cá...

    — Hm... Esperado de alguém que sofre por ansiedade.

    — O que? Mas o que...

    — Aí, Lilac... – Disse Carol, falando ao ouvido da dragão – Fica na atividade. A “marrempanda” aí tá tentando me provocar, mas eu já superei isso.

    — Falou alguma coisa, gata desordeira? – Disse Neera, em tom de deboche.

    — Nada não, pandinha puliça. Diz aí qual é o cavaco!

    — Esse seu linguajar... Ele me irrita. Típico de Carol Tea.

    — Vai se acostumando, duas cores! Vamo ficar um tempo juntas...

    — Neera, o que aconteceu? – Se preocupou Lilac.

    — Passei boa parte da manhã e da tarde pesquisando sobre a The Red Scarves... Nos últimos meses eles ficaram muito mais ativos. Recebi dados dos outros reinos e o índice de roubos desses ninjas delinquentes aumentaram...

    — Isso faz sentido, sabia?

    — Hm... Você tem notícias pra mim.

    — Como eu disse a Royal Magister, nós lutamos contra os The Red Scarves Bosses lá em Shang Mu. Neera, eles usaram algum tipo de coisa que lhes deu força maior. Diona Taz, Mury Low e Ruby Scarlett ficaram mais fortes e quase nos derrotaram. Então...

    — ... os demais ninjas também podem estar usando esse artifício! Canalhas, patifes!

    — O que mais pesquisou? – Perguntou Lilac, olhando para a tela.

    — Vejam esses dados...

    No telão, Neera mostrou as duas o posicionamento de cada um dos reinos, inclusive os marítimos. E números estatísticos foram mostrados, demonstrando o crescimento de alcance do clã ninja. Logo a panda diz:

    — Great Desert, ilhas de Big Sea, Shuigang, Shang Tu, Shang Mu... São dezenas de ocorrências nos últimos dias... e nenhum roubo.

    — Como é?! – Perguntou Carol, confusa – Os projetos de lango lango fizeram coisas e não surrupiaram nada?! É isso?

    — Exatamente, gata desordeira. Me admira você ter entendimento nesse nível. Andou estudando?

    — Sim. Eu decidi que quero ser escritora de fanfic, pra eu escrever uma história onde você é a vilã.

    — Hm... E deixa eu adivinhar: você é a heroína.

    — Não. Na fic eu só sou a Carol Tea. Só isso já tá bom, capiche? – Disse, em tom de deboche.

    Neera parecia possuída ao ouvir o que Carol disse, partindo para cima da felina. Sorte que Lilac estava ali e a impediu, dizendo:

    — Calma, Neera... Não deixa ela te irritar.

    — Um dia desses, dragão... Um dia desses...

    — E porque você foi logo pedir para a Carol me chamar? Ela me puxou e...

    — Vocês serão recompensadas na missão que irei instituir a vocês duas.

    — Ah agora entendi porque essa bobona me puxou pra vir aqui.

    E a gata selvagem logo se manifestou:

    — Sabe como é, né? Lilac, eu quero comprar o melhor jogo de todos os tempos!

    — Carol, eu não acredito que você vai torrar gemas só pra comprar jogo para o Nuntando Sweet! Para com isso!

    — Lilac, papo reto... Vai lançar The First of They! Cara, tem zumbi! Lilac, zumbis! ZUMBIS!

    — CAROL!

    — O que?

    — Para!

    E Neera, observando as duas, precisou colocar uma das mãos no rosto e, bem envergonhada, diz:

    — Eu não sei o que Royal Magister vê nessas duas... Bem, é o que temos...

    Lilac e Carol começaram a discutir, com Neera tentando se acalmar. Paciente, ela simplesmente as ignorou e reuniu mais dados a fim de instruí-las. O que será que a panda irá ordenar as duas?

    Porém não se enganem com o clima familiar que vocês perceberam ao ler. Ainda haviam farpas com relação ao que aconteceu no dia anterior...

    Logo após Neera dar a nova missão as duas, enquanto voltou a sua sala, Carol estava de pé, de braços cruzados no corredor. E com a panda a olhando com um semblante nada amigável, diz:

    — O que quer?

    — Quero trocar um lero contigo. Pode ser?

    — Hm... Prossiga.

    — Aí... A gente não se gosta e tal, mas tu tem que ouvir umas de mim...

    — Diga logo.

    — O que tu fez com o Viktor não foi legal! O cara só tava querendo ser maneiro!

    — Essa é sua preocupação?

    — Não! Essa é a nossa preocupação! O piá ficou tão desnorteado que surtou e fugiu... Ele deixou carta e tudo... E ele só não se ferrou na tempestade porque a gente foi atrás dele e a Lilac o salvou!

    — Hm... Um stranger como ele saiu correndo numa tempestade porque não aceitou uma derrota humilhante? Que bela mostra de maturidade, não?

    — O que? Tu tá falando isso na minha cara, é isso? O Viktor podia ter morrido e você tá tratando o assunto assim?

    — Onde está minha culpa nas ações dele até agora?

    — Hã? Como assim?

    — Nossa, parece que você e Gong estão lendo o mesmo livro... Escute, Carol: houve um duelo. Viktor perdeu, mas não irá sofrer nada com isso. Gong impugnou o resultado... e fez muito bem. Está preocupada com o Viktor? Ótimo. O proteja... e eu sei que você é capaz. Mas me tire dessa discussão.

    Novamente Neera estava tão convicta nas suas ideias que fez com que Carol ficasse calada. E a panda, continuando seu caminho, foi novamente interpelada por Carol que, sem se virar, diz:

    — Você quebrou o espírito dele...

    — Ele vai viver...

    — Como se vive assim?

    — Um dia após o outro... Só assim. Maturidade vem com experiência... e ele se diz um mestre. E espero que vocês tenham noção com a missão que lhes dei. Até.

    Mas mesmo com o término da conversa, Carol não se sentiu bem com nada disso e, vendo que não poderia fazer nada além, correu para fora do palácio, a fim de se encontrar com Lilac e começarem a missão.

    Enquanto isso...

    Shopping Central | Final da tarde

    Taotao Sushi Bar & Resto

    Como ainda não havia expediente no restaurante por Taotao ter contratado Viktor a poucas horas, o jovem ficou toda a tarde estudando sobre o cardápio e o que precisaria cozinhar para servir a clientela. Porém as notícias que sai novo chefe lhe passou horas atrás mostrou que não era somente força de vontade e atenção que iria ler trazer sucesso. A exigência era grande e Viktor até mesmo consultou seu celular, que continha o AOs de Arthemis, buscando referências no bando de dados de sua amiga felina. Porém o jovem, ao sentir cheiro de comida sendo preparada, foi até a cozinha.

    Chegando lá, pôde ver que Taotao estava cozinhando, o que lhe trouxe dúvidas.

    — Ah... O senhor está cozinhando?!

    — Sim... Mas é só lamen instantâneo. Sabe, eu todo dia mando comida para o orfanato.

    — Hã? Orfanato? Mas... Espera... O Yi... Ops, digo... Um amigo de Shuigang me disse que ele doava dinheiro para um orfanato aqui em Shang Tu.

    — Sim. É o Sallo Family Orphanage.

    — Muito legal da sua parte ajudar essas crianças!

    — Sim, Viktor... verdade... – Disse Taotao, mudando o tom de voz.

    — O que foi? Porque o senhor ficou cabisbaixo assim?

    — Ah não foi nada...

    E surpreendendo aos dois, alguém bateu a porta do restaurante, que estava fechado nesse dia. Logo os dois vão para fora e avistam um raposa feneco, com pelugem bege, usando tênis pretos, calça jeans e uma camisa branca. Tinha cabelos castanhos bagunçados e olhos da mesma cor. E, como característica principal, orelhas enormes, porém ele tinha uma particularldade: elas eram caídas. E logo ele diz:

    — Eh... Senhor Taotao?

    — Oh... Olá, Mu. Você veio no horário combinado. Viktor, este é Mu. Ele me ajuda todos os dias a levar a comida para o orfanato.

    — Olá, Mu. Prazer, me chamo Viktor – Disse, estendendo sua mão.

    — Oi... – Disse o raposa feneco, mostrando timidez – Bem, podemos ir?

    — Claro, jovem! Entre... – Disse Taotao.

    Viktor notou algo estranho na reação do rapaz raposa, mas continuou com os três até o interior do restaurante para pegar a comida e levá-la até o orfanato.

    Minutos depois...

    Já embarcado em uma caminhonete, Mu era quem guiava o veículo, com Taotao a seu lado e Viktor na caçamba. E durante o trajeto pelas ruas largas da cidade, Taotao conversava:

    — Eu espero que as crianças não estejam com tanta fome. Não fiz muito lamen...

    — Eu estou com fome...

    — Você não almoçou hoje outra vez?

    — Não. Precisei consertar o jardim do Suezu Temple rápido...

    — Mu, você não deveria se esforçar assim. Não é saudável. Eu te dei frutas frescas pra você comer.

    — Ah... Eu as dei para a Mika e a Alekzandra. Elas comeram...

    — Mas e quanto a você? Você está ficando mais magro, Mu... Isso não é bom.

    — Eu estou bem...

    — Se diz...

    — Eh... E esse stranger aí? De onde ele saiu?

    — Ah o Viktor? Ele é meu cozinheiro.

    — Cozinheiro?! Senhor Taotao... Ele é um stranger!

    — O que tem?

    — O que tem?! Ele não é daqui! Porque está dando emprego a ele?

    — Mu, todo mundo tem direito. Além do mais, ele tem cidadania de Shang Tu.

    — Ele?!

    — Sim, por mais incrível que pareça.

    — E eu me lembro dele... Foi surrado pela sacerdotisa Neera Li no torneio de artes marciais de Shang Tu e no TORMENTA... Mas mesmo assim, ele é um stranger.

    — Eu gostei dele, Mu. Ele parece ser alguém confiante e positivo.

    — Mas senhor Taotao...

    — Mu, fale baixo. Ele pode ouvir...

    Mesmo com o cuidado do senhor Taotao, Viktor ouviu. Cabisbaixo e um pouco sem graça, se limitou a continuar sentado na caçamba da caminhonete do panda vermelho, guardando pra si o preconceito que acabara de sofrer. Mas mesmo com isso, ele não desistiu. Afinal, ele não está fazendo nada errado.

    E um breve tempo depois...

    Shenlin Park

    Bairro Milenar de Shang Tu | Início da noite

    Como mostrado nós capítulos anteriores, a cidade de Shang Tu era bastante contrastante com relação a suas construções. Enquanto no centro a modernidade ilustrava o avanço da tecnologia, nas áreas mais distantes o tradicional arquitetônico aí da prevalecia, com grandes casarões orientais dando a pompa de que o respeito aos costumes milenares eram mesmo mantidos. Tanto que nas ruas o que mais se via eram pessoas trajadas com roupas temáticas características dos países orientas de nosso mundo (como Japão, China e Coreia). Numa visão mais aérea podíamos ver monges treinando, vários discípulos de Kung Fu praticando e até mesmo seu paisagismo era utilizado por muitos habitantes.

    E depois de um breve deslocamento do centro até o bairro, eis que Mu estacionou a caminhonete frente a um casarão... Na verdade era um templo onde era a sede do Sallo Family Orphanage. Uma construção antiga e com temática nipônica, “onde se podia sentir ab história do lugar”... Bem, esse era o sentimento de Viktor quando viu o lugar.

    — Minha nossa! – Disse o humano, descendo da caçamba.

    — Hm? O que foi, Viktor? – Perguntou Taotao.

    — Um templo real... Eu sempre quis conhecer um desses desde que eu era criança!

    — Hehe... E vamos entrar sim.

    Mu foi até a caçamba, pegando as caixas que continham a comida. Viktor logo foi prestativo, se oferecendo a ajudar.

    — Opa... Deixa eu te ajudar – Disse, pensando duas caixas.

    — Não precisa... Eu dou conta – Disse Mu, meio que descolando Viktor.

    — Mas você está com dificuldades.

    — Cara... Pode deixar!

    Com um pouco de dificuldades, o raposa feneco quase deixou cair uma das quatro caixas, sendo seguro por Viktor antes que fosse ao chão. Porém, mesmo com a atenção que o jovem deu, Mu não parecia estar a vontade com ele. Mas mesmo com esse mal estar, rumaram para dentro do tempo.

    E justamente adentrando a um salão ornamental, Viktor ficou ainda mais impressionado. Deixando os caixotes sobre uma mesa, o jovem logo foi ver da grandiosidade do lugar, “que exalava história” como Viktor insistia em pensar. Entretanto, suas atenções logo tomaram para uma pessoa que entrou no recinto. Era uma coelha que usava uma camisa abotoada com gola média de cor branca e as mangas com listras vermelhas, mas com uma blusa por baixo, dando meio que mangas a mais em sua vestimenta, da cor vermelho escuro. Vestida uma short jeans cinza e sapatos brancos com detalhes em vermelho. A bela coelha possuía cabelos curto com uma franja mais direcionada para olho esquerdo, sem o cobrir totalmente. Seus olhos eram verdesem olhos verdes e sua pelugem era da cor azul mais claro. Ela logo diz:

    — Olá, Taotao!

    — Olá, Bonnie! Trouxemos comida!

    — Puxa, os pequenos vão gostar dessa notícia! Mas... – Disse, olhando para Viktor – Quem é esse stranger?

    — Ah esse é o Viktor. Viktor, está é Bonnie Sallo. Ela é uma das herdeiras do templo.

    — Nossa! Sério?! – Disse, se aproximando da coelha – Muito prazer em conhecê-la, senhorita Bonnie!

    Mu logo virou o rosto, incomodado com a atitude de Viktor.

    — Ah... Que idiota...

    Mas ele não esperava que Viktor também ouvisse, embora os demais estavam com suas atenções aos caixotes. E a conversa continuou, com Bonnie dizendo:

    — Muito prazer, Viktor. Você é de que planeta?

    — Ah... Bem... Terra.

    — Terra?! É um nome legal. E quando volta?

    — Bem... – Disse, um pouco triste – Eu não posso voltar...

    — Nossa... Mil perdões... – Disse, o abraçando pelo pescoço – Ânimo! Ânimo! Vai... Me mostra um sorriso nesse rosto!

    — Hã?

    — Vai logo! Mostra!

    Viktor, contagiado com a animação e energia da coelha azul, não resistiu e começou a sorrir, agradando a Bonnie no mesmo instante:

    — ISSO! – Disse, com as duas mãos em cada ombro do jovem – Esse é o espírito! Já ganhou pontos comigo só com a mudança de atitude! Nessa casa não tem lugar pra baixo astral!

    — Legal!

    A primeira impressão de Bonnie a Viktor foi a melhor possível e o mesmo se podia dizer do jovem a coelha. Mas não parou por aí: surgindo da entrada, apareceu outro coelho, dessa vez era um rapaz mais velho, alto e um pouco magro, com uma pelugem azul escuro e olhos verdes, cabelos um pouco mais abaixo do ombro amarrado como um rabo de cavalo. Ele vestia uma camisa abotoada com uma gola média de cor cinza-escuro, usando calças jeans pretas e tênis bordô. Caminhando para próximo do grupo, ele diz:

    — Olha só... Taotao na área! Haha!

    — E aí, Brendan! – Disse, o abraçando.

    — Estou bem, senhor empresário bem sucedido!

    — Nem... Hehe...

    — Hã?! Mas... – Disse, olhando para Viktor – Mu, quem é o stranger?

    — Gah?! Porque está perguntando pra mim? – Disse o raposa feneco.

    — Ele parece ser amigo seu!

    — Não! Ele é empregado do Taotao.

    — Brendan... – Disse Taotao – Lhe apresento Viktor.

    E o coelho logo foi até Viktor, lhe estendendo a mão, dizendo:

    — Muito prazer, rapaz! Pelo visto conheceu minha irmã...

    — Hã?! Irmã? Nossa... Hehe...

    — O que foi?

    — É que... Bem...

    — Pode dizer.

    — Eu pensei que vocês fossem um casal.

    Um silêncio repentino tomou conta do lugar, com todos olhando espantados para Viktor, mas Bonnie logo deu o tom:

    — HAHAHAHAHA! SÉRIO?! HAHAHA!

    — Cara... Hahaha! Não... Sério mesmo que você achou isso?! – Disse Brendan, rindo

    — Ah... Gente... – Disse Viktor, bastante constrangido – Me desculpem...

    — Haha! Corta essa, rapaz! Leva na esportiva! Ninguém aqui vai te julgar por causa disso! Seja bem vindo a Sallo Temple... Ou melhor, ao orfanato!

    E enfim, logo os irmãos Sallo convidou a todos para entrarem no grande salão. E era mesmo bem espaçoso, com um tamate ao centro. Tanto que Viktor fez questão de ser o primeiro a tirar seu tênis, assim como os demais. E sentados ao chão frente a uma mesa japonesa, estavam sete crianças de espécies sortidas. Conversando e brincando, elas esboçavam muita energia, por assim dizer. E na apresentação, todos logo olharam para quem chegava, reconhecendo Mu e Taotao... e estranhando Viktor. E Bonnie diz:

    — Ei, vocês... Dêem as boas vindas a nosso convidado especial.

    Podemos ter certeza que eles não pegaram um segundo sequer para se aproximarem de Viktor. Tanto que uma raposa do ártico, com pelugem esbranquiçada e usando um short justo com uma roupa de temática chinesa e óculos vermelhos logo veio a seu encontro. Seus olhos azuis claro se igualavam com a de seus cabelos. Ela, esboçando um sorriso tão contagiante quanto de Lilac, diz:

    — Moço moço moço... Você não tem pelo no rosto!

    — Hã?! O que tem?

    — Você é um stranger, stranger?

    — Ah... Sou?! Mas o que...

    — Você sabe lutar?

    — Hã?! Lutar?!

    — Ah... Esquece! Eu sou Mika Benz!

    — Ah... Eu sou...

    Mas não deu muito tempo. Logo dois dos pequenos se aproximaram e, subindo em uma cômoda, dizem:

    — Hm... Você é estranho – Disse um pequeno lobo vestindo um casaco com capuz de tubarão.

    — Sim... Estranho estranho... – Disse o outro, um felino vestindo um uniforme de marinheiro.

    — O que?! Vocês dois... Mas... – Disse Viktor, confuso.

    — Bobo... Sou Ralf Shark, o tubarão! – Disse o suposto lobo.

    — Hã?! Tubarão?!

    — E eu sou Sue Ay! Os mares de Avalice me aguardam! – Disse o felino.

    Viktor estava mais confuso ainda. E ainda tinham mais: se aproximaram então duas das crianças, uma outra raposa do ártico, que usava um lindo vestido branco e olhos azuis como os de seus cabelos, se assemelhando e muito com Mika Benz. E ela, mostrando uma educação incrível, estendeu suas mãos até a obra de seu vestido e, reverenciando o humano, diz:

    — É um prazer conhecê-lo, senhor Viktor. Me chamo Alekzandra Blue.

    — Prazer, senhorita Alekzandra. Encantado – Disse, retribuindo a referência.

    E a outra era uma canina com longas orelhas que usava um vestido azul com malha. O que chamava atenção eram seus olhos heterocrômicos, sendo um cor de mel e o outro azul, com cabelos rodados com pontas. Ela, mostrando um sorriso franco, diz:

    — Moço... Você e diferentão, sabia?

    — Sou sim, pequena. Qual seu nome?

    — Fei Fei... Mas pode me chamar de 2F.

    — Hã? 2F?!

    — Você é lento, moço... Meu nome tem dois efes! Então... Fofinho 2F.

    — Ah entendi... Hehe... – Disse, um pouco sem jeito.

    E logo um outro felino, com pelugem escura que usava calças pretas e uma jaqueta azul, se aproximou do jovem. Ele, que tinha olhos verdes, diz:

    — Moço... Hm... Hm... Hm... – Disse o pequeno, olhando nos olhos de Viktor.

    — O que foi?

    — Hm... O senhor veio me adotar?

    A reação de Viktor foi imediata. Ele se lembrou de tudo que aconteceu em sua vida, com a perda de seus pais e de sua avó. Nem é preciso dizer que a pergunta do jovem felino o deixou mesmo emocionado. E após assimilar o golpe, ele se abaixou e disse:

    — Escute... Qual seu nome?

    — Nero... Puque?

    — Nero... Eu sou o Viktor. E eu não posso fazer isso... Mas eu posso ser seu amigo se quiser.

    — Claro que sim! Nunca tive um amigo stranger!

    — Hehe... Agora tem.

    — Gostei! Viktor-sempai!

    Revertendo a sua situação, o humano se saiu bem, sob o olhar confiante de Brendan e de Bonnie. Porém havia um último no salão. Um jovem felino, onde sua pelugem amarela com listras pretas o faziam parecer um:

    — Tigre?! Ei... Garoto... – Perguntou Viktor.

    O porquê disso? O jovem, que vestia bermuda bege e um casaco branco com o capuz lhe cobrindo a cabeça, se levantou e começou a caminhar. Mas ao ouvir Viktor, ele diz:

    — Um tigre... Quem me dera ter essa honra...

    — O que?! Mas... Você não é um?

    — Viktor... Esse é o seu nome?

    — Sim. E o seu?

    — Shoiji Tai... E espero que você saiba lutar.

    — Porque está dizendo isso?

    — Nada não. Só uma dica... – Disse, saindo da sala, com as mais dentro dos bolsos da jaqueta.

    O estilo de Shoiji chamou mesmo a atenção de Viktor, tanto que Bonnie precisou intervir.

    — Viktor, não se preocupe com ele. Shoiji gosta de ficar provocando qualquer um.

    — Mas ele luta? É isso?

    — Não necessariamente.

    — Como assim?

    E Brendan logo disse:

    — Ele veio de uma família bastante orgulhosa por lutas.

    — E o que aconteceu?

    Essa pergunta não pareceu a melhor pra ser feita no momento. Isso ficou evidenciado no rosto tanto de Brendan quanto de Bonnie, que diz:

    — Viktor, acho melhor você ajudar Mu a levar os caixotes vazios para o armazém. Depois lhe explico melhor essa história.

    — Ah... Tudo bem...

    — A propósito... – Disse, apontando para as crianças – Vocês, formem uma coluna!

    E com todos enfileirados um ao lado do outro, ela diz:

    — Viktor, esses são os moradores da Sallo Temple:

    Nero. 9 anos.

    Fei Fei. 9 anos.

    Ralf Shark. 10 anos.

    Sue Ay. 11 anos.

    Alekzandra Blue. 12 anos.

    Shoiji Tai. 13 anos.

    Mika Benz. 13 anos.

    Após a apresentação, todos reverenciaram Viktor novamente, mostrando que eram bastante disciplinados, com exceção de Shoiji. Mas mesmo assim a receptividade dos moradores do orfanato foi a melhor possível.

    Minutos depois...

    Como pedido por Bonnie, Viktor foi ajudar Mu a levar os caixotes para o armazém. Lá, os dois arrumavam o lugar enquanto as crianças jantavam. O raposa feneco logo disse:

    — Você deveria ser menos incoveniente, sabia?

    — Porque está dizendo isso?

    — Você faz muitas perguntas... Bonnie e Brendan cuidam dessa gente sozinhos e vivem de doações.

    — Doações?! Mas esse templo... Ele é muito grande!

    — Por isso mesmo... Você acha que é fácil manter um lugar desses? Deveria ter mais respeito pelo trabalho dos outros!

    — Ei... Desculpa. Eu não sabia...

    — Mas sabe agora!

    — Tá... Eu entendi. Eu errei.

    — Sim! Você errou! Então pare de fazer perguntas! Essa gente não merece ser incomodada por pessoas como você!

    — Cara, você desde que conversamos no shopping, está sempre me criticando de alguma forma. Porque isso?

    — Porque você... Você é um privilegiado!

    — O que?!

    — Você vive com a Lilac! Eu sei!

    — E o que tem isso?

    — Você não sabe o que é trabalhar pra poder viver em Avalice. Sempre teve tudo que a Lilac te ofereceu...

    — Ei! Quem você pensa que é pra falar isso?

    — Eu trabalho todo dia pra ter o que é meu! Não dependo de ninguém! Então, não desaponte o Taotao!

    — E eu não irei! Mas eu não aceito você falar assim comigo!

    — Falo sim! Porque é verdade!

    — Mu, você não tem noção do que está dizendo!

    — Tenho sim! Você é um sem valor!

    — O que?! Até você cai nessa?

    — É verdade! Você não tem nirvana nem Chi!

    — Isso é problema meu!

    — Exato! Isso mesmo! Se me dá licença...

    Logo o raposa feneco deixou o lugar, que ficava no interior do templo, deixando Viktor pra trás. Como estava um pouco escuto, ao retornar, o jovem se perdeu, caminhando sem rumo pelos corredores uniformes do templo. Porém, de forma sorrateira, um vulto o golpeou, o levando a até uma câmara que mais parecia um tatame de treinamento. Viktor se levantava lentamente, um pouco tonto, recobrando aos poucos. Logo conseguiu perceber que o mesmo vulto estava a sua frente e em base de luta. A escuridão impedia sua visão. E ele, preocupado, diz:

    — Quem é você?

    — Huhuhuhu... – Gargalhou de forma maldosa.

    — Ah... O que quer de mim?

    — Hehehe... – Sorriu, dizendo em seguida com uma voz sussurrante – Você quer lutar? Eu sei que quer...

    — Não... Eu não quero lutar! Quem é você?

    — Lute comigo... Vai... Eu sei que quer... Vai ser divertido...

    — Eu não quero!

    E numa velocidade impressionante, esse alguém pulou contra Viktor, o fazendo cair. E sobre o corpo do jovem, a luz da lua iluminava somente o seu rosto. Era um felino com franjas cobrindo um de seus olhos felinos com coloração amarelada em seu globo, com pelugem escura, assim como seus cabelos, que tinha um ramo amarrado. Suas orelhas tinham pelugem vermelha em seu interior e seu rosto era pálido. E ele, esboçando um sorriso, diz:

    — Você precisa lutar, Viktor...

    — Quem é você?!

    — Aak Jun... Aak... Me chame assim...

    — Tudo bem... Então saia de cima de mim!

    — Hehehe... Você é legal. Eu gostei de você Viktor...

    Com o felino saindo de cima do humano, Aak passou a caminhar para longe, com Viktor o seguindo dizendo:

    — Ei, não me deixa aqui!

    — Huhuhuhu... Você está com medo do escuro?

    — Não é isso... É que eu estou perdido.

    — Ah... Mas a escuridão é envolvente e misteriosa... Eu vivo na noite... porque o dia é monótono... E eu quero lutar... lutar... lutar... Hehehehe... It's my life style!

    — Ok. Você está mesmo me assustando, cara. Pra onde fica o salão?

    — Huhuhu... Para aquele lado...

    Mas antes que Aak continuasse, as luzes da câmara onde estavam se acenderam, deixando tudo bem claro e incomodando o felino. Ele vestia uma roupa estilo chinesa, com uma calça e camisa com mangas da cor vermelha. Mas a preocupação se formou após os dois ouvirem passos acelerados indo em direção ao lugar. Logo uma figura apareceu: era uma felina de pelugem alaranjada, vestindo uma roupa tradicional chinesa, com calça branca e camisa sobre roupa da cor vermelha com um ideograma na altura de seu busto. Seus olhos púrpuros contrastavam com seus cabelos finos de cor loura, com reflexos mais escuros, com um longo rabo de cavalo e franjas finas que ficaram sobre seu rosto. E ela, olhando para Aak, diz:

    — Fedelho, caia fora.

    — Xiaohuang, você sabe que não tem autoridade aqui – Disse, em um tom de voz mais sério.

    — Hã?! – Disse Viktor, surpreso – Aak... Você mudou de voz!

    — Viktor, i'm not kidding this time...

    — Fedelho... – Disse a felina – Saia.

    — Sabe que não falei isso. And it's you who should leave!

    — Não lhe devo satisfação alguma... Saia!

    — Terá que me forçar então! You are invading Sallo Temple again!

    — Isso não é uma invasão... e sabe disso!

    — Você está sim!

    — Então não há outra saída... A não ser a luta.

    — Muito bem!

    Mas Viktor logo se colocou entre os dois, dizendo:

    — Ei... Esperem! O que está acontecendo?

    — Viktor... – Disse Aak, sem tirar o olhar de Xiaohuang – Ela pensa que sua casa já tomou como posse da Sallo Temple.

    — Hã? E porque isso?

    — A temple that has no martial arts activities can't be like a dominant family.

    — Como assim?

    E a felina logo disse:

    — Um templo sem discípulos não tem o direito de existir.

    — O que? Mas... Mas essa é a casa dos órfãos! Você não tem consideração?

    — Hm? HAHAHAHAHA! – Disse, gargalhando – Hahaha! Não... Você deve ser muito inocente pra pensar que sou tão desnaturada assim... Meu objetivo não é tirar a moradia, stranger... E sim seu direito de templo!

    — O que?

    — Eu irei comandar o Sallo Temple! Irei levar essa casa virtuosa frente aos outros templos! E claro... sob os meus métodos!

    — Como assim?

    Viktor estava mesmo confuso. Mas Aak deixou tudo bem claro:

    — Ela vai apagar a família Sallo da história de Shang Tu! Eu nunca irei deixar que isso aconteça!

    — O que?

    — Justamente... E é isso que irá acontecer!

    Mas vocês conhecem Viktor, não? Então:

    — Nem eu irei permitir que faça isso!

    — Hm? Agora que estou te olhando bem... Eu acho que o conheço...

    — Eu sou Vikrorius Daiyamondo Ashem! Nunca permitirei que assuma essa casa a força! Você vai poder fazer isso! Tem que haver um modo de te fazer mudar de ideia! Isso não é... - Tentou dizer, sendo interrompido.

    — Você disse Daiyamondo? – Disse, com sua voz mostrando seriedade.

    — Sim! Porque?

    — Um Daiyamondo... aqui... em Sallo Temple... e disposto a lutar? Hahahaha! Eu estou com sorte...

    — Porque diz isso?

    — Eu, Xiaohuang, mestra do Saijin Temple, o desafio para um duelo!

    つづく


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