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Shang Tu. A cidade onde tudo começou.
O Team Avalice retorna as suas origens. E muitos eventos acontecerão.
Lilac e os outros finalmente haviam retornado para Shang Tu. Depois de uma longa temporada fora da cidade, o destino era o Palácio de Shang Tu, para enfim se encontrarem com o monarca. Ainda não era o momento de seguirem para a casa da árvore.
Shang Tu Royal Palace | Manhã
Sala do trono
Observando sua cidade pela sacada de seu palacio, Royal Magister recebeu a notícia que Lilac, Carol, Milla e Viktor estavam em seu palácio. De volta depois de um longo tempo em Shang Mu, era hora de uma breve reunião.
E com todos no salão, reverenciando Royal Magister, eis que uma pessoa bem conhecida apareceu. Acho que é desnecessário dizer quem é:
— VIKTOR, SEU MISERÁVEL!
— Hã?! Se-senhorita Neera Li?! Mas o...
— O que você fez é imperdoável! – Disse, se aproximando do jovem.
Porém Carol não perdeu tempo e, se colocando entre os dois e segurando Neera, ela diz:
— Opa, muita calma nessa hora... Neera, segura a onda!
— Tire suas mãos de mim, Carol! Não se meta!
— O que tu quer fazer? Prender o piá outra vez?!
— EXATAMENTE!
— Ih maluco... Ferrou geral!
Mas bastou Lilac caminhar até às duas e, com um olhar furioso, a dragão diz:
— Você não vai fazer nada, Neera.
— O que quer dizer, dragão?
— Coloque-se no seu lugar... porque sabemos do nosso. Então faça o que tem que fazer.
As palavras de Lilac surpreenderam a todos, até mesmo Royal Magister, que não perdeu tempo:
— Neera Li, deixemos as causalidades para uma outra hora. Sash Lilac tem notícias e eu quero ouví-las.
— Como desejar, Royal Magister.
E a panda, caminhando elegantemente para fora do salão, não poderia deixar de ir até Viktor e lhe dizer:
— Temos contas a acertar... e uma conversa em minha sala. Entendeu?
— Hm... Tudo bem.
— Ótimo... – Disse, continuando a caminhar – Milla... venha. Precisamos conversar.
— Ah... Mas e o que quer conversar?
— Venha comigo e saberá. Vamos...
— Tá bom! Até Lilac, até Carol, até Viktorius!
A pequena então caminhou ao lado de sua mestra, deixando o trio junto com Royal Magister. O monarca do Reino de Shang Tu estava mesmo curioso em ouvir a dragão.
— Sash Lilac... o que me traz?
— Neera deve ter lhe adiantado informações... A guardiã do Reino de Shang Mu me disse. Creio que vossa excelência já deve estar ciente do que aconteceu...
— De fato. Haviam dois resquícios da jóia do reino, não?
— Exatamente. Lenzin fez um bom trabalho. Aliás, todos que estiveram envolvidos nessa luta foram espetaculares. E diante a situação, estávamos cercados de grandes guerreiros.
— Deve ter sido uma honra ter lutado ao lado das forças do Reino de Shang Mu e da Agência de Asuka Tenjoin...
— E também de Noah Hibiki. Ele falou muito útil para nosso time no torneio e um ótimo anigo. Aliás, todos foram incríveis. Porém, voltando ao assunto, os dois resquícios foram destruídos. Então a missão foi melhor do que imaginávamos.
— Hm... – Exclamou Royal Magister, indo até a sacada – Não tão fácil, Sash Lilac.
— O que disse?
— A destruição dos resquícios trouxe um conforto aos nossos planos, porém a guerra não está vencida.
— Parte das tropas da The Red Scarves foram capturada, se for isso.
— Não... Há mais coisas...
— Royal Magister?
Viktor, se levantando, diz:
— Nós conseguimos várias vitórias e... – Tentou dizer Viktor, sendo interrompido.
— Fique calado, Viktor! – Disse Lilac, sem sequer o olhar.
— Hã? Lilac?!
— Silêncio... pois o assunto é sério.
— Ah... Mas Lilac...
E Carol, por conhecer bem sua amiga, abraçou o jovem. E não demorou para tranquilizá-lo.
— Piá, segura aí. A Lilac quando está séria é porque tá mesmo levando tudo a sério.
— Mas eu só queria ajudar...
— Só fica quietin... Vai por mim...
E voltando a conversa entre Lilac e Royal Magister, as coisas estavam tomando uma direção diferente.
— Os problemas agora estão além da The Red Scarves.
— Como assim?
— Os resquícios foram destruídos, porém ainda temos muitas manifestações fora do comum em nossas florestas. As criaturas de vinhas... Suas presenças se tornaram uma constante em intermediações de todos os reinos de Avalice. Até mesmo em Great Desert, onde vegetação não é algo abundante, tiveram relatos de ataques. Hakmin Sarath, o Ministro do reino de Great Desert, está também compartilhando informações.
— Então mesmo com o fim dos resquícios aquelas coisas não diminuíram?
— A The Red Scarves continuam sendo uma ameaça, mas eu acredito que essas criaturas tenham absorvido muita energia dos resquícios e aumentaram de quantidade por toda Avalice. Neste instante nossos cientistas estão trabalhando para chegarem a uma conclusão correta.
— Devemos esperar então? Parece que isso ainda não começou...
— Pelo contrário, Sash Lilac. Neera, que está envolvida em uma investigação desde que saíram para Shang Mu, encontrou muitas evidências. General Gong também trouxe-nos mais notícias de Shuigang, onde Dail prometeu cooperar com todos. Nesse exato momento nossas frentes de inteligência estão averiguando coordenadas passadas pelo monarca de Shuigang...
— E o que isso quer dizer?
— Não muito... e pouco sabemos. Sem uma averiguação completa não poderão dizer uma só palavra.
— Entendi... Bem, como posso servi-lo? A missão foi completa. Então estou a sua disposição, Royal Magister – Disse Lilac, reverenciando o monarca.
— Sash Lilac, a única coisa que no momento eu posso dizer é: descanse. Quero que siga normalmente com seus afazeres e limpe sua mente. Não há missões no momento. Vocês estão livres para fazerem o que quiser.
— Hm... Tudo bem, Royal Magister. Vossa excelência, estamos nos retirando.
— Agradeço pela cooperação. E vocês serão todas recompensadas. Em breve lhes enviarei gemas.
Adivinhem só quem gostou de ouvir isso?
— MONEY?! SÉRIO?! YEAH! AWESOME! – Disse Carol, plantando bananeira em seguida.
— Carol, pare com isso! – Disse Lilac, em um tom sério.
— Hã? Lilac, eu estou feliz por..
— Sem brincadeiras, Carol. Vamos... Temos que ir para casa...
— Mas...
E Lilac logo seguiu para a saída, sem falar absolutamente nada. Com um semblante fechado, ela continuou a caminhar, sendo seguida por Viktor e Carol, que diz:
— Piá, a Lilac tá full pistola...
— Ah... Ela ficou assim desde a van...
— Alguma coisa se passa... Tá estranho isso...
E continuaram a caminhar, para o andar abaixo. Porém, para Viktor, havia um assunto pendente a ser resolvido.
Minutos depois...
STPD Office | Interior do Palácio
Sala da Oficial Neera Li
Com Viktor sentado em uma poltrona, ele observava Neera sentada atrás de sua mesa. Mostrando um olhar de poucos amigos, a panda oficial da Shang Tu Police Department começou a bater com seu cetro ao chão, causando incômodo ao jovem. E ele, preocupado, diz:
— O que deseja conversar, senhorita?
— Você quebrou sua promessa... e agora eu estou com vontade de quebrá-lo.
— Gah?! Mas o que eu fiz?
— Novamente traiu minha confiança...
— Como assim?!
— VOCÊ PÔS A MILLA NOVAMENTE EM PERIGO!
— Eu?! Nós estávamos em uma missão!
— Uma missão simples de recolhimento do resquício, que virou um evento de artes marciais num torneio inútil! E não satisfeitos, foram presos pelo Reino de Shang Mu e mantidos sob custódia na Agência! E pra piorar: lutaram contra a The Red Scarves sem necessidade alguma!
— E onde entra minha culpa nisso?!
— Você não deveria envolver a Milla em nenhum perigo! Você a fez lutar, a instigou para continuar combatendo onde tinha desvantagens aparentes! Ela não é uma lutadora!
— O que?! Você não pode estar falando sério...
— VOCÊ ESTÁ DUVIDANDO DE MIM?! É ISSO?
— A MILLA É UMA LUTADORA! UMA DAS MELHORES QUE VI!
Viktor precisou se controlar, pois Neera apontou seu cetro contra seu rosto. E prestes a atingí-lo, diz:
— Não ouse gritar comigo, entendeu? Debata, discuta, duvide de mim... mas jamais volte a gritar comigo. Isso é uma ordem!
— Entendi... Mas você também não deve gritar comigo!
— Hm... Muito bem. Reconheço que também não me portei bem e peço desculpas por isso... Mas nada disso muda o fato que de que é um irresponsável!
— Espere... Eu posso me expressar? Eu não quero ser interrompido.
— Hm... Muito bem. Continue.
— Você protege muito a Milla. Ela sabe o que está fazendo o tempo todo e sabe lutar. Você ensinou tudo a ela... Porque tem tanto cuidado com ela?
— Milla não é uma lutadora. Queira você ou não, ela não deve lutar. Se a ensinei sobre artes marciais foi para que pudesse se defender em último caso. Disputas ridículas como o torneio TORMENTA não fazem ninguém ser melhor.
— Mas era um torneio normal... Que mal tem participar?
— Você é mesmo um idiota... – Disse o olhando nos olhos – Eu ensinei a Milla a priorizar a paz. Eu não quero que ela lute porque não tem o que provar. Ela está a vários degraus a frente de Lilac e Carol... E principalmente de você.
— O que quer dizer com isso?
— Nada... Não é algo que quero conversar com você.
— Então porque disse isso?
— Viktor, vou lhe exigir uma coisa: fique longe de problemas. Escute, eu estou fazendo um esforço enorme pra não te fazer mal algum. Já foram três vezes que você me decepcionou. Então, eu lhe ordeno: pare de mostrar valentia. Eu odeio pessoas assim...
— Valentia?!
— Você não conhece Avalice... Não é um lugar pra você...
— Hm... Isso soou um pouco estranho... como se você estivesse me subestimando...
— Subestimar você? Haha... Um lado seu que não conhecia. Não sabia que gostava de contar piadas...
— Ei! Isso que... – Tentou dizer Viktor.
— Pode ir, Viktor. Já acabamos essa conversa...
— Eu posso ir então? Acho que não tem nada pra conversar mais...
— Sim... Por favor.
Viktor se levantou, sob o olhar de irritação de Neera. Mas o jovem, antes de sair, precisou fazer uma pergunta:
— O que te fez ter essa paciência?
— Milla.
— Ela? O que tem?
— Ela gosta de você... Eu respeito o que ela pensa, mesmo não concordando. Ela pediu para que eu não o prendesse, embora eu quisesse muito isso...
— E porque você é sempre assim tão difícil?
— Você sabia que desacato é um bom motivo pra eu prender alguém? Faça mais uma pergunta assim e nem Milla vai te salvar. Viktor, a porta é logo alí. Faça uso...
O diálogo com Neera sempre era difícil para Viktor. Embora tentasse encará-la, ele era educado demais para continuar a pressionando. Ele ficou com um sentimento de que não tinha controle da situação e sentiu um pouco de culpa. A panda oficial tinha um poder de lábia afiado e o colocou novamente nunca posição incômoda.
Logo Viktor retornou para próximo de Lilac e Carol. Milla havia dito que ficaria um pouco mais no castelo e logo mais iria encontrá-las na casa da árvore.
E esse era o destino do trio.
Dragon Forest | Final da manhã
Casa l da árvore da Lilac
Após deixarem a van que os trouxeram até Dragon Forest, Lilac, Carol e Viktor finalmente entraram na casa da árvore. Com tudo arrumado desde que saíram, a felina foi a primeira a se manifestar:
— Que saudade do nosso pedaço, Lilac! Tô mó animada pra tirar um sono, falei?
— Hm... – Exclamou Lilac, desfazendo as malas.
E Viktor, prestativo, logo se ofereceu a ajudar.
— Lilac, deixe-me ajudá-la...
— Hm... Não precisa.
— O que? Mas tem muitas...
— Não quero... Obrigada...
Lilac estava um pouco diferente. Desde que voltaram evitou a Viktor e não conversou muito. E o jovem, estranhando, continuou insistindo:
— Lilac, o que houve?
— Nada...
— Diz... O que aconteceu? Você não conversou comigo durante a viagem, disse pra eu calar a boca enquanto conversávamos com Royal Magister...
— Hm... Nada.
— Mas Lilac, eu...
— NADA! VOCÊ NÃO OUVIU?
A dragão gritou, chamando a atenção de Carol que, percebendo algo de muito errado, diz:
— Aí, gente... Tô dando o fora. Vou arrumar minha moto... – Disse, saindo da casa às pressas.
Essa foi a deixa para Viktor que, surpreso, continuou dizendo:
— Lilac, você gritou comigo...
— Ah... Desculpe, Viktor.
— Tudo bem... Só quero saber porque está assim tão estranha...
— Bem... Carol não está aqui, então... Viktor, eu não gostei como você se portou nos últimos dias na Agência.
— Hã?! Mas... Ueh?! O que eu fiz?
— Você se afastou da gente e ficou mais com... Ah... Ficou com o pessoal da Agência.
— Mas... Lilac, eu queria mesmo ter um tempo com aquela gente. Eu não sei se estarei aqui amanhã...
— Liane Saber não tirava os olhos de você...
— Mas ela é minha irmã agora. É claro que agora temos uma ligação muito forte. E tem o Sheng também...
— Você também ficou muito próximo da Tats...
— Ela é um amor de pessoa. E me disse que minha comida ajudou vocês a ficarem mais fortes.
— Hm... Boa desculpa...
— Hã?! Como assim?
— E você e a Lenzin... Desde quando ela te deu tanta liberdade? Vocês ficaram muito íntimos...
— Bem... Eu reconheço isso.
— O que?! Viktor... VOCÊS ESTÃO... AH... VOCÊS... – Tentou dizer Lilac, irritada.
— Lilac... Olha... Não é isso que você está pensando... Sim, nós ficamos íntimos, mas não vá pensar que temos um relacionamento além de uma forte amizade.
— Hm... – Exclamou, virando o rosto – Você deveria ter cuidado com a forma que trata qualquer pessoa...
— Porque?
— Sua gentileza...
— O que tem?
— Ela... Ela é o seu maior poder.
— Meu maior poder?!
E a dragão, se aproximando de Viktor, o abraçou carinhosamente. E o olhando, diz:
— Sim, seu bobo. Escute, eu fiquei mesmo com ciúmes de você. Me importo como você vive e... Nossa, eu disse que estava com ciúmes, hehe...
— Ah então era isso? Sash Lilac, a dragão heroína de toda Avalice enciumada por causa de um stranger? Haha! A Carol iria adorar ouvir isso!
— Não se atreva! – Disse, segurando Viktor em seu colarinho – Se você dizer isso pra aquela bola de pelo faladora, eu vou te dar um murro igual ao que dei no Brevon! Hunf!
— Ei... Ei... Eu só estava brincando! – Disse, ficando amedrontado.
Mas Lilac também não falava sério. A dragão logo soltou Viktor e, esboçando novamente seu lindo sorriso característico, logo se expressou.
— Não foi nada, seu bobo! Eu adoro você, só isso!
— Ah sim... Nossa, por um momento pensei que iria apanhar outra vez.
— Eu nunca faria isso... a não ser que você merecesse... Hunf! – Disse Lilac, socando o ar.
— Nossa, eu nem vi seu soco...
— É, eu sou rápida sim. Não é só correndo.
— Percebi, hehe...
E logo após a conversa, Viktor e Lilac trocaram olhares. Porém outra pessoa também estava no salão e:
— Aí, casalzinho...
— Ca-carol?! Ah... – Disse Lilac, sem graça – O que você está fazendo aqui?
— Nada. Só tava vendo vocês trocarem olhares porque o autor quis fazer os leitores pensarem que rolou um clima aqui mas na verdade era só uma deixa pra eu fazer uma piada. Só que ele se ferrou, porque eu descobri tudinho.
— Gah?! Mas do que você está falando, sua bobona?
— Nada não. Continuem aí com o lance das malas e... Aí, tu que tá lendo essa fic: já pensou em comentar de vez em quando? Até eu tô com pena do autor. O camarada escreve esse catatal de words quase todo mês e nem um “continua” tão escrevendo. Postura, gente! Nyah! :3
— Começou... Lá vem ela com essas loucuras...
E como já havia demorado tanto, eis que Milla entrou as pressas na casa da árvore, dizendo:
— Ei, vocês!
— Olha só... A Milla tá de volta. Oi, au au kawaii. Conversou com sua mestra badass ultra overpower panda puliça tsundere de gelo? – Disse Carol, comendo uma maçã.
— CAROL! – Gritou Lilac – Já disse milhares de vezes pra você não chamar a Neera desse nome!
— Ih... Calma, púrpura diva. Só tô de zuera.
— Mesmo assim... O que foi, Milla?
— Eu lembrei! Eu lembrei! Lilac, daqui a duas semanas vai ser...
— Hã?! Milla, não conte!
Mas ela contou. E com isso trouxe uma alegria muito grande a todos. E embora a dragão tenha ficado muito envergonhada, Viktor amou o que Milla disse. Sabem porque?
Duas semanas depois...
— Parabéns, pra você... Nessa data querida... Muitas felicidades... Muitos anos de vida! Parabéns, Lilac!
Uma festa particular entre as heroínas de Avalice e de seu convidado Viktor. Sim, era o aniversário de 17 anos de Sash Lilac.
“Viktor amou o que Milla disse”: o jovem cozinheiro fez um bolo todo especial para a sua amiga. Confeitado na cor lilás e com adornos que significavam velocidade, a dragão apagou as velas com um só assopro, sorrindo em seguida. E na hora de partir o bolo, ele fez questão de dar o primeiro pedaço para:
— Viktor, esse é seu!
— Ah obrigado, Lilac! É uma honra!
— O cordão do puxa saco cada vez aumenta mais... Din don!— Cantou Carol, provocando sua amiga.
— Sua bobona! O Viktor fez esse bolo maravilhoso! Por isso estou dando o primeiro pedaço pra ele!
— Tu não tá enganando ninguém. Ele é seu favorito, escamosa púrpura! Nyah! :3
— Para com isso! – Disse, envergonhada.
Risos e muita alegria ilustraram aquela manhã animada e amistosa na casa da árvore de Lilac. O bolo estava delicioso, com recheio de creme de morango e chantilly. Só Carol comeu sete pedaços!
— Esse detalhe não precisava ser dito, locutor. Agora sei porque essa fic tem tão pouco comentário... *Triste esse locutor ficar dizendo isso... Triste...*
(Não gostei como ela disse isso...)
Porém a festa ainda não havia terminado. Enquanto Viktor comia mais um pedaço do bolo, Carol diz:
— Então, Lilac... Você está com o Credicard recheado, né?
— Estou sim, Carol... Hehehe... – Disse Lilac, com um sorriso malicioso.
— Hm? Mas... O que foi, garotas?
— Vik... Vik... – Disse Carol, se sentando ao lado do jovem, o abraçando amigavelmente – Vamo sair pra usar esse money que o Royal Magister nos deu... E você terá uma missão muito importante para fazer!
— Missão?!
— Sim, uma missão... – Disse Lilac, se sentando no outro lado, o abraçando também – Uma missão que só um mestre como você poderia cumprir! Hehehe...
— Mas que tipo de missão?
— Ah... Você vai ver, Viktorius... – Disse Milla, se jogando no seu colo e o abraçando – Você é o melhor pra fazer isso!
Envolto por tanto carinho, ele não poderia dizer nada que desagradasse as garotas.
— Eu não sei do que se trata, mas eu irei cumprir essa missão!
Ele não deveria ter dito isso, porque...
Cidade de Shang Tu | Final da manhã
Shang Tu Shopping Center
Novamente fomos levados ao grande aglomerado de lojas da cidade regida por Royal Magister, onde as garotas estavam andando animadas... e o Viktor carregando sacola de compras. Ainda no início, é verdade, mas o jovem já mostrava arrependimento em seu rosto.
— O que eu fui fazer...
— Aí, Vik... Tu tá indo muito bem, piá! Nyah! :3 – Disse Carol, piscando para o jovem.
— Nem vem, Carol! Não era esse tipo de missão que eu imaginava!
— Você tá na maior prestação de serviço pra gente. Sinta-se honrado!
— Ah sim... Que honra...
— Carol! – Disse Lilac, olhando para a felina.
— Ih... Lá vem...
— Você está certa. O Viktor está indo muito bem!
Tanto Carol quanto Viktor se surpreenderam com o que a dragão disse. Tanto que esse foi o sentimento que o jovem teve:
— Até você, Lilac?! Até você?!
— Hehehe... Mas você está fazendo um bom trabalho mesmo... – Disse Lilac, sem jeito.
— Minha diva púrpura amiguxa da vida! É isso aí! – Disse Carol, sinalizando positivamente com seu polegar.
— Eu e minha boca... Preciso ser mais esperto.
De fato, o jovem precisava parar de ser tão inocente. Claro, tudo não ser pagava de uma brincadeira e as garotas não levaram a sério. Porém Milla se sentiu mal com a situação de Viktor, dizendo:
— Viktorius... Você quer que eu te ajude?
— Ah... Não precisa, Milla. Está tudo bem.
— Mas você está levando todas essas bolsas sozinho...
— Eu consigo. Só quero que vocês se divirtam!
Lilac e Carol estavam logo a frente dos dois, mas a dragão ouviu bem o que Viktor disse a Milla. Por um breve momento ela mentalizou o que o jovem humano quis dizer, lista enfim voltar às compras.
Entretanto, uma certa felina ficou parada em frente a uma loja de eletrônicos. Pasma e vidrada, ela estava quase que hipnotizada com uma demostração. E de uma imensa TV de 70 polegadas, uma propaganda a tomou totalmente, que dizia:
— 37 teraflops de poder bruto...
Controle sensitivo pleno...
Áudio Double Duplex Mega Charge...
E incríveis jogos exclusivos!
— Wow... Lilac... Eu... Eu não tô bem... Cara... Caramba... Cara Caraô...
— Aventure-se com Zalde e Knil no fantástico mundo de Hyundai! Open World Discovery!
Corra com seu carro favorito em vários circuitos em Motorstorm Avante! Fast Processing!
E encontre quem é o impostor numa imensa colônia especial em Below Them! For Fun Everything!
— AH! É UM NOVO VÍDEO GAME, LILAC! CARACA! EU TÔ SURTANDO! – pulando gritando no meio do corredor do shopping.
— É o que você procurava...
— PODE TER CERTEZA QUE SIM!
— É o seu destino...
— COM CERTEZA! EVER!
— E você vai querer ter um...
— SIM! AGORA!
— ... Nuntando Sweet! Compre agora por 800 gemas na loja especializada mais próxima da sua casa e entre nesse mundo maravilhoso!
— É tanto poder... – Disse Carol, com seus olhos lacrimejando – É lindo... É como um pedaço que falta em mim e que eu preciso pra deixar o quebra cabeça terminado! Lilac... Milla... Venham aqui e me abracem...
No mesmo instante, Lilac, Carol e Milla se olharam e, juntas, gritaram:
— VAMOS COMPRAR! YAY! (✷‿✷)
Não foi preciso muito ostra convencê-las. Viktor só observava tudo aquilo, se impressionando com o que as garotas estavam fazendo.
— *Mas ueh... Tudo bem que na última vez a gente veio aqui nesse shopping porque as garotas queriam me animar, mas... Elas são heroínas, com muitas responsabilidades... E elas estão agindo como garotas normais?!*
Durante esse tempo todo tantas Viktor não tenha conhecido bem as garotas. E foi assim durante boa parte do dia. Porém, num momento inoportuno, Lilac, que olhou para dentro de uma loja de roupas, diz:
— Ah... Eu quero! Eu quero comprar vestidos!
— Hm?! Eu que não vou entrar nessa loja! Mas não vou mesmo! – Disse Carol, se escondendo atrás de Viktor – Já paguei minha prenda em vestir aquele uniforme ridículo da Agência!
— Nem ia te chamar, sua bobona...
— Ufa. Por um momento pensei... Vai na fé!
— Milla, vamos! Preciso que alguém me ajude!
— Ah... Tá bom... – Disse, olhando para Viktor em seguida – Lilac, pode ser o Viktorius?
— Hã? O Viktor?
— Sim! Um garoto pode dizer se ficou melhor em você! Não é, Viktorius?
Ele, um pouco sem jeito, precisou se manifestar.
— Bem... Eu... Milla, eu estou carregando as bolsas... Então...
— Eu seguro! Aí você vai com a Lilac e a ajuda a escolher roupas!
— Ah... Tudo bem então... Eu ajudo.
— Sério, Viktor? Vai mesmo me ajudar? – Disse a dragão, surpresa.
— Claro! Como eu disse, quero que vocês se divirtam!
Novamente Lilac ficou pensativa após as palavras de Viktor. Ela já havia entendido antes e agora formou mesmo uma opinião. Mas guardou para si e, o olhando, diz:
— Tudo bem... Veremos então se é bom também em me sugerir roupas como foi em escolher flores.
— Hehe... Vou te surpreender outra vez!
— Veremos então!
Com os dois entrando a loja, foram prontamente atendidos por em vendedor bem intencionado. Passados alguns minutos, Lilac escolheu algumas roupas, indo até o provador. Viktor a aguardava no salão. E logo, usando um belo vestido cinza, ela diz:
— Viktor, esse ficou bom?
Acreditem: Lilac estava linda usando o vestido de cortes suaves, mas o jovem parecia bem crítico:
— Você está linda, mas...
— Mas o que?
— A cor cinza... Ela não lhe cai bem.
— Ah... Mas... Eu... Eu gostei desse... Mas... Se você disse que não...
— Não foi isso... É que... Bem, é que...
— Diz logo, bobo! Vai!
— Preto, Azul, amarelo, magenta e marrom!
— Hã? Mas... O que você quer dizer com isso?!
— Use essas cores... Vai por mim!
— Ah... Bom... Tudo bem. Vou seguir sua sugestão então. Veremos...
Não demorou muito e Lilac usou somente vestidos com as cores que Viktor havia escolhido. Estonteante, belíssima, charmosa... Adjetivos foram muitos. A dragão chamou a atenção de todas a loja ao desinstalei com modelitos arrojados e estilosos, que de fato realçaram sua cor lilás. Até mesmo o gerente da loja pediu para que pudesse tirar fotos. E o melhor: por causa de seu estilo e bom gosto, Lilac até recebeu desconto nas compras. Saindo satisfeita do interior da loja, sob aplausos dos clientes e funcionários, Lilac estava mostrando muita satisfação em seu rosto, não só por ter comprado roupas que havia gostado mas por:
— Viktor, você me ajudou novamente! Nossa... Eu nunca pensei que você tinha mesmo tato pra esse tipo de coisa!
— Hehe... Eu disse que iria te surpreender!
— Sim! Você é mesmo muito bom no que faz...
E Carol, ouvindo a conversa, diz:
— Tá, já sei. O piá aí mitou outra vez... Show!
— Mas como é que você sabe? – Perguntou Lilac, confusa.
— Eu li o parágrafo alí em cima, tá?
— E eu ainda pergunto... Sua maluca bobona!
— Nyah!
Caminhando para fora do shopping, uma van já aguardava as garotas. Por terem feito um bom trabalho, Royal Magister permitiu alguns serviços para ajudá-las em momentos especiais como esse. Como era o aniversário da dragão púrpura, não era abuso e exagero algum permitirem essa ajuda. E enquanto Viktor arrumava as compras no interior do automóvel, Lilac diz:
— Garotas, vocês poderiam levar as compras pra casa? Eu quero sair um pouco com o Viktor.
— Gah?! Mas porque, Lilac? – Perguntou Viktor, surpreso.
— Opa... Perai! Tu tá querendo sair com piá? É isso?!
— Sim. O que tem?
— Hum... Ok. Tá suspeito... Muito suspeito... Tô começando a achar que eu devo shippar vocês dois.
— Ah Carol! Não é nada disso! Eu... Eu só... Só quero conversar com o Viktor e mostrar mais da cidade. A gente na última vez que saímos com ele não mostramos muita coisa e o Yan Shu atrapalhou tudo...
— Tá, Lilac... Leva o piá. Mas me promete uma coisa?
— O que, Carol? Lá vem...
— Voltem pra casa antes do anoitecer.
— Hã? Mas o que tem demais?
— Tipo, ver o sol se pôr já é um tico romântico. Agora deixar a noite chegar quer dizer “quer namorar comigo” automático, you understand?
— CALA A BOCA, CAROL! NÃO É NADA DISSO! – Disse Lilac, envergonhada.
— Nyah! :3
— Essa ideia da lilac é ótima! – Disse Milla, sorrindo – E o Viktorius aproveita e descansa depois de levar as compras!
— Exatamente, Milla – Disse Lilac.
Com Viktor ainda confuso, ele junto a Lilac se despediram das garotas, que seguiram para a casa da árvore em Dragon Valley. E o jovem humano, olhando pra dragão, diz:
— O que houve, Lilac? Porque quer sair comigo?
— Vem... Quero te mostrar um lugar... – Disse, segurando sua mão, o puxando – Vem, seu bobo!
Viktor a acompanhou, cedendo seu braço preta que a dragão apoiasse o dela. O jovem era um cavaleiro, então naturalmente fez essa gentileza. E caminhando pelas ruas animadas da cidade, Lilac apresentou Viktor a lugares até então desconhecidos como Noble District, a zona rica da cidade, Shang Tu Square, a famosa praça... e deu um pouco de destaque para Ancient Temples of Shang Tu, um bairro batente tradicional no que diz respeito a cultura milenar de Shang Tu, com várias templos antigos ao longo de toda a zona constrastando com a modernidade da cidade.
E o levando até um mirante que mostrava a área costeira da cidade, os dois se sentaram em um banco de praça. A visão era bela, com os raios do sol tocando o mar e uma brisa refrescante no ar. E por ser um dia de tempo aberto, o calor era muito. A dragão logo tratou de pagar sorvetes tanto pra ela e Viktor, que diz:
— Esse sorvete... Está delicioso!
— Sim... É ótimo mesmo! Vira e mexe eu sempre venho com a Carol e a Milla aqui. Esse sorvete de Tutti Frutti é o melhor em toda Avalice!
— Com certeza são! Nunca provei tão bons assim, nem no meu mundo...
Ouvir o que Viktor disse fez com que Lilac logo se manifestasse. Ela, parando de tomar seu sorvete, diz:
— Um dia você terá de voltar, não?
— Hm? O que... Como assim?
— Seu mundo... Você vai ter que voltar...
— Sim...
— Você tem muitas responsabilidades por lá... Precisa mesmo voltar.
— Porque está dizendo isso, Lilac?
— Viktor, você quer voltar para seu mundo?
O jovem, por algum momento, tardou em sua resposta, sentindo o tom da voz da dragão. Ele, entendendo isso, diz:
— No meu mundo eu tenho pessoas me esperando...
— Eu sei que tem...
— E também tenho responsabilidades...
— Imagino...
— Lilac... Essa pergunta que você me fez... Eu... Bem, eu preciso mesmo voltar.
— Viktor...
— Sabe, as coisas acontecem muito rápido. Eu conheci vocês num momento bem crítico e... Com o tempo eu senti que estou em casa... mas eu não posso ser egoísta. Eu preciso voltar...
— Hoje mais cedo você fez o bolo pra mim e não criou nenhum empecilho pra, bem, “cumprir a missão”. Hehe... Desculpa por isso.
— Não, tudo bem. Eu gostei até.
— Por isso mesmo, Viktor... E é esse o motivo de eu ter te chamado para conversar.
— Hm? O que seria?
— Você é mesmo diferente. Garotos de Avalice não fazem o que você faz.
— Como assim?
— Cozinhar, cuidar, dar atenção, se importar de verdade... Não que não existam garotos assim, mas do seu jeito tenho certeza que não. Você é gentil demais com todo mundo...
— Bem, eu agradeço de verdade... No meu mundo pessoas como eu também são raras.
— Hm? Mas... Como você consegue viver lá então? O que você faz? Tem amigos?
— Eu... *Não quero deixar Lilac preocupada comigo, então não posso contar muito de mim por lá...* Eu tenho um restaurante... Eu vivo cozinhando.
— Sério?! Legal! Então você já tinha uma boa condição! Isso já me deixa mais tranquila.
Talvez não fosse uma boa ideia omitir certas informações a Lilac, mas Viktor havia entendido mesmo a preocupação da dragão e a estava poupando de certas informações críticas acerca de sua vida em seu mundo. Ver o sorriso de satisfação de Lilac o motivou a manter o segredo:
— Meus amigos... Bem, a gente treina todo dia no dojoh do meu sensei. Nós nos dedicamos muito nos treinos...
— Legal! Então é por isso que você é forte!
— Forte eu? Você que é! Eu me lembro muito bem como você entrou como uma flecha e deixou aquele felino lá no beco... Esqueci o nome dele...
— Yan Shu. Ele é um dos desordeiros daqui. Mas não passa de um aproveitador. E sim, eu o derrotei bem rápido, hehehe...
— Por isso... Bem, essa sua velocidade... Como você consegue ser assim?
— Hm... Eu sou uma Water Dragon. Minha raça é dotada de habilidades especiais desde criança. Então meu nirvana fluiu naturalmente, sem necessidade de potencializar meu Chi. Minha velocidade é um poder passivo que eu uso como se respira, hehe.
— Incrível! E Carol deve ser do mesmo jeito...
— A Carol? Bem, eu não sei... Ela não me disse muito de seu passado até hoje... e muito menos a Milla – Disse Lilac, ficando um pouco triste.
Viktor, percebendo que a dragão havia se lembrado do passado da pequena, logo tratou de levantar seu astral:
— Um dia eu quero apostar uma corrida contra você!
— Hã? Haha... Acho que eu não te contei minha história direito...
— Não! Eu entendi. Mas te vencer numa corrida não é algo impossível.
— Ah é? Então o Viktor, o mestre da gentileza, sabe ser um pouco falador que nem a Carol? Haha! Tudo bem... Um dia podemos apostar corrida. Mas eu já vou te dar um spoiler: eu vou vencer!
— Depois eu que sou o falador... Você pode ser surpreendida, sabia?
— Nah! Pra não te deixar muito pra trás, vou te dar uma vantagem de dez minutos antes de te ultrapassar! HAHAHAHAHA! – Disse Lilac, gargalhando.
— Hehehe... Eu bom ter ver sorrindo.
— Hm? Como assim? Me galanteando outra vez, Viktor?
— Não não... Calma! Devagar, dragão... – Disse, ficando envergonhado
— Hahahaha! Você tinha que ver seu rosto ficar vermelho! Hahahaha!
— Hehehe... Me pegou outra vez... Vai ter volta!
— Vai sim... Hahaha! Vai... Diz porque gosta de me ver sorrir.
— Paz.
— Paz? Eu te faço sentir isso?
— Sim... – Disse, se levantando – Poderia passar o dia todo vendo seu sorriso. Eu gosto de ver a felicidade das pessoas, Lilac.
— Viktor... – Disse, o olhando.
— Você tem um sorriso que merece ser protegido. Sabe, você demonstra uma felicidade franca e sincera... No meu mundo faz muito tempo que eu não vejo isso em alguém... Por isso que eu disse “paz”. Você, Carol, Milla... e toda essa gente que eu conheci na Agência... Vocês tem um sorriso lindo. Vocês tem paz dentro de vocês de uma forma que eu não tenho em meu mundo.
Lilac não esperava ouvir. Pela primeira vez, Viktor demonstrou um lado até então desconhecido. A dragão sentiu na voz do jovem um carinho fora do comum. E ele continuou:
— Hoje existe um motivo pra eu querer ficar aqui: todos vocês. Porém existem muitos motivos pra que eu volte: porque preciso. Há coisas por lá que eu tenho que enfrentar. Não posso ser egoísta...
— Eu te entendo, Viktor... – Disse Lilac, se levantando – E você deve fazer o que o seu coração manda. Você é gentil, amoroso e sábio. Eu não sei por quanto tempo você ficará aqui, mas quero que saiba que iremos te adorar para sempre!
— Lilac...
— Você é importante pra todas nós. Devo te dizer isso: a nossa vida não será a mesma sem você aqui, mas saber que você tem uma missão em seu mundo me faz ficar tranquila. Você tem uma missão e precisa cumprí-la. Eu sei o quanto isso significa... até o dia que minha luz brilhar nessa terra se extinguir e alçar vôo até às estrelas.
— E no fim, você se tornará um cometa, Lilac. Faço das suas palavras as minhas...
— Obrigada, Viktor... Meu mestre gentil!
Lilac naquele pôr do sol fez questão de segurar forte na mão de Viktor, que retribuiu da mesma forma. A amizade entre os dois cresceu ainda mais depois do jovem humano se expressar abertamente sobre como interpretava sua situação. E mesmo que Viktor não disse totalmente o que estava acontecendo em sua vida, ele reconheceu que era mesmo importante para as garotas.
Os laços haviam sido renovados naquele momento.
O tempo passa.
Um mês depois...
Dragon Forest
Casa da árvore de Lilac | Tarde
Os dias passaram rápido. Um mês após os eventos da Agência, todos já estavam seguindo com suas vidas normalmente. Carol não desgrudava de seu novo video game, com Milla lhe fazendo companhia. O mesmo podia ser dizer de Lilac, que adorava jogar. Viktor também...
Bem, todo mundo gostava de jogar vídeo game naquela casa! Só que Carol era absurdamente viciada nisso e quase monopolizava o entretenimento. Tanto que...
— Tá bom, locutor! Eles entenderam! E não exagera. Só porque eu tenho 700h de Super Match Sister não quer dizer que eu seja uma viciada compulsiva em jogos!
(Deixo esse julgamento para você, leitor)
E voltando a história...
Numa tarde bastante ensolarada, Shang Tu passava por um momento de poucas chuvas. E durante o almoço, enquanto Viktor servia uma rodada caprichada de sushis, a TV estava sintonizada no canal de notícias, que informou:
— E para vocês que levam em saírem essa noite para passear, uma má notícia: há previsão de uma tempestade, com raios e ventos fortes. Então fiquem em casa, pessoal! Nos últimos meses tem se tornado uma constante tempestades fortes. Nossos especialistas dizem que por causa da jóia do reino ter se desintegrado e energizado nosso planeta isso causou reações em nosso clima. Então fica o aviso. Essa é a Shang Tu News! Sua notícia diária em sua sala!
E ao fim da notícia, Milla diz:
— Estou com um mal pressentimento disso.
— Como assim, Milla? Perguntou Lilac.
— Essas tempestades... Tem caído com mais força e os trovões... Ai, eu tenho medo de trovões!
— Calma. Vamos estar com você. Fica tranquila.
— É, fica sussa! Além do mais, o que é uns raiozinhos caindo lá do céu, né? – Disse Carol, correndo uma carreira de quinze sushis.
— Eu tô com medo... – Disse Milla, cobrindo os olhos com suas orelhas.
E algo inesperado ocorre: alguém batia a porta. Prontamente, Carol foi até ela, a abrindo. E assim que o faz, vê Neera Li, demostrando sua irritação característica, dizendo:
— Carol... Logo você...
— TCHAU, DEMÔNIO! – Disse, fechando a porta com força.
— O que?!
A felina logo voltou para onde estava sentada, devorando mais sushis. Só que Lilac, olhando pra sua amiga, diz:
— Ueh... Quem era?
— Testemunha da seita especial do coisa ruim. Relaxa, já disse que somos do bem e meteram o pé.
— Hã? Carol, o que...
E novamente batem a porta. Lilac pessoalmente foi dessa vez. E abrindo a porta, vir que era Neera, que entrou as pressas procurando por Carol. Não demorou muito e a avisou sentada a mesa, dizendo:
— ME DIZ QUEM É O DEMÔNIO AGORA!
— Eh... Você?
Se não fosse Lilac, Neera já teria pulado contra Carol de uma forma bem brutal. Mas isso não quis dizer que a panda tinha se acalmado:
— EU VOU TE MATAR, SUA DESORDEIRA MISERÁVEL!
E Carol, sentada a mesa comendo mais sushi, diz:
— Diz mais alto porque daqui eu não tô ouvindo nada...
— ME SOLTE, LILAC! EU VOU ACABAR COM ESSA GATA BORRALHEIRA!
— Neera... Não... Espera... – Disse Lilac, segurando a panda a todo custo.
E Neera não era a única visitante. Entrando pela porta, com um pouco de dificuldade, era Gong, que precisou deixar seu escudo fora da casa pra poder entrar. Ele, mostrando bom humor, diz:
— Haha... Então Neera já está trabalhando...
— Eu não pedi sua opinião, Gong! E não se meta!
— Ei... Vai com calma...
— Gong?! – Disse Viktor, surpreso – A quanto tempo não o vejo.
— Olá, stranger... – Disse, olhando a mesa já desfeita – Pelo visto chegamos tarde para o almoço.
— Gong, não pense em comer enquanto estiver trabalhando... – Disse Neera, ajeitando seu uniforme.
Mas Viktor, como bom anfitrião desde a Agência, logo diz:
— Bem, o almoço se foi... Mas convido vocês para a sobremesa!
— Opa! Eu aceito! – Disse, já se sentando – Como o “red mask” foi tão hospitaleiro, não tem como negar essa oferta!
Neera logo colocou sua mão sobre seu rosto, não acreditando no que Gong havia dito. Bem, não havia como voltar atrás. A panda oficial se sentou a mesa, para efeito de convite de Viktor.
Logo o jovem voltou com uma forma em mãos, gelada por sinal. E a colocando sobre a mesa, logo diz:
— Pronto... Podem se servir.
— Hm... – Exclamou Neera – O que é isso?
— Ora... Só tirar a tampa pra ver.
— Hm... Que jeito de receber convidados.
— Ops... Desculpe... Eu deveria mesmo... Me perdoe, senhorita...
— Não... Tudo bem... Já esperava por isso. Exigir um tratamento digno do palácio em meio a civis é pedir demais... – Disse a panda, abrindo a tampa.
Viktor não gostou da forma que Neera tratou a situação. Ele se limitou a ficar em silêncio, mas Lilac percebeu que não estava satisfeito. Porém a panda, ao abrir a tampa, diz:
— Pudim de leite de soja... Isso sim é uma sobremesa digna – Disse, se servindo com uma fatia – Foi você quem fez, Viktor?
— Sim, senhorita...
Neera pegou um garfo e tirou um pedaço generoso da guloseima. E ao levar a sua boca, precisou ficar muda por alguns minutos. Logo o sabor a deixou paralisada, degustando aos poucos e pensando:
— *Esse pudim está maravilhoso! Viktor realmente sabe cozinhar... Então não era mentira. Milla não exagerou em dizer que a comida que ele faz é deliciosa*
— Viktorius... ESSE PUDIM ESTÁ O MÁXIMO! – Disse Milla.
— É muito bom... Muito bom mesmo! Viktor, você é incrível! – Disse Lilac, maravilha com tanto sabor.
— Piá... Piazinho... Você um dia vai matar euzinha... Porque isso tá muito gostosinho! – Disse Carol, repetindo a fatia.
— Rapaz... Devo admitir: esse sem dúvidas é o melhor pudim que eu provei na minha vida! – Disse Gong, bem satisfeito.
E estou a Neera, que permaneceu calada até terminar de comer. E Viktor, curioso, diz:
— Senhorita Neera Li...
— Hm?
— O que achou do pudim?
— Bom. Você tem talento.
— BOM?! Tá de saca, Neera? Bom é aquelas gororoba que tu come lá no palácio. Vem tão pouquinho que uma folha de papel tem mais gosto! – Disse Carol, debochando.
— Se você não calar a boca, pode ter certeza que eu vou fazer que tudo que você comeu volte... – Disse Neera, em um tom bem ameaçador.
— Ih cara... – Disse, engolindo seco – Acho que dessa vez ela falou sério.
— Muito bem... Chega! Já estamos perdendo muito tempo – Disse Neera, se levantando – Viemos aqui para noticiar a todos.
Lilac, até então calada acompanhando o diálogo, logo se colocou na conversa:
— O que houve, Neera?
— Royal Magister nos ordenou para que colocássemos todos a par do que descobrimos... e mais coisas.
Gong, se levantando, logo diz:
— Viktor, a primeira notícia é para você.
— Hã? Pra mim?! – Disse Viktor, surpreso.
— Ele?! Mas... O que foi? – Perguntou Lilac.
— Nossos cientistas... Eles entraram em contato com o Conselho da Aliança dos Planetas... É sobre você retornar para seu mundo.
Logo um silêncio repentino tomou o lugar, com o jovem humano dizendo:
— O que... Eu... Eu vou... poder...
E Neera logo jogou a real:
— Não existe possibilidades de você voltar seja lá de onde você veio.
— O que?!
— Os nossos cientistas pegaram todas as informações que conseguiram de você e estudaram tudo relacionado a viagem espacial. Logo entraram em contato também com o Conselho e...
— E? Diz logo, Neera! – Disse Carol.
— Esse planeta... Terra, que Viktor disse... – Gong completou a notícia – Não existe.
— O que?! Mas como? Talvez não nessa galáxia, essa de vocês... Mas em outra... – Disse Viktor, desesperado.
— Inútil... – Disse Neera, de olhos fechados – O Conselho tem catalogado milhares de galáxias. Nem planetas com bioma parecido ao seu existem em galáxias conhecidas...
Viktor, perplexo ao ouvir isso, diz:
— Então... Eu... Eu estou preso aqui? Eu não vou poder voltar?!
— Sinto muito, garoto... – Disse Gong – Mas é verdade. Eu sei que você tinha esperanças de poder voltar, mas creio que isso não vai acontecer...
O jovem precisou se sentar, para poder raciocinar bem a notícia que acabou de receber. Lilac, Carol e Milla logo foram confortá-lo. E isso foi muito importante, porque o jovem entendeu que estava entre pessoas que querem o seu bem... embora seu destino era de fato permanecer em Avalice. Porém Gong continuou dizendo:
— Porém trouxemos boas notícias...
— Hã? Mas do que... – Disse Lilac.
— Neera, poderia fazer a honra?
A panda oficial pegou um papel de dentro de seu uniforme e, o entregando a Viktor, diz:
— Royal Magister já está ciente de seu drama. Viktorius Ashem, o Reino de Shang Tu o está fazendo um cidadão oficial.
— O que?! Tu tá falando sério?! – Perguntou Carol, surpresa.
— Carol, espera... Deixa ver se eu entendi bem: eu pertenço ao reino de Shang Tu?! – Perguntou Viktor.
— Sim... – Disse Gong – A partir de agora você tem todos os direitos como um civil em nosso reino. Você terá todo o tratamento possível para se instalar e ser um cidadão nato em nosso reino. Esta é uma forma que nosso monarca, Royal Magister, escolheu para te presentear e lhe agraciar por saber de sua permanência em Shang Tu.
— Viktor, você ouvir isso? – Disse Lilac, sorrindo – Você agora é um cidadão de Shang Tu!
— Pessoal... Isso... Isso que estão fazendo por mim... Eu... – Disse Viktor, com lágrimas nos olhos – Muito obrigado! Muito obrigado mesmo! Vocês não tem ideia de como isso me deixa feliz... Eu ainda estou tentando aceitar o fato de não poder mais voltar, mas só em saber que vocês me aceitam como igual já me felicita muito!
Embora o momento seja de bastante emoção, com as garotas abraçando Viktor com força e Gong batendo palmas, Neera não estava disposta a ser ouvir a confraternização. Ela, tomando a frente, diz:
— Muito bem... Sash Lilac, Carol Tea... Agora a notícia para vocês... E vem de mim.
— Hm? O que foi dessa vez, Neera? – Perguntou Lilac.
— Investigações acerca da The Red Scarves...
O olhar alegre de Lilac logo deu lugar a preocupação. Após a notícia, todos se sentaram a mesa, com Neera dizendo:
— Estamos muito perto de desvendar de vez o que de fato está acontecendo.
— Como assim? – Disse Lilac.
— Spade... – Gong tomou a palavra – Ele foi avistado em Shuigang faz três semanas.
— O que?
— Dail junto a seu guardião enviou as coordenadas de uma instalação secreta nas montanhas congeladas de Shuigang... E é um lugar bem conhecido de todos nós.
E Lilac, num tom bem sério, diz:
— Battle Glacier...
— Sim. Exatamente... Em algum lugar no interior de Battle Glacier há uma base da The Red Scarves. O que não faz sentido é: porque um lugar como esse? Fica distante de tudo e de todos...
E Neera logo deu mais coerência ao que Gong disse:
— Área afastada... Área segura... Área perfeita para fazer o que quiser, longe de tudo. Por isso mesmo... aquele ladino inescrupuloso está aprontando algo.
— Ok, dona panda... Mas onde é que eu e a minha diva púrpura entra nessa história? – Disse Carol – Esse lance de topotinho & topotão não tá legal!
— Carol, trate de falar direito comigo! Senão pode ter certeza que eu serei a demônio que você imaginou!
Mas Carol dessa vez logo tratou de minimizar as provocações da panda. Tanto que ela comentou com a dragão púrpura:
— Lilac, tá ligada no nosso Nuntando Sweet, né?
— O que, Carol? Lá vem...
— Tu tá vendo a Neera aí sentada e surtando... Cara, tava jogando o Super Match Sister e tem um personagem incorporado pelo coisa ruim.
— O que tem, Carol? Porque está me dizendo isso?
— Então... O cara tá incorporado pela Neera! Ela acabou de confirmar!
— CAROL, NÃO É HORA PRA ISSO! ESTOU MESMO FALANDO SÉRIO!
— Ai... Nossa... Tá, foi mal... Caraca, dessa vez você...
Só que Lilac estava falando mais sério que de costume. Tanto que segurou uma das mãos de Carol e completou:
— Spade feriu o Viktor, tentou acabar com a Lenzin, machucou o Sheng... Carol, sério... Fica focada. Tem muito em jogo no momento.
— Ah... Tá, ok... Tudo bem. Você está certa...
E Gong continuou:
— Porque estamos aqui? Simples: a The Red Scarves está esperando que Shuigang os ataquem. Porém Dail sabe disso... e se fizerem, com certeza eles saberão antes que as forças de Shuigang façam algo.
— E então? – Perguntou Lilac.
— Vamos atacá-los primeiro – Disse Neera – Royal Magister quer que encontremos a base para pôr fim definitivamente nesse problema. Dail nos autorizou a usar todos os nossos recursos em suas terras, mas pra isso precisaremos provar que já de fato uma base lá. Então estou convocando vocês para essa missão. Spade pode estar esperando que Shuigang ataque, mas mesmo ele não imaginária que Shang Tu que fará isso!
Mas antes que Lilac confirmasse sua aceitação, uma outra pessoa fez isso.
— Todos nós iremos! – Disse Viktor.
— Hm? Viktor?! – Se assustou Lilac.
— Pode contar comigo. Eu irei ajudá-los no que for preciso!
Mas Neera não parecia concordar com isso. Aliás, ela se levantou e começou a gargalhar.
— Hahahaha! Nossa... Essa sua atitude... É um comediante como é um bom cozinheiro, Viktor?
— O que está insinuando? Eu estou pronto! Já me recuperei! Meu braço já está melhor e...
— Idiota... Você acha mesmo que estou levando a sério o que está dizendo?
— O que quer dizer com isso?
— Você não irá sair de Shang Tu.
— O que?
— Ah... Como posso deixar mais explicado pra você? Ah sim: você não irá nessa missão. Aliás, você nunca irá a missão alguma mais.
— E quem disse isso?
— Eu estou dizendo... Espere, eu não fui clara em que quis dizer... ESTOU MANDANDO! – Gritou Neera.
Os nervos pareciam estar exaltados. O berro furioso de Neera irritou Viktor de uma forma que as garotas nunca viram. Ele, surtando, também gritou:
— VOCÊ PODE ESQUECER! EU IREI COM ELAS NEM QUE SEJA A FORÇA!
— Viktor, abaixe sua voz imediatamente!
— E O QUE VOC... – Tentou dizer, sendo calado por Gong.
O grande panda, que nutriu certo respeito pelo jovem humano, diz:
— Garoto, acalme-se. Somos oficiais do Reino de Shang Tu. Agora você é um cidadão. Há leis que você precisa respeitar pra que te respeitem.
— Ah... Tudo bem... Pode me soltar...
— Tudo bem... – Disse, soltando o jovem.
E Neera, ainda irritada, diz:
— O que você quer fazer de sua vida, stranger?
— Porque está dizendo isso?
— Você me desagradou quatro vezes... e minha paciência com você já se esgotou. Eu tentei ser bastante tolerante com você até agora, mas não posso suportar mais afrontas contra minha autoridade novamente!
— Você pode ser uma autoridade, mas isso não a auroriza a faltar respeito comigo!
— Você não é alguém forte... Aliás, fraqueza ainda seria algo considerável... – Disse, com um tom debochado.
— O que? Como você se atreve a dizer isso?
— Se atrever? Acho que você precisa saber que “se atrever” é diferente de ter vontade. E é exatamente isso: você é um sem valor.
Viktor se colocou em base de luta na frente de Neera visivelmente alterado, Lilac precisou interferir:
— Viktor, o que está fazendo?!
— Você ouviu o que ela disse? Depois dessa eu não posso deixar de fazer alguma coisa!
— Oh nossa... Vejam só... O stranger está mesmo querendo ir preso... Da última vez você viu que foi bem fácil...
— Antes você tinha a vantagem de eu ser inocente, mas eu mudei...
— Mudou, é? E como?
— Ficando mais forte... e enfrentando adversários mais fortes! – Disse, levantando seu punho para Neera.
— Vocês está começando a me irritar... Abaixe sua mão, stranger! É uma ordem!
— Eu não irei! Você já deve saber como isso vai terminar!
As palavras de Viktor logo fizeram a todos se surpreenderem, até mesmo Gong. O grande panda logo foi até Viktor, dizendo:
— Garoto, trate de se comportar! Não está vendo que está insinuando desafiar a Neera?
— Eu não estou insinuando... – Disse, se virando para a panda – EU TE DESAFIO PRA UMA LUTA!
Lilac correu como uma flecha, segurando Viktor. Ela, irritada, diz:
— Você está ficando louco?! Viktor, você não pode desafiar a Neera!
Mas era tarde demais. Neera caminhou até próximo onde Lilac segurava o jovem e, o fitando nos olhos, diz:
— Eu estava prestes a prendê-lo por desacato, mas você tem uma boca maior que a da Carol. Isso me fez reconsiderar sua prisão, porque quero muito ir pra frente com o que propôs. Muito bem, Viktor... Eu aceito o desafio. Porém devo mesmo avisá-lo: não vou pegar leve com você!
Continua.