A primeira batalha - Parte 6

Como nunca antes acontecido, os humanos estavam travando seu valor desafio desde o Templo Rayka. Kaede, mesmo sendo a mais preparada em combate dos dois, havia sido derrotada por Nomed e Ryoga a salvou de uma tortura e possivelmente assassinato da jovem. Mas mesmo o jovem não pôde fazer muito. E com Ethan... Bem, ele estava desarmado e visivelmente irritado com Nomed,  fixando seu olhar a cada movimento do corvo demoníaco, que diz:

— Humano, você deve estar com uma auto estima muito grande pra pensar que pode comigo. Mas admiro isso, embora não vá salvar sua vida - Disse, com um sorriso no rosto.

— Cale-se! Você fala demais! - Disse, correndo em direção ao corvo em seguida.

E Ethan, tentando-lhe acertar um soco, tem seu ataque frustrado, com Nomed se esquivando facilmente. Porém, Ethan imenda se golpe com uma voadora, desviado pelo Anis. Mas os dias de treinamento retiraram um pouco da inocência do jovem no que diz respeito a se defender: Ethan executou um movimento com os braços como se estivesse segurando uma espada, golpeando o dorso de Nomed com os dois punhos como se fosse uma marreta. O Anis, que vai ao chão com a intensidade do golpe pois o desequilibrou, se surpreendeu dizendo:

— Isso... Isso é impossivel... - Disse, atônito.

— Verá que não sou fraco como imagina!

— Não diga tolices - Disse, se levantando - Logo saberá que há uma imensa diferença entre nossas forças...

— Você feriu meus amigos de forma covarde! Vai pagar! 

— Que presunção... Não abe com quem está falando e sequer tem noção das circunstâncias. Um movimento de sorte não pode ser tratado como algo que irá lhe trazer vitória... Não pisca de uma sensação momentâneos de esperança. Sabe, adoro quando humanos tem essa emoção, de quando se entregam ao imponderável... - Disse Nomed, se movendo contra Ethan.

E o corvo investe contra Ethan, que se defendia como pôde no momento. Seus golpes são rápidos e contínuos, fazendo com que o jovem recuasse. Por azar, Ethan tropeça e Nomed lhe acerta um soco no supercílio, fazendo com que sangrasse. O golpe foi intencional não para vencer o combate, mas como estratégia: um sangramento se iniciou, atrapalhando a visão de Ethan.

Ele coloca então uma das mãos sobre a ferida, mas não conseguia estancar o sangue, que escorre em um de seus olhos atrapalhando sua visão. Nomed, ainda com um sorriso no rosto, diz:

— Falácias... Veja humano. Com um golpe já o fiz sangrar. Vocês são frágeis, não conseguiriam viver num mundo caótico. Estão inertes a protetores... Sabem porque? Seus instintos são limitados pelas emoções. Nós, os possuidores de poderes e conhecimentos, controlamos suas vidas. Tudo que fazem é nada mais que seguirem diretrizes, que em outras palavras querem dizer escravidão. Aceite sua servidão como alimento, verme!

— CALE-SE! SÓ FOI UM ARRANHÃO INSIGNIFICANTE! É só um empecilho durante uma luta... Não altere os fatos! Você fala demais, Nomed... VOCÊ FALA DEMAIS! NÃO TEM IDEIA DE COMO VIVEMOS! Tudo pra você é movido por controle... EU VOU TE MOSTRAR O QUE SOMOS DE VERDADE!

— Certo, veremos o que poderá fazer. Faça-me mudar de ideia, arredio de ser. 

Ethan, por um breve momento, se concentrou e, temendo pelo pior, Kaede, ainda caída, diz:

— Ethan... Você... - Tentou dizer, percebendo algo e pensando em seguida - *Ele... Ele está pensando em fazer... Aquele golpe... Concentre-se, Ethan. Nomed pode ser um Anis, mas ainda é um ser vivo. O Maratsu-Kyoken fortalece qualquer um que o controla e... faz acontecer milagres...*

E Nomed, cansado de esperar por Ethan, investe em sua direção e, assim que iria golpear o humano, Ethan se abaixa, fazendo com que Nomed errasse o golpe e, logo em seguida, o jovem praticante do Maratsu-Kyoken, incrivelmente lhe aplica um golpe certeiro, que o atinge no seu abdômen e rosto. Para muitos, e principalmente Nomed, agora sangrando, parecia um golpe fraco, mas a massificação da força existente em seu corpo por causa do Maratsu-Kyoken fez com que sei soco tivesse mais potência que o normal, surpreendendo Nomed. O Anis, irritado, se levanta e olha para Ethan, dizendo:

— Miserável... Vocês não são humanos normais! Aquela jovem me atacou como você e me feriu... Aquele rapaz repulsivo custou-me um olho... Quem são vocês? Até agora não tinha conhecimento da existência... *Então é deles que Piece 1 tem revolta?*

— Nós somos diferentes aos seus olhos, mas acredite: HÁ MAIS HUMANOS COMO NÓS! GENTE BOA QUE LUTA TODO DIA PRA DETER PESSOAS COMO VOCÊ! 

— Mas porque? PORQUE LUTAM DESTA FORMA? VOCÊS TEM MUITO A PERDER! QUE MOTIVAÇÃO VOCÊS TEM EM LUTAR CONTRA NÓS, OS ANIS?!E 

Ethan, cansado, diz:

— Simples: mostrar a verdade aos Anis! Somos vítimas de uma guerra sem sentido. Pensam que o seu ideal é o certo, mas creio que não exista tal ideal.

— Como assim, humano Insolente?

— Como havia dito a um Anis que encontrou a verdade: não há justiça perfeita! Chances devem ser dadas aos que erraram ontem! A vida deve ser valorizada... para quem assim a valoriza! Você diz que temos diretrizes que nos "escravizam". Você vai está errado em dizer isso, mas... Existem pessoas que não se deixam levar pelas leis e suas brechas, lutando contra o sistema usando as próprias leis contra os poderosos! Essas pessoas são fortes, porque não se escondem por trás de leis! Só os fracos fazem isso! E você é fraco...

— Humano, suas palavras fedem. Aos que erraram a morte! Valorizar a vida é um ato falho... Porque fazer tal equívoco? O fraco sucumbe ao forte, é a lei da natureza. Eu tenho tudo que isso e você vai tem nada...

— Se a pessoa não valoriza a vida, então ela não sabe viver. Não cabe a ela julgar as pessoas por causa dos erros dos outros. Se a pessoa é fraca, ela sucumbe. Fato. Mas fraqueza gera força... e força gera mudanças. A pessoa muda e se solidifica, se torna mais forte a seu ritmo... Eu sou um simples humano que golpeou um Anis duas vezes. Aos seus olhos eu sou fraco... mas aos meus sou mais forte que qualquer Anis como você! Temos duas realidades e a minha é a que me importa. Você vai cair, seu desgraçado!

Nomed se levantou novamente, gargalhando alto. Sua risada ecoava pelo jardim, enquanto abria um sorriso ao dizer:

— Palavras inúteis de um ser oriundo do mais baixo calão. Um humano vencer um Anis... Isso jamais aconteceu e é um pensamento utópico absurdo e ridículo. 

— Você diz isso... Mas espere Son saber o que faz.

— Pouco me importa o que Son faz, verme.

— O que?! Como assim? Vocês são aliados e... Goldcraw me disse sobre tudo!

E para deixar a situação ainda mais caótica, eis que aparece Son, caminhando pelo jardim. Nomed, surpreso com a entrada de seu aliado, vira-se e percebe algo e, olhando para Son, diz:

— Son... este é o humano, não é? 

— Sim. Hehehe... Eu estava aguardando vê-lo sofrer... Hahahaha! Eu assitirei o massacre, hehehe...

Ethan naquele instante se lembrou das palavras de Goldcraw, de que Son tem várias personalidades. E justamente no momento que mais precisava, ele estava com seu lado mais descontrolado. Mas mesmo assim o jovem, correndo desesperado em direção a Son, diz:

— Son! Son! Preciso lhe contar uma...

E Nomed acerta o rosto de Ethan com bastante força com um chute. O golpe foi violento, jogando-o para longe de Son e os outros.O rapaz,, tonto por causa do golpe, se levantava com dificuldade. A ferida de sua testa voltou a sangrar e, usando uma de suas mãos, estava tentando estancar o sangue. Com Nomed se aproximando de Ethan, o jovem o pergunta:

— PORQUE FEZ ISSO?! MISERÁVEL!

— Hehehe... Son é facilmente enganado por mim. Me aproveitei de suas personalidades e me juntei ao grupo para poder matá-lo as escondidas. Infelizmente Goldcraw estava me observando enquanto planejava fazer-lhe uma emboscada! Maldito lobo traidor...

— Você não vai se safar disso! EU VOU TE IMPEDIR!

— Vai, é? Hehe... sabia que a personalidade caótica de Son me aceitou! Daí é fácil chegar a uma conclusão, humano. Fiz isso porque a oferta de Piece 1 de matar a todos os humanos e poder fazer o que quiser com os humanos foi muito, muito tentadora. 

O que estava acontecendo? Era isso mesmo que Ethan havia entendido? Nomed na verdade era aliado de Piece 1? E o corvo, sorridente, diz:

— Já deve ter entendido não? Isso mesmo. Son não passa de um lunático fantoche, onde o uso para conseguir o que eu quero a mando de Piece 1, Hahahaha!

— SEU MISERÁVEL! VOCÊ É UM MONSTRO!

— Hehehe... foi a mesma coisa que sua amiguinha falou.

— Son... Ele vai saber sobre seus planos! 

— Não, não vai. E já estou farto de você...- Disse, agarrando Ethan pelo pescoço.

Longe de todos durante toda a conversa, Nomed parecia ter o controle da situação, sendo seguido por Son. Porém, inesperadamente, ele é atacado por uma rajada de ventos. Era Lupa, disposta a lutar contra ele. Ela já empunhava de sua enorme foice, já suja com sangue. Son, se equilibrando e surpreso com a sua presença, diz:

— Lupa? Ora, que surpresa... Piece 1 deve estar desesperado. Mandou a própria filha para lutar... e sucumbir! Hahahaha!

— Son... você ainda vive... mas não por muito tempo... eu garanto... - Disse Lula, limpando o sangue de sua foice.

— Irá lutar comigo? É isso que deseja?

— Eu estou aqui... para exterminá-lo...

— Compreendo... Mais uma das ordens de seu pai, não? Pobre filhote...

— Você é um erro... - Disse, partindo para cima de Son.

E começam a lutar. Lupa tenta o atingir com seus ventos, mas Son consegue voar para longe do seu raio de ação. Ela não desiste, pulando em sua direção. Son então concentra um de seus golpes. Logo labaretas surgem de suas mãos e as arremessa contra Lupa, que usa a própria foice como escudo. Enfim, a luta seguia terrível. Ryoga, que estava deitado, se levanta com certa dificuldade e se aproxima de Kaede. Se abaixou, a coloca em seus colo. E ele comenta:

— Kaede... as coisas estão piores do que pensávamos. Agora essa lobinha aparece, Son também... esse corvo do belzebu levando Ethan...

— Temo que desta vez nenhum de nós consiga... sair daqui... vivos...

— Será a última luta? Kaede, eu não quero morrer aqui!

— Não vamos morrer sem lutar... Me ajude a me levantar... Precisamos sair daqui... Ethan, você e eu...

— Mas como, minha filha? Tu ainda não percebe que tudo aqui parece até roteiro do Kojima? 

— Temos que tentar, Ryoga... Só que precisamos nos reagrupar. Nossos inimigos... São fortes...

Realmente a situação era desfavorável para tudo. Ryoga então carregava Kaede nas costas com muita dificuldade. Por estar muito fraco, o jovem acaba tropeçando e os dois vão ao chão, com Kaede dizendo:

— É inútil... estamos muito fracos... para continuar...

— Mano do céu... Como é que fica agora?! Kaede... Estamos um bagaço mesmo. O corvão aí fez um belo estrago na gente...

E diante o cenário fora de controle que estavam, ficaram em silêncio por alguns instantes, com Kaede dizendo:

— Ryoga...

— Sim?

— Ethan vai vencer... Ele se esforçou para treinar o Maratsu-Kyoken...

— Mas Kaede...

— ELE VAI VENCER! ELE VAI! REPETE!

— Hã? Mas...

— DIZ, RYOGA!

— O Ethan vai vencer...

— Isso...

— ELE VAI! ETHAN, ESFOLA ESSE PASSARINHO TREVOSO DO INFERNO! ACABA COM ELE! 

Com os votos de sucesso de seus amigos, Ethan se encontrava no pior momento. Nomed o atacava ferozmente, o golpeando no abdômen. Ele cai, mas se levanta rapidamente. Nomed, confiante na luta, diz:

— Miséria... Miséria... Miséria... Nada mais que isso. Verme, você deveria ter se colocado em sua insignificância nesse mundo. Viveria como um verme que é, mas ainda assim viveria.

— Não... nunca irei perder para um ser despresível como você! São pessoas como você que denigrem nosso planeta, prestando para fazer o sofrimento alheio. A troco de que? Somente prazer!

— Exatamente! Por isso estou disposto a me submeter a Piece 1!

E como surpresas não eram o bastante, se ouve uma voz grossa pelo jardim onde Nomed esmurrava Ethan:

— EU SABIA, SEU TRAIDOR!

Era Goldcraw, já munido de sua espada. O corvo fica atônito, mas não mostrou terror e, com um sorriso no rosto, diz:

— Goldcraw, lobo das garras douradas... Gostei da aparição repentina. Clichê, mas eficaz...

— Eu ouvi tudo, seu miserável! Agora quem luta sou eu! Ethan, vá ajudar seus amigos! - Disse o lobo, tirando sua espada da bainha.

— Não quero! Esse cara tem que pagar!

— Ethan, respeito você como oponente. Mas Nomed tem contar a pagar comigo... Eu insisto.

Ethan compreendeu que o lupino tinha mesmo interesse em lutar com Nomed... ou talvez até mais coisas. Entendendo parcialmente o contexto, ele diz:

— Tudo bem... Isso deixar que resolva a seu modo - Disse, correndo em direção aos seus amigos - Er... Goldcraw?

— Sim?

— Não o mate. Já chega de mortes. Eu o odeio mais do que qualquer coisa, mas ele não precisa morrer.

— Hm... irei tentar. Esse infeliz precisa pagar... E Ethan, preciso falar com você depois... então não morra!

— Tudo bem...

 Rapidamente Ethan foi a encontro de seus amigos, enquanto Goldcraw resolvia seus assuntos com Nomed e, do outro lado, Son era confrontado por Lupa. Duas lutas, duas decisões. E uma afirmação: tudo iria mudar dependendo do resultado.

Continua.