O cenário criado para os personagens foram inspirados em Fatal Frame, um jogo de terror para Playstation 2.
Ryoga, diante de todos os acontecimentos, não tinha lá uma ideia do que fazer. Uma jovem despida, com lindas asas brancas... Não fazia o menor sentido dela estar na mansão. Quando finalmente o humano se colocou em juízo, olhou para Alisia dizendo:
— Garota... Olha... Mina, o que você tá fazendo num lugar como esse?!
— Eu não sei do que você está falando...
— E outra coisa: você com essas asas aí... Tu é uma Anis, não é?
— Sim... Sou um corvo.
— COMO É?! No duro? Cara...
— Si-sim. Por que?
— Asas brancas? Corvos tem penas pretas... Sem ofensas, tá? Nessa mania de cancelamento aí...
— Hã? O que... Ah... Onde estou?
— Não sei também. Parece que o passarinho lá de cima deu uma de polvo e me trouxe pra cá... Esse cara tem uns gostos meio zuado...
— Ah... Você está sozinho aqui?
— Meus amigos também estavam comigo a pouco, mas não sei pra onde foram... Na certa estão resolvendo suas diferenças...
— Amigos? O quê é isso?
—Putz... Tá carente mesmo, hein? Amigos são pessoas que se importam uma com as outras.
— Não entendo... Eles te obedecem por sua superioridade?
— O que?! Não! Tipo, a gente se importa sem querer nada em troca, saca?
— O que é se importar com os outros?
— Gostar, cuidar, conversar, querer o bem, falar abobrinha... Entendeu?
— Mais... ou menos. Só não entendo por que sentir isso...
— *Cara, que situação! Será que ela é um bebê ou coisa assim?!* Simplesmente acontece. Estou te ajudando agora, logo já sou algo perto de um amigo pra você, anjo. Putz, pareço a Heaven falando, hehehe...
Depois da breve conversa, Ryoga a ajuda a caminhar, indo até um dos corredores do ligar. E logo avistam uma porta, com o jovem dizendo:
— Você que é da casa, me diga: onde estamos?
— Não sei.
— Não sabe? Como assim?!
— Estava em um centro... com humanos de branco... e só...
— Tô vendo que você é mais um dos inúmeros animais presos naquele centro.
A constatação de Ryoga parecia a mais correta possível.
Enquanto isso...
Ethan andava com todo cuidado possível naquele lugar úmido e desconfortável. A sensação que tinha, após alguns minutos de caminhada, faça a impressão de andar em cículos. Como nada podia fazer, resolveu sentar-se. O jovem, descontente, diz:
— Bem, como estou seguro vou tentar pensar em uma forma de sair daqui. Tomara que Ryoga e Kaede estejam bem... Mas o que devo fazer? O sinal do celular não funciona aqui...
Mas depois de esperar alguns minutos, logo houve um ruído como se fosse um assobio. Repara de que já não está mais sozinho, dizendo:
— Quem está aí? Aparece!
E uma figura aparece. Segurava uma espada, que era uma Rapier (parecida com uma espada de esgrima). Andava vagarosamente em direção a Ethan. Assobiava uma melodia triste. E com Ethan olhando para a frente, a suposta pessoa diz:
— Humano, já não estás sozinho neste recinto. Sou seu adversário e é uma honra lutar contra você.
— O que?! Quem é você?
A figura era um lobo antropomórfico. Sua pelugem era negra, seus olhos eram verdes e suas garras eram douradas, reluzentes que chamavam mesmo atenção.
— Seja bem vindo, humano. Me chamo Goldcraw. Sinto dizer mas terá de me vencer se quiser sair daqui.
— Mas porque tudo isso?
— Son deseja fazer uma peleja memorável com os humanos que desafiaram Piece 1. Vencê-los irá engrandecer ainda mais a Tríade. E mostraremos a Piece 1 o quanto podemos ser mais eficientes que eles.
— Mas ambos querem a mesma coisa. Porque essa guerra paralela?
— Conflitos ideológicos... Isso lhe é familiar? Interesses distintos separam nações, sabia?
— Já vi que nada posso fazer para que mude de idéia...
— E porque pensas assim? As melhores ideias se iniciam em discussões entre pessoas sábias...
— Vindo de um Anis isso soa estranho...
— Aviso que não poderei deixá-lo vivo. é contra meus princípios, pois sou um assassino de profissão.
Isso sim foi um fato que surpreendeu Ethan, que diz:
— Espere... Profissão?!
— Sim. Trabalho também para humanos. Pagam-me bem, pois sou eficiente.
— Humanos lhe pagam? Mas como pode ser?
— O mundo ao qual vivemos está em constante mudança. Eu não renego humanos e nenhuma forma de vida. Minha carreira se estende por todo o Japão. Um assassino nada mais é que alguém sem rosto, então humanos me procuram...
— Nenhum humano teria contato com Anis! Eu não acredito nisso!
— Jovem humano... Vós conheceis pouco teu próprio mundo.
— Mas porque então está junto com Son?
— É meu amigo. E sou um Anis honrado e eu lhe devo favores... Então, humano... Pegue essa espada e vamos duelar!
Retirando uma espada japonesa da bainha, o lobo entrega a Ethan. Ele, impressionado por sua honra, pergunta:
— Como sabe que sei manusear uma espada? E porque esse cuidado em conversar comigo?
— Sua postura em luta denunciou tal detalhe. E mesmo o pior dos inimigos merece ter um fim digno. Prepare-se!
E Ethan coloca-se em base de luta. Goldcraw passou a andar de forma lenta a encontro a ele, tomando a iniciativa do ataque: ataca-o da direita para a esquerda, visando seu dorso, mas o jovem consegue se defender com sua espada. Ethan corre então ao redor do lobo, este concentrado, tentando confundi-lo usando movimentos de finta como ensinado por Maeti. Mas o lobo parece determinado, com uma postura que arremetia a esgrima francesa. Ethan para por alguns instantes e pensa:
— *Sua defesa é perfeita. Coloca sua espada a frente do corpo com uma das mãos e espera atacá-lo. Tem a ajuda da outra mão para me atacar. Seu estilo de luta é imprevisível, não deixando espaços para atingí-lo. E agora?*
O lobo, com um leve sorriso, diz:
— Humano, não vai mais me atacar? Bem, então irei eu.
O lupino era maior que Ethan, fato. Mas ele não mostrava medo e o encarava como igual. Goldcraw investe novamente contra o humano, desferindo golpes com sua espada. Mas Ethan consegue se esquivar com certa facilidade. Porém, o lobo diz:
— Ethan... até que não luta mal, sabia? Mesmo para um iniciante...
— Sabe meu nome, não é?
— Sei sim. Não tem como não saber, estando Piece 1 irritado com suas ações.
— Um dia me defrontarei com ele. Mas para isso, terei que quebrar uma promessa.
— Uma promessa?
— Sim. Uma Anis que gosto muito pediu para nunca lutar contra ele. Mas as coisas mudaram e acho que isso é inevitável.
— Entendo. Não sabia que tinha este compromisso para com Piece 1. Bem, caso perca esta batalha, não o matarei, por respeito a sua coragem.
— Obrigado. Você ganhou pontos comigo.
— O mesmo digo eu, mas a luta não terminou. AHHH - Disse, partindo para cima de Ethan novamente...
Enquanto isso, em uma outra parte da mansão...
Kaede estava em sérios apuros. A bela jovem lutava bravamente contra Nomed mas, apesar de seus esforços, não conseguia atingí-lo dando sinais claros de cansaço. O Anis, imponente sobre uma rocha, como os braços cruzados, diz:
— Jovem, eu estou me deliciando com a sua crença de me vencer em combate. E estou contemplando sua beleza... Mal posso esperar para beber de seu sangue.
— O QUE!? SEU MANÍACO!
— Hahaha! É divertido vê-la surtar com minhas atitudes! Hahahaha!
— EU NÃO IREI DEIXAR QUE SEQUER TOQUE EM MIM!
— Ah... Prazer. Um hobby que desenvolvi depois de ter conseguido sair daquele centro... A vida é para ser dessa forma: prazer... em causar o caos e sofrimento...
— É UM SÁDICO! UM MONSTRO DOENTIO!
— Hm... chame do que quiser. Sua vida está selada. Já não consegue lutar como antes, pois está cansada... Você tem duas escolhas: lutar e ser humilhada, porque eu vou te castigar... ou simplesmente se deixar ser castigada! Hahaha!
Nem foi preciso dizer o que Kaede escolheu em fazer. Mas ela mesma colocou sua condição:
— Ou eu posso simplesmente... TE DESTRUIR TOTALMENTE, SEU MISERÁVEL!
Ela então corre em direção a nomed, que se esquiva dos golpes com facilidade. Ao primeiro vacilo de Kaede, ele aplica-lhe um soco em sua barriga, fazendo-a sentir dor e, a surpreendendo, executou um chute poderoso, este em seu rosto, que a faz se desequilibrar e vai ao chão. Agora sangrando pela boca, Kaede o olha com raiva, dizendo:
— SEU MISERÁVEL! VOU ACABAR COM VOCÊ!
— Ora, ora... Para quem me acertara anteriormente e mostrava certa arrogância, esta sua expressão de raiva e este seu sangramento veio bem a calhar, não acha? Que paradóxo...
— VAI PRA O INFERNO!
E Kaede levanta-se e leva o pedaço de galho a frente de seu corpo. Nomed não recuou e a ataca rapídamente. A jovem, assim que estava prestes a ser alvejada, se esquiva milagrosamente, causando espanto em Nomed e lhe aplica uma de suas técnicas:
— MARATSU-KYO-RAY!
A ponta do galho atinge o dorso de Nomed na altura de seu coração. Com o golpe, imediatamente um sangramento pela boca ocorre em Nomed, a frente de Kaede. Ele, agora se levantando, diz:
— Jovem, não sabe com quem está se metendo... Estava brincado até agora, mas este golpe me machucou...
— Golpe proibido do Maratsu-Kyoken... Atingi o ponto de pressão de seu coração, fazendo pressionar suas artérias. R fosse um humano já estaria morto... Mas como é um Anis asqueroso e nojento, eu não me arrependo nem um pouco de usar esse golpe. Acho melhor começar a me levar a sério, pois esta jovem está disposta a lhe derrotar, seu doente!
— Você também é muito arrogante. Tudo bem, lutarei a sério agora - Disse Nomed, limpando o rosto.
A luta parecia ter seu início. O Anis já mostrava um olhar diferente. E Kaede percebeu isso.
Enquanto isso, voltando a Ryoga...
Caminhando com um pouco de dificuldade, ele levava a Alisia em seus braços e, após um bom tempo, acabam chegando em uma outra sala, esta cheia de monitores desligados. Ryoga, confuso como sempre, pergunta:
— Alísia, que sala é essa?
— Não sei...
— Ah, é.. você não sabe de nada. Desculpa...
E curioso com só ele era, verificou cada botão do painel. Por sorte, apertou um que liga a todos os monitores, que mostravam praticamente todas as salas da mansão. Mas Ryoga logo percebe que quatro monitores não faziam a transmissão da casa. Se aproximou então destes e os liga e, para seu espanto, o primeiro que liga mostra Ethan lutando com um lobo negro.
— Caraca, mano... É O ETHAN! E ele tá lutando contra um lobo?! vai lá Ethan! Acaba com esse pulgento! Isso aí, pau nele!
E logo o outro monitor acende, mostrando a luta de Kaede, mas... Deixemos que Ryoga descreva.
— Kaede? Mas... Que sangue é esse? O que ele fez? Ela está caída?! Kaede... perdeu a luta dela? Ele... Esse cara com as asas pretas... Ele está com as mãos sujas de sangue... e ele está lambendo?! KAEDE!
Continua.