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Tempo estimado de leitura: 7 minutos
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Avisos:
(1) ? Harry Potter e seus personagens não me pertencem. E sim a J.K. Rowling.
(2) ? Essa é uma história Slash, ou seja, relacionamento Homem x Homem. Se não gosta
ou se sente ofendido é muito simples: Não leia.
Nota da Autora: Oi! Mais um projeto que iniciei. É uma fanfic Yaoi, e terá como casal,
Sirius/Remus (Wolfstar). Se não gosta, por favor, não comente. Se gosta, tenho todo o
prazer em ler seus comentários e de responder. Bjs
Uma boa leitura a todos ^^
Sentado na cadeira de baloiço, em frente a um belo jardim, repleto de árvores e flores de todas as formas e cores, Remus observava o pequeno em seus braços. Harry, filho de seus melhores amigos, se encontrava adormecido. Sua boca se remexia, como se estivesse chuchando uma chupeta, embora já a tivesse largado há algum tempo. Seus olhos vagueavam pela cicatriz em forma de raio, uma marca daquela noite fatídica.
Depois do assassinato de James e Lily às mãos de Lord Voldemort, tinha perdido quase tudo. Seu companheiro, Sirius, quase enlouquecera pela dor ao ver os corpos frios e sem vida de seus amigos.
Durante dias, Sirius procurara por Peter nas ruas de Londres, deixando-o sem notícias. Não tinha sabido de nada dele, se estava bem, se estava ferido, o que o tinha angustiado profundamente.
Seu companheiro encontrara o rato traidor, por acaso, em um beco abandonado e lutaram com todas suas forças. Ferira Peter com gravidade no peito e estava pronto para levantar a varinha para terminar com sua miserável vida quando apareceu um grupo de Aurors, alertados pelo alto nível de magia praticado no local, que o desarmara. Fora levado para St. Mungus, onde passara uma semana inteira em recuperação. O choque de ter perdido seus amigos e de ter tido uma luta intensa quase o fizeram perder toda sua magia.
Ele tinha sido a pessoa que mais o visitara naquele lugar frio e com odor a desinfetante, que afetava seu nariz. Não conseguia deixá-lo sozinho naquele momento.
Esse também era um dos motivos pelo qual Sirius odiava hospitais, o nariz era demasiado sensível ao odor graças ao seu animago. Sem mencionar a dor, o sofrimento vividos pelos pacientes e seus familiares.
Sirius só fora autorizado a sair da cama para assistir ao funeral de James e Lily. E tinha sido muito difícil convencer os medibruxos a deixá-lo ir. Remus, no início, ficara reticente, mas não podia deixar seu companheiro se despedir de seus amigos, por uma ultima vez.
Tinha sido um dos momentos mais difíceis de sua vida. E, também, testemunhar em tribunal contra o rato traidor, Peter, que recebera uma sentença perpétua em Azkaban. Nunca pensaram que alguém tão próximo os pudesse trair, mas tinha sido feita justiça.
Depois disso, Sirius tinha ido a Hogwarts e exigira saber de Dumbledore onde estava seu afilhado. O diretor não queria contar onde tinha deixado Harry, mas uma visita de Madame Bones com um esquadrão de Aurors o fez mudar de ideia. Ao chegar ao número 4 de Privet Drive, tivera de ser segurado por algumas pessoas para não acabar com os Muggles com suas próprias mãos.
Seu afilhado tinha sido encontrado trancado, no armário debaixo das escadas, chorando de fome. Usava as mesmas roupas que Lily o tinha vestido na noite de Halloween, um pijama azul bebê com riscas negras. Suas bochechas estavam molhadas e vermelhas pelo esforço de chorar durante tanto tempo. Sua fralda estava inchada e molhada por não ser trocada com regularidade e suas nádegas estavam vermelhas pelas assaduras.
Os Aurors, ao verem um caso chocante de abuso infantil contra uma criança mágica, chamaram as autoridades Muggles, que levaram os Dursleys para a prisão não mágica. Embora os Dursleys soubessem da existência da magia, não podiam ser condenados a Azkaban, por mais que o crime contra a criança mágica fosse severo e por mais que o merecessem.
O filho de ambos tinha ido para um orfanato, onde ficaria até ser encontrada uma boa família de acolhimento. A criança não tinha culpa das atrocidades cometidas pelos pais.
Harry tinha ficado uns dias em um hospital Muggle, sendo examinado e tratado. Durante esse tempo, Sirius lutara no Wizengamot, conseguindo a custódia de seu afilhado. Quando fora buscá-lo, seu menino já estava mais saudável e gorducho. Ao vê-lo, Harry se remexeu, batendo com os punhos no ar e balbuciando: “Pafoot!”, “Pafoot!”. Ao pegar nele ao colo, seu afilhado bateu com o pequeno punho em seu peito, soltando gritinhos incompreensíveis. Sirius tinha sentido seus olhos se enchendo de lágrimas pela emoção. Tinha seu menino junto a si.
Remus tinha estado em um estado de nervos durante todo aquele tempo. Não pudera visitar seu filhote, não queria que os bruxos puro sangue fossem contra a adoção de Sirius. Não saberia o que faria se perdesse seu filhote só pela maldade dos bruxos.
Seu lobo interior uivava de saudades, e de vingança, querendo Harry a seu lado, protegê-lo de tudo e todos e, ao mesmo tempo rasgar com seus dentes as gargantas dos Muggles que machucaram seu filhote. Só se acalmara quando Sirius chegara a casa com o bebê em seus braços.
Escutou passos atrás de si, o tirando de seus pensamentos, e a voz de Sirius falou em seu ouvido:
- Você está bem, Moony?
- Sim, Siri. – Respondeu, se virando para ele – Estou bem. Estava só recordando como Harry veio parar à nossa família.
- Está quase fazendo um ano que eles se foram. – Comentou Sirius, um nó se formando em sua garganta. – O tempo passou muito rápido. Harry já tem dois anos….
Se interrompeu, sem saber como continuar e Remus acenou, compreensivo.
- Entendo o que quer dizer. – Era James e Lily que deveriam estar tomando conta de Harry, ajudando a alimentar-se, contando histórias para adormecer, brincando com ele, ensinando Quidditch, no caso de James. Mas um ser malvado, desumano, decidiu destruir mais uma família. Harry fazia parte das dezenas, senão centenas, de famílias destruídas às mãos de Lord Voldemort.
Sirius se sentou a seu lado, observando como Harry estremecia antes de acordar. Os olhos esmeralda, tão semelhantes aos de sua mãe, se focaram neles. O pequeno esfregou os olhos, se espreguiçando e bocejando.
- Teve uma boa soneca, foi? – Perguntou Remus, amavelmente, vendo Harry dar um largo sorriso e soltar umas palavras desconexas.
Harry ainda não falava muito, eles achavam que fosse um trauma, mais uma das consequências do ataque. Um dos palpites mais prováveis era que Harry tinha assistido ao assassinato de sua mãe, embora não tivesse compreendido a gravidade da situação.
Mas fariam de tudo para que Harry se pudesse recuperar. Lhe dariam muito amor, carinho e, principalmente, atenção. Era o que uma criança pequena mais precisava.
Remus sentiu as mãos de seu companheiro acariciando seus cabelos e seu lobo interior ronronou com o toque. Ignorando os pequenos tremores de seu corpo, perguntou a Harry:
- Está com fome? - O pequeno acenou antes de Sirius chamar um elfo - que tinha comprado a uma família puro sangue - que lhe trouxe um prato com uma papa de maçã. Harry não era esquisito com a comida, adorava tudo o que lhe pusessem no prato e estava sempre curioso para experimentar alimentos novos.
Remus se levantou e transfigurou a cadeira de balanço em uma cadeira de bebê, onde sentou Harry. Pousou o prato à frente dele e lhe ofereceu uma colher, que Harry pegou com pouca firmeza. Se colocou a seu lado, o ajudando a comer.
Sirius se encontrou à parede da casa, observando sua família e agradeçendo a Merlin por tê-los em sua vida. Nem queria imaginar o que seria dele se tivesse conseguido matar Peter, provavelmente estaria em uma cela imunda em Azkaban, perdendo a vontade de viver a cada dia, sendo o alimento dos Dementors. E Harry continuaria sendo maltratado pelos Muggles.
Estremeceu com esses pensamentos, não sabia se teria sobrevivido sem as pessoas que mais amava. Viu como Harry se esforçava em colocar a colher na boca, deixando escapar um pouco de papa pelos cantos dos lábios, e sujando sua camiseta.
- Parece que alguém vai tomar banho a seguir. - Comentou Remus, casualmente, enquanto transfigurava um guardanapo. Escutaram a risada cristalina de Harry, seus corações se enchendo de alegria. Sem ele, suas vidas seriam monótonas, vazias.
Harry era a razão de suas existências.
FIM