Tudo Ocorre Por Uma Razão - Drarry.Scorbus (completa)

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    Capítulo 3

    Capitulo 3

    Homossexualidade

    Nota da Autora: Oi! Esse é o ultimo capítulo da fic. Aqui saberão como James reagirá ao relacionamento de Scorpius e Albus, entre outras coisas. Espero que gostem. Bjs emoticon

    Lily caminhava de um lado para o outro pelo quarto de Scorpius, como uma fera enjaulada. Seus cabelos ruivos, normalmente bem penteados, estavam descabelados, parecendo que tinha uma juba no topo da cabeça. Seu rosto estava vermelho de tanto gritar com James, tentando colocar algum juízo em sua cabeça. Ela sentia os nervos à flor da pele. Estava chocada com os pensamentos retrógrados e sem sentido de seu irmão mais velho. James estava sentado na poltrona de tecido chenille, de cor castanha, e observava distraidamente os posters do time de  Caerphilly Catapults, do País de Gales, que estavam afixados na parede branca do quarto. Os jogadores estavam sentados em suas vassouras, vestidos com vestes com listras verde-claras e vermelhas. Do que ele tinha lido em “Quadribol através dos Séculos”, sabia que o time incluía 18 vitórias em campeonatos da Liga e um famoso triunfo na final da Taça Europeia, em 1956, quando derrotou a equipe norueguesa Papagaios de Karasjok.

    Tinha uma das orelhas tapadas com uma mão e acariciava delicadamente o tímpano da outra. Suas feições estavam tensas e pensava em tudo o que Lily tinha dito. Sua irmã tinha gritado um discurso em que ele era “um garoto idiota, mimado e homofóbico”, que “tinha medo do que os outros falariam dele” e “ para ele era mais importante a fama do que a felicidade de papai”. James tentou negar as acusações, mas percebeu que Lily tinha razão. Ele tinha receio do que seus amigos pensariam dele, como o tratariam dali para a frente ao saberem que, seu pai, o herói do Mundo Mágico era gay. Conhecia casos de colegas que foram obrigados a abandonarem Hogwarts, pois não aguentavam as piadinhas que os outros faziam sobre suas famílias. E o sobrenome Potter era importante na sociedade para que houvesse um escândalo. Seria exatamente como há oito meses atrás, quando sua mãe saiu de casa. Todos iriam escrever cartas, querendo saber mais, os repórteres fariam de tudo para ter uma entrevista com eles. Suas cartas teriam de ser confiscadas, seria novamente aquele inferno que ele e seus irmãos tinham vivido, e não queria passar por aquilo novamente.

    Sabia que tio Ron e sua mãe reagiriam mal se seu pai e Malfoy quisessem ter um relacionamento. Eles odiavam os Malfoys, não tinham esquecido o que Draco e Lucius tinham feito com eles. As humilhações, o Diário de Tom Riddle...havia muitas desavenças entre suas famílias, demasiadas para serem perdoadas.

    Tia Mione reagiria com sensatez, tentando saber como tudo aconteceu e, de certeza, pela amizade e o carinho que sentia por seu pai, que os apoiaria. Ela, mesmo não tendo falado abertamente, tinha detestado quando sua mãe abandonado seu marido e seus filhos.

    Vovó Molly e vovô Arthur, que gostavam de Harry como um filho, também iriam apoiar, pois só queriam o bem dele. Talvez depois de algumas conversas e discussões, mas era normal, pois ficariam preocupados.

    Tio George lançaria uma de suas invenções contra Malfoy, que ficaria irritado e xingaria todos os Weasleys à face da Terra. Mas, se conversassem com ele seriamente, entenderia.

    Os restantes Weasleys, tal como Teddy, depois de saberem do relacionamento, tentariam descobrir se haviam sido utilizadas maldições imperdoáveis, tentariam acalmar os ânimos entre seus familiares, ameaçariam Malfoy para que não machucasse Harry, que o adoravam como um irmão (ou pai), e os apoiariam. Tudo ficaria bem no final. Se sua própria família iria aceitar o relacionamento, pela felicidade de Harry, porque ele também não podia aceitar?

    Respirou fundo, colocando suas ideias em ordem e falou:

    ­ – Tá bom. - Lily parou de andar e olhou para seu irmão, ansiosa. Ele olhou para sua irmã e continuou:

    ­ – Eu posso tentar aceitar a relação deles. Mas só isso. Não irei chamar o doninha júnior de “irmão”. Já me chega vocês dois.

     – Cala a boca, James. - Falou Lily, se sentindo aliviada pela aceitação de seu irmão. Ela sabia que papai e o senhor Malfoy iriam precisar de muito apoio. Afinal, eles tinham lutado um contra o outro no passado e Malfoy tinha pertencido aos Comensais da Morte, mesmo tendo sido obrigado. - Você é pior que a gente.

    ­ – Mas vocês me amam, eu sei. - James comentou, convencido e Lily riu. Seu irmão podia ser um cabeça dura, mas amava seu pai e iria decidir pelo melhor, só precisava de levar um empurrão. Escutaram passos do lado de fora e a porta do quarto foi entreaberta. A cabeça do senhor Malfoy assomou à porta e, vendo somente eles, franziu o sobrolho e perguntou:

    – Crianças, onde está meu filho?

    – A gente não sabe. - Falou Lily, olhando com carinho para Draco. A porta foi aberta e os perfis de Harry e Draco apareceram. James, percebendo a mão de Harry atrás das costas de Draco, sorriu maliciosamente para eles e comentou:

    ­ – Estou muito contente que tenham decidido namorar, mas não me peçam para chamar o senhor Malfoy de papai. Tenho que admitir que seria esquisito demais.

    ­ – O que você falou, James? - Perguntou seu pai, admirado, enquanto Lily abafava um risinho. Os rostos dos dois homens mostravam o choque que sentiam com as palavras dele. Como sabiam que eles estavam namorando? Eles tinham começado a namorar somente à uma hora atrás. Ninguém podia saber, pelo menos pelos meios legais. Harry, mesmo em choque, estava pronto para perguntar como eles tinham obtido aquela informação, quando Draco se recuperou primeiro e perguntou, astutamente:

    ­ – Como você soube? - Lily sorriu, feliz com a revelação. - A gente ainda não contou para ninguém.

    Sem esperar pela resposta, ela correu para Draco e Harry e os abraçou entusiasticamente, aquelas palavras tinham dito tudo. Harry riu com a reação animada de sua filha, um riso rouco e sensual, que arrepiou os pelos da nuca de Draco. Eles olharam para James, que brincou com seu cabelo, o despenteando ainda mais e comentou, divertido:

    – A gente não sabia, vocês acabaram de confessar. – Vendo os rostos incrédulos dos adultos, continuou – Não foi difícil de especular, afinal vocês estavam se agarrando muito entusiasticamente no gabinete.

    Um rubor intenso percorreu os rostos dos dois homens, que perceberam que tinham sido flagrados. James gargalhou ao ver a reação deles e Lily falou, satisfeita:

    – Estou tão feliz por vocês. Merecem tanto ficar juntos e serem felizes.

    – Obrigado, meu amor. - Agradeceu Harry, se recuperando aos poucos, enquanto acariciava os cabelos acajú de sua filha. Não acreditava que seus filhos sabiam que eles se amavam e que estavam reagindo bem. Pensava que James iria ser contra, que teriam discussões, mas estava reagindo melhor do que esperava. Pelo modo orgulho que Lily observava seu irmão, percebeu que ela tinha sido de muita importância para que ele aceitasse sem implicações. Beijou o topo da cabeça de Lily e sussurrou:

    ­ – Obrigado. - Ela olhou para o pai, percebendo que ele estava agradecendo por causa de James e respondeu:

    ­ – De nada. - Draco tocou na mão de Lily e a apertou delicadamente, em agradecimento, fazendo com que ela sorrisse amorosamente para ele. Não estando habituado a ser tocado tão carinhosamente por outras pessoas e, se sentindo um pouco incomodado, pigarreou, e se afastou lentamente, dizendo:

    ­ – Precisamos encontrar Scorpius.

    ­ – E Albus também. - Adicionou Harry, ficando preocupado com o sumiço de seu filho. Já não o via há algum tempo e precisava de saber se ele estava bem. James se levantou e saíram todos do quarto. De varinha em punho, os dois homens abriam as portas das habitações e espreitavam para dentro, mas estavam vazias. Draco comentou, para se acalmar:

    – Nada de ruim aconteceu com eles. As proteções da Mansão me teriam avisado se algo tivesse acontecido. Eles devem estar escondidos. – Harry agarrou a mão de seu companheiro e a apertou com delicadeza, lhe transmitindo serenidade, e falou:

    – A gente já vai encontrá-los, não se preocupe. Provavelmente devem estar na biblioteca ou no jardim com os outros convidados, não? – Perguntou para Draco, que pensou um pouco e chamou:

    – Masky! –O elfo apareceu à frente deles com um suave “pop” e fez uma reverência, enquanto perguntava com voz esganiçada:

    – Que desejam, senhores?

    – Você sabe onde estão Albus e Scorpius? - Perguntou Draco, com voz firme, mas sentindo seu corpo tremer, receoso de que algo de muito ruim tenha acontecido com os dois garotos, na sua própria casa.

    – Não senhor. - Falou o elfo, assustado, percebendo a aflição de seu amo. – Não os vejo desde que trouxe os meninos para o quarto.

    E apontou para James e Lily, que tinham os rostos franzidos de preocupação. Draco suspirou, afastando seu cabelo da frente dos olhos, e pediu:

    – Vá ver se eles estão na biblioteca e no jardim. E me informe de imediato.

    – Sim, senhor. – Respondeu o elfo e sumiu. Draco abriu mais uma porta e espreitou para dentro.

    – Você não tem nenhuma proteção em redor de seu filho? – Perguntou Harry – Pensava que os Malfoys usavam Magia Antiga para protegerem seus familiares.

    – Normalmente utilizo. – Informou ele, fechando a porta e se encaminhando para outra, seus cabelos loiros se despenteando pelas vezes que passava a mão. – Mas retiro quando ele está na Mansão. Afinal, ele já não é nenhuma criança. E nossa família já não recebe ameaças há muitos anos, pensei que estava tudo bem.

    – Talvez a gente esteja exagerando. – Comentou James, tentando acalmar todos eles. – Eles podem estar em segurança dentro de algumas dessas habitações.

    Antes que alguém pudesse replicar, o elfo apareceu novamente e, fazendo uma reverência enquanto abaixava as orelhas, falou:

    – Lamento, senhores, mas não encontrei os meninos. – Os dois homens apertaram suas mãos, transmitindo força, enquanto James e Lily fitavam o elfo, preocupado. Draco ordenou, friamente:

    – Volte para seus afazeres.

    – Sim, senhor. – Respondeu Masky, fazendo uma ultima reverência, e desaparatou. Draco aumentou seus passos e virou o corredor. Todos o seguiram, percebendo a determinação em suas feições. Passaram por uma porta, quando escutaram um gemido baixo. Pararam de repente, atentos, tentando escutar mais barulhos. Um novo gemido, um pouco mais alto se fez ouvir e Harry, automaticamente, apontou a varinha para a porta e ordenou:

    – Alohomorra! – A porta se abriu um pouco e todos entraram de supetão, observando atónitos, a cena á frente deles. Scorpius e Albus estavam sentados um à frente do outro, de cabelos despenteados e feições ruborizadas. As roupas de ambos estavam amassadas e Scorpius tinha uma de suas mãos dentro da camiseta de Albus. Os dois garotos se afastaram, assustados, e observaram sua família. James, percebendo o que estava acontecendo, gritou:

    – QUÊ!? Vocês também. – Pálido, olhou para a irmã, que observava os dois garotos com um pequeno sorriso no rosto e exclamou, dramaticamente – Lily! Eles também!? Oh, Merlin! Isso é demais para meu emocional!

    – James, tenha calma. – Ordenou Lily – Lembre-se do que a gente falou. O mais importante é a felicidade de nossa família, não o que os outros pensam. Mas eu não acho esquisito. – Continuou – Afinal, eu reparava nos olhares que vocês trocavam sempre que estavam sozinhos.

    – Lily! – Gritou Albus, envergonhado, enquanto Scorpius se ria a seu lado.

    – Eles são mesmo tapados. – Comentou ela, naturalmente, abanando a cabeça. Draco observava a cena de braços cruzados e perguntou, seriamente:

    – Meninos, isso é o que a gente está pensando? – Os dois garotos hesitaram, enquanto todos esperavam, ansiosos, pela resposta e Albus disse:

    – Sim. – Hesitou, mas concluiu – A gente está namorando.

    – Vocês também? – Perguntou James, e continuou com o drama – Papai está namorando um Malfoy, meu irmão também. Só eu estou sozinho.

    Scorpius e Albus fitaram seus pais com espanto, que sorriram com timidez.

    – Isso é que você diz. – Repreendeu Lily, cruzando os braços e olhando reprovadoramente para ele – Você não me pareceu sozinho quando estava se agarrando com aquelas garotas no jardim.

    – Bom… – Começou James, mas parou de falar ao ver que todo o mundo ria. ­– Eu gosto da companhia feminina.

    – Claro, claro… – Falou Lily, sarcasticamente. Revirou os olhos com as palavras de seu irmão e correu para os dois garotos, os abraçando entusiasticamente. Beijou as bochechas de cada um e exclamou:

    – Que maravilha! Vocês também estão juntos! Estou tão feliz! Parabéns!

    – Obrigado. - Agradeceram eles, abraçando Lily de volta. Harry e Draco estavam admirado, mas orgulhosos de seus filhos.

    – É bom saber que vocês encontraram o amor. – Falou Harry, olhando carinhosamente para eles. Albus e Scorpius sorriram, emocionados. Seus pais apoiavam o relacionamento deles. Olharam curiosos para James, que observava tudo calmamente e ficaram atentos. Ele não iria ficar calado. Como se tivesse lido a mente deles, ele deu um passo para a frente e pigarreou:

    – Escutem aqui, Mafoys. - Falou James seriamente para os dois loiros, que olharam para ele com atenção – Eu não sou conhecido por ser o maior Maroto de Hogwarts, desde a época de meu avô por nada. - Baixou a voz e continuou – Espero bem que vocês tratem bem meu pai e meu irmão com todo o carinho e dedicação que eles merecem, senão terão surpresas desagradáveis à vossa espera.

    – James! - Exclamaram Harry, Lily e Albus, em repreensão. James olhou para eles com superioridade e saiu do quarto, pensando que iria ser divertido ser familiar das doninhas albinas. Os dois loiros se entreolharam, sabendo que estavam encrencados, e pensaram ao mesmo tempo: “Quem lhes mandou se meterem com Potters?”.

    FIM


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