Tudo Ocorre Por Uma Razão - Drarry.Scorbus (completa)

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    Capítulo 2

    Capítulo 2

    Homossexualidade

    Nota da Autora: Oi! É verdade, decidi fazer uma continuação. Só para avisar que é a primeira vez que trabalho com o casal ScorpiusXAlbus. Nunca tinha escrito nem uma linha sobre eles. Obrigada pelos comentários no capítulo anterior e os favoritos. Espero que gostem desse capítulo. Bjs emoticon

    Lily conseguiu se desvencilhar de seu irmão e observou a cena à sua frente. O choque estava impregnado nos rostos de cada um deles. Observar Harry Potter beijando Draco Malfoy era, no mínimo, surreal. O que eles queriam era que seus pais fossem amigos, mas dava a sensação que iriam ser mais que isso.

    Para não serem flagrados, pois seria uma situação incômoda para todos, embora fosse um pouco impossível, já que os dois adultos se agarravam com desespero e paixão, se afastaram silenciosamente da porta e caminharam enquanto comentavam o que tinham presenciado:

    – Não posso acreditar! – Exclamou James, o mais chocado de todos. – Malfoy e nosso pai…

    – Pelo menos parecem apaixonados. – Falou Lily, sensatamente. – Há muito tempo que não via papai sorrindo daquele jeito. Ele andava sempre tão triste, sério. – Hesitou, mas se virou para os dois garotos, que nada tinham comentado, e perguntou – Que vocês acham?

    Percebeu que os dois garotos cruzavam olhares de tempos a tempos, com um ligeiro rubor em seus rostos. Lily achou esquisita essa reação, mas nada disse.

    – Bom… – Começou Albus, pigarreando de seguida. Não sabia o que dizer e se sentia desconfortável por ter visto seu pai em um momento tão íntimo como aquele. Ele e sua mãe não faziam nenhum tipo de carinho em público desde que sua irmã tinha entrado em Hogwarts. – Papai parecia feliz e isso é o que importa.

    Olhou para Scorpius, que afastou alguns fios do cabelo loiro para trás. Ele olhava para a frente e seu rosto estava inexpressivo quando comentou:

    – Desde a morte de mamãe, que meu pai não sorria daquele jeito. E prefiro ele assim do que melancólico. Pelo menos não está agindo como um zumbi.

    James observava seus irmãos e Malfoy como se lhes tivesse nascido uma segunda cabeça, a surpresa impregnada em suas feições.

    – Mas…mas…. – Balbuciou, horrorizado – Eles são dois homens!

    – E? – Perguntou Lily, revirando os olhos – Qual é o problema? O amor que eles sentem um pelo outro é o mesmo que a gente sente. Aliás, o amor homossexual é mais puro e verdadeiro que o heterossexual, pois muitos homossexuais são capazes de lutar contra a sociedade por alguém que amam. – E adicionou, aborrecida – Aff, deixa de ser precoceituoso, James!

    – Não estou sendo preconceituoso! – Exclamou James, desconfortável – Só acho esquisito dois homens se beijando. Não é normal.

    – Normal? Normal? – Perguntou Lily, elevando a voz. Albus reparou que ela ficava muito parecida com sua mãe quando gritava. – Você está sendo é um idiota preconceituoso que tem medo da diferença. Que tem medo do que os outros pensarão quando descobrirem que seu pai é gay. O que, eu tenho que afirmar, não me faz diferença nenhuma. O que importa a mim é que papai seja FELIZ…

    – Lily. – Interrompeu Albus, calmamente. Se ninguém a impedisse, seus gritos poderiam deitar a estrutura da Mansão a baixo. Talvez estivesse exagerando, mas sabia que os gritos de sua irmã provocariam muitas dores de cabeça e atenção indesejada. E ele não queria que isso acontecesse. – Tenha calma. Está quase gritando.

    Lily ruborizou, deitando olhares assassinos a seu irmão, que se encolhia a seu lado. Ela podia ser baixinha e mais nova que eles, mas era realmente assustadora.

    – Vá para meu quarto, Lily. – Pediu Scorpius, seu tom de voz tinha um aviso implícito – Vocês precisam de conversar à vontade. E essa discussão não pode ser ouvida por outras pessoas.

    ­Ela observou Scorpius por uns momentos, seu rosto voltando, aos poucos, à sua coloração normal. Suspirou para se acalmar, enquanto ele chamou:

    – Masky! – Um elfo vestido com uma túnica negra, com a insínia da família Malfoy bordada em cima do coração, apareceu à frente deles com um suave “pop” e fez uma reverência, enquanto perguntava com voz esganiçada:

    –  Que deseja, menino Scorpius?

    –  Leve Lily e James para meu quarto, para que possam conversar à vontade. - Ordenou Scorpius. O elfo fez uma nova reverência ao amo, se virou para para os irmãos e pediu:

    – Me sigam, por favor, jovens senhores. - James acenou com a cabeça, pálido, e Lily agradeceu, com voz doce, como se não tivesse gritado há minutos atrás.

    –  Obrigada, Masky. - Masky fez um gesto com a mão para que o seguissem. Scorpius e Albus observaram Lily e James se afastando, a garota falando em voz baixa para o irmão, que gesticulava em sua defesa. Eles viraram o corredor e Scorpius olhou para o amigo, que observava seus irmãos com um ligeiro rubor no rosto. Ele percebeu que Albus estava envergonhado com a reação de James ao acontecimento que tinham presenciado, não ao fato de Lily ter quase gritado. Sua irmã tinha essas reações desde pequena e ele nunca tinha tido essa atitude. Albus olhou para ele, abrindo a boca para se desculpar, mas um barulho o interrompeu. Olharam para trás a tempo de verem Draco e Harry de mãos dadas, com sorrisos bobos nos rostos. Scorpius tapou a boca de Albus, para que não fizesse nenhum som e ele sentiu seus batimentos cardíacos se acelerarem com o toque dele contra sua pele. Scorpius o puxou para dentro de um dos quarto de hospedes, impedindo de serem vistos, e fechou a porta com cuidado. Ficaram os dois abraçados, em silêncio, escutando os passos dos adultos se afastando. Quando sentiram que não havia mais nenhum motivo para estarem juntos, se afastaram e Albus se desculpou:

    – Me perdoe pela reação de minha irmã, mas você percebeu que James estava sendo um babaca.

    – E quando ele não é? – Perguntou Scorpius, dando um sorriso irônico e Albus riu, um riso baixo e rouco, que arrepiou os pelos de sua nuca. Sentia falta do calor de Albus, queria que ele tivesse continuado em seus braços, mas não iria pedir para que o abraçasse de novo. Não querendo que seu amigo reparasse em suas emoções, se sentou na borda da cama e comentou:

    – A gente precisa conversar sobre o que viu. – Albus se sentou a seu lado e tocou nos lençóis de veludo negro, sentindo sua textura. Não sabia o que dizer. Ficaram os dois em silêncio, Scorpius esperando que Albus falasse, mas ele nada dizia. Para o ajudar, começou:

    – Tenho que confessar que o plano não saiu como a gente pensava. Nunca imaginei ver nossos pais se beijando. Talvez sendo amigos, mas nada mais.

    – Sim. – Disse Albus, aliviado por seu amigo o compreeder. – Tenho que admitir que foi esquisito. Há muito tempo que não via meu pai beijando uma pessoa, principalmente minha mãe. Mas penso que seu pai faria meu pai feliz.

    – Hum…hum… - Concordou Scorpious – Mas será que eles irão namorar ou esquecer o que aconteceu?

    – Talvez eles fiquem juntos. – Falou Albus, pensando um pouco – Eles estavam de mãos dadas, não me parece que eles esqueçam facilmente o beijo.

    –Talvez tenha razão. – Admitiu Scorpius. – Eu percebi que, durante o beijo que eles trocaram, que havia sentimentos fortes. Não foi um beijo normal, parecia mais um beijo desesperado, como se eles quisessem fazer aqui há muito tempo.

    – Bom, - Comentou Albus, pensativamente – Tio Ron contava que, sempre que eles se encontravam, tinham sempre as emoções à flor da pele. Que eles se odiavam.

    – Desconfio que eles não se odiavam, mas que havia tensão sexual. – Disse Scorpius.

    – O que é esquisito, já que eles são completamente opostos. – Falou Albus, observando o quarto em redor. A cor da parede era de um castanho cor de areia, um tom suave e acolhedor, transmitindo serenidade. Era o que eles precisavam naquele momento. As cortinas lilás estavam abertas, deixando a claridade entrar pelo quarto e os móveis eram de cor cinzenta.

    – “Os opostos se atraem.” -  Citou Scorpius, em tom solene. Albus parou de observar o quarto e fitou seu amigo, espantado. Nunca pensou que ele pudesse mencionar um ditado Muggle. Percebendo o olhar admirado de Albus sobre si, Scorpius ruborizou, envergonhado. Ele conhecia algumas coisas do mundo que seu avô ainda considerava inferior, embora não admitisse tão abertamente. Albus sorriu, era raro ver Scorpius corando, mas estava fazendo com frequência naquele dia. Talvez por ter sido um dia emocionante para todos. Scorpius arregalou os olhos e exclamou:

    – Espere ai! Se nossos pais namorarem, quer dizer que a gente….

    ­– A gente ia ser irmãos. – Concluiu Albus, e uma tristeza repentina o envolveu. Ele não queria ser irmão de Scorpius. Queria ser algo mais.

    – Oh, Merlin! Não! -  Exclamou Scorpius, dramaticamente, colocando a mão no peito e fazendo uma careta. Tinha reparado nas feições tristes de Albus e tentou animá-lo.  – Eu e James sermos irmãos… que horror!  

    Albus deu uma risada e comentou, em tom de brincadeira:

    – É verdade. James é terrivel como irmão mais velho. – Suspirou e falou, com um pouco de tristeza na voz – Ia ser legal se nós fossemos irmãos…

    – Na verdade. – Revelou Scorpius, seriamente, reparando que ele ainda estava triste. Não aguentava ver Albus naquele estado. – Eu não quero ser seu irmão.

    O rosto de Albus revelou choque perante essas palavras e ele percebeu o brilho de lágrimas em seus olhos esmeraldas, que tanto amava. Sentia que era naquele momento que tinha que se declarar, senão poderia ser tarde demais. Ele se aproximou de Albus e colocou as duas mãos no rosto quente. Albus olhou para Scorpius, esperando seus próximos passos.

    – Eu quero ser mais que seu irmão. – Revelou, com voz rouca – Quero ser seu namorado.

    Os olhos de Albus se arregalaram pelo espanto e Scorpius suspirou. Não podia voltar atrás. Já se tinha declarado e ia continuar seu pedido até ao fim.

    – Eu te amo. – Confessou e viu lágrimas escorrendo pelo rosto de Albus. – Te amo tanto que chega a doer.

    – Oh, Merlin! – Exclamou Albus, desesperado – Eu pensei…pensei que você não…eu também te amo!

    Se atirou a seus braços e Scorpius sentiu os lábios dele contra os seus. Estremeceu ao sentir o toque quente, acolhedor, e se sentiu em casa. Albus gemeu contra seus lábios e ele sentiu as lágrimas que escorriam pelas bochechas dele, molhando suas mãos. Há muito tempo que desejava beijá-lo, mas nunca tinha tido a coragem e a oportunidade de se declarar.  Sentindo Albus em seus braços, percebeu que aquele era o dia mais feliz de sua vida. Até mesmo quando tinha recebido a carta de Hogwarts, não se tinha sentido tão bem consigo mesmo. Se afastaram, suas respirações ofegantes e seus lábios vemelhos. Scorpius viu que os cabelos negros de Albus estavam ainda mais revoltosos que o habitual, lhe dando charme. Albus passou as mãos pelas bochechas, emocionado com a revelação de Scorpius. Ele o amava há muito tempo, mas não sabia a extensão dos sentimentos de Scorpius por si. E, ao escutar as palavras que há muito desejava, tinha sentido um calor gostoso dentro de seu peito.

    – Namore comigo, Al. – Implorou Scorpius, em desespero. 

    – Claro que sim… - Respondeu Albus, emocionado – Sim, Scorp…

    Seus lábios se juntaram com violência e se beijaram novamente com paixão, seus corpos colados e seus corações batendo em sintonia.  

    Durante anos tinham escondido seus verdadeiros sentimentos, não revelando que estavam apaixonados um pelo outro. Durante anos, a amizade deles florescia cada vez mais, se tornado confidentes, companheiros. Durante aqueles anos, eles tinham cultivado um amor verdadeiro que, finalmente, tinha sido revelado. Mas não da maneira que eles tinham pensado, pois o destino nem sempre segue os planos que uma pessoa planeia.

    Continua…


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