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Mais um dia na Era Feudal... Mais um Yokai morto por Inu Yasha. Mais uma vez eles descansam depois de uma luta. Mais uma vez Inu Yasha sente o cheiro de Kikyou. E mais uma vez eu fico sozinha...
Kagome refletia enquanto caminhava até o poço Come-ossos, depois de ter se despedido de seus amigos com a desculpa de ter prova no dia seguinte, apenas para poder chorar em paz.
"Já estou cansada disso!". Dizia ela. Sempre é a mesma coisa, ele sempre me abandona para correr atrás da Kikyou. Afinal de contas, o que ele tem na cabeça? Estou sempre do lado dele, sempre apoiando-o para que nunca desanime, estou sempre ajudando como posso, e apenas ele sente o cheiro dela e já sai correndo! Já chega o papel de ridícula que faço perante a Sango, o Miroku e o Shipou, que devem pensar que sou uma otária de ainda ter alguma esperança que o Inu Yasha goste de mim e esqueça ela. Por que ele tinha que aparecer no meu caminho? Oque eu tenho que ver com essa porcaria de Jóia de Quatro Almas, por que tenho que ser a reencarnação daquela, daquela...idiota da Kikyou? Droga de vida! Droga de destino!
Sem se dar conta, Kagome já estava debaixo do chuveiro com a água escorrendo por seu corpo, e com o vapor d´agua como um abraço de um amigo lhe confortando. De repente as lágrimas se misturaram a água que caia, e assim Kagome não só lavava seu corpo como também a sua alma.
Ao chegar ao seu quarto, Kagome abriu a porta do quarda-roupa, vestiu seu pijama e rumou a cama para mais uma noite triste e fria como quase todas as que ela passava desde que completara seus 15 anos.
Deitou-se com seus cabelos ainda molhados, e pensou o que Inu Yasha devia estar fazendo agora. Ficou triste com o pensamento que teve e logo seu travesseiro já estava todo molhado, mas não era da água dos seu cabelos, e sim de seu choro que foi o mais sofrido de todos, até,mais que aquela vez que encontrou os dois se abraçando debaixo da Árvore Sagrada, e fugiu como uma idiota, mais uma vez. Chorou tanto que até se assustou com a profundidade de suas lágrimas, o sofrimento guardado a cada sorriso que deu quando não estava com vontade de chorir, a cada conselho que deu quando ela é que precisava ser consolada, a cada vez que disse para o Inu Yasha ir atrás da Kikyou. Parecia que sua alma e seu amor saiam pelos buracos dos seus olhos e escorregavam por seu corpo. Kagome sentiu, poucos segundos antes de dormir, uma lágrima escorrendo lentamente de seu rosto, tão lentamente que fazia até cocegas. Desciam por sua bochechas, pescoço, até seu coração. Nesse momento Kagome já sem forças, relembra a vez que encontrou Inu Yasha, e amaldiçoa esse dia. Queria nunca ter conhecido Inu Yasha... Enfim, fecha os olhos e adormece.
A poucos metros dali, na beirada da janela de seu quarto, um tipo de anjo negro, despertado de uma maldição que somente poderia ser quebrada quando uma linda mulher pedisse o que nunca pensou em pedir, e quando isso viesse da alma para o coração. O anjo nunca entendeu isso direito, apenas cumpria o castigo que lhe deram de nunca sair de dentro da flor de uma árvore até que a profecia se cumprisse. Ao olhar aquela linda garota, abatida, quase como se estivesse como morta, mas não seu corpo e sim sua alma, entendeu sua profecia e voou livre se transformando em uma linda estrela.
Um lindo dia amanheceu. Kagome se levantou, ainda com preguiça tirou seu gato que dormia em cima de suas pernas. Ela e o gato se espreguiçaram ao mesmo tempo. Ela olhou para ele e sorriu. Sentia-se feliz, mas não sabia o porque disso. Tomo um bom banho, vestiu seu uniforme e logo depois correu para a escola encontrar suas amigas.
Ao chegar de lá tomou mais um banho, agora com mais pressa, pois tinha trabalho para fazer na casa do Houjo. Estava um pouco com vergonha de ir, mais pensou que suas amigas também estariam lá, então não havia problema. Colocou um vestido branco, florido, que tinha comprado hoje quando voltava da escola. Era azul com florzinhas amarelas, com rendinhas na barra. Nunca se sentira tão linda.Colocou uma presilha de flor no cabelo em forma de um rosa branca, presente de sua mãe, sapatilhas pretas, um pouco de seu perfume favorito de Jasmim e saiu livre e contente pela rua já considerando aquele como o melhor dia de sua vida.
Continua...