Fortuna e Amor-Harmione (completa)

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    18
    Capítulos:

    Capítulo 4

    Capítulo 4

    Hentai, Heterossexualidade, Linguagem Imprópria, Nudez, Sexo, Violência

    Nota da Autora: Oi! Obrigada pelos comentários e pelos favoritos. É bom saber que gostaram. Espero que gostem desse capítulo. Bjs emoticon

    Hermione não podia acreditar naquilo que seus olhos viam: a casa de Stanislaw era um verdadeiro palácio. Era uma casa em uma das mais antigas e caras ruas de Varsóvia, apenas a dez minutos a pé de seu hotel. A casa tinha dezoito divisões, e só a sala era maior que seu apartamento em Londres. Rodeada de janelas para a rua e para o rio Vístula e repleta de móveis antigos, dispendiosos e cheios de bom gosto. Em um cômodo havia uma enorme biblioteca, de dois andares, com milhares de livros afixados nas paredes. Duas estátuas de leões estavam encostadas nas paredes, dando elegância ao local. Várias escadas em caracol se encontravam em vários pontos estratégicos, para que as pessoas pudessem buscar seus livros sem nenhum esforço. Algumas mesas de madeira e sofás ali se encontravam para que se pudesse passar uma tarde agradável.

    Em vários cômodos estavam afixados quadros antigos que enchiam tudo de cor. Não havia dúvidas que Stanislaw foi um homem culto.

    – Está reparando nos livros, verdade? – Comentou Draco, vendo o olhar atento da mulher.

    – Sim. – Afirmou Hermione.

    – Sabe que Stanislaw tem uma enorme biblioteca em várias línguas. Posso dizer que tem mais de quarenta mil livros. – Hermione caminhou pela biblioteca, seus passos ecoando pelo local, de boca aberta. Percebeu que aquela biblioteca era muito semelhante àquela do filme “A Bela e a Fera”, seu filme preferido. E adorava. Ficou mais uns momentos observando cada detalhe da biblioteca, mas não podia demorar muito pois queria ver o resto da casa.

    Saiu da biblioteca e percorreu os corredores, sentindo estranhamente que gostava daquela casa e que se sentia ali muito bem. Viu os quartos, com móveis do século XVIII, camas largas com cortinas em redor, para dar mais privacidade. A sala de jantar era elegante, mas discreta, com uma mesa de quatro metros, os castiçais de prata, porcelana chinesa antiga, com retratos ao fundo. Em um deles, viu um rosto de um homem muito esbelto, com uma expressão sonhadora.

    – Esse é Stanislaw, imagino. – Comentou Hermione, se aproximando do retrato e tocando na moldura.

    – Era mesmo. – Respondeu Draco com voz suave, mas curiosa – Como adivinhou?

    Hermione abanou os ombros, não sabendo o que responder, e um arrepio percorreu seu corpo. Parecia que o tinha conhecido, mesmo sabendo que não. Talvez por sua avó ter falado tanto dele. Pegou no retrato, que era um pouco pesado, e se sentou no sofá, se recostando aos travesseiros que ali se encontravam. Pensou naquele homem que podia ter sido seu avô, na expressão sonhadora de seus olhos castanhos, no cabelo muito preto, no nariz afilado e longo. Sentiu um afeto muito grande no peito por ele e uma dor estranha por não o ter conhecido.

    – Tenho pena de não o ter conhecido pessoalmente. – Falou com mágoa.

    – Era um homem extraordinário. – Comentou Draco, compreensivamente – E muito bom. Sabe que, depois da guerra, e com muitas dificuldades, ajudou a construir muitas casas em Varsóvia para os pobres? Depois sofreu muito com o regime comunista, mas era muito respeitado e, estranhamente, ninguém o perseguiu. Por isso é que ele tem casas em Paris e na Provença, porque quando as coisas pioravam, ele ia para lá. – E concluiu, com pesar – Era um homem muito forte.

    – E você gostava muito dele. – Constatou Hermione, se levantando e voltando a colocar o retrato no sítio. Uma pequena dúvida, estranha mas forte, surgiu em seu íntimo. Porque é que Stanislaw não tinha deixado nada a Draco? E o que Draco sentia com tudo isso? Decidiu perguntar, enquanto voltava a se sentar.

    – Draco, me desculpe, mas eu tenho uma dúvida.

    – Deve ter muitas, diga. – Se disponibilizou o secretário, se sentando à frente dela, com aquele meio sorriso que ela já tinha visto ao entrar no escritório dele há pouco, que parecia misterioso, mas de pouca confiança. Ela achava que ele era muito atraente, um autêntico cavalheiro, mas qualquer coisa nele a deixava pensativa, confusa.

    – Porque é que Stanislaw não lhe deixou nada? – Draco ficou imóvel, silencioso por uns minutos. Uma sombra passou por seu rosto sério e disse, com um ar um pouco misterioso:

    – Porque é que pergunta isso?

    – Desculpe a pergunta, mas me parece lógica. – Disse, querendo saber – Porque é que ele me deixou a mim, que não me conhecia, todo seu patrimônio, e não a si, que era seu braço direito e de quem mais gostava?

    – Ah…porque era sua vontade que Hermione ficasse com tudo… – Tentou desconversar, mas ela insistiu, não convencida com a resposta:

    – Isso não responde à minha pergunta. – O advogado polaco ficou em silêncio e respondeu, em um tom gelado e sombrio:

    – Porque Stanislaw me ajudou quando eu mais precisei. Meus pais tinham perdido tudo o que era de família na guerra e ficaram muito pobres. Ele me pagou os cursos, os estudos, uma especialização em Londres. A casa onde vivo, o carro que tenho, as poupanças, meu escritório, foi ele que me ajudou. Mas, sobretudo, me deu muitas mais coisas que o dinheiro não alcança. Ele me apoiou, e muito, com meus sonhos. Além disso, para ele o que era justo era que Hermione ficasse com o que ele tinha deixado, e eu entendo perfeitamente sua posição.

    Hermione não percebeu que Draco se tinha emocionado. Era difícil perceber, pois ele era um homem muito fechado.

    Olhou em volta daquela sala maravilhosa, seus pensamentos a mil. O que iria fazer com tudo aquilo? Com aquela casa? Iria morar ali? Não conhecia nada nem ninguém. Iria se desfazer daquela casa, empacotar tudo para levar para Londres e vender tudo? E se a desse ou a alugasse a Draco? Mas não podia, pois essa não tinha sido a vontade de Stanislaw. Tinha quinze dias para perceber tudo. Para se apaixonar pela cidade, para descobrir um amor perdido e, quem sabe, se apaixonar por mais…

    Continua…


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