Fortuna e Amor-Harmione (completa)

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    Capítulo 3

    Capítulo 3

    Hentai, Heterossexualidade, Linguagem Imprópria, Nudez, Sexo, Violência

    Nota da Autora: Oi! Obrigada pelos comentários e pelos favoritos. É bom saber que gostaram. Espero que gostem desse capítulo. Bjs emoticon

    Esses quinze dias foram absolutamente cheios de velocidade na vida de Hermione. Teve de tomar várias decisões e abrir um novo capítulo de sua vida. Se sentia privilegiada, mas pensava sempre que tinha de agarrar a oportunidade. “ Tenho de aceitar tudo isso em nome de muitas que não tiveram a minha sorte” pensava para si. Já estava se habituando à ideia de que era uma mulher milionária mas, seu maior receio era de perder sua capacidade de organização, seu mundo, e se tornar uma mulher fechada, esnobe e fútil. Isso era tudo o que ela não queria ser.

    Contratou um assessor para sua empresa e entregou a chefia para Ginny, sua melhor amiga e braço direito. E planeou sua vida para tirar seis meses de férias. Como era sua própria chefe, não tinha problema. Mas lhe custava muito deixar um projeto entregue a si próprio, um projeto que acarinhou e que deu todo seu tempo e dedicação, como se fosse seu filho. Intimamente, Hermione sabia que não se tinha casado nem tinha filhos porque todas suas energias estavam aplicadas na empresa. E agora, aos trinta anos, a vida sorriu para ela. Tinha de aproveitar tudo ao máximo. Talvez durante esse tempo de férias encontrasse um homem que a agradasse e que pudesse ter uma relação.

    Depois de ter assinado os papéis e de se ter assustado, uns dias depois, quando foi ao banco pagar suas despesas e viu a quantidade de zeros em sua conta bancária, decidiu fazer duas coisas: comprar roupas e livros novos e oferecer um cheque surpresa a todas as mulheres de sua empresa. Ficou, porém, espantada quando, no ultimo dia de trabalho, todos se tinham organizado e lhe fizeram uma festa surpresa. Ela sabia que todos gostavam dela, mas não pôde deixar de ficar emocionada com o gesto de seus funcionários.

    No dia seguinte, apanhou o avião para Varsóvia. Não tinha visto mais o advogado Potter. Tinha ido ao escritório de advocacia assinar uns papéis, mas naquele dia ele não estava. Tinham falado ao telefone, mas ela não sabia nada sobre ele. A verdade é que aquele homem lindíssimo, que fazia parte de seus sonhos, não lhe saía da cabeça. Hermione sentia que havia algo mais que fascínio. Ela já tinha ficado encantada por outros homens, mas nada como aquele. Infelizmente, não pode perceber nada acerca dele, se era casado, solteiro, ou homossexual. Ou simplesmente desinteressante, o que não parecia nada.

    No avião, contemplando as nuvens, se preparando mentalmente para sua chegada àquele país e cidade que não conhecia, e que o destino agora tinha tornado seus, Hermione sorria. Em seu colo, estava repousado uma enciclopédia sobre a Polônia e a cidade que iria ficar, Varsóvia. Tinha a sensação que, desde este misterioso acontecimento, já não mandava em seu destino. Que alguma coisa mais estava interferindo, e que tudo, mas tudo, poderia acontecer...

    OoOoO

    Varsóvia era uma cidade muito bela. Fria naquela altura do ano, mas bela. Mas Hermione não se importava pois já estava habituada àquelas temperaturas negativas.

    As pontes sobre o rio Vístula traziam à memória séculos de história. Estava um dia frio, mas não chuvoso e Hermione, dentro de um táxi, observava as ruas da capital. O taxista era um homem cinquentão, de rosto ruborizado e simpático. Percebendo que ela era turista, tinha lhe ensinado o nome oficial completo da capital em polaco, que era miasto stołeczne Warszawa, que significava "Cidade Capital de Varsóvia". Hermione só conseguiu dizer o nome depois de praticar algumas vezes e devagar, mas tinha adorado aprender.

    Depositou as bolsas de viagem no hotel Raialto, um hotel de cinco estrelas, que era no meio da cidade. Fez o check-in e entrou no quarto, que era espaçoso e bem mobilado. Tinha acesso grátis à internet com e sem fios, uma televisão com centenas de canais de vários países e um frigobar com bebidas e comida. O banheiro era espaçoso, possuía uma banheira de hidromassagem, um armário com produtos exclusivos, artigos de higiene pessoal gratuitos, toalhas de algodão branco e até uma Box. Também havia um telefone, além de um cofre com capacidade para um notebook e uma escrivaninha.

    Olhou para sua agenda: às dezesseis horas teria de se encontrar com o secretário do senhor Koetcher, que lhe iria dar uma série de informações e a levar a passear por suas propriedades. Procurou descansar uma hora, tomou um banho e decidiu vestir uma camisola de gola alta de cor beje, um longo casaco vermelho, que lhe ia até aos joelhos e umas jeans negras. Calçou umas botas, umas luvas, prendeu o cabelo em um coque, deixando algumas madeixas caírem por seu rosto e passou um batom hidratante, devido ao frio, deixando seus lábios vermelhos e brilhantes. Se vestiu para aquela cidade que, em parte já era sua.

    Apanhou um táxi e leu no email a mensagem que o advogado Potter lhe tinha enviado à uns dias atrás sobre o secretário do senhor Koetcher. Mostrou a morada ao taxista, que acenou, sabendo onde era, e os conduziu até lá. Quando chegou ao escritório de Draco Malfoy, não esperava ver um edifício tão belo na cidade. Era um prédio de inícios do século XX, com paredes altas e uma decoração arte nova. O elevador era antigo, de ferro e madeira, com um ar solene e discreto. “É exatamente o oposto do escritório de Harry Potter!”, pensou para ela mesma. Uma secretária idosa lhe abriu a porta e a conduziu ao escritório, onde ele a esperava. Draco Malfoy tinha uns espantosos olhos prateados, sua pele era branca e os cabelos eram loiros. Ele se levantou, com um sorriso sério, e cumprimentou, estendendo sua mão:

    – Doutora Granger, tenho o maior prazer em conhecer a senhora. – Disse, em um inglês perfeito.

    – Boa tarde, Doutor Malfoy. – Respondeu Hermione, aceitando sua mão e sentindo um odor adocicado de perfume, a fazendo estremecer involuntariamente.

    – Pode me tratar por Draco. – Pediu ele, em tom sério – Faça o favor de se sentar. E seja bem vinda a Varsóvia.

    – Obrigada, Draco. – Agradeceu Hermione, se sentando. – Isso é tudo novo para mim. Há um mês, se me dissessem que estaria em Varsóvia, não acreditaria.

    – É verdade. – Comentou – Imagino que tenha muitas dúvidas.

    – Imensas. – Desabafou ela, suspirando.

    – Deseja beber algo para se aquecer, Doutora Granger? – Perguntou o advogado.

    – Não, obrigada. – Negou, educadamente – Só gostaria que me tratasse por Hermione.

    Draco deu um meio sorriso e continuou:

    – Pois eu sugiro, Hermione, que a gente possa ir conversando pelo caminho. Antes de mais, as chaves de sua casa. – Retirou um molho de chaves grandes, douradas e de aspeto antiquado, de dentro da gaveta e as entregou a ela, que as recebeu com uma sensação estranha. Era seu, realmente. Aquilo não era um sonho.

    – De minha casa? – Perguntou, confusa.

    – Da casa do senhor Koetcher, que agora é sua. – Um brilho estranho passou pelo olhar de Draco, mas Hermione estava tão chocada, observando o molho de chaves, que não reparou. Ela sabia que tinha herdado a casa, mas não sabia que tinha tantos cômodos. Tentou contar as chaves, mas se perdeu no número vinte, já que todas elas eram semelhantes. Fez uma nota mental para, depois de conhecer a casa, colocar anotações nas chaves, para saber a que cômodo pertencia cada chave.

    – Se achar bem, vamos até lá agora. – Falou o secretário – E a gente aproveita para ver algumas coisas. Tem de ver tudo bem, porque tem muitas decisões para tomar.

    – Sim… – Falou Hermione, guardando as chaves dentro da bolsa e se levantado – É melhor a gente ir.

    Draco se levantou e vestiu um casaso negro. Envergava um moderno fato cinzento e uma camisa branca, com uma gravata azul pálido. Hermione reparou que não trazia aliança, nem tinha molduras em cima da mesa. “Nem Harry Potter”, pensou ela, se lembrando do belo advogado.

    Saíram ambos e foram caminhando pelas ruas largas e muito movimentadas de Varsóvia. As pessoas já estavam saindo de seus empregos, as crianças das escolas, e tudo parecia calmo, muito organizado, em uma atmosfera feliz.

    – Há uma coisa que me faz muita confusa, Doutor Draco… – Começou Hermione, não sabendo como discutir o assunto.

    – Diga. – Pediu ele, a observando atentamente.

    – Eu não sei porque recebi essa herança. – Falou ela, apertando o casaco contra si, quando um vento gelado passou por eles – Sei que minha avó conheceu o senhor Koetcher, mas…

    – O senhor Koetcher, ou o senhor Stanislaw – era assim que eu o tratava, pois tive a honra de ser seu secretário e advogado particular, tal como o de toda sua família –, nunca me quis contar toda a sua história. – Informou Draco – Tenho alguns dados para lhe dar e, se quiser fazer uma investigação, a poderei ajudar. Tenho alguns amigos nos arquivos centrais que lhe poderão dar uma ajuda.

    – Mas o que é que o senhor sabe? – Perguntou Hermione, curiosa para saber.

    – Sei que sua avó esteve aqui em 1936. – Começou Draco.

    – Mas isso é impossível! – Exclamou Hermione, em choque – Minha avó teria apenas dezenove anos e, como sabe, naquele tempo era impossível para uma mulher sair do país sem o marido ou os pais.

    – Mas sua avó veio com o pai dela, seu bisavô. – Explicou o secretário – Não sei se sabe, mas seu bisavô esteve envolvido na resistência antialemã, na Segunda Guerra Mundial, e ajudou muitos polacos a saírem da Polônia para Portugal, logo depois da ocupação nazi, onde Aristides de Sousa Mendes passava vistos falsos para a América. Não se percebe bem como, até que era muito difícil sair daqui nessa altura, mas é um fato. Sua avó acompanhou o pai, e deveria ter na altura já cerca de vinte e um anos, para estabelecer um contrato comercial com a firma do pai do senhor Koetcher. Sei que se conheceram em um jantar particular em casa dele e que, desde aí, escreveram durante anos. O senhor Koetcher esteve inclusivamente refugiado no Reino Unido de 1939 até 1946, em Londres.

    – Londres?! – Falou Hermione, espantada.

    – Sim. – Informou Draco, continuando – Stanislaw falava de sua avó com muito carinho. Aliás, ele nunca chegou a se casar. Sem dúvida que ele esteve apaixonado por sua avó. E, se me permite, penso que ela esteve muito apaixonada por ele.

    – Acha… – Começou Hermione, hesitante – Acha que eles tiveram um relacionamento?

    – Sim. – Respondeu ele, franzindo o sobrolho – Não tenho a certeza, mas penso que sim. E esse relacionamento terminou com o fim da guerra. Stanislaw amava demasiado a Polônia para ficar em Londres, e tinha uma fortuna para reconstruir. Os alemães destruíram tudo, mas a família de Stanislaw depositou largas quantias de dinheiro na Suíça e foi assim que pôs de pé seu império, que se baseava em calçado e também em uma empresa de transportes terrestres.

    – E pensa que foi por isso que se zangaram? – Perguntou Hermione, tristemente.

    – Não sei… – Hesitou Draco – Não sei se ela foi autorizada a se casar pelo pai dela, ou se de fato se passou outra coisa. Mas eu acredito que o que aconteceu foi apenas um amor impossível.

    – E depois, eles voltaram a se ver?

    – Penso que não. – Disse Draco, olhando para a frente – Nunca mais se viram.

    O coração de Hermione sofria com aquela história maravilhosa e espantosa de amor. O que teria acontecido? Durante aquela temporada em Varsóvia iria querer descobrir tudo. Tudo! Devia isso àquele grande amor que foi separado pelo tempo e pelo espaço.

    Continua…


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