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Nota da Autora: Oi! Primeiro agradeço os comentários, os favoritos, os pedidos de atualização e todo o carinho recebido no capítulo anterior. Muito obrigada. Aqui está um novo capítulo, espero que gostem. Bjs
11 de agosto de 1824
Lucius Malfoy, juntamente com seu conselheiro, Perseus Parkinson, e seus soldados, iniciaram o caminho de regresso ao Ducado de Slytherin. Sabia que o Duque de Gryffindor iria cumprir sua palavra embora, mais tarde, tivesse intenções de enviar o Marquês às terras de Potter, para obter uma cópia do contrato de casamento entre seu herdeiro e o de Gryffindor.
Cavalgaram rapidamente, queriam chegar a casa para se reencontrarem com suas famílias. Pararam algumas vezes para descansarem e esticarem as pernas. Era muito cansativo cavalgar durante muitas horas sem descanso. Entraram na Floresta Proibida, que dividia ambos os Ducados, um dos locais mais perigosos do Reino de Hogwarts, principalmente durante a noite. Um grupo de soldados cercou Lucius, para o proteger. Todos estavam atentos, com a espada em uma das mãos, cavalgando rapidamente. O único som que se escutava era o dos cascos dos cavalos batendo na terra.
Foras da lei, como Greyback e seus capangas, se escondiam entre as árvores, cercando pessoas para roubarem suas mercadorias. Muitas vezes eram vistas pessoas saindo da floresta, desfiguradas e cobertas de sangue, gritando que tinham sido assaltadas. Muitas delas acabavam por morrer pouco tempo depois devido aos ferimentos. A noite chegou rapidamente e os guerreiros pararam, saindo dos cavalos. Prenderam-nos com as rédeas nos troncos das árvores e construíram tendas, à luz das fogueiras. Sentados, tendo o céu estrelado como companhia, se deliciaram com carne de coelho, que tinham levado como mantimento para a guerra e carne de javali, que alguns homens tinham caçado horas antes.
Terminado o jantar, os soldados iniciaram turnos de vigia, trocando de duas em duas horas, para poderem descansar. O Duque, embora não demonstrasse abertamente, estava desejoso por regressar para junto de sua mulher e seu filho. Mas de imediato se lembrou do contato e ficou apreensivo. Não sabia qual seria a reação de Narcissa. Acabou por adormecer, cansado daquele dia. Há muito tempo que não dormia em uma cama, na companhia de sua mulher mas, naquela cama improvisada, pensou que seria uma das primeiras coisas que faria quando chegasse a casa.
OoOoO
Era ainda de madrugada quando se levantaram. Resmungando devido ao sono, os guerreiros reacenderam a fogueira, para ver melhor e colheram frutos das árvores, improvisando o café da manhã. Levantaram o acampamento, apagando os indícios de que tinham ficado naquele local, e voltaram para o Ducado de Slytherin. Já tinham percorrido metade da floresta no dia anterior e, quando encontraram o rio mais próximo, o rio Draconus, com águas profundas, fresca e cristalina, os cavalos saciaram sua sede e os soldados encheram suas bolsas de pele com água para o resto da viagem e lavaram seus rostos.
Cavalgaram rapidamente durante horas e, pelo início da tarde, chegaram aos terrenos do Ducado. Os aldeões faziam sua vida normal, as feiras estavam cheias de pessoas, comprando e vendendo produtos. Jovens damas estavam acompanhadas por seus familiares, para comprarem o que necessitavam, ou o que desejavam.
Pararam seus afazeres, vendo a imponência do exército de Slytherin. O Duque observava com desprezo as roupas das pessoas mais pobres. Estavam sujas e gastas. Ele detestava passar pela aldeia, era um local nojento, as pessoas eram magras, de aspeto doentio, e havia lixo e dejetos nas ruas, tornando o local ainda mais mal cheiroso. O Marquês, vendo aquele espetáculo deplorável, comentou:
– Meu senhor, temos de fazer alguma coisa em relação a essa imundice.
– Como o quê? – Perguntou o Duque de Slytherin, olhando para seu conselheiro.
– Creio que nosso povo não aguentará mais uma subida de impostos, meu senhor. – Falou Parkinson, sabiamente – As pessoas mal têm dinheiro para se alimentarem.
– Mas precisamos de dinheiro para a guerra. – Disse o Duque, friamente.
– Mas não haverá nenhuma guerra. – Falou o Marquês, convictamente e, vendo a expressão cética de Lucius, continuou – É nosso Ducado que inicia as guerras, todos desejam a paz. Estive pensando e creio que deveremos realizar tratados de paz com todos os Ducados. Garantir, não só nosso futuro, como o de nossos filhos. Uma guerra só causa destruição e nossos cofres já não estão tão abundantes de dinheiro como antigamente.
Lord Lucius pensou um pouco e falou:
– Debateremos esse assunto depois. Agora desejo ver minha família. - Entraram pelos portões de ferro do castelo, que estavam protegidos por dois soldados e, no pátio principal, estavam dois criados, que fizeram uma reverência ao ver seu senhor. O Duque saltou de seu cavalo e, sem dizer uma palavra, entrou no castelo. Os criados que passavam por ele, se ajoelhavam em sinal de respeito. Percebeu seus rostos magros e apreensivos, e se dirigiu para a criada mais próxima:
– Onde está a Duquesa?
– Em seus aposentos, meu senhor. – Respondeu ela, com a voz trêmula. Lucius subiu as escadas em direção aos aposentos de sua mulher. Abriu a porta e viu Lady Narcissa sentada em uma cadeira, amamentando Draco. Ela se virou de rompante, fixando seus frios olhos azuis no marido, e falou respeitosamente:
– Meu senhor. – A dama de companhia da Duquesa disse, com deferência:
– Com sua licença, meu senhor. – E saiu dos aposentos, fechando a porta atrás de si. Lucius observou o local, estava exatamente igual como ele tinha visto antes do início da guerra: era espaçoso, com dois criados mudos e duas lamparinas. Tinha uma enorme cama, com cortinas em redor, e um grande armário com diversos vestidos e sapatos, tal como chapéus. Um tapete verde forrava o chão e as paredes prateadas tinham o brasão das famílias Rosier-Black e Malfoy, tal como o da Casa de Slytherin.
Se aproximou de sua mulher e se ajoelhou a seu lado, percebendo as saudades que tinha dela. Continuava bela como sempre, seu longo cabelo negro caía suavemente por suas costas, contrastando com sua pele pálida, e usava um belo vestido negro. A Duquesa acariciou o rosto aristocrático de seu marido e disse, suavemente:
– Estava com saudades suas. – O Duque respondeu, com sinceridade:
– Eu também. – Não era homem para falar abertamente sobre o que sentia mas, com sua mulher, podia dizer o que pensava, ou o que dizia. Observava seu filho, que afastava o rosto do seio da mãe e abria seus olhos prateados, observando o pai. Draco tinha crescido bastante desde a ultima vez que o tinha visto, estava mais rechonchudo, mais bonito. Acariciou os cabelos loiros e pigarreou, falando seriamente:
– Minha senhora, temos de falar.
– Aconteceu algo durante o cerco, meu senhor? – Perguntou sua mulher – O Ducado de Gryfindor está sob nosso domínio?
– Não exatamente. – Respondeu Lucius, e falou do contrato entre os ducados. Lady Narcissa fitou seu marido com frieza, não interrompendo seu relato até ao fim. Quando ele terminou, a Duquesa tinha o rosto impassível, mas apertava Draco contra si.
– Muito bem. – Disse, entregando o bebê para o Duque, que o carregou com cuidado. Se levantou e, de costas para o marido, ajeitou seu decote.
Caminhou lentamente, o som de seus sapatos ecoando pelos aposentos. Continuava de costas para seu marido, quando ele falou:
– Querida… – Ela se virou e Lord Lucius viu seu rosto impassível, mas seus olhos brilhavam em sua direção. Percebeu que sua mulher estava aborrecida. O Duque deitou seu filho no berço de ouro, que estava ao lado da cama e se aproximou dela. Abraçou-a e sentiu ela estremecendo com seus toques.
– Lucius… – Sussurrou Lady Narcissa, antes de sentir seus lábios sendo esmagados pelos dele. O Duque a beijava com desespero, acariciando sua pele delicada. Narcissa gemeu baixinho, entrelaçando seus braços em redor do pescoço de seu marido, juntando seus corpos. Seus lábios se separaram e ele beijou seu pescoço, escutando seus gemidos e sussurros. Beijou seus lábios algumas vezes antes de se afastar e prometer:
– Vai ficar tudo bem, querida. – Ela fechou os olhos, e acenou com a cabeça. Mais satisfeito, comentou:
– Tenho de tomar banho.
– Vou ordenar que o preparem. - Respondeu sua mulher e se afastou, enquanto se arranjava. – Mas teremos de conversar melhor.
– Sim, senhora. – Respondeu o Duque de Slytherin. Lady Narcissa abriu a porta e ordenou às criadas que preparassem o banho de seu senhor. Fechou a porta e se aproximou de Lucius, o abraçando. Ficaram os dois em silêncio, escutando o bater de seus corações. A Duquesa temia por seu filho, queria que ele fosse feliz.
Lucius também queria a felicidade de Draco mas, para ele, o mais importante era a continuação de sua linhagem.
Continua…