|
Tempo estimado de leitura: 2 horas
12 |
Nota da Autora: Oi! Espero que tenham gostado do capítulo anterior. Aqui está mais um. Espero que gostem desse. Bjs
O sol já ia mais alto e incidia na varanda da casa de Lily, a deixando iluminada e calorosa. Ao brilho daquele sol da manhã, tudo parecia perfeito. Ela estava sentada diante de uma tela e pintava a traços largos, decididos. Seu cabelo estava preso em um coque, para que não a incomodasse, e tinha trocado o vestido vermelho por umas calças surradas e uma blusa manchada de tinta, que ela usava apenas em casa, para pintar. Seus olhos esmeralda estavam voltados para o lado da tela, fixos em um corpo. Lily estava pintando um nu masculino. O modelo, Remus, estava despido e posando para ela. Se entre pintores era natural, o certo era que o olhar fixo, profissional, avaliador de Lily estava fazendo com o modelo se sentisse pouco à vontade.
Lily estava percebendo que Remus respirava muito depressa, visto que não se devia mexer, a respiração mais rápida significava ser sinal de que um modelo estava cansado ou se sentindo aflito. Lily se concentrava mais. Tinha que desejar a cintura de Remus. O modelo, alto, moreno de cabelo curto e olhos luminosos e bondosos, se sentia envergonhado, pois era a primeira vez que posava.
Lily se concentrou mais no corpo nu de Remus, naquele corpo forte e musculado. Na linha do peito, dividida como por uma mão de um artista, ou nos poucos pelos loiros que se viam perto dos mamilos. Desenhava todos os pormenores, pintava, e era o desejo que sentia por todos os corpos do homem que a fazia retratá-los. Ele não conseguia esconder o prazer que lhe dava ter uma mulher o observando. Escondendo um sorriso divertido e, ruborizando um pouco, Lily fingiu não saber o que estava acontecendo. O membro de Remus, sob seu olhar, crescia.
Remus não sabia o que fazer, continuou quieto, mas enrubesceu. Lily não conseguiu mais esconder o sorriso. Podia ficar animada, também. Naquele momento, poderia ter até o corpo dele, bastava se aproximar dele, olhá-lo no fundo dos olhos cor de âmbar, e lhe tocar. Lily queria prazer, mas não daquela maneira. Queria experimentar o prazer, mas não daquele jeito. Ela sabia que, no amor, os corpos deveriam arder de paixão, em uníssono, e as almas se incendiavam igualmente de mais desejo, de uma vontade cada vez maior. Quando apenas os corpos se abraçavam, o prazer era rápido, e desaparecia rapidamente.
Pintava, concentrada no prazer que sentia. Muitas vezes, pensava que desenhava só e apenas para muitos corpos masculinos, despidos, pois ainda não se tinha sentido como uma pessoa só, unida, como um ser único, com o corpo do homem que realmente amava. Ela queria amar e se sentir amada, desejada. Venerada. Era o que dizia sempre sua amiga, Alice, mas nunca era capaz de o fazer.
“Acho que a gente é incapaz de amar, Alice” – Dizia ela, tentando se confortar a si mesma e sua amiga – “ Somos duas mulheres do século XXI, preparadas para todas as adversidades, menos para o amor.”
Talvez tivesse razão, não sabia dizer. Os pincéis voavam rapidamente ao longo da tela. A figura de Remus aparecia no quadro, com o rosto mais pequeno. Seu corpo longo e belo saía dos movimentos do pincel de Lily, o recriando. Era como se ela tivesse o corpo dele, no desenho que fazia. Como se o criasse para ela própria.
Suspirou, se sentia cansada. Seus braços estavam pesados. Dar vida, transmitir luzes e cores e formas, era algo muito cansativo, que custava muitas horas, muitos pensamentos, muita vida. Além disso, seu cansaço e o incômodo do modelo falavam mais alto, implorando para serem prontamente atendidos. Parou, colocando o pincel dentro de um pequeno frasco com água, limpando a tinta.
– Ok, Remus, hoje ficamos por aqui. - Falou, limpando as mãos a um pano – Próxima semana à mesma hora.
O modelo, já suado nos músculos e na testa por ter ficado horas parado, parecendo que brilhava à luz do sol, soltou um suspiro de alívio. Se remexeu e pegou nas roupas que estavam em uma cadeira a seu lado, se vestindo rapidamente. Lily, sem olhar para ele, arrumava a tela e limpava os pincéis. Estava fechando os frascos de tinta, quando Remus falou, com voz aveludada:
– Vou indo.
– Espere, eu acompanho você. - Pediu ela, se erguendo e se encaminhando para a porta. A abriu e disse:
– Adeus, Remus.
– Adeus Lily. - Respondeu ele, ainda envergonhado – Até semana que vem.
– Combinado. - Respondeu Lily e o viu saindo rapidamente. Ela fechou a porta e suspirou, enquanto observava a sala desarrumada, pensando como é que alguém que fazia arte se podia sentir, depois de uma manhã pintando, tão vazia. Saiu da sala e caminhou pelo corredor em direção ao escritório, seu refúgio depois de um dia de trabalho. Era um local sossegado, com quadros afixados nas paredes brancas, ao fundo, perto da janela, se encontrava uma estante de livros ao lado de sua escrivaninha de madeira negra. Se sentou na cadeira e ligou o notebook, um ASUS de cor branca. Se conetou à internet e abriu a página de facebook, pronta para enviar a mensagem a sua amiga e ler os emais.
Continua...