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Tempo estimado de leitura: 51 minutos
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Nota da Autora: Oi! Finalmente está aqui o quinto capítulo da fanfic! Quero agradecer a todos que comentaram e favoritaram minha fic e pela paciência que tiveram para esperar por esse novo capítulo! Espero que gostem! Tenham uma boa leitura! Bjs
Albus e Scorpius namoravam às escondidas, temerosos com a reação de suas famílias que, mesmo se dando bem, poderiam não gostar da ideia de serem parentes. E que a sociedade voltasse a falar mal dos Malfoys, que eram sempre considerados culpados de tudo o que acontecia de errado.
Ninguém desconfiava do relacionamento deles, pois eles evitavam se tocar em demasia, o que era desesperador para ambos. Desejavam ser como os restantes casais, demonstrar seu amor abertamente, sem serem condenados com o olhar, ou por gestos. Um dia, em meados de março, depois de saírem de seus estágios, aparataram na entrada para a vila de Godric´s Hollows e se beijaram em despedida.
Estavam se afastando, quando perceberam as presenças de Lily e Hugo, que estavam de mãos dadas e os observavam com espanto. Se afastaram um do outro rapidamente, assustados, percebendo que tinham sido flagrados. A ruiva deixou a mão de Hugo e correu até eles, os abraçando entusiasticamente, feliz por eles. Ficaram aliviados ao perceber que Lily os apoiava.
Ela, para espanto dos dois, lhes revelou que namorava Hugo e ambos prometeram guardar segredo sobre os relacionamentos de ambos.
Scorpius descobriu, mais tarde, que Rose estava namorando um colega do Ministério, um Ravenclaw que tinha a mesma idade que a deles, e ficou aliviado por saber. Significava que ela se tinha esquecido de Albus e que tinha conhecido outra pessoa. Eles realizaram provas para os empregos que desejavam, Scorpius queria ser um Medibruxo e Albus um Auror, uma carreira que sonhavam desde crianças.
Estavam juntando dinheiro para um dia comprarem uma casa e morarem juntos. Com os salários que ambos ganhavam, conseguiriam comprar uma habitação na zona de Hogsmeade, ou até no Mundo Muggle.
Uma bela tarde de sábado Albus e seu namorado, juntamente com as famílias Potter e Weasley, foram assistir a um jogo de Quidditch de James, que era seeker do Caerphilly Catapults, do País de Gales, um dos melhores times dos ultimos tempos, devido ao seu grande desempenho, e ficaram chocados ao descobrirem que ele tinha um relacionamento com Carrie, a amiga dos Scamander. Para alívio de todos, o namoro parecia sério, o que significava que James estava estabilizando. Talvez ele entrasse na linha e não trouxesse de duas em duas semanas, garotas à Mansão Potter, que só queriam uns minutos de fama devido a seu nome.
Estava uma bela tarde de Páscoa e todos estavam reunidos na Toca. Havia uma enorme mesa no jardim, com os mais variados doces, desde ovos de chocolate, amêndoas, biscoitos de chocolate, pudins de Yorkshire, que todos adoravam, tal como tartes e tortas de vários sabores. Garrafas de suco de laranja, pêssego, tal como cerveja de manteiga e uísque de fogo, tal como outras bebidas frescas.
Estavam sentados em redor dela e conversavam animadamente, enquanto se deliciavam com essas iguarias. Albus e Scorpius estavam sentados um ao lado do outro e conversavam em voz baixa sobre o que iriam fazer do dia seguinte. Estavam pensando ir ao cinema, só precisavam de saber os filmes que estavam em exibição. Teddy e Victoire estavam abraçados e conversavam com os mais velhos, enquanto Carrie conversava com James, que escutava atentamente. De repente, ele se ergueu e perguntou:
– Quem quer jogar Quidditch?
– Eu! – Gritaram várias pessoas. Hugo e se levantou, pegando na mão de Lily e avançaram até ao campo. Rose seguiu seu irmão, tal como os primos Molly, Roxanne e Fred.
Harry convocou as vassouras e os materiais necessários e se prepararam para o jogo. Com a ajuda dos mais velhos, improvisaram um campo. Se colocaram nas vassouras e impulsionaram seus corpos para a frente. Levantaram voo e James disse, seriamente:
– Dessa vez, sou o capitão. Eu vou ficar com Rose, Hugo Lily e Malfoy.
– Da outra vez foi Albus. – Recordou Teddy, se lembrando do ultimo jogo que realizaram, no verão passado – Dessa vez sou eu.
E continuou, em tom de brincadeira:
– E eu tenho de ficar com os restantes. – Escutaram risadas, enquanto Albus e Scorpius se entreolharam, tristes, mas se colocaram em seus postos. Fred e Molly manejavam ameaçadoramente seus bastões, copiando Rose e Lily, e Scorpius foi proteger os aros, tal como Hugo. Albus suspirou e Lily voou para seu lado, sussurrando:
– Não fique triste. O jogo acabará depressa e vocês poderão ficar juntos.
– Obrigado. – Agradeceu ele, pelas palavras de conforto. Lily tinha razão, James era tão fanático pelo pomo, que o encontraria rapidamente. Apertou delicadamente o ombro da irmã e ela sorriu. Lily voltou para seu lugar, enquanto James contava:
– Três, dois, um. Partida! – O jogo iniciou. Albus observou seu namorado do outro lado do campo. Seu cabelo loiro esvoaçava sensualmente por seu rosto enquanto voava, suas feições sérias e decididas. Voltou sua atenção para o pomo de ouro, o objeto que garantiria sua vitória, ou derrota. Ele não gostava de ser Seeker mas, tal como seu pai e seu avô, tinha uma habilidade especial. Com o olhar, procurava pelo pomo. Os mais velhos continuavam sentados e observavam interessadamente o jogo.
Os Beaters de ambos os times estavam um pouco distantes dos Keepers, e afastavam energeticamente as bludgers para o campo adversário.
Os Keepers estavam voando à frente dos aros, impedindo a entrada das bludgers. Sobrevoou o campo, atento a seu redor. Precisava de apanhar o pomo, senão James iria se gabar o resto da tarde. E ele não queria escutar seu irmão. Várias vezes, sua parte do campo tinha ficado em perigo e sentia a necessidade de encontrar rapidamente a bolinha dourada. De vez em quando, se escutavam resmungos: o time adversário tinha marcado gol.
James já tinha entrado em modo competitivo: sobrevoava rapidamente o campo, procurando atentamente o pomo, mas não conseguia encontrar. Mexia rapidamente em seu cabelo, frustrado, seu olhar perscrutando cada centímetro daquele lugar. Albus observou seu namorado, que defendia mais uma vez. Seu cabelo brilhava à luz do sol e pequenas asas sobrevoavam em redor de sua cabeça. Franziu o sobrolho, confuso, antes de perceber que era o pomo. Impulsionou seu corpo para a frente, ultrapassando seu irmão, e ergueu seu braço. À velocidade de um raio, sobrevoou o campo e, antes de pegar a bolinha dourada, viu a expressão assustada de Scorpius, que mais parecia um borrão.
Scorpius só teve tempo de se baixar antes de ver um vulto negro passando por ele. Quando olhou para trás, viu Albus com seu braço direito erguido, com o pomo na mão. Gritos de alegria ecoaram atrás dele e viu Lily, Fred e Molly voando até ele e o abraçando com força. Seu namorado sorriu, feliz pela vitória. Seus olhares se cruzaram e ele sorriu, satisfeito. Às vezes, não fazia mal ser derrotado, se fosse para fazer feliz quem se ama.
Escutou os resmungos de James, que murmurava sobre “ter sido derrotado por uma criança” ou “ que seus colegas diriam se soubessem”, já que ele era “o melhor jogador de seu time”. Desceram calmamente, todos felicitando seu namorado, até James, que já tinha deixado de lado seu mau humor. Estava orgulhoso de seu irmãozinho.
Pousaram as vassouras, e correram para os mais velhos, que jogavam Snap Explosivo. Foram felicitados pelo espetacular jogo que realizaram, enquanto entravam na Toca. Albus estava seguindo sua família, quando sentiu seu braço sendo puxado e seu namorado lhe sussurrou ao ouvido:
– Quer ir para debaixo daquela árvore? – Apontou para uma árvore próxima da casa, de belas folhas verdes.
– Tá bom. – Sussurrou em resposta, e se afastaram dos outros. Se dirigiram para a árvore e se sentaram na grama verde e brilhante. Scorpius abraçou Albus e elogiou:
– Você jogou muito bem, Al.
– Obrigado, Scorp. – Agradeceu ele, sorrindo bobamente, sentindo seu coração batendo rapidamente dentro de seu peito. Ficaram os dois conversando sobre o jogo, elogiando cada movimento realizado pelo outro.
Os pássaros cantavam nos ramos, em cima de sua cabeça e uma brisa quente passava naquela tarde, o que tornava o dia ainda mais perfeito. Pequenos gnomos corriam pelo jardim, se escondendo nos buracos ou atrás das pedras, e Albus pensou que precisavam de fazer uma desgnomização.
Os dedos de Scorpius acariciavam seus cabelos negros, lhe transmitindo ao longo de seu corpo arrepios de prazer. Suspirou e se abraçou a seu namorado. Scorpius se espreguiçou e, cansados, escutando a melodia dos pássaros, acabaram adormecendo.
OoOoO
Albus se sentiu cutucado e abriu lentamente seus olhos. Olhou em redor e reparou que o céu possuía cores quentes, típicas do fim da tarde. Scorpius comentou a seu lado, sua voz rouca, de quem tinha acabado de acordar:
– A gente adormeceu. – Albus adorou o tom de sua voz, ficava mais sensual. Os cabelos loiros estavam desalinhados, seus lábios carnudos e suas bochechas rosadas. Percebendo que tinham adormecido abraçados, ruborizou e se afastou rapidamente, mas seu namorado acariciou seu rosto com as mãos quentes e lhe roubou um beijo. Sorriram apaixonadamente, quando um grito enfurecido os tirou de seus devaneios:
– Que está acontecendo aqui? - Se viraram, assustados e viram Ron, juntamente com o resto da família, observando a cena, chocados. Albus percorreu rapidamente o olhar por todos eles, parando em seu pai. Harry tinha o rosto sério, avaliava a situação. Eles se levantaram de um salto e James repetiu a pergunta de seu tio:
– Que está acontecendo aqui?
– Tinha de ser um Malfoy. – Resmungou Ron – Desflorando a inocência de meu sobrinho.
– Ron! – Exclamaram todos e Molly deu um tapa na cabeça dele. Albus e Scorpius ruborizaram de vergonha com as palavras dele. Eles nunca tentaram mais nada do que beijos e carícias.
Resmungando entredentes e ignorando os olhares furiosos de sua mãe e sua mulher, olhou para Harry e Ginny. Sua irmã olhava atentamente para os dois, e perguntou:
– Há quanto tempo vocês...estão juntos? – Albus e Scorpius hesitaram com a pergunta, mas Malfoy respondeu.
– Desde o S. Valentim, Srª Potter. – Escutaram sons escandalizados e James repetiu, em choque:
– Dois meses… – Albus e Scorpius estavam assustados. Não sabiam como acalmar seus familiares. James se recuperou do choque e rosnou:
– Porque não nos contou?
– Porque queríamos evitar escândalos como esse! – Gritou Albus e todos se calaram. Arthur olhava desconfiado para Scorpius, mas Molly tinha um sorrisinho no rosto, enquanto tentava acalmar seu marido. Ela sabia que Scorpius era diferente de seu avô, já que o conhecia há muito tempo. Bill, Charlie e Percy nada diziam, conscientes de que nada tinham a ver com aquela situação. Só se meteriam quando os ânimos se exaltassem. George estava ao lado de Ron e conspiravam entre eles. Hermione tinha o rosto sério, pensativo, e sua filha Rose estava envergonhada, se lembrando do beijo que tinha dado a seu primo, percebendo que os olhares fixos, as reações quando o outro fazia alguma coisa, era porque estavam apaixonados. Os mais novos observavam a cena, cautelosos. Teddy comentou, interrompendo aquele silêncio incômodo:
– Não vejo nenhum problema em eles namorarem.
– É verdade. – Apoiou Victoire – Se eles se amam, ninguém tem que se colocar entre eles.
Sua voz ecoou nos ouvidos de todos. Alguns concordaram com ela, mas outros não.
– Vic tem razão. – Falou Ginny, e todos a observaram – Meu filho fica com quem ele se sentir bem, com quem ele é feliz.
– Mas, Ginny! - Exclamou Ron, sentindo suas orelhas quentes. Estava furioso com o desplante da doninha júnior. – Você não vai permitir um absurdo desses! Albus e Malfoy? Pelo amor de Merlin!
– É verdade. - Concordou Fred – Eles...
– Parem de chateá-los! - Exclamou Lily, furiosa – Albus e Scorpius tem o direito de podem fazer o que bem entenderem e ninguém tem nada a ver com suas vidas!
Hugo abraçou sua namorada, que tinha o rosto ruborizado de raiva e tentava acalmá-la.
– Está tudo bem, querida. Não se chateie.
– Querida? - Perguntou James, em choque – Vocês também estão juntos?
Molly e Arthur observavam a cena em choque. Descobrirem no mesmo dia, ao mesmo tempo, que seus netos namoravam, era demais para eles. Arthur resmungou algo sobre "serem muito jovens", mas Molly lhe deitou um olhar penetrante, o mantendo calado.
– Algum problema? - Perguntou a ruiva, ironicamente.
– Você é muito nova para namorar! - Exclamou James, e ela ergueu uma sobrancelha.
– Tenho quinze anos! - Gritou ela, e muitos estremeceram com o tom de sua voz, muito parecido com o de Ginny, quando ela estava zangada – Tenho todo o direito de ficar com quem eu quero! E você não tem moral para dizer o que tenho de fazer, já que começou a namorar com treze anos!
– Parem imediatamente! - Ordenou Ginny, e todos se calaram. Os mais velhos estavam em choque. Descobrirem naquela maneira o relacionamento deles estava sendo excessivo para aquele dia. Harry era o único que ainda não tinha dito uma palavra. Todos os outros já tinham dado suas opiniões, mesmo em voz baixa. Ginny falou, determinante:
– Meu filho já é um homem e sabe o que fazer de sua vida. - Olhou fixamente para todos – E, se alguém o machucar, terá de se ver comigo.
Deitou um olhar penetrante a Scorpius, que estremeceu de medo, percebendo a mensagem. Se ele machucasse seu menino, teria de levar com todos eles. E não seria nada bonito.
– Você não vai falar nada, Harry? – Perguntou Ron, curioso, se virando para o amigo de longa data.
– Ron… – Sussurrou Hermione, em tom de aviso, para que ele não se metesse na vida de seu sobrinho. Harry observava com seus olhos esmeralda toda a situação. Respirou fundo, e falou:
– Meu filho já é crescido o suficiente para lidar com sentimentos, E se ele ama Scorpius, não vejo problema nenhum. – E, com essas palavras, se afastou. Ron correu atrás dele, pronto para ripostar. Os mais velhos os seguiram. James lançou um olhar mortal a Scorpius, que engoliu em seco. Lily e Hugo sorriram para eles, confiantes e Rose acenou para eles. Teddy abraçou sua mulher e disse, antes de se afastar:
– Tudo ficará bem, não se preocupe. – Os primos de Albus disseram algumas palavras reconfortantes e se dirigiram para a Toca. Quando se viram sozinhos, os dois garotos respiraram fundo, aliviados. Tinha sido um confronto intenso, mas não muito ruim. Scorpius olhou para seu namorado e disse, inocentemente, embora seu coração batesse descompassadamente contra seu peito:
– Feliz Páscoa. – Albus gargalhou em resposta, sentindo o estresse se dissipando aos poucos.
Eles não sabiam o que iria acontecer dali para a frente, mas sabiam que iriam lutar pelo amor deles. E não importava o que os outros diriam ou fariam. O que importava era eles, e mais ninguém. Tinham confiança de que tudo correria bem.
Continua…