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Nota da Autora: Oi! Espero que tenham gostado do capítulo anterior e, obrigada pelos comentários e pelos favoritos. Aqui está mais um capítulo. Espero que gostem desse. Bjs
A relação de Albus e Scorpius não tinha mudado. Continuavam amigos, embora houvesse uma certa tensão. Albus já tinha lhe perguntado o que tinha acontecido, mas ele se esquivava. Logo depois daquele beijo, Rose tinha pedido desculpas a Albus por ter sido impulsiva, não sabendo que tinha dificultado ainda mais a vida a eles.
Albus tinha ficado calado, pálido e de cenho franzido. O beijo de Rose não tinha significado nada, mas não tinha coragem de conversar com Scorpius, que agia ainda mais friamente com ele, machucando seus sentimentos.
Aquela noite tinha sido terrível para Scorpius, que tinha ficado em silêncio, com uma mistura de emoções dentro de si.
Sentia raiva por Rose ter beijado Albus, frustração por não ter conseguido revelar o que sentia mais cedo, receio de não conseguir se declarar um dia e de o perder para outra pessoa. Desejo de o agarrar e o beijar. Sentia que devia estar ao lado dele, mesmo estando machucado.
No dia seguinte, decidiram ir ao Mundo Muggle, para uma pista de gelo e se divertiram imenso, esquecendo, por uns momentos, o beijo roubado. Mas depois, tudo tinha voltado ao normal.
Depois das festas, se dedicaram a seus empregos: Albus estava trabalhando como ajudante nas Gemialidades Weasleys, juntamente com seus tios. Ainda não sabia o que fazer da vida. Rose estava estudando leis para ser juíza no Wizengamot e Scorpius, para esquecer aquele desgosto, se dedicou ao estágio de Medibruxo que estava realizando em St. Mungus.
Um mês se passou e, naquele dia, era o dia dos namorados. Estava uma tarde agradável e casais de várias idades passeavam de mãos dadas ou abraçadas pelas ruas de Hogsmeade, se beijando de vez em quando, ou conversando.
Os lugares emblemáticos de Hogsmeade estavam lotados. O Café da Madame Puddifoot estava decorado com coraçõezinhos vermelhos, de cadeiras confortáveis e mesas redondas, com toalhas vermelhas. Música romântica ecoava pelo local lotado. O “Três Vassouras”, embora não estivesse tão ricamente decorado, estava agradável para se passar aquela tarde, mas também cheio de namorados.
Scorpius e Albus saíram da loja “DedosdeMel”, cada um com um pequeno saco de doces nas mãos.
Conversavam sobre a nova música das Esquisitonas, ainda considerada
a melhor banda bruxa, cujo CD sairia dentro de alguns dias. Pelo canto do olho, viu
Scorpius saboreando um delicioso pirulito, e se arrepiou ao perceber o modo como ele acariciava o doce com a ponta da língua.
Já tinham tentado muitas vezes, durante aquela tarde, entrar nos estabelecimentos, mas estavam sempre lotados. Avançaram pelo Beco Diagon-Al, em direção ao “Cabeça de Javali”, e entraram no pub, que ainda era mal frequentado. Era o único sítio do Mundo Mágico sem coraçõezinhos esvoaçantes, ou músicas românticas.
Aberforth estava atrás do balcão, limpando com um pano imundo os copos, que estavam opacos e sem brilho. Sob seu olhar avaliador, os garotos se dirigiram para ele, e Albus cumprimentou:
– Boa tarde, Ab. Como vai?
– Bem. – Respondeu ele, os olhando avaliadoramente, como se perguntasse o que eles estariam fazendo ali – E vocês?
– Também. – Respondeu Scorpius, retirando o pirulito da boca e deitando fora. Pediu – Queremos dois Uísques de Fogo, por favor.
O homem se baixou e retirou detrás do balcão duas garrafas empoeiradas. Entregou a eles, que limparam o pó acumulado do vidro e abriram a tampa. Retiraram dinheiro de dentro dos bolsos e pagaram. Se afastaram do balcão e decidiram ir para o fundo do estabelecimento. Pousaram as garrafas em cima da mesa e se sentaram. Albus reparou que Scorpius trazia seu colar no pescoço. Scorpius percebeu o olhar de seu amigo e sorriu abertamente, um sorriso que dava somente a ele, e Albus se arrepiou. Eles se olharam nos olhos, que estavam brilhantes, dizendo palavras não ditas.
Eles desejavam revelar seus sentimentos um ao outro, mas não sabiam como o outro iria reagir. Scorpius tinha o rosto franzido, pensativo. Não sabia como começar uma conversa e o silêncio estava ficando incômodo.
– Scorpius, o que está acontecendo com a gente? – Perguntou Albus, de repente, o assustando. O tom de sua voz era de puro desespero – Porque você está tão frio comigo? O que eu fiz com você?
Ele observou, em choque, as lágrimas contidas nos olhos esmeraldas, vendo espelhada a dor daquela pergunta.
– Albus, – Começou, não sabendo o que dizer – Não se passa nada…
– Cala a boca, Scorp! – Interrompeu Albus, furioso, batendo com a mão na mesa e provocando um estrondo. Aberforth pousou o copo que estava limpando, e saiu sem fazer barulho, percebendo que o clima estava aquecendo. Ele não se iria meter entre uma discussão de dois jovens, embora soubesse que eles se iriam resolver.
– Desde o começo do ano que você anda esquisito comigo! – Exclamou Albus, desgostoso – Você não acha que não percebo sua tensão sempre que estamos juntos? Ou quando Rose está com a gente? E eu não percebo o que está acontecendo!
Scorpius ajeitou o casaco e a gola da camisa, nervoso. Temia a reação explosiva de Albus que, normalmente, era muito calmo. Era a primeira vez que Albus gritava com ele, e muito menos, chorava à sua frente, como estava fazendo naquele momento.
As lágrimas escorriam pelo rosto ruborizado, os olhos esmeraldas mais brilhantes e tristes que o habitual. Ele se levantou, contornou a mesa e se ajoelhou ao lado de seu amigo. Só queria que Albus se acalmasse, que parasse de chorar. Com uma mão, que estava fria, tocou no rosto quente e limpou suas lágrimas. Para o acalmar, disse:
– Você não fez nada de errado. – Albus olhou para ele, seu rosto molhado, e de bochechas rosadas – Eu é que fiz.
– O que você…? – Começou, confuso, mas Scorpius se levantou, agarrou o rosto dele com suas mãos e o puxou contra si, o beijando apaixonadamente. Albus arregalou os olhos, chocado com o gesto dele, mas logo os fechou, aproveitando aquela sensação quente que o incendiava por dentro. O desejo de ambos sendo, finalmente, realizado. Estavam se beijando.
Os lábios de Scorpius tocavam delicadamente nos lábios de Albus, sentindo sua maciez, e se deliciava com cada toque. As mãos de Albus percorriam seu corpo, lhe provocando arrepios de prazer. Entrelaçou seus braços em redor do pescoço de Albus e o puxou contra si, aprofundando o beijo. Pequenos gemidos escapavam da boca de ambos. Scorpius, querendo mais contato, o puxou mais contra si, e Albus acariciou seus cabelos platinados, sentindo sua maciez. Scorpius estremeceu de prazer e, sentindo o ar escasseando, se afastaram.
Scorpius olhou para o rosto ruborizado e para o sorriso tímido no rosto de Albus, e sorriu de volta. Albus reparou que os cabelos platinados de Scorpius, normalmente bem alinhados, estavam desarrumados, e percebeu que ficava ainda mais belo.
– Scorpius… – Admitiu, sentindo o suor escorrendo por seu rosto, devido ao nervosismo – Você é lindo!
Ele ruborizou, sentindo satisfação pelo elogio. O rosto de Albus demonstrava todo o desejo que sentia naquele momento.
– Obrigado. – Agradeceu, e Albus abriu a boca várias vezes, tentando dizer mais algumas palavras, mas não saía nenhum som. Scorpius, percebendo seu nervosismo, disse:
– Você também é. – O rosto de Albus se iluminou com um sorriso e lhe deu um selinho rápido, mas cheio de sentimentos. Quando se separaram disse, sem se conter:
– Eu te amo. – Scorpius absorveu suas palavras com uma grande alegria dentro de si, seu coração batia descompassadamente contra seu peito. Sorriu de volta e respondeu:
– Eu também te amo. – As mãos dos dois se tocaram, e deram um aperto forte. Scorpius, perguntou, sem se conter:
– Você quer namorar comigo? – Albus parou de sorrir e fitou-o, em choque. Só em seus sonhos mais loucos é que imaginava Scorpius lhe pedindo em namoro. Percebendo a hesitação de Albus, ficou apreensivo, não sabendo como reagir. Nem queria pensar no que faria se Albus recusasse seu pedido.
– Aceito. – Respondeu Albus, e ele respirou fundo, aliviado. Antes de o voltar a beijar, percebeu que o amava verdadeiramente, e faria de tudo para o ver feliz.
Continua….