Capítulo 7 - Uma Conversa Sincera

Harry decidiu aceitar o conselho de Pansy e saiu de seu bungalow, se dirigindo para o de Tom e Draco. Bateu à porta, com o coração batendo rapidamente, esperando. Escutou passos no interior e a porta foi aberta por Riddle. O produtor ficou surpreso ao vê-lo. Estava de tronco nu, vestindo unicamente uma sunga verde muito curta e justa, que revelava os músculos das pernas e do traseiro. O modelo olhou Tom rapidamente de cima a baixo, e lhe pediu:

– Tom, por favor, poderia chamar Draco? – O produtor olhou por cima do ombro e falou com uma voz suave, que arrepiou Harry dos pés á cabeça:

– Draco, Harry está aqui e quer falar com você. – O modelo decidiu fixar seu olhar no corpo de Riddle. Tinha belos olhos castanhos esverdeados, que nessa altura brilhavam. Era alto e moreno, de músculos definidos e seu cabelo negro encaracolado, naquele momento, estava molhado. O produtor se afastou da porta, fazendo com que Potter saísse de seus devaneios. Draco assomou à porta e o convidou a entrar, enquanto informava:

– Terminei de revelar algumas fotografias e só posso dizer: Você está um máximo nelas!

No entanto Harry, que não se tinha movido de seu lugar disse, um pouco tenso:

– Eu queria falar com você de outro assunto. – O fotógrafo entendeu a indireta e falou, para o produtor:

– Tom, vou dar um passeio e não sei quanto tempo vou demorar.

– E as restantes fotografias? – Perguntou Riddle.

– Não se preocupe. – Respondeu Draco e fechou a porta do bungalow. Avançaram calmamente até à praia, vendo as pessoas arrumando seus pertences parasse irem embora. Caminharam demoradamente e, a pouco e pouco, recordaram todos os passos desde o que tinha ocorrido no avião até à sessão fotográfica. Foi uma conversa sincera e Draco concordava com tudo o que o modelo lhe dizia.

– Eu sou um pouco distante das outras pessoas. – Admitiu – É um defeito que não consigo mudar e já perdi pessoas por causa disso.

Harry o achava muito atraente e sentia dentro de si uma pulsão erótica sempre que se aproximava de Malfoy. No entanto, sempre que essa energia quente lhe assomava, refreava seu desejo com alguma distância e sangue frio. No fim do passeio, Draco perguntou:

– Então, é melhor a gente dar um tempo?

– É melhor. – Concordou Potter – Talvez quando voltarmos para Londres possamos tentar novamente.

– Tá bom. – Disse o fotógrafo – Mas nunca irei esquecer o que a gente fez no avião.

– Eu também não. – Admitiu Harry e regressaram aos bungalows. Se despediram com um caloroso abraço. Draco entrou no quarto, fechando a porta atrás de si. Harry respirou fundo, se perguntando se nunca iria ter um companheiro. Por momentos, pensou em Dean e seus amantes e abanou a cabeça. Não queria pensar nele.

Regressou à praia, querendo tomar um mergulho rápido. Naquela zona do oceano, a água era calma e límpida. Não havia ondas, só uma ligeira ondulação que trazia espuma branca para a areia. Os raios do por do sol iluminavam o céu, o tornando ainda mais belo. Olhou em redor, vendo que a praia estava deserta. Querendo saber a sensação de nadar despido, tirou sua camiseta e a sunga, dobrando as cuidadosamente na areia. Correu até ao mar, saltou e entrou de cabeça na água. Enxergou, enquanto nadava, como a água era límpida a ponto de poder observar pequenos cardumes de peixes coloridos. Viu, mais à frente, uma pequena raia cinzenta com uma longa cauda, se afastando cada vez mais dele. Sentindo o ar escasseando, se impulsionou para a superfície. Inspirou fundo, percebendo que se tinha afastado um pouco da praia e regressou, nadando junto à costa. Se sentia livre naquele espaço exótico e único. Sabia que estava vivendo momentos únicos em sua vida e, de certa forma, sentia alguma pena de não estar com Draco, pois tinha certeza de que, se estivesse com alguém naquele lugar, estaria ainda mais feliz

– Harry! – Escutou alguém o chamando e se virou, vendo Tom à beira mar -Venha correr comigo!

O produtor estava correndo junto à costa, aproveitando aquele momento de tranquilidade. Não soube o que fazer. Por um lado, estava nu e tinha alguma vergonha de aparecer mas, por outro, não o podia deixar sem resposta. Pensou um pouco, sabendo que teria de sair. Respirou fundo e se encheu de coragem. Nadou de regresso e saiu da água, vendo o produtor estremecendo ao vê-lo. Durante toda sua caminhada, Riddle não afastou os olhos de si, fixando cada gota de água que lhe escorria pela pele, cada contorno do corpo, cada movimento seu.

– Desculpe, não queria te aborrecer. – Disse Tom, enquanto o observava. Harry pegou em sua roupa.

– Não se preocupe, Tom! – Falou - Não me está aborrecendo. Vou só me vestir.

"Aja naturalmente" – Pensava para si mesmo. Não podia permanecer desconfortável com a situação. Estava ali em trabalho e não queria que o produtor percebesse sua fraqueza. Se vestiu e se sentaram na areia, bem perto do mar, em um local que lhes permitia molhar os pés e se manterem frescos.

– O que está pensando de tudo isso? – Perguntou Tom, curioso.

– Nem tenho palavras. – Começou Harry – Está sendo o melhor momento de minha vida…

Ficaram conversando descontraidamente sobre a viagem e o mundo da moda. O produtor estava muito diferente, mais relaxado, pois durante as horas de trabalho se mostrava sempre tenso e profissional, sem espaço para erros. Naquele momento, estando acompanhado pelo modelo, se abriu um pouco, revelando seus gostos e interesses. Quando o sol se pôs por completo e a praia estava escura, sendo somente iluminada pelo luar. Harry suspirou e comentou:

– Está ficando tarde.

– Pois está. – Concordou Tom – Eu o acompanho até ao hotel.

Se levantaram e Harry deu uma ultima olhada ao mar. Não aguentando, implorou:

– Vamos dar só um ultimo mergulho? – Vendo que ele não respondia, implorou - Por favor!

– Tá bom. – Concordou Riddle, não resistindo a seu pedido. Harry sorriu e correram para o mar. Quando sentiram a água batendo em seus corpos, Tom estremeceu com o contato e Harry exclamou, sem se conter:

– Que gelada! – Saíram de imediato e foram correndo para o hotel, para retirarem suas roupas. Pelo caminho, conversavam e riam. Se despediram e combinaram que, dali a uma hora, se encontravam para jantar. Harry abriu a porta do bungalow e percebeu que estava vazio. Pansy deveria estar fazendo das suas. Foi para o banheiro e tomou uma ducha de água quente, tirando a água salgada de seu corpo e relaxando seus músculos. Quando saiu, vestiu uma camisa azul e umas jeans pretas. Olhou para o relógio, que estava em cima do criado mudo, e viu que eram oito da noite. Pegou no celular e saiu do quarto em direção ao restaurante. Entrou e viu Tom, em uma mesa, conversando com Malfoy e Parkinson. Se dirigiu até eles e se sentou, enquanto cumprimentava:

– Oi!

– Oi! - Responderam. Harry olhou para Draco, que bebia seu vinho, fixando o olhar no copo.

– As fotos estão realmente boas, Draco. – Comentava Tom - Embora não pareça, estamos trabalhando para uma campanha publicitária que mexe muita grana. E você Harry, mesmo não parecendo, podemos torná-lo um profissional. – Disse para o modelo com ternura na voz.

Harry sorriu sem graça e pediram o cardápio. Pansy estava muito sorridente e falava alto. Draco e Tom sorriram para Harry e ele ficou confuso. Viu que eles eram homens belíssimos. Terminando o jantar, Pansy se levantou, enquanto dizia:

– Agora, se me dão licença, tenho de ir.

– Não come sobremesa? – Perguntou Riddle, vendo sua pressa e ficando desconfiado. Todos olharam para a maquiadora, curiosos com sua pressa.

– Não me apetece. – Respondeu Pansy, pegando em sua bolsa.

– Você quer se encontrar depois com a gente para dar um passeio?

– Não sei se vou conseguir. – Respondeu ela – Até já.

Viram como a maquiadora corria para fora do restaurante e se entreolharam, antes de pedirem sobremesa. Harry franziu o sobrolho “Que Pansy estaria aprontando?”

Continua….