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Tempo estimado de leitura: 49 minutos
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Nota da Autora:
Oi!
Agradeço os comentários e os favoritos deixados no capítulo anterior.
Espero que gostem desse capítulo.
Bjs
Os meses passaram com relativa rapidez, deixando os estudantes cada vez mais ansiosos com os NOM´S e NIEM´S. Neville não era excepção. Todos os dias da semana, depois do jantar, ia para as masmorras, onde Severus o esperava para mais uma aula. Ficavam nos aposentos particulares do professor, com variados caldeirões. No início, Neville se atrapalhava muito, recebendo conselhos de Snape, lhe explicando a melhor forma de cortar algum ingrediente e o tempo certo de colocá-lo na poção. Falava com calma e paciência, não querendo assustá-lo, como no passado. Mas se apercebeu, com o tempo, que seu orgulho por Longbottom estava mudando. Sempre que o via, não podia evitar observá-lo com atenção, reparando em seus atributos. Percebeu como seus cabelos caiam pelo rosto delicado, como o uniforme ficava justo a seu corpo e os lábios, vermelhos e carnudos.
Seus sonhos com ele eram cada vez mais frequentes, onde fazia tudo o que imaginava fazer se estivessem juntos. Quando se apercebeu, era demasiado tarde. Estava irremediavelmente apaixonado por seu aluno, e não sabia o que fazer. Seu perfume o perseguia por todo o lado, tal como seu sorriso e sua voz.
Imaginava como seria tê-lo gritando seu nome enquanto faziam amor. Tentou abafar seus sentimentos, o que aconteceria se descobrissem. Embora Neville fosse maior de idade, poderiam pensar tinha sido drogado ou forçado, e o culpariam de imediato, devido a seu passado como Comensal. Nem a razão de ter sido espião para a Ordem da Fênix o ajudaria. Sentia que estava enlouquecendo aos poucos.
OoOoO
Faltava um dia para o término oficial do ano letivo. Hogwarts estava em alvoroço com os preparativos para o baile de formatura, uma despedida para os estudantes que sairiam da escola. Os NOM´S e os NIEM´S já tinham sido realizados, deixando os estudantes mais relaxados e com o pensamento focado nas férias, ou em arranjar um emprego. O Mestre de Poções estava cansado dos cabeças ocas que era obrigado a ensinar, e um pouco apreensivo também. Longbottom sairia de Hogwarts e ele, sentindo um aperto no peito, temia nunca mais vê-lo. Neville iria arranjar um trabalho, conhecer novas pessoas, ter um relacionamento amoroso. E ele ficaria sozinho para o resto de sua vida, amargurado por não ter sido capaz de se declarar ao Gryffindor.
Durante aqueles meses, sentira que sua relação com Neville tinha melhorado consideravelmente. Ele lhe ensinara a sutil arte das Poções, vendo a curiosidade de seu aluno aumentar sempre que aprendia um novo tópico da matéria, e se admirava com a alegria de seu rosto sempre sempre que concluía perfeitamente uma poção. Sabia que sua solidão voltaria com a ida de Longbottom, um sentimento que não queria mais sentir.
Estava uma bela noite de primavera, muito quente, e o Mestre de Poções se encontrava em seu gabinete, um lugar mais acolhedor que no passado, iluminado e confortável, decorado com cores negras, cinzas, e as cores de sua casa. Estava sentado atrás da escrivaninha, fazendo a pauta das classificações dos estudantes para enviar para o Ministério da Magia. Tinha terminado de escrever a de Thomas, quando avançou para o de Longbottom. Observou o nome de seu (quase) ex-aluno. Pensou como se sentia completamente apaixonado por ele. Não consegui evitar pensar na forma como Neville mexia suas poções, como cortava cuidadosamente os ingredientes. Como seu rosto se iluminava ao ver sua poção adquirindo a cor certa. Desde a morte de Lily que nunca mais tinha nutrido um sentimento tão intenso como aquele por outra pessoa.
Bateram à porta, o tirando de seus pensamentos. Olhou para o relógio, que se encontrava entre o frasco de tinta e suas penas e viu que já passavam das dez da noite. Sabia que não era Dumbledore, o diretor costumava usar a lareira. Pensando que seria um colega, para lhe pedir um favor, já que tinha dado o toque de recolher e os estudantes estavam em suas salas comunais, falou:
- Entre. - A porta foi aberta e Neville entrou dentro de seu gabinete, com um enorme sorriso em seus lábios carnudos. Vendo a expressão de espanto de seu professor, cumprimentou, sua voz demonstrando toda a felicidade que sentia:
— Boa noite, Pr. Snape.
— Boa noite, Sr. Longbottom. - Respondeu, se recuperando do susto inicial e franziu o sobrolho.
— Creio que não combinámos nada para hoje. - Comentou – Afinal, hoje foi o ultimo dia de aulas.
– Não, professor. – Respondeu Neville, continuando com seu sorriso – Decidi visitar o senhor.
Snape sentiu seu coração acelerando o ritmo com essas palavras mas perguntou, com voz controlada. Era nessas alturas que ter sido espião tinha suas regalias:
– Porquê? – Neville respondeu, fechando a porta atrás de si, e se aproximando dele:
– Eu gostaria de conversar com o senhor…
– Não sou seu amigo, Longbottom. – Interrompeu Severus, arrumando a pena e olhando para seu aluno. Sabia que estava machucando os sentimentos de ambos, mas não podia permitir essa aproximação entre eles. Sentia que não era correto. Pela primeira vez em muito tempo, sentia seu coração fraquejando. Temia se descontrolar e agarrá-lo ali mesmo.
– Eu sei, professor. – Continuou Neville, mantendo seu sorriso, sem se abalar com a resposta ácida, e Snape sentiu uma súbita vontade de se levantar, de prensá-lo contra a parede e beijá-lo apaixonadamente, mas se controlou. O Gryffindor pousou os braços em cima da escrivaninha e sussurrou:
– Eu gostaria que o senhor fosse mais que um amigo, se é que me entende... - Snape sentiu os pelos de sua nuca se eriçarem com as palavras sussurradas, mas pronunciou, com voz controlada:
– Você bebeu alguma poção ou álcool, Sr. Longbottom? Do que você... - Mas foi interrompido por Neville, que se atirou a seus braços e o beijou apaixonadamente. Os pergaminhos caíram ruidosamente no chão, mas nenhum dos dois reparou. Só sentiam os lábios encostados um no outro, um toque inocente e suave. Severus arregalou seus olhos com o choque, mas fechou-os de imediato ao sentir as mãos do Gryffindor acariciando seus cabelos negros. Neville percebeu que eram macios, sem oleosidade, como todos supunham.
Se entregou ao beijo, entrelaçando seus braços no pescoço de Neville e aprofundando o beijo. Escutou um gemido contido, e seus pelos se eriçaram, excitado. Movimentou seus lábios, sentindo que Longbottom o imitava, e se entregaram ao beijo, sem receios nem pudores.
Sua boca se entreabriu e suas línguas se tocaram com timidez, descobrindo aos poucos o gosto do outro. Neville sentiu um gosto amargo de café, mesclado com menta e Severus sentiu gosto a chocolate. Acariciou is cabelos de Neville, escutando um gemido de prazer. Um aviso ecoou em sua mente, se lembrando que estava beijando um aluno. E que docentes e estudantes não podiam ter nenhum tipo de contato amoroso. Se afastou dele de rompante, se sentindo confuso com a sucessão de sentimentos conflituosos e intensos que sentia, e tartamudeou:
– Que…mas… - Afastou as mãos dos quadris do Gryffindor – não sabendo como tinham ido lá parar - e se afastou de Neville, tentando ignorar os lábios inchados, os cabelos despenteados e os olhos brilhantes. Estava irresistível. Respirou fundo, sentindo seu corpo reagindo À visão, e tentou se acalmar.
– Me desculpe. - Falou - Não sei o que me deu.
Neville sorriu apaixonadamente e revelou:
– Lhe desculpar, porquê? Se eu também queria. – Snape arregalou os olhos, surpreso com sua declaração, e Longbottom disse, docilmente:
– Eu te amo. – O Mestre de Poções sentiu seu coração batendo descompassadamente com suas palavras, mas logo procurou se acalmar. Mesmos sendo maior de idade, ainda era seu aluno, não seria ético.
– A gente não deve, Longbottom. – Falou, sua voz carregada de sofrimento. O Gryffindor parou de sorrir, tristeza moldando seu rosto ruborizado. Snape sentiu uma vontade inusitada de acaricia-lo, mas se controlou. Neville perguntou, tristemente:
– Porquê?
– Porque, - Explicou Severus – Ainda sou seu professor e você meu aluno. Vão pensar que obriguei você e…
Foi interrompido por Neville, que agarrou sua mão e, para seu espanto, sorriu e disse, com a voz carregada de desejo:
– Mas amanhã não o serei mais. E poderemos ter um relacionamento. – O Mestre de Poções estremeceu com suas palavras, sabendo que ele tinha razão. Sentia a necessidade de possui-lo ali mesmo, sem se importar com mais nada, mas se controlou. Não podia cometer uma loucura daquelas. "Só mais um dia"- Pensou, desejoso que passasse depressa. Deixando de ser seu aluno, podiam fazer o que quisessem. Já tinha aguentado todos aqueles meses, poderia aguentar mais um dia.
Agarrou seus quadris e o puxou para si. Neville gemeu prazerosamente com o contato repentino de seus corpos e entrelaçou seus braços no corpo de Snape, vendo os olhos cor de café o observando atentamente. O Mestre de Poções sussurrou em seu ouvido, avisando:
– Sou um homem muito ciumento e não gosto de partilhar o que é meu. – O Gryffindor estremeceu ao sentir o hálito quente e a voz rouca do professor. Sorriu em resposta e olhou diretamente para seus olhos, vendo que continuam um brilho misterioso.
– Eu não me importo. - Respondeu, com sinceridade. Ele amava Severus e sentia que era recíproco. O professor continuou, com seu rosto sério:
– Se você ficar comigo, não será de mais ninguém. – Avisou, possessivo. Não queria dúvidas por parte de Longbottom – Ninguém mais poderá tocar intimamente em você, somente eu.
Neville estremeceu, pelo seu tom de voz, e declarou:
– Sou todo seu, Snape. – O Mestre de Poções, recebendo sua aceitação, o puxou para si, agarrando no rosto ruborizado e tocando nos lábios carnudos, sentindo seu gosto.
Beijou-o apaixonadamente, enquanto agarrava possessivamente seus quadris e escutava os gemidos abafados. Se beijaram longamente, seus corações batendo em uníssono. Sentindo o ar escasseando, se afastaram e Snape sussurrou:
– Longbottom…
- Neville. - Pediu o Gryffindor, que agarrava as vestes negras, desejo espelhado em seu olhar – Me chame de Neville.
– Neville… - Repetiu ele e pediu, com sua inconfundível voz rouca – Me trate por Severus.
O Gryffindor sorriu em resposta e encostou novamente seus lábios nos dele. Severus, antes de devolver o beijo, pensou que era o homem mais sortudo do mundo, por ter alguém que o amava de verdade.
Continua...